Fala Sério, Mãe! (2017)


Histórias de mãe e filhos!
COMO EU AMO ESSE TIPO DE FILME! Eu gosto dos trabalhos derivados dos livros de Thalita Rebouças, embora não tenha lido nenhuma obra direta da autora. Em 2013, eu assisti à divertida adaptação de Tudo Por um Popstar, no teatro, e mal posso esperar pela adaptação cinematográfica prevista para o próximo ano, com Maísa Silva, Klara Castanho e Mel Maia como as protagonistas. Em 2016, tivemos É Fada!, com Klara Castanho e Kéfera, também baseado em um livro de Thalita Rebouças. Eu sempre me divirto, sempre saio do cinema feliz, e as mensagens da autora são ótimas e acessíveis. Dessa vez, a experiência foi um pouco mais forte. “Fala Sério, Mãe!” é protagonizado por Ingrid Guimarães (que sempre ARRASA, amo ela!) e Larissa Manoela (que tem uma atuação impecável), e fala sobre uma bela, e às vezes complicada, relação de mãe e filha.
Assisti ao filme com a minha mãe. Vamos ao cinema juntos semanalmente (às vezes mais de uma vez na semana), e sempre temos os momentos mais bonitos juntos. TE AMO, MÃE! Rimos, choramos, discutimos… minha mãe é uma super mãezona, tipo a Ângela Cristina, e nós nos reconhecemos muito ao longo do filme. Além de termos nos divertido demais (gente, COMO EU RI!), nós também nos emocionamos e choramos muito. O filme nos faz lembrar de momentos reais de nossas vidas, bons e ruins… a composição da trama é uma série de eventos. Vários pequenos momentos de nossas vidas, enquanto crescemos ao lado de nossas mães, e por isso “Fala Sério, Mãe!” está repleto de histórias do nosso dia-a-dia que realmente vivemos com nossas mãezonas. Dos mais vergonhosos e divertidos aos tristonhos e marcantes. E essa é a grande força do filme.
Devo dizer, sobre o filme: EU AMO A INGRID GUIMARÃES. É tê-la no elenco que eu já quero assistir ao filme, garantia de diversão na certa. Estava completamente certo. Ela é a grande estrela da primeira parte todinha do filme, e é um máximo vê-la cuidar da filha, enquanto Malu cresce. Cenas marcantes como a amamentação, como fazê-la dormir, o primeiro dia de escola, a aula de ballet (“Posso fazer judô?”), a cena sobre o cachorro-quente no parquinho (!), a festa do pijama, o pum no elevador (“Vou ser para sempre a Peidorreira do Elevador”), ou quando a mãe dança com a filha em uma festa, “antes que não possa mais”. Momentos mágicos e verdadeiros, que nos divertem e nos emocionam. Às vezes superprotetora, mas sempre, sem falta, totalmente amorosa. E me emocionei muito com a cena que Malu está com febre, e Ângela Cristina entra embaixo do chuveiro gelado com a filha, segurando-a no colo.
As coisas que nossas mães fazem por nós.
Então Malu cresce, essa fase passa… de todo modo, eu acho que a relação da Malu com sua mãe é incrivelmente bela, de pura parceria. Isso está evidente na maneira como ela é sincera, por exemplo, e sempre lhe conta as coisas, como o seu primeiro beijo, assim que acontece, ou aquela brilhante cena da tempestade, uma de minhas favoritas… é logo que Larissa Manoela assume o papel de Malu, e o momento é tão engraçado (quando ela comenta da boca da mãe!) e tão fofo ao mesmo tempo. As duas se protegem, se unem no apartamento sem luz, enquanto raios caem, e acabam sentadas no chão da cozinha, comendo um pote de sorvete. Momentos que ficam guardados em nossas memórias para sempre. Foi a segunda grande emoção que o filme me proporcionou, e eu sabia que ainda teríamos muita coisa emocionante antes do fim do filme.
A relação das duas é incrivelmente bonita. No início, eu não percebi muito o que Malu queria dizer quando fala da “inversão de papéis”, e como nos tornamos “mãe de nossas mães”. Mas é a verdade, e o ciclo da vida. Não quando Ângela Cristina pede licença para entrar no quarto da filha e pedir desculpas (ela estava fofíssima nessa cena!), mas mais em cenas em que Malu realmente protege a mãe. Quando fecha o Facebook porque a mãe está vendo o pai fazer viagens caras com sua nova esposa, todo rico e feliz, e coloca uma música para elas dançarem juntas. Para distraí-la, para deixá-la feliz. Totalmente altruísta. Ou, A MELHOR DE TODAS AS CENAS, quando Malu dispensa Nando porque “a mãe está muito mal” e “ela não podia pensar em mais nada”. Então, com a mãe bêbada e se sentindo mal, Malu cuida dela, entra embaixo do chuveiro gelado com ela, abraçando-a e protegendo-a.
Exatamente como a mãe fez no passado.
AQUILO ME ARREPIOU, E EU CHOREI DEMAIS.
São momentos como esse que tornam o filme mágico e marcante. Belíssimo. Claro que também temos momentos divertidos. Hilários, na verdade. Como a cena com Paulo Gustavo no mercado (mas se não fosse pelo fiasco da mãe, ela nunca teria coragem de tirar aquela foto), ou aquele “É número dois?!” na porta do banheiro, quando o Nando está esperando no telefone (COMO EU RI DESSA CENA! “Êta! O que você comeu, Maria de Lourdes?” / “Diz que eu morri”), ou os brilhantes conselhos no ônibus para a primeira viagem sozinha de Malu… deixar o tênis para fora, porque ninguém é obrigado a sentir o seu chulé, lavar a calcinha, pendurar e só colocar de volta depois de seca e, em nome de todas as mães do Brasil, um pedido: “Não cheirem maconha”. O filme dosa muito bem a BRILHANTE comédia (acho que há muito tempo eu não ria TANTO com um filme) com a emoção.
Por mim, eu ficaria aqui por muito tempo, falando de cada cena e cada detalhe. De cada risada verdadeira e gostosa, de cada lágrima derramada. Momentos como quando Malu procura um emprego para ajudar a mãe, ou quando conta que não é mais virgem, ou quando a leva para o show do Fábio Jr., e as duas se divertem juntas, e Malu diz que “nunca viu a mãe tão feliz”. Ou o doloroso final, quando Malu anuncia que vai morar em Londres, porque conseguiu uma bolsa de estudos, e é difícil para Ângela Cristina, seria mesmo, mas Malu está construindo a sua vida, sozinha de agora em diante. É o ciclo da vida, e por mais que doa, eventualmente as mães precisam deixar os seus filhos “voarem”. Abracei minha mãe, chorei demais, e acompanhamos a despedida das duas, a música gravada “para a melhor mãe do mundo”, e o ciclo, enfim, se fechando.
Um filme belíssimo. Divertido, emocionante. Mágico. Real.
<3

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