Meus 15 Anos (2017)
“Eu não
queria uma festa de 15 anos. Mas eu acho que eu precisava…”
Ah, como eu AMO esse tipo de filme! Uma fofura que
só… com uma trilha sonora impecável, que merece ainda ser comentada daqui a
pouquinho, o filme é um daqueles filmes adolescentes que passam à tarde na TV,
com todas suas previsibilidades e, ainda assim, com todo seu encanto. Eu me
diverti, eu me emocionei e, por que não? EU CHOREI. O filme conta a história de
Bia (interpretada por Larissa Manoela), uma garota que “não precisava de uma
festa de 15 anos”, mas “quando eu digo que
eu não preciso de uma coisa, não quer dizer que eu não queira essa coisa”. De
família humilde e com um pai maravilhoso que a ama acima de tudo, Bia acaba
ganhando o sorteio de uma promoção do shopping que vai dar uma mega festa de 15
anos para alguma garota sortuda… e ela tinha apenas um cupom concorrendo, mas acho que quando as coisas têm que
acontecer…
Toda a trama do filme envolve a festa de
aniversário de 15 anos de Bia, e a sua vida se transformando por causa disso. Bia
é uma garota tímida, quase invisível,
que tem um tonzinho de tristeza melancólico na maneira como se porta com os
outros, ou como anda pelos corredores da escola. Ela é uma fofa, com seu jeito
próprio, sua pretensa despreocupação e seus óculos… e ela tem o Bruno
(interpretado por Daniel Botelho), o seu melhor amigo desde sempre, que é o melhor amigo que ela pode ter, e o já
mencionado pai, Edu (interpretado por Rafael Infante), que a ama
incondicionalmente. Ela não é a garotinha típica que se deslumbra com o novo e por isso esquece o pai ou o amigo… mas
sim, ela magoa os dois, eventualmente. A diferença é que, de alguma maneira,
aos 14 anos, Bia é inocente, ingênua, e ela se deixa envolver pelo Thiago,
supostamente o garoto mais bonito da escola, enquanto vê alguma vantagem em
curtir possíveis novas amizades…
Mas quando ela deixa o pai para escolher vestido
com as amigas: TADINHO!
No entanto, eu a defendo ao dizer que ela não fez
por mal. A trama está ali, como você espera que estivesse. O pai é bem menos
atingido do que Bruno, cujo mundo desmorona quando ele é substituído após UMA discussão. Mas Bia está
aprendendo o que tem valor na vida, e como é “crescer” ou “amadurecer”, uma
mensagem importante do filme. Além de cenas absolutamente FOFAS (como ela
perguntando se o Bruno aceita ser seu príncipe), temos cenas super engraçadas,
como aquele perfeito “Cirilo sem Maria
Joaquina”, sensacional, e basicamente todas as cenas de Joseph Charles
(interpretado por Victor Meyniel) e Kátia (Polly Marinho), os dois melhores
personagens do filme, organizadores da festa de 15 anos. Ela com seu inglês
duvidoso, ele com os comentários ácidos (amei o “pedindo arrego” da foto na festa!). Amei a cena do vestido (“Pareço o lustre da casa da minha avó”),
ou as fotos com os balões…
…e ela pedindo uma foto com o seu ukulelê.
Porque o ukulelê é uma das coisas mais adoráveis do filme, e tem tudo a ver com
a bonita amizade que ela tem com Bruno – ele é um querido! Me doeu muito quando
ela furou com ele e não foi na gravação da música no estúdio… mas falando em
música: QUE TRILHA SONORA FENOMENAL. As músicas de Larissa Manoela (“Meu Pacto” e “No Olhar”) estão LINDAS, mas toda a trilha foi cuidadosamente
pensada, e eu quero MUITO um CD desse filme! O Bruno tem uma versão tristinha e
fofa de “I’m Yours”, do Jason Mraz,
quando está triste, enquanto Bia manda insistentes mensagens não respondidas (e
devo dizer que gostei MUITO da voz dele, sozinha e cantando com a Larissa… e já
estou querendo mais músicas!). Também temos a maravilhosa “Fico Assim Sem Você”, um clássico que sempre nos toca. E a valsa
(embora o príncipe fosse um falso prestes a partir o coração dela) com a
irretocável “A Thousand Years”. Fora um
monte de outras músicas absolutamente lindas.
Se o álbum for lançado, eu compro e reviso para o
blog! J
A famigerada festa de 15 anos chega, e nós nos
preparamos para a grande explosão que vai fazê-la sair chorando como no início
do filme… mas a festa é linda, e Bia está MARAVILHOSA. Descendo absolutamente
encantadora com um vestido lindíssimo. Tudo parece mágico, quando ela dança com
o pai, e depois quando dança com o Thiago… mas é tristinho ver o sofrimento de
Bruno por ter sido substituído (independente de qualquer discussão, ele estava
ali por ela, como tinha prometido), porque
ele era fofo e querido, e amava e cuidava de Bia, como vimos nos ensaios de
dança… ele não merecia sofrer. Mas devo
dizer que quando ele briga na festa, com Thiago, foi bem merecido. Não acredito que ele deu um soco no rapaz e o
deixou de nariz sangrando. UHULL! [Crianças, entendam, não estou incentivando a
violência, sorry] E a festa só desanda para Bia com uma baixaria da Jessica!
