Mentes Sombrias (The Darkest Minds, 2018)
“THE ONES
WHO CHANGED WILL CHANGE EVERYTHING”
De volta a um
universo distópico, e aqui estou eu: COMPLETAMENTE APAIXONADO. Eu sinto que foi
com “Jogos Vorazes” que o gênero
jovem de distopia atingiu essa visibilidade toda, e desde então estamos
caminhando por novos e interessantes mundos o tempo inteiro. Alexandra Bracken
criou o universo de “Mentes Sombrias”
(estou com o livro ao meu lado, ainda não lido, mas o farei muito em breve!), e
eu adoro as novidades que ela traz. Aqui, ainda temos toda a “vilania” do ser
humano em busca de poder, destruição e contra tudo o que é diferente, e ela brinca com a possibilidade de PODERES, o que fez
muitas pessoas associarem, em tom de brincadeira, “Mentes Sombrias” aos “X-Men”
– e eu acredito que, assim como a outra franquia, isso é perturbador. Ainda que evidentemente tão mais fortes que os humanos “comuns”, eles ainda são subjugados,
trancados em campos de concentração, testados e, dentro do possível, exterminados.
E quão
diferente da nossa realidade é isso?
O filme me empolgou. Estive vidrado pela história
do começo ao fim, torci pelos personagens, adorei vê-los se aproximar, e amei
aquela garota que interpreta a Ruby aos 10 anos de idade, que conferiu toda uma
seriedade inesperada ao filme, com
uma atuação IMPECÁVEL! O filme tem bons personagens e uma história crescente,
com tudo muito bem explicadinho – embora eu já saiba de antemão que muita coisa
do livro não chegou ao filme, como sempre. Com boas atuações e efeitos incríveis
(adorei os olhos brilhando nas cores que lhes correspondem, adorei a
representação física de seus poderes, tudo estava incrível!), o filme tem um
bom ritmo, nos guiando lentamente até um clímax empolgante e, infelizmente, um
final de partir o coração, diferente do que eu esperava. É um momento íntimo e melancólico… e então nos despedimos do cinema.
Precisamos voltar
para os livros na sequência!
Ruby Daly é a
protagonista de “Mentes Sombrias”. Em
seu universo, uma misteriosa doença acabou com as crianças. Metade delas morreram, e as que sobreviveram
desenvolveram poderes que amedrontam
os adultos, especialmente os poderosos, então elas foram brutalmente “recolhidas”
de suas famílias e colocadas em campos de concentração, categorizadas e,
dependendo de sua ameaça, exterminados.
São cinco tipos de crianças: as Verdes, cuja inteligência se intensificou nos
sobreviventes da doença; os Azuis, com poderes de telecinese; os Dourados, com
poderes de controlar a eletricidade;
os Vermelhos e os Laranjas, no topo da pirâmide de PERIGO, são exterminados
assim que acolhidos em qualquer campo… os Laranjas, os mais perigosos de todos,
são extremamente raros e perigosos, e
Ruby Daly é um deles.
A cena
introdutória é de partir o coração. Ruby está em seu aniversário de 10 anos
quando ganha um presente de seu pai e, durante a noite, ela vai até eles
enquanto eles dormem, toca o rosto da mãe dizendo que eles não precisam se preocupar com ela. Ela ainda tinha 10 anos, não
sabia controlar o seu poder, nem tampouco que o tinha, então, sem querer, ela
faz o que Hermione faz em “Relíquias da
Morte”: se apaga da mente dos pais. Na manhã seguinte, ela não é reconhecida
pela própria mãe, e então é levada pela CDC até um campo, onde ela vê um
vermelho sendo morto quando tenta escapar (e mata uma mulher), e percebe que ela não pode correr esse risco. Assim,
quando o computador a denuncia como LARANJA, ela convence o médico (“These are not the droids you’re looking for”)
de que, na verdade, é uma VERDE. Inofensiva.
