This is Us 2x11 – The Fifth Wheel
“Plus, I'll
give our kids something to talk about in therapy one day”
Um dos
episódios mais FORTES de “This is Us”.
Chorei e me emocionei com o quão sincero esse episódio soou. Enquanto
acompanhamos uma viagem de férias no passado e uma sessão de terapia em grupo
no presente, para a “reabilitação de Kevin”, percebemos o quanto os Pearsons não são uma família perfeita. Quiçá não
exista uma família perfeita. Assim, o episódio foi uma desconstrução de uma ilusão que, talvez, criamos, e verdades são
ditas da forma mais dolorosa possível, cada fala memorável como um golpe
tremendo que nos marca e nos machuca, em um roteiro incrivelmente bem escrito.
Tocante, sincero e forte, “The Fifth
Wheel” nos apresenta os personagens despidos de qualquer máscara: são eles
como realmente são, dizendo o que realmente pensam, e se abrindo sobre as suas
feridas do presente e do passado.
Ouch.
Talvez, no
início, não soubéssemos o quão longe iríamos. Quando chegamos na reabilitação
do Kevin e ele é uma estrela por lá,
aparentemente muito bem. Mas, claro, só
“aparentemente”. Era visivelmente FALSO. Mas ainda seguramos. A terapeuta de Kevin escolheu que
ele conversasse apenas com seus irmãos e sua mãe (“Oh, actually, Kevin, I was thinking that it might be better for our
first session to meet just your immediate family. So, just your siblings and
your mom and not the others” “‘The Others’. What are we on, Lost?”) e, assim, Beth, Toby e Miguel foram
dispensados, ironicamente acabando em um ar, onde acabaram falando sobre eles e
sobre as suas vidas, sobre o quão “perfeito” Jack era, de como “é um santo que
nunca conhecerão”, e sobre a “no-fly zone” dos Pearsons, assuntos sobre os quais nunca podem conversar.
O momento era
de tocar em feridas, era de retornar ao passado e dizer como Kevin realmente se sentia, sua vida toda.
Porque vemos, pelo próprio roteiro, como havia coisas acontecendo no passado.
Randall estava começando a usar óculos, a família (especialmente Rebecca)
preocupada com as piadas que podiam surgir… Kate estava se tornando obcecada por comida, e enquanto Rebecca
se preocupava, Jack teve uma cena tocante e triste com a filha, que termina em
um “I won't eat more sweets. I just don't
want to play”, mas ele ainda não consegue não levá-la à sorveteria. É DOLOROSO. Mas se tudo era tão evidente, ninguém parecia prestar a
devida atenção ao Kevin, que era o “menos amado” e o mais excluído da família,
e fazia o que fazia (como jogar a bola no Randall enquanto o chamava de “quatro
olhos”) para chamar atenção.
Então Kevin
se abre, na terapia:
“I guess,
my entire childhood, I always felt like I came in second to you two. With Mom
and Dad. You know, like I was a... like, fifth wheel of the family. Well, Kate,
it's just, you had Dad. Right? You had Dad, and-and, Randall, you had Mom; you
two were like two peas in a pod”
Assim, tudo começa. Com Kate e Rebecca tentando
interferir, mas sendo interrompidas, Kevin fala sobre como se sente. E enquanto ele fala, as lágrimas vêm à tona. Kate
chora copiosamente, Rebeca em silêncio, e Randall está estático, como que em
choque. E eu devo dizer que sim, eu questionei muito aquela terapeuta. Eu não
entendo disso, eu não acho que o que ela tenha feito, no fim das contas, tenha
sido ruim, porque abriu as portas para verdades e relações mais sinceras entre
eles… o fim do episódio foi tocante, mesmo com toda a explosão no meio, mas,
durante, eu confesso que fiquei com raiva. Como quando Kevin diz que “eles são
uma família de viciados” e ela pergunta a Rebeca se ela, alguma vez, sentou e
conversou com os seus filhos sobre o problema de alcoolismo com o pai, e eu
aplaudo a resposta da Rebeca, lindíssima:
“Uh, my-my
children lost their father when they were 17. They didn't have their father at
their high school graduation. Randall didn't have his father when his children
were born. Kate will not have her father at her wedding. So they had 17 years
of memories, and that's it. There won't be any new ones for the rest of their
lives. So... no. No, I did not sit them down and color their memories of their
father by talking about the one part of him that wasn't perfect. And you really
do a disservice by calling my husband an addict, because he was so much more
than that”
Para mim, era
quase um “drop the mic”, ela tinha
vencido. Mas não é uma competição. E o fato de a terapeuta chamar a atenção
para o detalhe de Rebeca ter usado exemplos de Randall e de Kate, mas não de
Kevin, para como foram suas vidas sem o pai me
doeu profundamente. Eu SOFRI DE VERDADE assistindo a esse episódio.
Fortemente. Mas eu gostei de como todos disseram o que pensavam. De como
Randall desistiu de controlar-se e também colocou para fora seus sentimentos,
falando sobre a infância “turbulenta” do irmão, e meio que o desmentiu… menosprezou seu sentimento. Mas eu acho
que o Randall PRECISAVA dizer aquelas coisas, o Kevin precisava escutá-las! E ele termina com aquele poderoso “You know what else you're not? You're not
an addict. Okay? The only thing that you're addicted to is attention”.
Wow!
Então eles
pegam pesado. Kevin se volta contra Randall (“Why do you think your daughter was hiding in my car?”), Randall
tenta sair, e Rebeca o segue, e então Kevin se volta contra a mãe (“All your children you love equally, right?”),
sarcástico, e diz que ela não consegue listar uma única coisa, um único momento
entre eles, só eles. Foi doloroso,
SOFRIDO, e Rebeca finalmente falou
sobre o seu “favoritismo” por Randall, nesses termos: “No, he was just easier! He was easier and he didn't recoil
when I touched him. And he wasn't some sullen teenager who was angry at me for
no reason and he didn't... abandon me and move away after his father died”. CHEGOU A ARREPIAR. Ali,
todos estavam em um choque tão profundo que a “terapia” chegou ao fim… não havia mais nada que pudesse ser dito de
forma saudável dali para a frente. Nem até ali, tampouco.
Mas as coisas
foram ditas.
E isso abriu
portas para um relacionamento diferente
entre eles, quem sabe até mais sincero. Eles não são uma família perfeita, o que não quer dizer que não se amem.
Foi linda a cena de Kevin, Kate e Randall na beira do lago, sentados juntos, conversando. Kate fala sobre como os
ama, Randall fala sobre como as pessoas veem a vida sob lentes diferentes, de
forma tão sensível e poética… e então eles acabam rindo, rindo de coisas como
“Rebeca ter um favorito” e coisas assim. Um
momento leve e sincero entre eles. Por fim, Rebeca não consegue ir embora
sem conversar com Kevin (“I never worried
about you. Because I didn't think that I had to. But
now I realize that I was wrong”), e enquanto os dois se acertam, e desejam
que existam momentos entre eles no passado, vemos o belíssimo momento na
cabana, quando Rebeca deitou-se no chão ao lado do filho, para acompanhá-lo.
Um lindo
momento só entre eles.
E EU CHOREI.
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