O Diário da Princesa, Volume X – Princesa Para Sempre


Finalmente Mia chegou ao último ano do ensino médio. Agora, é entregar seu trabalho final – um livro romântico que ninguém sabe que ela escreveu –, escolher em qual universidade ela vai estudar – embora todos achem que ela não passou em nenhuma –, e decidir qual será seu futuro com o perfeito J.P. Mas, quando Michael volta a Nova York de vez, a princesa acaba em um dilema. Será que ficar com o namorado atual, a quem sua avó maluca aprova, seria a escolha certa, agora que o ex está de volta, e mais charmoso do que nunca? No último volume da série, Mia tem ainda mais problemas para resolver. Mas, como de costume, nada é fácil para ela. Será que a nossa princesa vai conseguir o seu “felizes para sempre”?

Quando a Mia virou uma menina ferina e sarcástica, prestes a ir para a faculdade?
Ah, sim, vale lembrar que, na verdade, quase dois anos se passaram entre o nono e o décimo livro do Diário da Princesa – e isso pode ser explicado de uma maneira bem simples: para impedir que ela pensasse demais em outras coisas, o Dr. L sugeriu que ela escrevesse um livro; e ela passou quase dois anos escrevendo Liberte o meu coração, praticamente não pensando em mais nada. Nem atualizando seu diário. Foi tempo suficiente para muita coisa mudar. Eu acho que nesse vão entre o livro nove e o livro dez, tanta coisa aconteceu quanto em todo o restante da série, ou quase. Michael passou DOIS ANOS INTEIROS fora, o que para mim quer dizer alguma coisa, e Mia estava supostamente em um relacionamento bom com J.P. há quase o mesmo tempo! [Embora eles estivessem tendo problemas] Em quase dois anos sem ela e a Lilly terem uma boa relação… Mia realmente levou adiante aquela amizade inusitada com Lana, e não é que foi uma amizade muito bacana no fim das contas?
Bem, a Mia mudou. Cresceu. 18 anos. Ferina e sarcástica.
E quanto ao seu relacionamento com J.P.… bem, eu devo dizer que foi bastante problemático. Eu não sei bem o que aconteceu, mas não dava realmente para torcer por ele durante esse livro. Você se lembra que eu sempre militei por seu relacionamento com Mia, que eles mereciam uma chance, mas a impressão ao ler Princesa Para Sempre era a de que Meg Cabot estava completamente descaracterizando o personagem. Se antes existia um J.P. fofo e atencioso, super apaixonante, o que apareceu nesse décimo livro foi uma versão dele bem menos perfeita – mas a autora precisou fazer isso com ele, mudá-lo como ela mudou Mia, para que não fizesse sentido que eles ficassem juntos. Porque Meg Cabot não gosta de J.P. dessa maneira. Ela gosta do Michael. Então o J.P. precisava ser indiferente, rir de momentos que não eram engraçados, menosprezar o trabalho de 21 meses de Mia por ser “um livro romântico”, e se recusar a encontrá-la no Applebee’s mesmo que ela tão nitidamente diga que precisa dele.
O que não me parece que ele faria antes.
O livro começa com um pequeno choque… eu demorei várias horas de leitura para poder me habituar que aquilo nas minhas mãos ainda era O Diário da Princesa – o que me faz pensar o quão diferente será ler o Royal Wedding –, por causa de todas as diferenças. No começo, Mia está dando entrevista sobre sua cerimônia de formatura que vai ser no Central Park, recebendo cartas de aceitação em todas as faculdades nas quais se inscreveu, e sendo rejeitada por todas as editoras às quais mandou seu livro, sob o pseudônimo de Daphne Delacroix. Então o primeiro impacto é esse: Mia está em relacionamento nada bom com J.P., ela está grande e não se parece mais com aquela menina que nós conhecemos, quatro anos mais nova, que odiava ser princesa ou as aulas de princesa, que era tão insegura de si e tinha uma aparência que não era a mais bonita… os bilhetinhos de escola foram quase que completamente substituídos por celulares, e as referências ficaram bem mais recentes, incluindo coisas como High School Musical e Hannah Montana, por exemplo.