Bem, a Bia PRECISAVA saber… talvez não daquele jeito meio Carrie.
Porque a Jessica mostra um vídeo de Thiago com os
amigos dizendo que a Bia era “uma esquisitona” e que tudo aquilo, como a pista
de skate e a festa na piscina, foi só para conseguir convites para a festa… mas
tudo se resolve, enfim. Ela está chorando, nos bastidores, quando Thiago vem
conversar com ela, pedir desculpas, dizer que quando disse aquilo ainda não a
conhecia bem… e eu realmente consegui não
ficar com raiva dele. Talvez um pouco pelo ORGULHO que eu senti de Bia
quando ela diz para ele que “ele não a conhece”. Afinal de contas, aquela garota da festa na piscina não era a Bia!
Ela é um ser humano muito bom por não guardar mágoas, por falar para ele
aproveitar a festa, “porque é uma festa muito legal mesmo”, mas ela é VERDADEIRA
CONSIGO MESMA, enfim, e faz isso lindamente… rasga parte do vestido. Coloca seus
tênis batidos, que são a cara dela. Solta o cabelo. Coloca a blusa da mãe…
E desce…
E ELA DESCE CO O UKULELÊ INVISÍVEL.
“Eu ando
assim, me visto assim
Eu danço
assim…
E às vezes
parece errado
Não é pra
mim, fingir sorrir
Sem achar
engraçado
Beijar sem
ter se apaixonado”
Eu sabia que era o ukulelê invisível desde que
Bruno não quis entregar a caixinha para “Joseph Charles”, e estava ansioso por
vê-la abrir… “O ukulelê pode ser
invisível, mas você não é. Bruno”. OWN! Foi mais do que justo ela descer
com ele, para mostrar a todos QUEM ELA É. Ela manda mensagem para o Bruno, diz
que sabe que fez idiotice, mas pede que ele volte, porque ela “tem uma surpresa”
para ele… e ele nem pensa duas vezes, sentado triste no meio-fio, se tem que
voltar ou não. Ele AMA a Bia, e quando eu digo isso, eu não digo somente de uma maneira “romântica”. Embora,
sim, ele goste dela, e eu acho que ela, de algum modo, também gosta dele… vide
o quase beijo nos ensaios de dança… mas não é disso que estou falando. O Bruno
a AMA, mais do que de uma forma romântica, e isso é mais importante que TUDO. E
ela CANTA. Canta a sua linda música, a música sobre ela, sobre “seu pacto” com
ela mesma, e é um momento maravilhoso.
A letra é linda. A música é fofa.
E o Bruno entrando e indo tocar com ela…
IMPAGÁVEL.
[Além do pai dançando!]
O filme é uma fofura, eu fiquei apaixonado. Gostei
também de vermos Lorena Queiroz interpretando uma versão criança de Bia, em
cenas com o pai, tanto durante o filme (antes da hora dos vestidos) quanto no
vídeo durante a festa, UMA FOFURA QUE SÓ. O filme termina com Bia e Bruno
tocando seus instrumentos e cantando “No
Olhar” (E QUE MÚSICA LINDA! E a voz de Larissa e Daniel ficaram fofas
juntas, uma delícia de escutar!) juntos na escola, com novos amigos. Acho que ela “não queria” uma festa de 15 anos,
mas realmente “precisava” de uma. Depois de ter visto o filme, entendo
perfeitamente o que ela queria dizer quando falava isso no trailer… e foi fofo. Assim como “Um tio quase perfeito” deixou o “É coisa que morre?” na cabeça, “Meus 15 anos” deixou o “Ela disse que precisava ou que queria?”
Porque Bia talvez não quisesse a festa, mas ela era meio tristinha no início do
filme, e sua vida mudou, acho que ela pode ter ganhado amigos de verdade agora.
E mais: AMIGOS QUE GOSTAM DELA COMO ELA É.
“Quanto vale
achar alguém
Que você
quer escutar…
No olhar
Tem alguma
coisa (Tem alguma coisa)
Tem alguma
coisa que brilha
No olhar
Tem alguma
coisa (Tem alguma coisa)
Tem alguma
coisa que brilha
Tem alguma
coisa que brilha e que eu amo encontrar
Porque Bia ficou sendo a BIA mesmo, até o fim. O filme
tem uma mensagem muito bonita nesse sentido, como a música bem fala… a ideia de
“Aqui no meu quarto / Eu faço meu pacto /
De ser quem eu sei ser / Não importa o que acontecer / Com medo e coragem /
Descubro a vantagem / De ser quem eu sei ser / Não importa o que acontecer”
é MARAVILHOSA, e as pessoas (talvez especialmente os adolescentes!) precisam
ouvir isso e SE LEMBRAR disso. Você precisa ser VOCÊ MESMO e só. O filme também
tem uma reflexão bonita a respeito de “crescer” e “amadurecer”, com a Bia
concluindo que isso não tem nada a ver com a sua idade, ou com as coisas que você
gosta e as coisas que você faz… cada um é
cada um e pronto. “Amadurecer” tem a ver com as coisas que acontecem com
você, e como você reage a elas. Uma mensagem e tanto, o filme cumpre seu papel!
Achei um máximo!
“Eu quero
te escutar até o sol raiar…”
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