O Doador de Memórias, Livro Três – O Mensageiro (Lois Lowry)


“Há seis anos, Matty chegou ao pacato Vilarejo. Sob os cuidados de Vidente, um cego que tem uma visão especial, ele amadureceu e se adaptou à nova vida. agora, espera receber seu nome verdadeiro, que determinará seu valor ali, como ocorre com todos os habitantes. Contudo, algo nefasto está se infiltrando no Vilarejo, e os moradores, antes orgulhosos de receber forasteiros, passam a exigir que as fronteiras sejam fechadas para se protegerem. Por ser um hábil mensageiro, Matty é encarregado de avisar os outros povoados sobre o bloqueio. Sua missão também tem outro grande objetivo: buscar Kira, a filha de Vidente, antes que seja tarde demais. Ele é o único capaz de viajar pela Floresta, que já provou algumas mortes. O problema é que ela também está se tornando um lugar perigoso para o garoto. Mas muitos dependem de Matty. Então, armado apenas de um poder recém-descoberto, ainda incompreensível e incontrolável, ele se arriscará a fazer o que talvez seja sua última viagem”

Mais uma vez apaixonado pela escrita de Lois Lowry – o Quarteto do Doador (embora eu ainda não tenho lido o último) se tornou, nos últimos anos, uma das sagas que eu mais AMO! A delicadeza e força (por mais paradoxal que pareça) com que a autora conduz sua história, densa e poética… tudo é apaixonante e impactante. Gosto da maneira como Lois Lowry consegue empreender críticas e análises às vezes profundas e sutis, sempre o suficiente para te deixar pensando por muito tempo… eu tive uma dificuldade imensa de terminar o livro e vir escrever. Não estava preparado. O desfecho da trama me chocou e me machucou, acima de tudo, mas eu percebo como isso engrandece a história de O Mensageiro e o torna um dos melhores livros da série. O Mensageiro complementa e enaltece tanto O Doador de Memórias quanto A Escolhida… quando eu percebi a natureza da nova história, eu já comecei a me arrepiar todo!
Uma das coisas que mais me fascinam na escrita inteligente de Lois Lowry é a construção precisa de todo o ambiente no qual se passa a história… gosto de entender a dinâmica de uma nova sociedade, suas crenças e costumes. Se em O Doador de Memórias tínhamos uma sociedade “em preto e branco”, sem emoções, e em A Escolhida tínhamos um lugar que não aceitava pessoas “diferentes” e as pessoas eram respeitadas pela quantidade de “sílabas” que tinham, a construção de O Mensageiro começa já no instigante primeiro capítulo. Um Vilarejo cercado por uma Floresta que não deixa as pessoas escaparem, e no qual as pessoas são conhecidas por seus “Nomes Verdadeiros”, que refletem a “característica” de cada um dentro da sociedade. O Mensageiro. O Vidente. O Mentor. O Cuidador de Rebanhos. E a história da “garota que lhe prometeu um beijo” dá margem a uma primeira menção, ainda misteriosa, a respeito da natureza das “negociações” no Vilarejo, e a sua conotação negativa.
Realmente, o que nos esperava era apavorante.
Nosso protagonista é o querido MATTY, que conhecemos em A Escolhida (ainda como Matt), o garotinho curioso e espontâneo que não queria tomar banho, e que trouxe o AZUL para Kira. Agora ele mora, há vários anos, em um Vilarejo com Vidente, o velho cego pai de Kira. Ele se habituou a esse novo lugar, uma verdadeira utopia em que tudo parece funcionar bem… até que as coisas comecem a dar errado. Diferente da comunidade em que vivia antes, aqui Matty não pode mentir, as pessoas ali não guardam segredos, e por isso o seu dom começa a atormentá-lo, de alguma maneira… mas voltando à caracterização do AMBIENTE, o início do livro é EFICAZ ao trazer a morte do Cuidador de Rebanhos, que foi pego pela Floresta e consumido por ela… o enroscamento. À sua morte, segue-se a LAMENTAÇÃO, de umas 12 pessoas, e parece mais uma obrigação do que uma expressão de dor de fato, é a minha primeira impressão.
