[Season Finale] 13 Reasons Why 1x13 – Fita 7, Lado A

“So… it’s the end of Tape 13. There's nothing more to say”

FORTÍSSIMO. Eu estava tentando me preparar para o último episódio de 13 Reasons Why, mas de todo modo a surpresa foi uma delícia – mesmo sabendo o que me esperava, mesmo tendo lido o livro, foi chocante perceber o quanto a série pesou em cenas fortes, e como todos os sentimentos foram expressados INTENSAMENTE. A dor, o desespero, e a própria esperança. A princípio eu não queria uma segunda temporada de 13 Reasons Why, porque o livro é concebido de uma forma diferente… como a série foi construída, e com esse final, eles realmente parecem sempre terem tido a intenção de continuar, e eu acho que eles têm conteúdo para isso, desde que seja bem escrito… acredito que Jay Asher precisaria estar envolvido de alguma maneira. De todo modo, o 13º episódio fecha um ciclo de forma impactante e marcante.

Um dos melhores episódio que eu vi!

O último episódio começa os depoimentos daqueles que foram intimidados. Zach. Marcus. Courtney. Clay, por sua vez, fez sua própria “Fita 14”, aproveitando o Lado B vazio da última fita, com a confissão de Bryce: “He fucking confessed”. E agora ele tem MATERIAL para fazer alguma coisa, como tanto queria – achei bom de sua parte ir até Jessica, e eu acho que eles tiveram uma conversa madura e bonita, na qual ele se dispôs a fazer o que ELA quisesse que fosse feito. Fazer Bryce pagar ou não. Ele diz que quer fazer o melhor pra ela e se dispõe a ajudar – e o medo de Jessica, de contar à polícia, de contar aos pais… aquilo é tão real! Justin, também DESTRUÍDO, procura Jess e pergunta o que ele pode fazer, ele diz que matará o Bryce se for isso o que ela quer… mas quando ela o dispensa, aquilo doeu, porque Justin TAMBÉM precisa de ajuda.

Apesar de tudo.

Hannah Baker anuncia, no início da última fita, que gravou 12 fitas, e por um segundo ela se sentiu melhor – resolveu dar uma ÚLTIMA CHANCE à vida, mas dessa vez pediria ajuda, porque sabia que não podia sair disso sozinha. No entanto, ela vai até o Sr. Porter, o conselheiro da escola, e ele é um completo e revoltante INÚTIL. Mas acho que, ao chegar na escola, Hannah sabia que não havia tantas esperanças, quando viu Bryce andando como herói nos corredores, e quando ela não teve a coragem de falar alguma coisa para Clay, o flash de luz que lhe apareceu e ela deixou se apagar. Cada momento é doloroso. E na sala do Sr. Porter, ainda que ele nunca tenha atendido aquele celular, ou o telefone, aquilo deixou tudo tão mais impessoal, como se ele “tivesse coisas mais importantes a fazer”, acentuando a impressão de Hannah de que “estava atrapalhando”.

Ela vai pedir ajuda, e seu discurso é DOLOROSO:

“I don't feel anything. Like... I don't care anymore. About anything. School. Myself. The people here. My parents”

Queria gritar para o Sr. Porter e exigir que ele ESCUTASSE o que ela estava dizendo. Que levasse a sério. O discurso dela, repleto de dor e desinteresse, era real – “It's like it doesn't even matter what you say”. Hannah Baker clamou por ajuda, esperou que o Sr. Porter fizesse algo, e ele foi fraco demais, e Hannah percebeu, ainda no meio da “conversa”, que nada daquilo ia servir pra nada… e eu penso: O QUÃO INCOMPETENTE O SR. PORTER É! Hannah estava ali, fraca, chorando… querendo que tudo parasse. Ele QUASE deu sinal de competência ali, quase, mas ele não fez o que tinha que ser feito. Ele ouviu ela dizer que queria que a VIDA parasse, mas deixou que isso passasse como se não fosse lá tão importante quanto evidentemente o era. “I need it to stop. I need everything to stop. Just... People. Life”, ela disse…

E nada.

