Doctor Who, 2017 Christmas Special – Twice Upon a Time
“Somehow,
something has gone very wrong with time”
Ansioso para
ver Jodie Whittaker no papel, mas definitivamente nem um pouco preparado para
me despedir de Peter Capaldi, esse foi um episódio EMOCIONANTE de “Doctor Who”. Em “Twice Upon a Time”, que também serve como último trabalho de Steven
Moffat como roteirista, a trama nos conduziu por momentos nostálgicos e
emotivos, unindo dois momentos deveras importantes de transformação para “Doctor
Who”. A primeira regeneração, há tanto tempo, que garantiu a longevidade da
série, e agora a regeneração na primeira Doctor mulher. Meu coração ainda está
pulsando de alegria e emoção, e ver Jenna Coleman de volta, minha “Garota
Impossível”, é algo que fez um sorriso se abrir em meu rosto, sorriso que eu
ainda não consegui apagar… por ter tanta coisa sobre o que comentar, vou dividir a postagem em duas.
Primeiro,
vamos falar sobre o episódio…
Twice Upon a Time
O começo do
episódio já É UM MÁXIMO. Com um “Previously on Doctor Who” que nos leva de
volta à história “The Tenth Planet”,
em 1966, 709 episódios atrás (!), vemos uma versão de “Doctor Who” em preto e branco, quando o Primeiro Doctor estava
para se regenerar, e então nós SOUBEMOS que isso só podia ser épico. É muito
bom ver, em cores, o cenário do Primeiro Doctor, brilhantemente interpretado
por David Bradley agora, e temos pouco de seus companions Ben e Polly, mas, de todo modo, é bom vê-los e saber do
quanto essa série vive e o quanto isso tudo significa…
“A long time ago, at the South Pole the
Doctor refused to regenerate…”
O Primeiro
Doctor. E o Décimo Segundo Doctor.
“…twice”
A química de
Peter Capaldi e David Bradley é IMEDIATA, e isso garante o espírito do
episódio, e a brilhante EMOÇÃO que acompanha “Twice Upon a Time”. Gosto de ver essa interação, gosto desse
Primeiro Doctor que ainda nunca se
regenerou. Gosto de como eles interagem e de como isso explicita as
maneiras como a série mudou entre 1963 e 2017, nesses 54 anos de história. Sabe
aquela cena já divulgado de como o Primeiro Doctor está horrorizado com a sua TARDIS? Aqui temos uma cena anterior, ainda
do lado de fora, em que o First comenta sobre como “as janelas parecem maiores”,
e o Twelfth dá uma divertida e brilhante explicação sobre como ela se expandiu:
“Todos esses anos de ‘maior do lado de
dentro’. Tente encolher sua barriga por tanto tempo!”
“Either we change and go on, or we die as we are...”
David Bradley
interpreta com perfeição um Primeiro Doctor mais rabugento, mas eu gosto de
como ele se assemelha ao Décimo Segundo em tantos pontos, ao passo em que se
afasta dele em tantos outros. O Twelfth é bem forte e sombrio ao falar sobre a regeneração, e isso ecoa o sentimento lá
do Primeiro Doctor, em 1966, quando ele se recusava a se regenerar no Polo Sul.
Ele fala sobre “querer viver e morrer como ele
mesmo”, e isso é doloroso. Mas o processo já começou, e eles precisam
seguir em frente… o Primeiro Doctor precisa se regenerar naquele lugar, ou então
as consequências seriam catastróficas… e ao dizer isso, o Twelfth percebe que alguma coisa mudou. Tudo está parado ao
seu redor, até a neve a meio caminho do chão. “Somehow, something
has gone very wrong with time”. O tempo está parado, por algum motivo.
“Timeline
error. There is a timeline error”
São nessas
circunstâncias que conhecemos o Capitão, interpretado por Mark Gatiss, em
Ypres, 1914, na Primeira Guerra Mundial, provavelmente prestes a morrer. Depois
de ver um ser de vidro, ele acaba lá no Polo Sul, diretamente entregue ao
Primeiro e Décimo Segundo Doctor, enquanto o roteiro segue ressaltando as
diferenças entre eles. Quando o Twelfth diz que “a Terra está protegida”, por
exemplo, e o First pergunta: “Protegida
por quem?” E as diferenças dentro
da TARDIS, toda mudada na época do Twelfth, deixando o First horrorizado. Ainda temos os comentários machistas do Primeiro, ao apresentar o
Doctor atual como sua “Enfermeira”, e dizendo que isso parece estranho, porque ele é um homem. É o
Primeiro sendo o Primeiro, e o Décimo Segundo envergonhado dos comentários,
como quando o Primeiro diz que “a Polly não está mais por ali, porque tudo tá
uma sujeira”, e o Peter pede: “Please,
stop saying things like that”.