Até a segunda lamentação. Então já não sei de mais nada.
Segundo Ramon, o amigo de Matty, a Floresta atacou o Cuidador de Rebanho, e ela o faz com qualquer um que tenta sair do Vilarejo e voltar para onde quer que tenha vindo, mas isso não acontece com Matty. Como um futuro Mensageiro (assim ele espera), Matty é especial para a Floresta. Ela nunca lhe alertara. Porque a Floresta dá Alertas, na forma de cutucões, como fez com o Vidente quando ele o levou à comunidade antiga para visitar Kira. Depois disso, ele nunca mais entrou na Floresta. A Floresta não me apavorou, inicialmente, como ela viria a me apavorar no decorrer do livro, tornando-se mais acirrada, e ganhando uma simbologia impressionante dos medos e das angústias do próprio Vilarejo, algo que a transforma brutalmente até que ela se torne assustadora, justamente quando Matty está cumprindo uma missão.
Outra coisa que me FASCINOU em O Mensageiro é a conexão EVIDENTE com os livros passados. A conexão entre O Doador de Memórias e A Escolhida era sutil, nas entrelinhas, através da representação de outra comunidade e outros problemas, através da recorrência de tremas e símbolos. Aqui não. Em O Mensageiro, a conexão é escancarada, e me deixou sem fôlego. Quando “Gabe” foi citado no começo do livro, como um garoto de 8 anos que negligenciara os estudos e agora precisava de ajuda do Mentor, meu coração saltou. As passagens de Jonas com Gabriel, em O Doador de Memórias, são as minhas favoritas no livro. Belíssimas e tocantes, singelas. Aqui eu sorri de puro deleite quando falaram sobre o TRENÓ no Museu (!), o trenó que trouxera o “Líder” para o Vilarejo… e o Líder é um rapaz alto e jovem, de olhos azuis.
Jonas.
Foi tão RECONFORTANTE ver o Jonas de volta, embora o nome NUNCA seja citado no livro. As conexões estão ali, o tempo todo. VOCÊ SABE QUEM ELE É. E é tão bom vê-lo, agora uns 8 anos mais velho, em uma posição de liderança, imponente e acolhedor, ao mesmo tempo. Gosto do jogo de Lois Lowry ao nos apresentá-lo, sem precisar escancarar nada, mas trabalhando com sutileza e inteligência para nos conduzir a uma conclusão brilhante… uma das passagens que mais me emocionou:

“O jovem alto conhecido como Líder estava parado diante de uma janela, observando lá do alto o ritmo lento e alegre do Vilarejo, das pessoas que ele amava, que o haviam acolhido para governá-las e protegê-las. Ele chegara ali ainda criança, enfrentando uma viagem árdua. O Museu guardava o que restava de um trenó quebrado em um mostruário de vidro, com uma inscrição que explicava que aquele fora o veículo que trouxera Líder. Havia várias relíquias desse tipo lá, pois cada pessoa que não tivesse nascido no Vilarejo tinha sua própria história de como chegara ali. A narrativa do cego também era contada: como o carregaram, à beira da morte, de um lugar em que seus inimigos o abandonaram, com os olhos arrancados e privado de um futuro em sua comunidade natal”

Foi forte. Mas me arrepiou.
Voltamos, de alguma maneira, aos livros anteriores, e O Mensageiro, em alguns momentos, parece quase um epílogo. Uns 8 anos depois de O Doador de Memórias, uns 6 depois de A Escolhida. Líder insiste para que todos leiam, estudem e se informem, porque a ignorância e falta de conhecimento era sua prisão. E agora o mundo que Jonas deixou para trás está muito melhor, mudou, como é expresso pelos livros que mandam constantemente de presente para ele, talvez como um pedido de perdão, mostrando que as coisas lá estão diferentes. Também voltamos ao mundo de Kira, o mundo que MATTY deixou para trás, mas que parece agora menos hostil quando ele retorna para visitar Kira… as cenas de Matty e Líder juntos me tocam profundamente. A delicadeza da escrita, a pureza dos sentimentos, a intensidade poética com que Lois Lowry conduz a história e coloca as informações… é sensacional.
