The Leftovers 3x06 – Certified


“Tell me what to fucking do”
Que episódio doloroso – The Leftovers nunca falha em nos comover, e esse episódio centrado em Laurie conseguiu fazer a trama evoluir de uma maneira impressionante, unindo pelo menos três dos episódios “independentes” anteriores, ao mesmo tempo em que nos mostra mais de quem é Laurie. Com alegorias PERFEITAS que nos mostram o quanto Laurie se acha “Judas”, o episódio nos emocionou e nos chocou, com um final triste agora que a série está chegando ao fim. O começo do episódio já é poderoso, com o discurso da mulher do Piloto que perdeu o seu bebê no 14 de Outubro, e que desde então, nos últimos 2 anos, fica no estacionamento esperando para o caso de ele voltar… sem saber o que dizer a essa mulher, Laurie, sua terapeuta, tenta se matar com remédios, totalmente DESTRUÍDA, mas desiste e, cerimoniosamente, tira suas roupas e coloca roupas brancas no lugar.
E então se junta aos GR – “Tell me what to do”.
Assim temos a abertura com a música da semana, que fala abertamente sobre SUICÍDIO de uma forma também dolorosa, e então o tema do episódio é brilhantemente construído a partir de uma infinidade de fatores. Se, na primeira cena, 5 anos atrás, Laurie tentou se matar uma vez, talvez agora ela vá levar isso a cabo. Laurie se junta a Matt e Nora na Austrália, enquanto a mulher está perseguindo as Dra. Bekker e Dra. Eden, e quando estavam de tocaia, numa Kombi, nós temos uma das cenas mais impactantes e um dos melhores diálogos de The Leftovers. Depois de ver um dos vídeos das cobaias do “dispositivo”, Laurie fala sobre o “equipamento de suicídio em massa”, e Nora fala sobre como não acredita que seja o caso… se ela quisesse se matar de forma elegante, ela o faria mergulhando… seria limpo, rápido e bonito.
Toda a cena de dentro da Kombi foi chocante e FORTE.
E nos fez pensar no “suicídio” do tema de abertura.
Depois que Laurie deixou Nora e Matt onde as cientistas estavam em frente à máquina que, supostamente, levava as pessoas para junto de seus entes queridos, desaparecidos no 14 de Outubro, ela atendeu ao chamado de Michael e foi até o rancho de Kevin Garvey Sir e Grace, onde ela conhece o plano deles de fazer Kevin Garvey Jr. morrer mais uma vez, para que possa conseguir, com um homem morto, a última parte da canção que pode impedir o grande dilúvio previsto para o dia seguinte, segundo Kevin Garvey Sir. E no meio dessa quase seita, Kevin Garvey Sir aceita o papel de Pedro e nomeia novos papeis, com Laurie rejeitando o seu papel de Tomé e dizendo-se Judas, com uma descrição imponente de sua “traição” e de suas crenças. Então Michael pergunta porque, se Judas tinha tanta certeza de suas crenças, ele se matou depois de trair Jesus.
Então o suicídio continuava presente e forte no episódio.
Tudo é bem elaborado, e eu gosto disso. Ganhamos até uma explicação para o marinheiro francês que explodiu o míssil, falando sobre uma profecia que leu em “Apocalipse”, e que queria prevenir. Mas o mais bonito foi a grande finalização, em que Kevin Garvey Jr. retorna, realmente cogitando morrer, e eles conversam, se despedem, fazem suas confissões, como o fato de Laurie estar grávida e seu bebê desaparecer durante o ultrassom no 14 de Outubro de 7 anos atrás. Foi uma despedida linda e dolorosa que terminou com Laurie partindo e, antes disso, dando um beijo no rosto de Kevin Garvey Jr. Exatamente como Judas fez com Jesus. As alegorias dessa série são arrepiantes e eficientes, o tema perpassou a narrativa do episódio completo, e foi emocionante. Mas foi uma última cena impactante e TRISTE. Chorei com Laurie no barco, se preparando para “mergulhar”, falando com Jill e Tommy no telefone, e então pulando…
Ela seguiu o plano de Nora Durst. Foi angustiante e triste.
Mas que roteiro sensacional!

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