[Season Finale] Reverie 1x10 – Point of Origin

“Did I die? Were you sad?”

Bem diferente do que eu tinha imaginado para esse Season Finale, eu adorei o caminho trilhado por “Reverie” em sua fase final, e o episódio serve tanto como uma conclusão digna para a série, caso não ganhemos uma segunda temporada, quanto como uma porta de entrada para novos mistérios, o que seria legal de explorar em novos episódios… aqui, percebemos que o grande protagonista da série é O PROGRAMA REVERIE e não Mara Kint, como comumente pensamos – a sua história com Ray e a morte da irmã e da sobrinha são apenas facetas do programa que ajudam a colocá-lo de um lado ou de outro da opinião popular. Assim, o centro do episódio é Oliver Hill tentando acabar com o programa de uma vez por todas, enquanto Alexis e os demais precisam se questionar o porquê de o estarem salvando e, se vale a pena, então continuar.

No fim do episódio passado, Paul ajudou Mara a colocar Ray dentro do REVERIE, porque ela quer conversar com ele e conseguir “respostas”, e é uma cena bastante forte, em que Mara está totalmente destruída… ela o leva de volta ao cenário onde as mortes aconteceram, e pergunta aquilo que está em sua mente há dois anos: “Why? Why did you do it?” É um momento catártico para ela, em que ele conta tudo o que estava acontecendo e tudo o que tinha na mente quando matou a esposa e a filha, e Mara completa a história contando que “ela fez com que ele atirasse na própria cabeça”, mas ele responde dizendo que não foi bem assim. Ele diz que não a culpa por nada, e que ele não o “fez” tentar se matar, porque ele já queria fazer isso de qualquer maneira… ela apenas lhe deu permissão. Assim, o Programa Reverie ajuda Mara Kint a lidar com isso tudo.

Mas é apenas uma pequena fração do episódio.

Alexis vai para casa celebrar o aniversário com os pais, uma noite livre de trabalho, e toda a sequência é bem melancólica, tornando-se ainda pior quando eles trazem o bolo e ela pergunta: “Why don’t you ever put his name on the cake?” Citando Dylan, Alexis fala sobre a ausência de seu nome no bolo, sobre a ausência de fotos dele na estante e sobre como os pais nem tentam conversar com Dylan na Inteligência Artificial que ela criou para sentir que estava perto dele depois de sua morte… principalmente porque ela se sentia culpada por ela. Nesse sentimento todo, Alexis acaba SEQUESTRADA por Oliver Hill, que a coloca dentro do Reverie, onde o “Exitus” não funciona, e ela não pode sair em busca da mandala, pois está presa dentro de uma sala… enquanto ela fica lá presa e Mara resolve entrar no programa atrás dela, Oliver Hill coloca seu plano em prática.

Oliver planeja ACABAR com o programa de uma vez por todas. Assim, ele desliga os ares condicionados da Onira-Tech para superaquecer os servidores e derrubar o programa, o que colocaria em risco a vida das 15.000 pessoas online naquele momento. Enquanto Paul lidera a equipe para resfriar os sistemas e impedir que novos usuários entrem, Mara Kint anda por apavorantes corredores de uma escola abandonada dentro do Reverie, abrindo porta atrás de porta em busca de Alexis, enfrentando espécies de fantasmas e fazendo marcas nas portas pelas quais já passou… tudo aqui me fez pensar em “Harry Potter”. Tanto os fantasmas assombrando Mara no melhor estilo Dumbledore no Largo Grimmauld em “Relíquias da Morte”, quanto as marcações nas portas, que é como Hermione faz em busca da Sala das Profecias no Ministério da Magia em “Ordem da Fênix”.

Eventualmente, Mara consegue encontrar Alexis, e é GENIAL a maneira como ela consegue destrancar a porta de onde ela está presa, ajudando o programa com a sensação de “porta sendo destrancada” e tudo o mais. Juntas, as duas buscam a mandala de saída. O episódio é cheio de elementos. Os “fantasmas” representam parte da derealization de Dylan, mas também tem os pais de Alexis dizendo horrores sobre a morte de Dylan e sobre como “ele era o gêmeo bom” e um monte de coisas que a atormentam, e o novo cenário, talvez mais assustador que o de antes, onde as pessoas estão a céu aberto, com os olhos brilhando, cada um em seu próprio mundo, em seu próprio reverie. É um cenário bem “Black Mirror”, e Alexis explica que é seu pior medo, que Oliver queria que ela visse novamente: de ter criado algo que afasta mais as pessoas umas das outras do que as ajuda.

“What if he is right? What if I’m ruining people’s lives?”

Aqui é importante toda a trajetória de Mara no programa e aquele momento de catarse que teve com Ray, porque ela pode dizer, usando o seu exemplo, que o programa é, sim, BOM, e que a ajudou a superar uma culpa que enfrenta a anos. O Reverie é “um presente pelo qual vale a pena lutar”. Assim, as duas conseguem sair do programa para se juntar à luta no MUNDO REAL, do lado de fora – Oliver Hill já se infiltrou no prédio da Onira-Tech e planeja queimar tudo, a começar pela sala de dados, o que comprometeria o Reverie e o Dylan PARA SEMPRE, então Mara e Charlie precisam entrar no prédio prestes a entrar em chamas para impedir Oliver, e é uma cena interessante. Essa capacidade de Mara de chegar às pessoas, conversando com ele e falando sobre o artigo que descobriu sobre o fogo em sua escola e as alucinações das pessoas cobertas de cinza em seu reverie: ELE COLOCOU FOGO NA ESCOLA TAMBÉM.

Mas nem Mara nem Charlie conseguem impedi-lo de iniciar o fogo. Felizmente, três semanas depois, descobrimos que as coisas estão aparentemente bem. Oliver ainda não acordou desde que levou o tiro e entrou no Reverie, as pessoas que estavam online estão bem, e o Reverie 2.0 poderá ser lançado ainda naquele dia. Duas cenas são bem marcantes: uma de Mara pedindo a ajuda de Paul para reencontrar Ray dentro do programa e entregar-lhe uma foto dele com a irmã e a filha (“So that you remember what they look like”); e uma em que Alexis conversa com Dylan e conta para ele sobre aquela noite em que ele morreu e o porquê de ela se sentir culpada. É uma morte fortíssima e traumática, não me surpreende Alexis ter tido dificuldade para lidar com isso tudo (“Did I die? Were you sad?”), e foi assim que ela criou a I.A. do Dylan e começou o Reverie Program…

Tudo é POR CAUSA do Dylan.

O fim do episódio podia ser bem fechado para encerrar toda a trama, não fosse pelos últimos segundos. Aqui, Alexis está fazendo um anúncio em que relança Reverie depois dos problemas com o fogo, e também lança também a nova voz do Dylan, adulta agora – porque estava na hora de ele crescer. Mas quando o programa é liberado novamente, algo intriga Paul: ELE MARCA QUE MARA KINT ESTÁ ONLINE NAQUELE MOMENTO e, como ela diz: ela não está. Então o que isso quer dizer? As possibilidades são infinitas, e eu realmente espero que a série retorne para uma segunda temporada para que possamos explorar isso com calma – tudo o que vemos, além da Mara Kint do lado de fora, aquela que está bem, sem trauma, até com um “clima” com Paul, é uma outra versão da Mara DENTRO DO PROGRAMA, ainda no corredor, riscando portas… destruída.

O que isso quer dizer?!

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