O tema é
INTERESSANTÍSSIMO. A segregação por cores é brutal, o trabalho escravo a que
são submetidos, o massacre de Vermelhos e Laranjas por puro MEDO. A intolerância
quanto ao diferente é assombrosa e lamentável. Então, Ruby, seis anos depois,
ganha a ajuda de Cate Connor, uma médica infiltrada que quer tirá-la dali. Ela trabalha
com a Liga, um grupo que planeja lutar contra o governo, mas ela, sozinha, não teria
conseguido tirar Ruby de lá, se não fosse o seu poder Laranja. Uma vez fora do
campo, no entanto, e encontrando um parceiro de Cate, Ruby tropeça, é ajudada
por ele e, ao ser tocada por ele, consegue ver suas memórias e saber que ele não é confiável. Assim, ela escapa
com uma garotinha chamada Zu, Dourada, em uma perseguição eletrizante que envolve um grupo de sobreviventes, a Liga e “Lady
Jane”, uma caçadora de recompensas.
É assim que
Ruby se junta ao grupo com quem passa a maior parte do filme. Dentro da van,
além de Zu, ela conhece Charles ou Chubs, o Bolota, um Verde, e Liam, um Azul. A
sequência é MARAVILHOSA e mostra muito a que o filme veio. Quando Liam resolve
confiar nela e ajudá-la, ele a coloca no volante da van (“É igual a bicicleta”)
enquanto vai para a parte de trás da van, deter seus perseguidores com o poder
de telecinese, seus olhos brilhando azuis
pela primeira vez. E eu GOSTO MUITO dessa parceria na van, dos momentos que
eles compartilham, tipo a Ruby de vestido vermelho ajudando o Liam a tirar o
adesivo da van ou despistando rastreadores, ou a cena em que ele a vê de
toalha, todo apaixonadinho já, e Bolota faz uns comentários que não ajudam muito, ou ainda aquele
piquenique que os quatro compartilham no meio da floresta.
São momentos especiais.
Assim como o
GRANDE MOMENTO do SHOPPING! Que cena mais
linda quando eles “vão às compras”. É, ainda, uma das minhas cenas
favoritas do filme, embora eu estivesse apreensivo, porque não podia deixar de
lado a sensação de que “eles iam começar a sofrer a qualquer momento”. Ali eles
escolhem comida, roupas, óculos, se divertem com carrinhos, e é uma cena
impressionante, até que eles sejam
atacados. É a primeira vez que eles são atacados por outros sobreviventes
como eles, e Liam e Ruby se aproximam ainda
um pouco mais nessa confusão toda – gosto de como a relação de Ruby se
constrói com cada um. Ela é protetora de Zu, ela sente algo por Liam
(especialmente depois de ver a memória de Zu de como ele salvou tantas crianças
de um campo, mas voltou por ela, lindo!), e ganha a confiança de Bolota e o
direito de chamá-lo assim nessa cena do shopping…
Quando o caminho deles muda.
Graças a uma
dica do segundo grupo de sobreviventes (“E.D.O.”), eles acabam chegando a um
acampamento repleto de crianças, onde todos parecem “felizes” – e a sensação
utópica é angustiante. Tamanha “perfeição”
levanta suspeitas desde o primeiro
momento, e isso só se agrava quando vemos quem está por trás de tudo: Clancy
Gray, filho do presidente, Laranja. De alguma maneira, no entanto, eles se
divertem por algum tempo… okay, talvez não o Bolota. Mas Zu tem outras crianças
da sua idade, pode estudar e brincar; Ruby está descobrindo mais sobre os seus
poderes; e Liam tem aquela adorável cena com Ruby na festa, em que ela diz que “sente
como se ali fosse Hogwarts”, e ele completa que isso faria dela “Harry”, e ele “Hermione
ou Gina”, e eles acabam dançando juntos… tudo
é tão bonito, mas eles ainda não se beijam, embora se gostem.
Ela tem medo de machucá-lo, ou de fazer algo
que não quer.
Como se apagou da memória dos pais.
Clancy Gray não
transmite confiança em nenhum momento,
desde a primeiríssima cena, e é evidente como ele está tentando usar Ruby para melhorar seu poder, uma
vez que ela já conseguiu fazer coisas que ele desconhece – quando ele tenta
beijá-la à força, falando sobre Liam e como “ninguém vai tirar o que é seu”,
ela sai chorando, encontra Liam, que pensa em matar Clancy, mas ela só pede que eles vão embora. Assim, eles reúnem o grupo novamente: Ruby, Liam,
Bolota e Zu, para que os quatro possam sair, mas eles não têm essa liberdade. Eles estão presos ali, e Clancy já
avisou para o governo a respeito dos números de crianças de cada cor, e como
podem vir “colhê-los”. É nojento. Assim
se estabelece a grande batalha final
de “Mentes Sombrias”, com Vermelhos
atacando, acampamento pegando fogo, crianças morrendo por todo lado.