Enche o coração.
Mas uma sociedade tão BOA como o Vilarejo, construída com base no Altruísmo, com os moradores do Vilarejo ajudando todos os forasteiros que não tinham mais para onde ir, está começando a ruir, corroída pelo egoísmo representado em forma de NEGOCIAÇÕES. A ideia de fechar as fronteiras do Vilarejo e impedir a chegada de novos forasteiros, descaracterizando toda a identidade do lugar, tudo porque eles estão negociando. É perturbador (uma palavra que vai me acompanhar até o fim da review) como Lois Lowry traz a negociação. Como a família de Ramon e a “Máquina de Jogos”, que nos fazem pensar o que eles estão negociando. De que estão abrindo mão, sacrificando? Matty percebe que o Mentor, por exemplo, parece mais alto quando novos forasteiros, um grupo grande, chegam ao Vilarejo. E mesmo com a calma e sabedoria do Líder, que ameniza os ânimos, nós sentimos que o Vilarejo está mudando.
Matty o sente o tempo todo… ele está descobrindo o seu DOM, de curar coisas. Começou com um sapo (importantíssimo, um detalhe e tanto!), depois ele curou a cadela de Jean, filha do Mentor, e o filhotinho que viria a ser Sapeca, o novo cachorrinho espoleta de Matty. Mas a base de toda a mudança (negativa) estava nas tais negociações. A Feira de Negócios já fora algo alegre, divertido, agora parecia sombrio. A maneira como o Vidente ou Jean falavam sobre as negociações, e sobre “negociações de coisas invisíveis”, as mais complicadas e as piores. E Matty VAI a uma Feira de Negócios, para conferir, e eu fico apreensivo a sequência inteira, embora rápida. Não há “o falatório alegre característico do Vilarejo”. Todos estão TENSOS, com um quê de obstinação“pairava no ar um clima de apreensão, incomum ali”.
A sessão é presidida pelo Negociador, que é um tanto quanto macabro. Ninguém que compareceu levou mercadorias para negociar, o que Matty achou estranho, mas quase todos subiram ao palanque e falaram com o Negociador, pedindo algo em voz alta e oferecendo algo em troca, aos sussurros. Eu achei apavorante. Ainda mais ao perceber as consequências. A mulher tão boa que agora tratava mal e zombava do marido que tinha dificuldade para andar. A marca de nascença do Mentor que desaparecera completamente. Segundo Jean, eles estavam negociando “seu eu mais profundo”, o que chega a me dar um calafrio! Quando Matty vai à casa dela buscar seu novo filhote (nomeado Sapeca pelo Líder), ela o abraça e chora, desesperada, falando sobre como o pai estava mudado. Cada vez mais alto, a calvície e a marca de nascença desaparecidas, porque ele negociou “seu eu mais profundo” pela viúva do Cuidador de Rebanhos.
Assim ele mudou COMPLETAMENTE.
Ele está MAL, dá para ver pela maneira como ele briga com o filhotinho agitado e o CHUTA. Coisa que ele jamais teria feito antes. E a própria petição, organizada por ele, para fechar as fronteiras do Vilarejo. Que TRISTE e que FORTE negociar “seu eu mais profundo” pelo desejo material, não? Uma alegoria e tanto… de quantas coisas as pessoas abrem mão por algo material? Vemos, na assembleia para decidir sobre as fronteiras, a evidência da decadência do Vilarejo: a família de Ramon, que tem a “Máquina de Jogos” há tempos, como eles estão… Ramon está pálido e magro, a irmã dele tossindo e a mãe, ao invés de cuidar dela, mandando-a ficar quieta. Os discursos expressam crueldade, egoísmo acima de tudo. O discurso de Vidente é TOCANTE, chamando Matty de “seu menino”, e sobre como ele foi recebido e mudou… mas ninguém se importa com isso. As fronteiras serão fechadas em três semanas.
