Lançado trailer de “Todo Dia”, baseado no livro de David Levithan!


David Levithan e essa profundidade de sempre! *-*
Um dos MELHORES LIVROS que eu li na vida está vindo para o cinema. Eu sou fascinado por David Levithan. Conheci o autor a partir de Will Grayson, Will Grayson, o livro que ele dividiu com John Green, e desde então passei a ler tudo o que podia do autor… e descobri que ele é um dos meus autores favoritos de todos os tempos. David Levithan tem um senso de humor peculiar e um tom sério para discutir temas complexos, e com uma propriedade e tanto. Ele sempre sabe muito bem do que está falando. Foi assim que me senti ao ler “Todo Dia”, e foi assim que me senti ao ler “Dois Garotos se Beijando”, meus dois livros favoritos do autor. E eu mal posso esperar para ver como será retratada a história de “A” no cinema, com todos os seus detalhes complexos, todos os seus questionamentos, todas as suas críticas e a sua sabedoria… é um material e tanto.
A “sinopse” do livro nos diz:

“Acordo. Imediatamente preciso descobrir quem sou. Não se trata apenas do corpo – de abrir os olhos e ver se a pele é clara ou escura, se meu cabelo é comprido ou curto, se sou gordo ou magro, garoto ou garota, se tenho ou não cicatrizes. O corpo é a coisa mais fácil à qual se ajustar quando se está acostumado a acordar em um corpo novo todas as manhãs. É a vida, o contexto do corpo, que pode ser difícil de entender”

Não é fácil adaptar “Todo Dia”, eu já digo isso. Primeiro porque, ao ler, nós conhecemos A profundamente. Ele é um ser que, a cada dia, acorda em um corpo diferente. Assim, ele precisa se adaptar a esse novo corpo e a essa nova vida, por um dia, até que seja hora de dormir e acordar em outro corpo. Assim eternamente. Assim, David Levithan, pelas inúmeras vozes de A, consegue empreender discussões filosóficas a respeito de sexualidade, religião, dependência química, problemas psicológicos e o que ele bem entender, sempre com muita força, e com muita precisão, pois fala através de uma pessoa e de todas elas. É um livro para se pensar. Profundamente impactante. E as coisas mudam para A no dia 5.994, quando ele acorda no corpo de Justin, o péssimo namorado de Rhiannon, e então ele quer tornar a vida dela melhor. Mas, para mim, isso é apenas parte da história.
Fui marcado particularmente pelo dia em que ele acorda num corpo que quer se drogar, e quando ele acorda no corpo de uma garota que quer se matar, e ele explica que isso não é uma questão de escolha. É biológico, e muito sério. A é mais inteligente que qualquer pessoa de sua idade, provavelmente porque já viveu mais que qualquer um. Suas experiências variam, sua vida se confunde com os milhares de vida que compartilhou com outras pessoas nesses mais de 6.000 dias.
A questão do gênero também é muito forte…

“Eu não pensava em mim como menino ou menina; nunca pensei. Só pensava em mim como menino ou menina por um dia. Como se trocasse de roupa”

E a minha fala FAVORITA no livro, na página 123, quando ele está no corpo de Hugo, e Hugo tem um namorado chamado Austin, e lhe encanta o fato de Austin andar na rua segurando a mão de Hugo, e os dois estão numa Parada Gay:

“Vamos até uma esquina onde algumas pessoas estão protestando contra a comemoração. Não entendo o porquê. É como protestar contra o fato de algumas pessoas serem ruivas. / Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero. Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio”

WOW. Sempre me atinge em cheio.
O livro é maravilhoso, e se eu seguir aqui, sinto que recriarei toda a minha postagem de quando li o livro, e postei em 2015 – você pode ler a minha review clicando aqui. David Levithan é um autor exemplar, e a cada livro que leio dele, minha admiração por sua escrita e por ele mesmo apenas cresce. Não sei ainda o que será do filme, e eu espero que eles consigam abranger toda essa profundidade, com vários atores interpretando A, e com a complexidade que é o fato de “Todo Dia” não ser, exatamente, a história de A com Rhiannon, mas a história de A e todas essas pessoas com quem compartilhou um corpo por um dia. São infinitas histórias a serem trazidas, a serem trabalhadas, e espero me emocionar no cinema como me emocionei em casa, lendo o livro.
Veja o trailer do filme:


Mas se você ainda não leu o livro, por favor, leia.
É uma leitura para TODA UMA VIDA! <3

Para ler a review do livro, clique aqui.


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