Chiquititas (2014) – Miguel acha que Duda é seu filho
Um dos meus personagens favoritos em Chiquititas (depois de Bia, claro,
porque Bia é a Bia, minha eterna FAVORITA!) é o Duda… eu já gosto dele desde
antes, quando a maioria das pessoas não gostava… ele é um garoto difícil, fato,
mas de muito bom coração. Ele tem seus motivos para ser como é, ele tem seus
sofrimentos, e na verdade ele usa um escudo para se defender e tentar não se
machucar mais. Mas nós sabemos que ele gosta da Mili de verdade, por exemplo, e
o sofrimento com a sua mãe é algo recorrente. Lembrando que na nossa versão de Chiquititas (em 1997), o personagem
equivalente ao Duda (o Julio) realmente ia morar no Orfanato Raio de Luz,
abandonado pela mãe, e a versão de 2013 ameaçou fazer isso quando ele briga com
a Carmen e vai passar uma noite no orfanato, mas não é mais do que isso.
Foram cenas ótimas.
Tenho anotações ANTIGAS de Duda que acho que vêm
bem a calhar nesse meu comentário… vocês se lembram quando o Duda tentava falar
com a mãe por telefone, e ela era super desatenta, fria, sem tempo? Numa dessas
ocasiões ele resolveu ir A PÉ para o Orfanato e acabou assaltado, e ficou
chorando na rua, desolado… foi a Mili quem o encontrou, falou com ele, e acho
que foi a primeira vez em que ele se abriu sobre a sua mãe, falando sobre como
se sentia abandonado. E todas as cenas foram bem fofas, como a Mili tirando os
próprios sapatos para andar descalço como ele… e quando ela machucou o pé, ele a ajudou a calçar novamente, e foi tão
leve, romântico e bonito… depois teve a coisa de levar a Mili ao cinema, o
Mosca morrendo de ciúmes, e no meio das histórias de Binho chupar o dedo, Mosca
solta sobre “chorar por causa da mãe”.
Duda fica bem magoado com Mili por ela ter
contado.
Mas isso já passou faz tempo.
Tivemos um novo foco na história dado lá nas cenas
do Acampamento, e eu já comentei isso nessa
outra postagem, por isso não vou me prolongar aqui, mas basicamente o
Duda escreveu que o seu maior medo, na Fogueira da Coragem, era que sua mãe
nunca mais voltasse, e ele conquistou o respeito de Pata e eles forjaram algum
tipo bonito de amizade quando estiveram no mesmo grupo e conversaram de coração
aberto. Ela queria saber por que ele tinha escolhido ir naquele acampamento com
eles, e ele confessou que era porque “gostava de estar com eles”, e não porque
se sentisse superior a eles, como a Pata quer acreditar, mas porque, no fundo,
ele se sente muito parecido com eles.
Porque é quase como se ele não tivesse mãe. Lembro que foi bem pesada a discussão
sobre “pais ausentes”, quase tão ruim quanto “não ter pais”.
Órfão de mãe
viva.
A história voltou com tudo nos últimos capítulos! Estava
tudo bem, Duda estava feliz, e então a mãe dele, que nunca lhe dá atenção,
postou uma foto com um namorado e filhos DELE. Basicamente, uma atitude
completamente sem noção. A mãe foi
bem ridícula mesmo em fazer isso, não percebeu
o quanto o filho sofreria? Claro que Duda sofreu, e foi DOLOROSO. Senti com
ele as dores. Ele saiu transtornado do orfanato, chegou em casa chorando e
chutando as coisas, e foi uma cena forte, intensa… e Valentina foi quem estava
lá para falar para ele que ele não estava sozinho… foi fofo. Então ele solta uma teoria de que acha que é ADOTADO, e
que a mãe se arrependeu de tê-lo adotado, por isso não se importa com ele… eu
chorei com isso tudo porque, verdade ou não, era a expressão de seu sentimento
de rejeitado. Que sofrimento.
Ele acreditava
que não era amado.
Na verdade ele NÃO ERA ADOTADO coisa nenhuma, mas
a história surgiu para que se conectasse com a incessante busca de Miguel por
seu filho ou filha. Duda estava obcecado com essa teoria, sentindo-se rejeitado
(talvez fosse até o seu modo de lidar com a rejeição), e perguntou ao Dr. José
Ricardo se ele era adotado, e o velho garantiu que não… mesmo assim, Valentina
ficou encucada com essa história
toda… e ela e Miguel acharam que ele podia ser o filho desaparecido que eles
acreditam que está vivo. Assim, Miguel pediu que a mãe se aproximasse do
garoto, para tentar averiguar a história, e
essas foram algumas das MELHORES cenas dos últimos capítulos. Me arrepiou
ver como Valentina se aproximou de Duda, e ele estava receptivo o suficiente
para aceitar a sua aproximação… formaram
uma dupla e tanto, não formaram?
Começou naquela lindinha cena em que Valentina
fica insistindo para o Duda ir ao mercado com ela, e ele dizendo que não podia
deixar o jogo, porque só salvava quando ele passava de fase… pediu para ela trazer um sorvete para ele.
Ela insistiu para ele ir junto, falou que o sorvete derreteria, ou então para
ajudar a carregar as coisas… depois disse
que eles passariam na sorveteria na volta, melhor ainda. E ele perdeu o
jogo, então topou ir. E FOI LINDO DEMAIS. Que cena FOFA. Na verdade, o Duda
está triste, carente, então ele aceita a atenção de Valentina de bom-grado. Foi
uma cena LINDA a da sorveteria, quando a cena começa e eles estão lá, juntos e
RINDO. Leves. Tão bom para ele! E se conectando de verdade, ele solta um divertido “Que que é, Valentina? Toda preocupada, eu sei muito bem que não vai
com a minha cara…”, que não foi maldoso, nem sarcástico.
Foi leve. Quiçá agradecido.
Adorei as cenas. Momentos carinhosos. Eu gosto de
Valentina estar se importando com ele,
dando-lhe a atenção que ele quer, merece e precisa. Conversaram muito, falaram
sobre adoção, sobre o trabalho na casa e sobre a Carmen, o que gerou uma
sequência de imitações divertidíssimas… mas a mãe volta a magoá-lo logo que ele
chega em casa, mandando um novo videogame: “Eu
não quero videogame nenhum, tão difícil de entender isso? Eu só quero minha
mãe…” Ainda temos muito a caminhar nessa dolorosa história de Duda com a
sua mãe. A princípio, ele a confronta pelo computador sobre ser adotado, e ela
nem hesita ao garantir que não, mas esse é o menor dos problemas. O problema é
o sofrimento que ela causa a ele com a pouca atenção que lhe dispensa. Espero que
Valentina esteja por perto por ele, mesmo sem ser seu neto, como achou que
pudesse ser…
As coisas mudaram. Ela gosta dele agora.
E isso é bom!
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