Voldemort: A Origem do Herdeiro (Voldemort: Origins of the Heir, 2018)
“Enemies of
the Heir… beware”
Um filme
feito por fãs para fãs, e que é admirável. De qualquer modo, oficialmente ou
não, é uma delícia entrar no mundo que J.
K. Rowling criou, estar novamente nos corredores de Hogwarts, falando sobre
Quadribol, vendo a Sala Precisa funcionando como uma biblioteca lindíssima onde
os Herdeiros dos Fundadores de Hogwarts podem se encontrar para reuniões que
almejam “tornar o mundo um lugar melhor”. O universo está ali, reconhecível.
Gostei muito do trabalho e do visual do filme. Cenários e figurinos bonitos,
alguns efeitos especiais realmente bons, e um deleite visual… gostei muito dos
feitiços, dos novos métodos de aparatação
e daquela luta inicial de Grisha McLaggen, além de Tom Riddle/Lord Voldemort
arrumando as suas malas… são poucos personagens, distribuídos em 52 minutos que
mostram Voldemort em busca dos objetos que se tornariam suas Horcruxes.
Passa que você nem vê!
A origem de
Lord Voldemort, começando como Tom Riddle, um aluno de Hogwarts. A primeira
Horcrux que vemos, ainda muito antes de ela se tornar uma Horcrux de fato, é o
DIÁRIO DE TOM RIDDLE, em que Tom escreve quando na escola, enquanto conversa
com Grisha McLaggen e diz que “quadribol é uma estupidez”. Grisha diz que
talvez seja sua parte trouxa que ache
isso uma estupidez, e ele revida furiosamente: “I am not a muggle. I have none of their dirty blood. I
am the best student Hogwarts has ever seen. And one day, I'll be the most powerful
wizard in the history of time”. É uma introdução interessante
para o próprio personagem de Tom Riddle e o seu desprezo por trouxas, embora
carregue sangue trouxa ele mesmo. E Grisha McLaggen deveria ter notado, ainda
naquela época, que eles não podiam confiar
em “Tom” como confiavam!
A história se
divide entre dois tempos. Uma mais tarde, com Grisha McLaggen buscando algo
entre os aurores soviéticos, acabando presa pelo General Makarov e interrogada
sob o efeito de Veritasserum. Ela estava
em busca do diário que pertencera a Tom Marvolo Riddle. A outra parte da
história está no passado, nos anos e acontecimentos que os levaram até aquele
momento, em uma série de flashbacks. Makarov
quer saber sobre o assassinato de Hepzibah Smith e entender qual é a relação
disso com Tom Riddle ou a história que McLaggen está contando, mas ela o faz
lentamente. Retorna aos tempos de Hogwarts, quando os quatro eram amigos. Tom Riddle. Grisha McLaggen. Wiglaf
Sigurdsson. Lazarus Smith. Os quatro
herdeiros dos fundadores de Hogwarts. Slytherin, Gryffindor, Ravenclaw e
Hufflepuff, respectivamente. E isso tem
tudo a ver.
Para mim, é
uma das melhores sequências do filme. Porque estamos nos tempos de Hogwarts,
estamos com as vestes de cada casa, e os Herdeiros, assim nominados por eles
mesmos, acreditam que podem tornar o
mundo um lugar melhor ou algo assim. A descendência, segundo Grisha
McLaggen, não pode ser encontrada oficialmente, é um segredo guardado e passado
de geração a geração, culminando em crianças sonhadoras, achando que podem
fazer toda a diferença no mundo… mas não
podem. A reunião na Sala Precisa fala sobre as relíquias sagradas de cada
casa, desaparecidas (o medalhão, a espada, o diadema e a taça), e culmina em um
duelo de Lazarus Smith contra Tom Riddle, e o menino, um lufano fofo, só estava
tentando impressionar Grisha… mas Tom já era macabro, não confiável, e acabou o ferindo quando Lazarus realmente
lutou com força.
Ali, algo se
quebrou entre todos eles. Lazarus Smith quebrou o braço, Wiglaf entrou em
defesa do amigo, contra Tom Riddle, e eles se partiram definitivamente. “That was the end of everything. More or
less”. E estamos chegando no assassinato de Hepzibah Smith, tia de Lazarus Smith, assassinada,
supostamente, pela sua elfo doméstico. Depois do fim de Hogwarts, Tom foi
trabalhar na Borgin & Burkes antes de desaparecer,
enquanto Lazarus Smith foi o único a conseguir encontrar a relíquia de sua
casa: A TAÇA DE HELGA HUFFLEPUFF. Como ele sentia uma força das trevas
perseguindo-o, ele deixou a Taça guardada com sua tia, e foi quando Tom Riddle
a pegou, matou a tia de Lazarus, depois que ele mesmo já tinha sido morto, e
colocou a culpa em Hockey, a elfo doméstico. Numa hora dessas, eu já estava
EXTASIADO. Amando juntar os pedacinhos…
E foi
brilhante VER acontecer.