E o grupo se separa.
Bolota é quem
mais sofre nessa batalha toda. Ele volta para ajudar Ruby e acaba com o corpo
parcialmente queimado, e não sabe se vai sobreviver, embora ela se recuse a deixá-lo
para trás, e faz a única coisa em que consegue pensar: chama Cate e a Liga para
ajudar. Liam já foi parte da Liga e escapou, não confia neles nem um pouco, mas mesmo assim se recusa a deixar
Ruby para trás. Por isso, a abraça ao lado do Bolota enquanto esperam a chegada
da Liga, e então as coisas se intensificam, e percebemos que não vai dar tempo de resolver muita coisa
ainda nesse filme. A Liga quer usar os poderes Azuis de Liam de qualquer
modo, e Ruby, para protegê-lo, oferece os seus poderes Laranjas no lugar, desde
que isso garanta a segurança e a liberdade de Liam… a Liga até topa o acordo,
mas há uma dúvida: como ela convencerá
Liam a ir embora?
Aí vem a
parte mais triste do filme.
Ruby pede
para falar com ele, e chega em seu quarto o abraçando, pelas costas, sem
coragem de olhar em seus olhos. Eles conversam, ele fala sobre como acredita
que eles são INEVITÁVEIS, e que teriam se encontrado e se apaixonado
independente das situações que os levassem a isso, então ela pede que ele feche
os olhos porque vai terminar essa
história. Então, ela lhe toca o rosto, beija sua boca e, ao fazê-lo, se
apaga de sua memória como fez com os pais, e isso é TÃO HORRÍVEL! Rever momentos
como ela saindo debaixo do cobertos na van, chegando de vestido vermelho, na
porta do banheiro de toalha, no piquenique com eles… cada um desses momentos apagados. Quando Liam abre os olhos, ele não se lembra mais nada dela, não sabe
quem ela é. Por isso, não lhe dói partir e se afastar da Liga, embora doa
muito em Ruby. Mas ela fez o que tinha
que fazer, para garantir sua liberdade e para lutar ao lado dos outros
sobreviventes por eles mesmos.
Agora, ela
lidera uma revolução.
E é uma
última cena FORTÍSSIMA!
Ansioso por mais…
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Eu fui ao cinema completamente alheio sobre o tema do filme, mas posso dizer que fui positivamente surpreendido. Mentes Sombrias, ou The Darkest Minds, no original, é o tipo de filme que eu adoro, e como não se encantar com essa história muito bem construída. Eu gosto da forma única, e totalmente diferente de X-Man, que a história nos traz sobre a questão do Poder, tanto do ponto de vista do ser humano sobre os "diferentes", quanto os próprios "diferentes" querendo dominar a própria raça, apenas pela sede de poder dominar, através do personagem Clancy, e não importa se o próximo irá sofrer, ou não, o mais importante é ser o detentor. Eu gosto muito de como a ficção faz uso da realidade, de forma dinâmica e criativa, para nos mostrar como toda essa ficção é tão próxima da realidade. E isso é bem verdade. É um filme maravilhoso, que vale mito a pena conferir: atuações maravilhosas, texto bem escrito, roteiro bem dirigido e muito mais. Com certeza, merece uma sequência no cinema, e eu também estou ansioso e curioso por esta continuidade.
ResponderExcluirVamos torcer pela boa bilheteria, e aí ganhamos uma sequência \o/
ExcluirP.S.: Caso a sequência não venha, eu vou ler os cinco livros, daí eu te conto ;)
Ok, meu amor! Valeu.
ExcluirGostaria de saber qual é a sequência dos livros.
ResponderExcluirProcurei e não encontrei.
Então... o segundo livro é o "Never Fade", mas até onde eu pesquisei, ainda não foi publicado em português. Mas publicaram agora, por causa do filme, o "Mentes Sombrias". Em breve devem chegar os próximos... como foi com "Uma Dobra no Tempo", que embora já tenha sido publicado em português no passado, está com a série toda sendo republicada em novas edições :P
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