Carinha de Anjo (2017) – Gustavo pede Cecília em casamento!

Olha aí o julgamento seletivo!

Eu passei a semana inteira dizendo a mim mesmo que “eu não escreveria sobre o que está acontecendo na novela agora”, mas resolvi estar aqui, de todo modo, para não perder o momento. Até porque sei que alguns leitores podem querer ler o que tenho a dizer sobre isso, mas já aviso: vocês possivelmente discordarão de mim. Acontece que eu pensei em não escrever porque continuo com muita raiva do Gustavo e condenando fortemente as suas ações. Ciúme e tristeza são uma coisa, mas hipocrisia e falta de respeito não podem ser encaradas levianamente. E é o que “Carinha de Anjo” vem fazendo, ao romantizar uma relação nada saudável que, sinceramente, me preocupa. A história da novela é antiga, e tudo o mais, mas eles poderiam ter atualizado, e me pareceu tão antiquado, preconceituoso e excessivamente machista.

Muito me preocupo mesmo.

Não acho que Gustavo mereça a Cecília, e há muito eu deixei de conseguir torcer por eles. Na verdade, desde que eles terminaram e o Gustavo julgou a Cecília a torto e a direito. Muito me incomoda que ele “possa” namorar a Veronica logo depois de “ficar solteiro”, mas acha um absurdo que a Cecília esteja com o Doutor André… que ela nem estava, por falar nisso! Quando “tudo veio à tona”, eu tive outra onda de incômodo. Julgaram a Veronica como se ela fosse a própria Adma Guerreiro ou algo assim, minha nossa! E o Gustavo nunca baixou a bola e largou aquela atitude extrema e desrespeitosa, e a prova disso é como foi até o André para perguntar a ele se ele e Cecília tinham algo. André foi sincero e muito mais respeitoso que o Gustavo… por que ele não perguntou diretamente a ela e por que não acreditou no que ela disse, hein?

Eu não sei se o perdoaria. Ele realmente pisou na bola e a humilhou.

[Olha aí porque eu pensei em não escrever esse texto, vem aí mais crítica:] Acho que a grande “transformação” da Cecília foi superestimada. Fez muito mais sentido na nossa versão original de “Carinha de Anjo”. Na nossa versão, Cecília deixou o convento vestindo-se mesmo como uma velhinha, com saias longas e suéteres sérios, e só mudou de verdade com a ajuda da nossa querida Tia Perucas (a mexicana, não a brasileira, que eu não consigo achar “querida”). A Cecília de 2017 já deixou o convento com muito estilo, usando saias mais curtas, mostrando os braços… e não tinha problema, por mim, desde que não viessem nesse negócio de “mudar seu modo de se vestir” agora. Ela já se vestia super bem e super linda, e as grandes “mudanças” eu não enxerguei. Aquela última roupa que ela provou, por exemplo, que era LINDINHA mesmo, mas não destoava muito do que ela já vinha usando…

Então foi muito estardalhaço pra pouca coisa.

E a roupa que ela usou no jantar com o Gustavo? Gostei não. Mas isso é pessoal.

A não ser pelo cabelo… o cabelo mudou de verdade. E eu gostei muito. Bia Arantes é linda, e o cabelo mais curto e ligeiramente mais claro lhe valorizou, porque a deixou um pouco menos pálida. Ela estava realmente LINDA. Mas o Gustavo seguia não merecendo ela… e quando ele a vê, e fala daquele jeito todo meloso e romântico, e diz que não vai passar nem um minuto mais sem ela, eu não acreditei. Eu não consegui sentir nenhuma sinceridade em suas palavras depois do modo como se portou nos últimos tempos. Não consegui sentir emoção tampouco. E a Cecília se prestar a isso é triste. O que mais me emocionou na cena, ao som daquela trilha sonora lindíssima, foi o Silvestre e a Francielle espiando e depois dançando juntos na cozinha… porque esses dois, sim! QUE PERSONAGENS FOFOS! Por eles eu consigo sentir, com eles eu me emociono.

Enfim…

Vou dizer uma coisa, por fim: é interessante como a beleza é um conceito subjetivo que também varia de acordo com o nosso sentimento pela pessoa! Carlo Porto continua sendo um homem lindo (tipo muito, MUITO, lindo!), mas eu não consigo mais sentir nada pelo seu sorriso, como na cena com Cecília… ela se prolonga eternamente pelo o que deve ser um momento romântico, em que eles seguram a mão um do outro sobre a mesa à luz de velas, e depois eles dançam juntos durante uma música toda, com sorrisos, com carinho e juntinhos. E se beijam. O que me incomoda é que o roteiro esteja enfatizando o machismo de Inácio (que é real!), mas ignorando completamente o outro tipo de machismo, que é o do Gustavo (igualmente real), como se não existisse… de todo modo, a semana acaba com um pedido de casamento, um “Sim Piririm” da Cecília e um Gustavo feliz.

E eu não pude nem me emocionar.

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