A Múmia (The Mummy, 2017)


Iniciando o “DARK UNIVERSE” da Universal…
Eu gostei, e gostei bastante! Vi críticas maldosas na internet assim que o filme estreou, mas esperei uma ida ao cinema para tirar minhas conclusões – AINDA BEM! Eu realmente acho que A Múmia (original de 1999) ainda não precisava de um reboot, fato, e talvez o uso do nome da franquia, pensado para alavancar o filme, tenha sido um fator prejudicial. Mas se eu penso em A Múmia (de 2017) de forma independente, é bem bacana! Uma aventura, com um pouco de suspense. Eu pude me divertir, pude ficar apreensivo e o Tom Cruise continua um gato, claro. O que me pareceu mais forçado foi a introdução de uma trama de Jekyll & Hyde (O Médico e o Monstro), para impor uma alegoria de “às vezes precisa-se de um monstro para parar outro monstro” no fim do filme, e eu teria retirado essa parte, mas no geral… gostei bastante!
O filme nos leva de volta à civilização do Egito Antigo, e isso é uma das coisas que me fascina em filmes como A Múmia. Adoro os cenários (embora me dê um pouco de agonia pensar naquele tanto de areia!), os figurinos e tudo… a introdução é interessante, mesclando a descoberta, no presente, de importantes coisas arqueológicas em Londres, com a história da Princesa Ahmanet, no Egito Antigo, herdeira do trono e futura “deusa viva”, que perdeu todo o futuro lhe prometido com o nascimento de um bebê do sexo masculino – então ela faz um pacto com Set, para que ela seja a mais poderosa de todos, e em troca ela precisa trazê-lo à vida no corpo de um humano… é quando os olhos de Ahmanet se duplicam, sua maldade cresce, e ela ataca. Presa, ela foi mumificada VIVA. Essa “Múmia” não estava em uma tumba. Estava em uma prisão.
Assim, as coisas no presente nos apresentam Nick Morton e seu amigo Vail, saqueadores de antigos artefatos egípcios valiosos, que esbarram, ao lado de Jenny Halsey, em uma descoberta interessante: uma “tumba” egípcia na Mesopotâmia, a aproximadamente 1600km do Egito. É Nick quem liberta a Múmia e, por isso, se torna seu “escolhido”, o corpo que trará Set de volta… os sinais de perturbação da múmia começam a aparecer na forma de corvos atacando o avião, e um acidente que causa a MORTE de Nick, que acorda mais tarde, nu (mas o Tom Cruise não mostra nem a bundinha!), em um saco no necrotério… ele sabe que alguma coisa está errada! Então a Múmia ataca, cria um exército de “múmias” ao estilo zumbis de Resident Evil, e temos ótimas cenas, como a Jenny mandando Nick “acabar com ela”.
Sem sucesso.
As surpresas que eu julgo um pouco desnecessárias, de certa maneira, estão quando tanto a Múmia quanto Nick são levados como prisioneiros por uma espécie de Homens das Letras Britânicos (no estilo Supernatural na 12ª temporada!), para uma instalação comandada pelo Dr. Henry JEKYLL. O nome me chamou a atenção de imediato, e era isso mesmo. Com a mão sendo consumida e a voz se tornando mais arrepiante, ele quase se transforma em um “Hyde”, o que não acontece (nesse momento) pela injeção de um antídoto… mas tudo bem, nós ainda veremos a versão completa de Hyde nesse crossover de “A Múmia” com “O Médico e o Monstro”. Passei quase o restante do filme me perguntando por que tinham misturado assim, até que eu entendi (embora ainda dispensaria) pela finalização do filme e o destino selado de Nick.
Com um estilo meio Harry Potter e o Enigma do Príncipe (tô cheio das referências!), com o poder da Múmia destruindo Londres, sua cara sobre a cidade (no melhor estilo marca negra!) e “múmias zumbis” atacando (meio Inferi), nós caminhamos para o grande clímax do filme que traz a morte de Jenny e a grande batalha entre Nick e a Princesa Ahmanet, intensa e poderosa. E você não sabe exatamente o que Nick pode ou irá fazer… até que ele mesmo se apunhale com a Adaga de Set, trazendo-o de volta à vida. A mensagem, creio eu, está ligada com o fato de Nick ter, agora, o “deus da morte” em seu corpo, mas usar memórias de seu lado bom (seu Jekyll) para usar seu novo poder e destruir a Múmia. Como Henry comentou, às vezes é preciso um monstro para destruir outro monstro. O poder de Nick agora é INEGÁVEL, claro.
Foi um final interessante, diferente do que eu esperava. Quase esperei Nick ser mumificado vivo e ser trazido como a Múmia de um segundo filme, mas ele, com controle sobre a vida e a morte agora, traz Jenny de volta à vida e se despede dela, nas sombras. Ele mesmo precisa entender seus poderes agora, e como é dividir o corpo com um deus. Porque embora seja Set, ainda é, também, Nick. O filme termina parecido com o começo, com Nick e Vail (também trazido de volta à vida) andando pelo deserto, saqueando. “Onde está o seu senso de aventura?” Mas a própria maneira como a areia se amontoa atrás de Nick/Set, imponente, mostra o seu novo poder… não sei se a Universal vai conseguir fazer MAIS filmes da Múmia no seu recém-lançado “Dark Universe”, mas se lançar, eu estarei no cinema para conferir!


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