O Diário da Princesa, Volume IX – Princesa Mia


Mia precisa discursar em um baile de gala da Domina Rei, uma sociedade de elite, cheia de poderosas mulheres de negócios. O que diabos ela teria a dizer? Agora que Michael terminou com ela de vez, Mia não consegue sair da cama, sua melhor amiga a odeia e todas as suas roupas estão ficando apertadas. Para piorar, ela está sendo obrigada a ver um terapeuta, Lana Weinberger agora quer ser sua amiga, e Mia descobre o diário de uma antepassada, com revelações que podem mudar o destino da Genovia para sempre. Como uma princesa poderá resolver tantos problemas?

A Mia precisava passar por tudo isso para crescer como cresceu!
Não é que eu não seja romântico… não é. Se você me conhece um pouquinho que seja, mesmo que só de ler os meus textos no blog, você sabe: eu sou. Mas eu também não acredito que estamos fadados à infelicidade eterna ao perder um namorado aos 16 anos. Acho que Mia merece e precisa viver, e acho que se ela estiver suficientemente aberta às novas oportunidades que ela ganha na vida, ela pode aprender que o Michael foi, sim, importantíssimo em sua vida, mas não é necessariamente o seu amor para toda a vida. Com o risco de parecer a Tina: ela pode aprender a amar novamente. Mas, por outro lado, eu também acho que Meg Cabot consegue fazer um trabalho belíssimo de desenvolvimento. Ela tinha muita história para contar em Princesa Mia, talvez o livro mais denso da série até aqui, e ela pôde mostrar o quanto Mia é GRANDE sozinha. Ela não precisa de garoto nenhum para ser marcante.
Tanta coisa aconteceu nesse livro. E foi simplesmente INCRÍVEL.
Pela primeira vez em alguns volumes, Meg Cabot continua exatamente de onde ela parou: depois da partida de Michael para o Japão da maneira mais dramática possível, Mia está no teatro com J.P., assistindo à Bela e a Fera, e ela ainda precisa entender o que está acontecendo com ela. No começo, ela estava esperando o avião pousar no Japão para que ela recebesse uma notícia de Michael em resposta ao seu e-mail pedindo desculpas por tudo. Depois, ela começou a se lamentar pela maneira como Michael Moscovitz realmente não lhe mandava nenhuma notícia. Até que finalmente o telefonema fatídico chegou: eles conversaram, e ele disse que eles deveriam ser apenas amigos. Deviam ver outras pessoas. Você pode realmente culpar a Mia por ter caído em uma espécie de depressão, e passar dias seguidos enfiada embaixo das cobertas, no quarto, com seu pijama da Hello Kitty, vendo TV?
E, para constar: eu acho ERRADO que o Michael fique lhe mandando e-mails.
Afinal, ele tentar fazer isso é forçar a barra demais. Eu sei porque eu já passou por fins de relacionamento – não é impossível você se tornar amigo daquela pessoa com quem esteve tanto tempo. Não é. Mas também não é uma coisa imediata. Não é do tipo “acabamos hoje, será que podemos ser amigos?” Não. Depois de um tempo de amadurecimento da idéia e de distanciamento necessário, as coisas meio que se resolvem naturalmente… você percebe que pode conversar com essa pessoa e pode se tornar amigo dela. DEPOIS. Então, assim como eu venho dizendo que o Michael, embora sempre tenha parecido perfeito (e continua admiravelmente lindo), não é necessariamente ideal, eu retomo isso. Ele nos decepcionou de certa maneira, ele tratou a Mia de uma maneira que ela não merecia e, bem… ela pode ter sido meio louca, okay, mas ele não tem o direito de forçar a barra dessa maneira, e de deixá-la pior do que ela já está.
Assim, depois de alguns dias na cama, e quatro dias de escola perdidos, Helen Thermopolis resolve pegar pesado. Não deu certo Tina vir todo dia depois da escola para conversar com ela e lhe entregar os deveres de casa que estavam sendo perdidos. Nem mesmo chamar Grandmère resolveu. [!] Bem, e foi ali que Mia totalmente se comprometeu com a avó a fazer o tal discurso na Domina Rei, uma sociedade da qual a mãe de Lana Weinberger faz parte, e lhe convidou para fazer um discurso em um evento beneficente. Mas nada disso foi capaz de tirar a princesa da cama… então, vamos apelar para a força bruta. Eu achei perfeitamente hilário ver o pai dela forçando Lars a levá-la até a limunise carregada, ainda em seu pijama da Hello Kitty. E bem, ela conheceu o Dr. Loco, o seu terapeuta das próximas semanas, nessas condições.
Eu já disse que a Mia não deixou de comer carne?
Bem, então quando eu digo que a personagem de Mia cresceu, eu nem estou dizendo apenas emocionalmente. Mia ganhou uns quilos, ganhou uns centímetros, e peitos. Bem, Mia mudou meio que completamente, mas de uma boa maneira. Além de J.P. estar bastante presente (e eu não consigo não gostar dele, nem um pouco – EU AMO O J.P.!), outras pessoas ganham força em torno de Mia: sem Lilly como sua melhor amiga, Tina Hakim Baba retoma sua posição de melhor amiga, e surpresa-surpresa, LANA WEINBERGER SE TORNA AMIGA DE MIA! Elas não serão grandes melhores amigas nem nada assim, mas Lana realmente começa a ser legal com a Mia, e eu completamente acreditei em tudo. Afinal ela não estava sendo falsa – continuava meio superficial e tudo, mas ela tentava ajudar a Mia como podia, e até que ela foi bem legal. Mesmo! E a Lilly foi meio esnobe, meio imbecil e dane-se qualquer coisa, acho que ela NÃO FOI UMA BOA AMIGA.
