Mamma Mia! (2008)
“I have a
dream / A song to sing”
Esse é,
definitivamente, UM DOS MEUS MUSICAIS FAVORITOS DE TODOS OS TEMPOS. Nos palcos
e em filme, especialmente porque o
espírito é exatamente o mesmo. Adoro todo o elenco que compõe essa
magnífica obra, sempre com tanto carisma, com tanto divertimento e tanta emoção – assistindo a “Mamma Mia!” (e eu assisti novamente,
pela 154278963254ª vez, essa semana), eu vivo tudo tão INTENSAMENTE! Os
cenários da Grécia são estonteantemente belos e nos convidam para viver essa história ao lado desses
personagens e dessas nostálgicas, conhecidas e AMADAS músicas do ABBA. Além disso
tudo, o filme, como um todo, tem uma pegada teatral
que me fascina. Na própria transição de cenas, no modo como as músicas são apresentadas,
na participação do “coro”, em cada pequeno detalhe pensado cautelosamente para
recriar a atmosfera dessa obra apaixonante.
“Mamma Mia!” pode ser o musical
perfeito!
Já comentei “Mamma Mia!” algumas vezes no blog, mas
sempre falando das produções teatrais, que eu felizmente pude assistir na
Broadway em 2015, antes que a produção fechasse por lá (eu tenho vários textos
publicados que você pode ler clicando
aqui, mas o último deles foi esse:
“Thanks for all the joy they’re bringing”), mas nunca dediquei
um texto ao filme protagonizado por Meryl Streep e Amanda Seyfried. O filme,
que conta a história de uma garota com uma belíssima relação com a mãe, mas que
quer o pai em seu casamento (e ela tem três possíveis pais, segundo o diário de
sua mãe!) ao som das deliciosas músicas do ABBA, é uma deliciosa e bela
aventura que nos faz rir (“Honey Honey”),
cantar (“I Have a Dream”), dançar (“Dancing Queen”) e chorar (“Slipping Through My Fingers”). Como eu
disse, é um dos meus musicais favoritos, e eu sempre o assisto com um sorriso
nos lábios e lágrimas nos olhos! Sempre.
O filme é
recheado de momentos, dos mais alegres,
divertidos, dançantes, aos mais sinceros e comoventes, e cada música parece
despertar um sentimento forte em mim.
Eu adoro a divertida introdução, que conta com “Honey, Honey”, e que é o momento em que a Sophie conta às amigas o
que fez, lendo o diário da mãe e convidando seus três possíveis pais ao
casamento, enquanto Donna também se reencontra com as amigas e se pergunta o que a filha está fazendo, casando-se assim
tão nova. É um momento leve e bonito que apresenta, em paralelo, os dois
grupos (ou as duas “gerações”), e é uma cena incrível para criar toda a
atmosfera do filme e nos puxar para dentro dela, de onde nunca mais queremos sair. E eu acho que, acima de tudo, o filme é
sobre RELAÇÕES. Da Donna com as amigas, com cada um dos três pais, com a filha…
de Sophie com os possíveis pais, com o Sky…
É uma
história comovente!
Sophie tem
momentos lindíssimos com os pais, embora o filme não tenha “Thank You for the Music”, que é um momento icônico dela com eles
no musical. Aqui, ela parece uma criança animada e indecisa quando vê os
possíveis pais e não sabe dizer qual deles é seu pai de fato… assim, ela tem
com eles momentos incríveis, como “Our
Last Summer”, no barco de Bill, um dos momentos mais tocantes do filme, e aquela conclusão do primeiro ato, que é bela,
quase psicodélica e angustiante. Ali,
enquanto interage com cada um dos três em busca do passado, ela percebe o
quanto qualquer um deles pode ser seu pai,
e eles também percebem, durante “Gimme!
Gimme! Gimme!” e “Voulez-Vous”,
que eles podem ser o pai da Sophie. Assim,
os três se comprometem em levá-la até o altar no dia seguinte, o que a deixa um
pouco transtornada e sem saber o que fazer!
Donna, por
outro lado, revê todo seu passado que ela quer esquecer para não sofrer a atormentando quando
reencontra os três amores de 20 anos atrás perambulando por sua ilha e se
escondendo na casa das cabras – “Mamma
Mia” é uma cena teatral e divertida, mas que inicia uma das sequências mais
bonitas do filme. Do reencontro com Sam, Bill e Harry, Donna sai perturbada e se tranca no banheiro,
chorando, com as amigas cantando “Chiquitita”
e tentando animá-la… mas a cena culmina na belíssima “Dancing Queen”, um verdadeiro HINO DE AMIZADE, com Rosie e Tanya
fazendo de tudo para trazer a Donna “divertida” de volta e fazê-la sorrir, apesar de tudo. E elas conseguem. Então, em um momento libertador, Donna lidera um
grupo de mulheres cantando e dançando pela ilha, até pularem na água no fim da
sequência.