Matty nunca viu Líder tão triste!
Gosto da FORÇA que os dons assumem. Os olhos azuis do Líder, que podem ver além. O de Kira. O de Matty. E Vidente manda Matty até a sua comunidade antiga, para trazer Kira, uma adulta agora, que já cumpriu sua missão lá, mudou toda a comunidade, porque se ela não vir agora, jamais poderá vir e o Vidente nunca mais verá a filha. Matty aceita a missão prontamente, mas a Floresta está se tornando mais acirrada agora. Antes de partir, Matty conversa com Líder (é bonito como ele anseia por seu nome verdadeiro e como deseja que seja “Mensageiro”), e é tocante como eles conversam sobre os dons, como Líder explica o seu e diz que a primeira coisa que viu foi uma maçã. Me arrepiou todo! Também diz que sabe do dom de Matty, o aconselha a ter cuidado, e não usá-lo levianamente. Mas é bom quando ele toca os ombros de Matty e o transfere algo, como fazia com Gabe no primeiro livro, e Matty sente o dom em ação. Depois ele vê o Líder vendo além, vendo a Filha do Vidente, Kira, que Matty quer ir buscar de toda maneira… e diz que ela é muito bonita.
A Floresta está cada vez mais cerrada. O dom de Líder o mostrou isso. O dom de Kira também mostra, na tapeçaria mais rude agora. A Floresta de fato está mais cerrada agora, e mais assustadora. Hera venenosa onde antes não tinha nada. A raiz na qual Matty se sentou tantas vezes, agora quebrada. As copas unidas, jogando escuridão sobre ele. Apavorantes Alertas. Mas Matty caminha, motivado pelas suas memórias do tempo com Kira e com seus amigos, de quando levou Vidente para ver a filha… e ele chega, encontra Kira vestida de AZUL (!), no vestido e no laço do cabelo, e é um reencontro, depois de 2 anos, afetuoso. Os sorrisos, os abraços, as palavras carinhosas, repletas de pureza e beleza. E eu estava totalmente apreensivo, porque eu não sabia se Matty conseguiria voltar. A Floresta está MESMO cerrada. E apavorante.
Matty tem mais uma cena em que fala sobre dons, dessa vez com Kira. Ele corta o seu joelho para mostrá-lo a Kira, e diz que pode “consertar” sua perna, mas ela é determinada ao se recusar, ainda carinhosa, mas enfática – ela É daquela maneira e não quer ser outra pessoa. Então vemos o dom DELA em ação, bordando de olhos fechados, com a mão tremendo e brilhando, quase bordando sozinha… mais ou menos como o Líder vendo além. E quando termina, ela pede que ele olhe, e ele VÊ. A beleza e os detalhes de uma visão do futuro, no bordado, que desaparecem ao passo em que a tapeçaria vira uma passagem normal, embora ainda linda. Ali, Kira e Matty veem os dois entrando na floresta, o pai esperando do lado de lá, as pessoas se preparando para construir uma muralha que isolará o Vilarejo… Kira sabe que está na hora de ir, e está pronta. Matty pergunta se ela viu o rapaz de olhos azuis, e ela diz que não… mas o sentiu.
Wow.
Então começamos a sequência final do livro, arrebatador e angustiante. Kira deixa tudo para trás, fechando a porta para tudo isso, em uma expressão de melancolia e de determinação. Eles entram na Floresta, e Matty percebe imediatamente que ela está “mais cerrada”, como Líder disse. Ele está apreensivo, nunca esteve mais escuro ou mais hostil que agora. E o Líder vê a Floresta mudando, movendo-se e sabe que o pior ainda está por vir… ela se prepara para aniquilá-los. E, infelizmente, você realmente se questiona se Matty e Kira vão conseguir fazer a jornada, cada vez mais árdua e dolorosa. E cada vez você se convence mais de que NÃO. É uma agonia PROFUNDA ler o primeiro e o segundo dia deles na Floresta, que os ataca brutal e incessantemente! A tensão tomou conta de mim, fiquei apreensivo e nervoso, quase chorando.