E aquela coisa de “a Lilly sempre me abandonou nos piores momentos”? VERDADE.
“E daí ele [Boris] passou o resto do almoço ajudando a Lana com o dever de casa dela, enquanto a Tina passou o resto do almoço mostrando para a Trisha como ela maquia os olhos, e o J.P. passou o resto do almoço dando um sorriso afetado para o chili dele (sem milho)” – será que tudo bem eu gostar dessa amizade e apoiá-la?
Bem, além da depressão da qual Mia vai aprendendo a sair lentamente, e de toda a questão de ter J.P. completamente apaixonado por ela – ela ganhou a confirmação disso, ele disse isso a ela, e mesmo que ela não soubesse o que fazer, ele era fofo… e GOSTOSO! Por fim, ela se sentiu feliz por todo o apoio que ele SEMPRE deu a ela, e foi o primeiro momento em que ela se descreveu “feliz” no livro todo: ao vê-lo; eu gostei demais do “beijão” que ela deu nele, fez meu coração palpitar – ainda temos toda a questão do tal discurso na Domina Rei que a Grandmère julga tão importante. Claro que Grandmère pensa nela mesma e tudo o mais, mas isso levou Mia à uma descoberta bem interessante. Vasculhando os documentos reais antigos, em busca de alguma coisa interessante que Mia pudesse usar para escrever o seu discurso, eles se deparam com o diário antigo de Amelie Virginie, uma antepassada de Mia, com uma história bem interessante.
Amelie Virginie foi uma adolescente, Princesa da Genovia, que governou o país durante 12 dias, em 1669. Na verdade, ninguém lhe deu muito crédito, porque ela era apenas uma adolescente, e ela morreu muito jovem, assim como grande parte da população, por causa da Peste Negra. Desse modo, o déspota do seu tio, Francesco, ficou no cargo e se tornou o pior governante que a Genovia já teve. Mas ao ler o diário de Amelie (deve ser alguma coisa das Amelias), Mia Thermopolis se deu conta de uma história muito grandiosa e muito bonita… e ela realmente salvou muita gente ao fechar os portos e tudo o mais. E tentou realizar uma última ação que salvaria Genovia de um governo como o do seu tio. Mas não conseguiu levar adiante. Quando Mia resolve que é tempo de seguir em frente, de viver sua vida, de começar do zero, ela faz isso também tentando mudar os móveis do seu quarto de lugar… e é quando o retrato de Amelie Virginie cai no chão revelando a única via do documento tão importante que ela não conseguiu divulgar!
Quando Mia vê o que está ali dentro, ela vê que TUDO vai mudar PARA SEMPRE. Porque ela redigiu um documento que transformava Genovia de uma Monarquia Absolutista em uma Monarquia Parlamentarista, com um governante eleito pelo povo. Mas quando ela leva isso a conhecimento do pai e de Grandmère, o que eles fazem? ABSOLUTAMENTE NADA. Eu acho interessante que eles não façam nada, porque é a chance de Mia de provar que ela não precisa dos outros… de provar que embora ela tenha passado a maior parte de sua vida não fazendo nada em relação às coisas horríveis que faziam com ela ou às coisas com as quais não concordava, ela estava crescendo e sabendo tomar uma atitude digna de Princesa. Ela foi completamente CORAJOSA. Mesmo que Grandmère tenha desmaiado. Mesmo que o pai dela tenha passado 30 minutos gritando com ela e se dizendo decepcionado: ela revelou o fato do documento de Amelie Virginie no discurso da Domina Rei.
E foi perfeitamente EMOCIONANTE. A matéria na mídia fez meus olhos se encherem!
Então sim, Mia sofreu com todo o fim do seu relacionamento com Michael Moscovitz, e o fato de a Lilly não ser mais sua amiga e criar um site maldoso para ela, mas isso só provou que ela pode ser bem mais que isso. Isso lhe provou que ela não precisa que os outros façam nada por ela, e que a personagem é realmente bem mais interessante quando ela pode caminhar sozinha. Quando ela pode mostrar força de verdade por ela mesma. Ainda que eu tenha ficado bem encantado com toda a história com J.P., com a maneira como ele a trata, e com o jeito que ela se jogou em seus braços no final do livro, se abrindo novamente para o amor, e provando que existem outras possibilidades… que ela pode começar do zero e pode ser feliz. Se ela pode ser amiga de ninguém menos do que Lana Weinberger, eu acho que ela definitivamente pode ser completamente feliz com J.P. Afinal, talvez ele ainda seja um namorado melhor para ela!
Que venha o último livro!

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P.S.: Nem falei de referência nenhuma nesse texto, mas eu surtei um pouquinho com a maratona de Drew Barrymore de Tina e Mia. Nem pela Drew, mas por DONNIE DARKO. Sério, esse é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos – eu adorei que Meg tenha se lembrado dele! Que tenha resolvido “dar uma nota alta pelo Jake”, e que Tina tenha comentado que seus pais não lhe deixam ver Brokeback Mountain. Enfim, vale a menção!

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