Mas uma das
coisas que sempre ME EMOCIONOU DEMAIS em “Mamma
Mia!” é a relação de Sophie e Donna. Elas têm grandes momentos juntas, mas eu acho que são as pequenas cenas que
tornam a relação delas mais palpável e mais bela – quando a mãe canta “Super Trouper” em sua despedida de
solteira, por exemplo, e ela olha para ela, sorrindo, com uma admiração
inegável em cada pedacinho de seu rosto! Ou, é claro, o grande momento das duas
no segundo ato, quando Donna canta “Slipping
Through My Fingers” com Sophie, enquanto a ajuda a se arrumar para o
casamento e Sophie pergunta se ela pode levá-la ao altar… é um momento lindo
das duas, em que elas se divertem e se entristecem ao mesmo tempo, mostrando a complexidade desse sentimento, desse
amor incondicional e dessa sensação de que nunca
é o suficiente…
Que a outra sempre está “escapando por seus
dedos”…
Sempre penso
muito em minha mãe nessa cena e CHORO HORRORES!
A letra dessa música e a cena de Meryl
Streep e Amanda Seyfried me destroem.
Outra trama e
relação marcante é, naturalmente, a de Donna e Sam. Por todos esses anos ela o
amou, e ele também a amou, mas quando retornou à ilha depois de ir ao
continente e terminar o seu noivado, Donna
já tinha partido com outro homem. Por esse mal-entendido, eles passaram
esses anos separados, e se
perguntando tudo o que se perguntam durante o “S.O.S.”, uma das músicas mais lindas do filme, e quando ele tenta
conversar com ela antes do casamento de Sophie, ela desabafa com tudo o que
sente e guarda dentro de si, em um dos momentos de atuação mais marcante de
Meryl Streep, com “The Winner Takes It
All”. Lembro-me da primeira vez em que vi a esse filme, em 2008, no cinema,
e mal consegui prestar atenção à cena ou à letra, porque ainda estava chorando descontroladamente por causa da
cena anterior, de Donna e Sophie!
“Mamma Mia!” ainda é recheado de cenas
divertidas, como “Money, Money, Money”,
em que Donna conta o estado deplorável do hotel e como gostaria de encontrar um
homem rico para ela, ou “Does Your
Mother Know?”, de Tanya na praia, tentando dizer a um garoto muito mais jovem que ela que não pode
ter nada com ele porque “ele é só uma criança” e, é claro, a icônica “Take a Chance on Me”, quando Rosie
canta para Bill em busca de uma “chance”, e nós nos matamos de rir… mas,
particularmente, eu GOSTO MUITO de “Lay
All Your Love on Me”, que é o único momento exclusivamente de Sophie e Sky,
e eles demonstram todo o seu amor de uma maneira muito jovem e, até, sensual. E, claro, tem aquela pegada divertida de “Mamma Mia!” quando os amigos vêm buscá-lo para a despedida de solteiro, em uma transição
genial para as festas daquela noite…
O casamento,
em si, é um CAOS GREGO. Quando o padre dá as boas-vindas a todos ali, Donna se
levanta para dizer que “o pai de Sophie também está presente”, e além de Sophie
dizer que “já sabia” e que “foi ela quem os convidou”, Sam, Bill e Harry se
levantam e, logo em seguida, voltam a se sentar, constrangidos… como diz a Rosie: “Típico. Você espera 20 anos por um pai, e aparece 3 de uma vez!” A
cena é LINDÍSSIMA, tanto por Sophie e Donna declarando o seu amor, quanto por
Sam, Bill e Harry aceitando 1/3 da paternidade de Sophie, e Sophie desistindo
do casamento para “conhecer o mundo com Sky”. Assim, para não desperdiçar o
casamento, Sam faz uma proposta a Donna, enquanto todos cantam “I Do, I Do, I Do, I Do, I Do”, uma das
minhas cenas favoritas do filme, que leva a “When All Is Said and Done” e a reprise de “Mamma Mia”, com a Fonte de
Afrodite.
Detalhe para
o Harry feliz com seu novo namorado bonitão! <3
Assim, nos
despedimos com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto de um dos filmes mais lindos que eu já vi na vida, com a
melhor trilha sonora possível. Quando Sophie e Sky sobem em um barquinho rumo
ao continente, Sophie canta a mesma música que cantou no início do filme, enviando
as cartas para seus pais: “I Have a Dream”.
O filme mexe lindamente conosco, e nos
marca de uma forma impressionante. Agora, 10 anos depois, estamos prontos
para retornar para esse universo, nostálgico e ainda assim totalmente novo, mas revisitando a história que já conhecemos,
ouvindo novamente as músicas do ABBA que amamos, e descobrindo o que é de
Sophie, de Sky, de Donna depois de todos esses anos… “Mamma Mia!” sempre vai ter um lugarzinho ESPECIAL em meu coração,
e agora eu só posso dizer uma coisa: “Mamma
Mia! HERE WE GO AGAIN!”
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