Estamos em um
novo flashback. Tom Riddle e Hepzibah Smith. Era uma
característica de Tom que ele fosse, de certo modo, sedutor. Que ele envolvesse, passasse confiança, encantasse e conquistasse as pessoas ao seu
redor. Nessa perspectiva, Hepzibah Smith lhe mostrou com orgulho a Taça de
Hufflepuff, que Lazarus lhe trouxera… trabalhar na Borgin & Burkes era parte do plano de Tom, porque a bruxa
era uma cliente regular, e uma lufana. A tensão da expressão de prazer no rosto
de Tom ao ver a Taça é palpável… o perigo
em seu olhar. QUE CENA INCRÍVEL! Mas fica ainda mais marcante quando
Hepzibah lhe mostra o Medalhão de Slytherin, com aquela trilha impressionante,
os efeitos e a expressão do Tom se transformando enquanto os olhos ficam
vermelhos e como de cobra. O momento em
que ele tem o medalhão nas mãos…
“Merope Gaunt, Heir of Salazar Slythering, Mother of Tom Riddle”
O medalhão,
pelo jeito, pertencera à família de Tom Riddle anteriormente. Foi ela quem
vendeu a Burke que, recentemente, vendeu a Hepzibah Smith. E agora, totalmente
ameaçador, Tom Riddle tem na mão duas das relíquias que almeja, falando sobre a
sorte e o destino alinhados, aproximando-se de Hepzibah de forma perigosa, com
seus olhos mortais, falando coisas que ele não devia saber, talvez pela sua
própria habilidade em Legilimência. Para mim, foi a MELHOR SEQUÊNCIA de todo o
filme, com ele se aproximando e com aquele “Enemies
of the Heir… beware”, que chegou a me arrepiar, antecedendo um “Avada Kedavra” inevitável. Grisha
responde às perguntas de Makarov, fala sobre as relíquias e sobre as horcruxes,
e ali eu devia ter sentido que havia algo de errado com ela. Na maneira como falou sobre isso com certo prazer.
Tão distante
de uma Grifinória de fato.
Lazarus foi o
primeiro a morrer. Wiglaf foi derrota mais tarde. Grisha ainda o buscou uma
vez, e ele estava buscando justiça contra aquele que não chamava mais de Tom
Riddle, mas apenas de “Voldemort”. Ele sempre os traíra, desde Hogwarts, e ele
tinha que colocar um fim nisso – mas não teve chance alguma, e foi assassinado
ao se voltar contra ele. Agora, segundo Grisha McLaggen, Herdeira de
Grifinória, ela é a única que ainda pode detê-lo, “salvá-lo de si mesmo”. A despedida deles em Hogwarts foi dolorosa
e triste, e foi o último momento, lá na cachoeira, em que eles se viram… não voltaram a se ver até então. “Not yet”.
E, então, “Voldemort: Origins of the
Heir” nos entrega a sua GRANDE SURPRESA, a sua brilhante finalização que é
o que torna o filme muito melhor do
que eu tinha imaginado até chegar a essa parte.
Uma última reviravolta.
Os soviéticos
acreditam na história de McLaggen, devolvem-lhe o diário de Tom Riddle, e
acreditam que ainda vão ouvir seu nome… enquanto ela vai embora, eles lhe
perguntam “como ela sabia”, e ela diz que não sabia. Ou sabia. De todo modo, com uma Transfiguração Poderosa e uma
demonstração de como as artes das trevas são traiçoeiras, descobrimos que ela
não é Grisha McLaggen. Não é e não foi em
nenhum momento fora de Hogwarts no filme. “My name is… Voldemort”. WOW. Eu fiquei arrepiado, confesso!
Porque ele já tem a forma de Voldemort naquela cena, já tem os olhos e as
vestes de Voldemort… e fez de tudo para
recuperar seu diário. QUE IMPRESSIONANTE. “Enemies of the Heir, beware”.
Voldemort está livre, em posse do diário, e nenhuma Herdeira de Gryffindor
realmente descobriu o seu segredo…
Grisha, provavelmente, estava morta.
A confirmação
vem na cena final, com os “ossos de uma mulher”.
E essa linda
e dolorosa fala:
“It has no
end... There will always be darkness in this world, Igor. The darkness... is
all that we have… How else... would we remember the light?”
Igor? Como em
Igor Karkaroff? AH, EU AMO REFERÊNCIAS! <3
E eu amei
esse final, coroou o filme com uma bela nota! Incrível!
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