Clay Jensen, no entanto, estava lá para fazer o papel que NÓS queríamos estar fazendo. De culpar, um pouco, o Sr. Porter por tudo. Dizer que “Hannah Baker came to see you the day she died!” Porque a verdade era que Clay sabia tudo como tinha sido, tudo o que Hannah disse ao conselheiro, e tudo o que ele deixou passar. Clay diz que ela foi lá, que ele a viu, que ela lhe contou tudo o que aconteceu, e mesmo assim… nada. Hannah falou do estupro, e a atitude do Sr. Porter frente a isso foi ABSURDA, agindo como um imbecil, perguntando se ela tinha certeza que não tinha consentido e depois desistido, como se isso justificasse alguma coisa – E NEM FOI O QUE ACONTECEU. Hannah Baker foi estuprada, ela deixou isso claro, embora não tenha usado a palavra, e o Sr. Porter não fez nada. Nada. O Sr. Porter é um dos que eu mais odeio nas 13 fitas!

É exatamente como Clay diz ao Sr. Porter… Hannah Baker descreveu, sim, um estupro. Mas tudo o que ele disse a ela era que, se ela não queria acusar, ela tinha que seguir em frente, esquecer, e em meses o cara que fez isso estaria indo embora da escola mesmo… IMPUNEMENTE. Foi um golpe extra em Hannah Baker. Mas se o Sr. Porter uma vez se culpou por isso, Clay Jensen ajudou a intensificar tudo: “Bryce Walker. Bryce Walker raped Hannah!” E Clay garante que tem a confissão, porque ele fez o que o Sr. Porter deveria ter feito e não fez: aceitou a palavra de Hannah como verdadeiro e foi investigar. Com NENHUMA atitude do Sr. Porter para ajudá-la, Hannah deixou a sua sala esperando que ele fosse ir atrás dela… e ele não foi. Então o destino de Hannah Baker estava selado… ela podia finalizar a 13ª fita e concluir o plano.

“So... it's the end of tape 13.

There's nothing more to say”

Clay descreveu ao Sr. Porter, em detalhes, como foram os últimos minutos de Hannah Baker. Ela arrumou as fitas dentro de uma caixa. Devolveu o uniforme do cinema sem dizer nada. Deixou uma caixa ao Tony. Colocou a outra no correio. Foi para casa, escolheu roupas velhas. Entrou na banheira, ainda de roupa e cortou os pulsos. A descrição detalhada de Clay sobre como foi o suicídio, ao lado das cenas de Hannah… WOW. Aquilo doeu, doeu profundamente. Física e emocionalmente. Não consegui assistir, não consegui olhar para a tela da TV enquanto ela azia isso, mas ouvi cada grito de dor, e aquilo foi traumatizante. Uma cena forte e dolorosa, coroada com o momento em que a MÃE dela a encontra na banheira, molhada, cheia de sangue e morta. Que dor gigantesca. Chorei ao lado da Sra. Baker, porque não tinha mais o que fazer.

“And you could have stopped it”, Clay Jensen diz ao Sr. Porter. “And I could have. Justin Foley could have. And a dozen other people, at least. But we didn't”

O discurso de Clay Jensen também foi DOLOROSO, tão triste e franco. A atuação de Dylan Minnette não esteve, na série toda, tão entregue e profunda quanto agora. Ele não precisava gritar, não precisava fazer nada para comover… nós já estávamos chocados e tocados demais. Ele disse calmamente, numa poderosa atuação que entregou a emoção a cada palavra que dizia, com os olhos brilhando de dor… comoveu. E embora o Sr. Porter diga que é poderoso imaginar como foram os últimos dias de vida de Hannah Baker, eles não sabem exatamente, e nunca poderão saber… a diferença é que Clay Jensen diz que eles sabem, sim. Porque ele era o Número 11 das fitas de Hannah Baker, e ele não vai entregar ao Número 12… não é sensato entregar as fitas a Bryce Walker. Por isso as fitas estão ali, agora, direto ao Número 13:

SR. PORTER.