Tudo começa a virar na vida ilusoriamente perfeita de Mia quando Michael retorna do Japão. Tudo podia estar indo bem… ela só tinha que escolher em que faculdade ia estudar, estaria formada e fora da Albert Einstein High School em 10 dias, sem mais aulas de princesa e sem mais terapia com o Dr. Loco. Mas o Michael estar de volta do Japão mexe completamente com Mia… ele está ainda muito mais bonito e gostoso do que ele estava quando foi embora, continua querido e maravilhoso, e com aquele cheiro capaz de virar a cabeça de Mia completamente. Embora isso tenha, enfim, uma explicação genética! E Mia sabe que ela não podia fazer nada em relação a isso, afinal supostamente ela estava feliz com J.P. Aham, sei. Enquanto Lilly namora o Kenny – quer dizer, Kenneth –, Tina continua absolutamente feliz com Boris e Lana continua transando com qualquer um, Mia reencontra o amor de sua vida…
E então ela precisa sair do relacionamento péssimo no qual se envolveu. Ao passo em que Michael dá tanta força em relação ao livro de Mia, e J.P. não se preocupa nem ao menos em lê-lo, as coisas vão mudando gradativamente de figura. Michael e Mia têm alguns encontros formais – mas devo dizer que o Michael não é nada sutil em demonstrar seu interesse pela princesa, ainda apaixonado –, como o agradecimento pelo braço cirúrgico que ele doou para a Genovia, mas são situações nas quais Mia não consegue realmente se controlar. E, em uma delas, eles estão em um passeio de charrete [romântico] no Central Park, se beijando loucamente por quase 20 quarteirões! Ou sei lá quantos, Mia é ruim em matemática. E com uma peça chata escrita por J.P. sobre a história dos dois, bem desfigurada, as coisas chegam a um ápice no Baile de Formatura, quando Mia se dá conta que não pode continuar fazendo nada disso. Ela se dá conta quem é o J.P. na realidade, com uma pequena ajudinha de Lilly Moscovitz, claro, e que ele tem mentido para ela e sido um tremendo falso desde o começo.
Eu ri sempre com “A Mentira Enorme Número # de Mia Thermopolis”…
…mas isso era só uma astuta introdução a “A Mentira Enorme Número # de J.P. Reynolds-Abernarthy IV”
Curiosamente, Liberte seu coração não me despertou o mínimo interesse na leitura. Eu não sei se Meg Cabot realmente o publicou com as passagens que ela colocou aqui nessa exata maneira – acho que foi uma maneira bem astuta de divulgar um próximo livro, que deve ter vendido horrores, mas não pareceu funcionar para mim. Não tive curiosidade de ler o livro todo. Talvez eu não seja assim tão parecido com a Mia, no fim das contas. Mas acho que foi um mecanismo importante e bacana para representar os sentimentos que Mia guardava por Michael, mesmo enquanto devia negá-lo, ou então o que estava realmente acontecendo naquele momento… como a maneira como, depois de Lilly ter se mostrado ser uma amiga excelente desde sempre, Michael encontrou Mia logo após ela ter terminado com J.P., dispensou Lars e os dois foram para o loft de Michael… sugestivamente, Finnula e Hugo têm uma ardente noite de prazer logo após isso!
“Ah, oi, Mia, como foi o boliche 24 horas?”
Particularmente, foi uma bela finalização para a série O Diário da Princesa. Mas embora tenhamos tido essa questão toda de faculdade e “onde eu vou estudar ano que vem?”, também tivemos Mia conseguindo publicar seu livro, depois de tanta dor de cabeça e tantas rejeições, e a finalização de um ciclo. Terapia, aulas de princesa, escola. Achei uma bonita reflexão aquela dela limpando o armário, sobre como o ensino médio é um saco, e é bom que ela esteja indo embora, mas, de alguma maneira, ela vai sentir saudades. Acho que são os amigos que vão para lugares diferentes, acho que são as histórias que aqueles lugares guardaram durante 4 anos. Achei uma cerimônia de formatura muito bonita, com todos felizes, dançando – e o que Mia fez por Lana no fim das contas, com o pônei e tudo o mais, FOI INCRIVELMENTE LINDO. Quanto à Lilly? É bom tê-la de volta. E também me deixa feliz que o pai de Mia esteja, talvez, reencontrando o amor em sua vida, e tenha vencido as eleições para Primeiro-Ministro da Genovia. Foi um belo final. Com diversão e ironia, com bastante romance, e uma boa finalização às histórias…
Uma saga do crescimento de Mia Thermopolis. Incrivelmente escrita!
Ela ganhou seu felizes para sempre. Mas eu vou sentir saudades desses personagens!

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