Os tempos
mudaram. 1966 à
2017.
Depois dessa
BRILHANTE apresentação da “união” entre os dois Doctors, a TARDIS é sequestrada
e levada até a “Câmara dos Mortos”, onde ele é nomeado como “O Doctor da Guerra”.
É ali, também, que reencontramos Bill Potts, em uma cena forte e emotiva. O abraço do Doctor e de Bill foi BRILHANTE, mas ele
está bem ressabiado. Ela está absolutamente feliz,
porque não tinha certeza de que ele tinha sobrevivido,
e a sua alegria está estampada no rosto. O Twelfth, no entanto, sabe que Bill
Potts foi convertida em um Cyberman, e essa é a última infomação e memória que
ele tem dela, portanto acredita que ela é uma duplicata, e se incomoda, porque “Ninguém imita Bill Potts!” O roteiro é
intrigante, porque nós SABEMOS que Bill Potts sobreviveu, graças a Heather, mas
essa Bill Potts não sabe onde a Heather
está, por exemplo, e isso é alarmante.
E agora?
A grande força que providencia a trama do
episódio é curiosa:
“We are
what awaits at the end of every life. As every living soul dies, so we will
appear. We take from you what we need and return you to the moment of your
death. We are... Testimony”
Nesse ponto,
nós ainda não sabemos o quê eles
pegam das pessoas. Tudo o que sabemos é que eles visitam todo “moribundo” no
momento de sua morte, pegam algo dele e o devolvem ao seu fluxo temporal, para
que morram. De algum modo, isso me lembrou muito o fim dado a Clara Oswald! Na verdade, eu passei o episódio TODO
pensando em Clara, e esperando por ela. Mas não temos mais informações
sobre o “Testemunho”, e o Primeiro e o Décimo Segundo trabalham em equipe, cada
um usando o que tem de melhor. O 12º está focado na sua chave de fenda sônica,
por exemplo, enquanto o 1º o manda parar com esse barulho e OLHAR para a moça
de vidro que fala com eles… ela não foi
gerada por computador, não tem o rosto perfeitamente simétrico. Então, o
Doctor atual promete “detê-los”, enquanto o Primeiro Doctor lhe pergunta “quem
ele pensa que é”.
E o
Testemunho responde por ele:
“The Doctor
has walked in blood through all of time and space. The Doctor has many names. The
destroyer of the world... The Imp of the Pandorica, the Shadow of the Valeyard,
the Beast of Trenzalore, the Butcher of Skull Moon, the Last Tree of Garsennon,
the Destroyer of Skaro. He is the Doctor of War”
Podíamos passer
HORAS explorando só essa fala!
AMO a trilha
sonora clássica de “Doctor Who” usada
nesse momento, aquela mesma que foi usada em “The Day of the Doctor” quando as 13 versões do Doctor aparecem
para salvar Gallifrey, por exemplo – dessa vez, vemos também as versões antigas
do Doctor, e nosso coração pulsa nesse tipo de cena! Nostálgico, forte e ÉPICO.
Depois disso, deixando a TARDIS do 12º para trás, eles escapam até a Primeira
TARDIS, e eu devo dizer: EU AMO ESSA VERSÃO DA TARDIS. Com os negócios redondos
na parede, o fundo branco e aquilo tudo… aquilo
é tão claro, tão limpo. E temos mais uma cena, dessa vez na TARDIS do 1º,
de boa interação entre os Doctors, com a participação de Bill Potts, dessa vez.
Amo como o 12º está envergonhado de vários comentários, e de como Bill desafia
o Capitão e o Primeiro Doctor, e de como eles ficam chocados com alguns
comentários dela… é simplesmente
brilhante. A piada foi ótima.
Bem como a do
“What is browser history?”
Não é a
primeira vez…
E o que dizer
disso:
“If I hear
any more language like that from you, young lady, you're in for a jolly good
smacked bottom”
?
