[Series Finale] Le Chalet 1x06

“Eu não existo. Eu morri 20 anos atrás”

Absolutamente FASCINADO por esse roteiro impressionante. Uma ótima história de vingança muito bem armada, e com um desfecho que não chega a ser surpreendente, mas é inteligentíssimo para fechar toda a trama! Enquanto no passado víamos mais e mais dos motivos que levaram à morte dos Rodier, nosso desprezo pelas pessoas de Valmoline só aumentava, e se Julien e Adèle não estivessem ali para se vingar, alguém tinha que estar! No presente, também, as coisas se tornam mais intensas, começam a sair de controle quando as pessoas matam as charadas do que está acontecendo e Adèle diz, pela primeira vez, que é Amélie Rodier, filha de Françoise e Jean-Louis Rodier, mortos no dia 22 de agosto de 1997. O grande mistério ainda a ser desvendado é algo que, felizmente, ME PEGOU DE SURPRESA: a identidade de Julien no presente.

Em 1997, as últimas peças são colocadas na mesa – quando a loteria liga atrás de Étienne, dizendo que o bilhete ganhador de 70 milhões de francos veio dali, Christine ajuda a entender que os números jogados são os números de Muriel… ela, no entanto, jogou com Jean-Louis, e então tudo começa a se desenhar mais claro do que nunca. É por dinheiro, sempre é por dinheiro! Eles jamais deixariam Muriel dividir o dinheiro com Jean-Louis, embora ela tenha dado o bilhete de presente para ele. Ao descobrir sobre o dinheiro, Muriel liga para Jean-Louis pedindo para conversar com ele, e é aquele momento que já vimos à beira do lago, em que ele diz que nunca pensou em deixar Françoise por ela – e ela ameaça “dar um fim” pro seu livro. Enquanto isso, Christine, Philippe e Étienne, AQUELES DESGRAÇADOS, planejam o que fazer para tirar os Rodier do caminho.

Naquele momento, eu quis mais sangue na vingança.

Também temos mais uma morte em 1997 a quem ninguém deu atenção. Florence, a esposa traída de Philippe, estava desconfiada de seu envolvimento com o sumiço dos Rodier, como vimos no episódio anterior, e Christine o convence de que a única maneira de calar a sua boca é dando um fim nela. Assim, eles a matam na banheira e fazem de tudo par que pareça um suicídio, deixando a lâmina em suas mãos e cortando fora uma parte de seu diário que poderia servir como um bilhete de suicídio. ELES SÃO VERDADEIROS MONSTROS, QUE MERECEM SOFRER. Talvez o mais legal de “Le Chalet” tenha sido isso, esse tom de vingança. Julien e Amélie voltaram para se vingar pela morte dos pais, e com motivos. Em nenhum momento estamos contra eles, então passamos esses episódios todos torcendo pelos assassinos. Especialmente agora, nesse último.

Já no passado, Julien sabia que retornaria. A cena de Gossange com eles foi de partir o coração, com a pequena Amélie dizendo que não queria trocar de nome, e que queria ver sua mãe, enquanto o Julien era um irmãozão para ela, protetor e presente, mas já com idade o suficiente para entender tudo o que aconteceu e para planejar uma vingança. Sua preocupação é: “As pessoas do vilarejo não serão punidas?”, e é Gossange quem coloca a ideia em sua cabeça: “Eu não disse isso. Você tem 13 anos. Tem bastante tempo pra decidir o q eu fazer”. Então, Julien proclama: “Nós voltaremos”. Em 2017, Muriel morre com um tiro na beira do lago, enquanto Étienne e Sébastien começam a entender tudo o que está acontecendo, sobre como os filhos dos Rodier voltaram em busca de vingança, mas eles acreditam que Julien é o Fabio, e que Amélie é Maud.

Estão completamente errados.

Enquanto tudo começa a vir à tona, “Adèle” se abre com Manu:

“Manu, não estou grávida. E meu nome não é Adèle, menti desde o começo. Sou Amélie Rodier, filha de Jean-Louis e Françoise Rodier. Meus pais foram mortos aqui, em 22 de agosto de 1997. Mortos pelos Personnaz e os Genesta. E eu voltei para fazê-los pagar”

Wow.