“Actually, there is a way. Before she died... Hannah recorded 13 reasons why she killed herself. And you're number 13. And everyone who comes before you on these tapes knows what you did and didn't do. And they always will. And they'll know what they did. You're the last person to get the tapes. Hannah didn't leave any instructions on what happens after you... so you get to decide. And I added tape number 14... which I hope will help you make that decision”

“How do you have these tapes?”

“I’m Number 11”

QUE CENA! QUE CENA F*DA! Clay Jensen passa as fitas adiante, enfim. E sugere que o Sr. Porter, finalmente, faça alguma coisa. Minha impressão é que Clay Jensen está mais leve quando deixa a sala do conselheiro… assim como eu sorrio e alivio um pouco a tensão quando o vejo nos corredores movimentados chamando por SKYE, que foi como Jay Asher terminou seu livro… sabíamos como seria dali para a frente. Me arrepiou porque Clay Jensen tinha aprendido e decidido seguir em frente… um recomeço. Ele não deixaria que acontecesse com outra garota o mesmo que aconteceu com Hannah Baker, não se ele pudesse evitar, e isso foi muito bonito da parte dele. A série extrapola, no entanto. Ele mostrou o Tony entregando suas próprias fitas aos Sr. e Sra. Baker, em arquivos de áudio em um pen-drive, e foi doloroso como ele pediu desculpas por não ter dito isso antes… foi dificílimo para ele entregar, assim como será dificílimo para os pais escutarem… “I’m sorry. I thought I was doing the right thing”.

No mais, a série trouxe um pouco dos outros personagens, que aprofundou do livro de Jay Asher. Tyler Down está com um conjunto de armas e munições no quarto antes de ir fazer seu depoimento no caso de Hannah Baker – e o seu discurso no depoimento foi impregnado de peso próprio, de dor própria: “I get shit every day. People trip me and slam me into walls. Lock me in the bathroom stalls and pull my pants down”. Talvez nunca tenhamos parado para pensar nesse personagem dessa maneira, e eu temo o que ele será capaz de fazer a partir de agora, mas sinceramente eu pude sentir a sua dor… outro adolescente que precisa de ajuda. Mas, claro, não vou dizer que não me assustou ver Tyler com aquelas fotos penduradas, de todo mundo que estava nas fitas, de todo mundo que lhe fez sofrer… Alex Standall foi a primeira foto que ele retirou…

Por que ele tentou defendê-lo de Monty uma vez?!

Outra coisa que chocou foi o:

“There are tapes. […] There are tapes. Hannah recorded tapes. She talked about what happened to her. […] Last I heard, Clay Jensen had them”

Tudo está explodindo, nos últimos 10 minutos de episódio! Foi um choque para a Sra. Jensen ouvir que Clay tinha essas fitas… a Sra. Baker rodou na mão o pen-drive de Tony, sabendo, subitamente, o que ela tinha ali. Me pergunto como ela conseguiu não correr para casa para escutar – embora depois ela o tenha feito, e foi angustiante ouvir novamente a voz de Hannah, dessa vez com seus PAIS escutando tudo. Forte e triste. Jessica, chorando, começou a contar para o pai sobre o estupro, e foi uma cena intensa e necessária. Alex ligou para Zach, em algum momento, mas depois descobrimos que ele tinha atirado na própria cabeça: “Alex Standall… shot himself in the head last night”. E Bryce recebeu ameaças de Justin, que contou das fitas, de todos os que já sabem sobre o que ele fez, e deu a entender que ele contaria a todos o que Hannah contou…

Por fim, Clay, Tony, Skye e Brad em um carro. Ouvindo rádio. Sem destino.

A expressão PURA da esperança e do recomeço.

Que é a ideia de 13 Reasons Why! ME ARREPIOU, final perfeito.

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