AH, COMO EU RI!
Os Doctors
vão até o Centro do Universo, até o maior
banco de dados do mundo, para entender o que é o Testemunho, e se eles
precisam ser detidos ou não. É ali que as coisas começam a ficar mais tensas, e eu amo a edição das
cenas, que mostra Bill em sua forma de
vidro, e ficamos tensos sem saber o
que ela realmente é, aproximando-se do Primeiro Doctor daquela maneira,
enquanto o Décimo Segundo vai até um “Bom Dalek”, nos levando de volta à oitava
temporada e ao segundo episódio estrelado por Peter Capaldi, ao lado de Jenna
Coleman: “Into the Dalek”. Naquela época,
miniaturizado e colocado dentro de um
Dalek, o Doctor fez mudanças nele que o ensinou a detestar Daleks. Desde então, aquele Dalek vem matando novos
Daleks, e agora o 12º precisa de sua ajuda. Enquanto isso, Bill abraça o
Primeiro Doctor, e lhe explica como ele é “MARAVILHOSO”.
Uma cena bonita.
Então o Bom
Dalek ajuda o Doctor a entender quem é o Testemunho.
Ano 5.000.000.012
(Doze?). Bill Potts é parte do Testemunho agora… e quem são eles?
“The
Testimony Foundation combines the resources of time travel, with the latest in
memory extraction techniques. The near-dead can be lifted momentarily from
their time streams, their memories duplicated, and then their physical selves
returned to the moment of their dissolution, without pain, distress or any
recall of the process. Now the dead can speak again. We can hear the testimony
of the past, and, channelled through our glass avatars, they can walk among us
again. This is Heaven on New Earth”
É uma ideia
muito bonita, que deixa o Doctor totalmente desconcertado.
“Oh, it's not an evil plan. I don't really know what to do when it isn't
an evil plan”. São
memórias andando entre nós em avatares de vidro, e essas memórias não deixam de
ser, em última instância, a pessoa em si. Então, no fim, É A BILL POTTS, e ela
quer saber “que história é essa de não se regenerar”. Mas antes que eles possam
discutir a respeito disso, de verdade, eles precisam corrigir o erro que
cometeram com o Capitão. O problema na linha temporal que o tirou de seu
momento da morte, em 1914, e o levou até os Doctors, foi causado por eles
mesmos, por essas duas vezes em que o Doctor tentou morrer, no mesmo lugar. E agora o Capitão não sente mais que
está preparado para a sua morte, como talvez estivera antes… e eles precisam ajudá-lo. Depois,
precisam se regenerar.
Os dois. Em 2º
e 13º Doctors.
Uma das cenas
MAIS LINDAS de “Doctor Who” quando as
duas TARDIS, os dois Doctors e o Testemunho levam o Capitão de volta à cratera
onde morreu. Ali, pouco antes de não se
lembrar mais de nada, ele pede que eles olhem por sua família, de tempos em
tempos. Seu nome? Capitão Archibald Hamish Lethbridge-Stewart. Um antepassado
do Brigadeiro Lethbridge-Stewart, fundador da UNIT, com quem o Doctor trabalhou
por tanto tempo em sua Terceira Encarnação. O legado do Doctor é imenso, e isso
está estampado nos olhos do Décimo Segundo. Então ele faz algo diferente. O tempo volta a correr, o Capitão está prestes a
morrer como deveria acontecer, até que Canções de Natal comecem a ser cantadas…
“Is this singing? Is that Christmas
Carols?” E a canção é cantada de ambos os lados da Guerra. Ninguém morre
naquele momento mais.
Uma Trégua de Natal.
QUE CENA MAIS LINDA! <3
“I adjusted
the time frame, only by a couple of hours, any other day it wouldn't make any
difference, but this is Christmas 1914, and a human miracle is about to happen.
The Christmas Armistice. It never happened again. Any war, anywhere... but for
one day, one Christmas, a very long time ago... everyone just put down their weapons,
and started to sing. Everybody just stopped. Everyone was just kind. Never
hurts, a couple fewer dead people on the battlefield”
“So that's
what it means to be a Doctor of War”
O 12º
ensinando o 1º o que ele viria a ser?
A diferença que ainda faria?
“The
universe generally fails to be a fairy tale... but that's where we come in!”
As despedidas
e regenerações comento na próxima postagem…
QUE EPISÓDIO!
<3
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