A Floresta está fechada, escura e hostil.              Alertas ininterruptos são dados. No fim do dia, Kira está com os pés machucados, sangrando, e ela fala de como as raízes pareciam se estender para atacá-la, furá-la ou cortá-la. É terrível. No segundo dia, a Floresta empenha-se em atacar Matty, com a seiva corrosiva que deixa seus braços queimados, e uma dor lancinante que ele tenta esconder. Os caminhos estão difíceis, fechados, e eles precisam abrir caminho por cipós e raízes que nunca estiveram ali. E ainda o mau cheiro, cada vez mais forte, tentando sufocá-los, tornando a respiração cada vez mais difícil. Obstáculo atrás de obstáculo, como o riacho transformado em marrom escuro, repleto de insetos mortos boiando, e um súbito pântano que eles precisam atravessar amarrados em cipós, puxando um ao outro, sendo atacados por juncos afiados e insetos famintos.

“Na segunda tarde, Matty estava em agonia e sabia que ainda faltava um dia para o pior chegar. Envenenados pela seiva, os braços tinham inflamado e o pus escorria. O caminho fora quase todo engolido pela vegetação, os arbustos o arranhavam, raspando nas queimaduras infeccionadas, fazendo-o quase soluçar de dor”

A jornada é um HORROR PSICOLÓGICO profundo que nos atormenta. Os pés de Kira destruídos. Os braços de Matty. Um cipó cresce para agarrar o tornozelo de Matty e matá-lo como fez com o Cuidador de Rebanhos… Kira se senta para bordar, sem saber o que mais pode fazer, e conta a Matty que Líder está vindo para ajudar, determinado e forte… mas não é o suficiente. Ninguém mais consegue andar. Kira não tem condições de se levantar. Nem Matty. E Líder foi agarrado por cipós fortes que não o deixam sair. Eu comecei a pensar que todos os três fossem morrer, o que seria um horror tremendo e doloroso, até que Matty se lembre do seu poder, que Líder pede para que Kira o diga para usar… e ele não sabe no que usar, tudo está errado. Então Matty coloca as mãos no chão da Floresta, e eu prendi a respiração. Fui pego de surpresa e me doeu muito ler as últimas passagens. O suspense, o medo e a angústia crescentes culminam em uma das coisas mais belas e mais dolorosas da saga. Não esperava e chorei. QUE BELO. Que POÉTICO. E que profundamente TRISTE.
Lois Lowry narra de forma incrível o que não queríamos que acontecesse, mas entendemos a beleza da PAZ que Matty sentiu ao vê-lo caído lá embaixo, ver tudo voltando ao normal, ver Líder encontrando Kira… quando eu percebi o que estava para acontecer, li avidamente, incrédulo. Eu queria que Lois Lowry me dissesse, de alguma maneira, que aquilo era mentira e que o livro não podia terminar assim… mas a lamentação já podia ser ouvida, e a maneira como o Curandeiro estava em paz foi lindíssima. Dolorosa, mas linda. Quando aceitei isso, li com mais calma, apreciando cada momento, cada palavra, cada detalhe. Apreciando o trabalho e a missão do Curandeiro sendo finalizados, da melhor maneira possível, transmitindo uma última mensagem tocante e forte. Aquele final confere força e coragem ao livro, por mais que me doa lê-lo. Matty, o Curandeiro, estará para sempre em nossos corações, nos lembraremos dele com todo o carinho do mundo!
Mais um livro forte, tocante, denso e reflexivo de Lois Lowry.
Uma verdadeira OBRA-PRIMA!


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