Adoro ver Amélie/Adèle enfim colocando isso tudo para fora, explicando algumas das mortes dizendo que ela perdeu os pais, então tiraram de Philippe seus filhos, e vemos que ela não foi consumida pelo ódio nem nada – ela só quer “justiça”. Ela não pensa em matar Manu, nem Maud ou Mathilde, ou a pequena Léo. Mas os demais ainda têm que pagar. Enquanto isso, Fabio é pego por Sébastien e o ***** ** **** do pai dele, e Alice retorna ao chalé, desesperada, dizendo que Fabio sumiu, e Manu diz que ele pode ter ido se encontrar com sua cúmplice, a Adèle. Alice, por sua vez, diz que é impossível, que Fabio não é Julien, pois “ela o teria reconhecido”, e embora ela estivesse certa sobre Fabio não ser Julien, ela não estava certa em relação a “reconhecê-lo”, porque ele estava ali, no meio deles, e em nenhum momento a Alice o reconheceu.

O que foi mais SOFRIDO de assistir foi ver o Fabio sofrer. POBRE FABIO! Fabio era, talvez, a melhor de todas aquelas pessoas. Bom, carinhoso, calmo… cheguei a pensar que ele pudesse ser o Julien, justamente pelas suas características que, no fim, não eram interpretadas… eram sinceras. Fabio era inerentemente BOM. E, por isso, ele acaba morto por Étienne, e nisso o meu ódio por ele só aumenta! Enquanto Sébastien fica meio transtornado pela morte de Fabio, Étienne sai com a arma em busca de Maud para “acabar com isso”, e o teria feito, se Amélie e o verdadeiro Julien não tivessem impedido. É com certo choque que recebemos o verdadeiro Julien: OLIVIER! O mais inteligente de “Le Chalet” foi esconder essa identidade até agora, com a falsa “morte” de Olivier, que nos enganou direitinho! Agora, os Irmãos Rodier prendem Sébastien, e correm para salvar Maud.

Foi um alívio assistir à cena de Julien/Olivier e Amélie/Adèle contra Étienne. Primeiro, eles salvam a vida de Maud; depois, eles perguntam o motivo de eles terem matado seus pais em 1997, e ao escutá-lo, até Amélie sabe que eles precisam terminar o que começaram. Com os irmãos segurando a arma JUNTOS, eles matam Étienne, talvez o pior de todos. E, assim, a vingança está completa. Ou quase, porque ainda tem o toque final SENSACIONAL, que é o de eles incriminarem Sébastien. Quando Julien e Amélie reencontram Alice e Manu, agora que tudo está às vistas, a tensão reina, e eles não sabem o que eles farão, porque eles são as únicas testemunhas que podem dizer toda a verdade… assim, eles voltam ao chalé para conversar, para negociar, e para decidir o que farão… mas os Irmãos Rodier são INTELIGENTES, eles pensaram em tudo.

A polícia virá atrás de um culpado, e por isso deixaram tudo nas costas de Sébastien. Agora, Mathilde e os demais só precisavam confirmar que “Olivier” nunca voltou da missão de resgate, e que “Adèle” nunca existiu – e eles orquestraram tudo perfeitamente, Adèle nunca esteve no mesmo recinto que Léo, a criança, por exemplo, nunca falou com ela! Assim, embora Manu esteja inconformado e não convencido de deixá-los partir, eles estão dispostos a deixá-los viver. Alice apoia a ideia, porque além de Sébastien ter a estuprado recentemente, ele estava mesmo de sentinela no dia 22 de agosto de 1997, e a ameaçou de morte se ela contasse algo – “Aquele cretino destruiu muitas vidas”. Maud, por sua vez, também está do lado deles – Julien e Amélie salvaram sua vida, Sébastien era desprezível, e eles mataram Fabio, o homem mais maravilhoso que ela já conheceu.

Por isso, Manu acaba vencido.

QUE GRANDE FINALIZAÇÃO teve “Le Chalet”, e embora eu tenha gostado muito da série desde o princípio, eu não imaginava que fosse me apaixonar tanto. Uma história muito bem contada em 6 capítulos esclarecedores, bem estruturados e com um quê de surpresa no final, com o retorno de Olivier como Julien. Ainda ADOREI aquelas duas últimas cenas. Uma delas é a ironia do destino de Sébastien, preso em uma clínica psiquiátrica, com a psiquiatra dando o diagnóstico de que ele “vive em um mundo imaginário” criado a partir de memórias confusas e imaginação, tudo para escapar da “realidade” em que dizimou Valmoline ao lado do pai, antes de se voltar contra ele e matá-lo. Como dizem, essa cena foi a “cereja do bolo”, o que coroou toda a genialidade de “Le Chalet”. Por fim, então, Julien e Amélie estão livres… e enfim podem voltar a viver.

Talvez.

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