Sítio do Picapau Amarelo (2002) – Os XII Trabalhos de Hércules, Parte II
“Narizinho, se não fosse eu, o Lelé tava lascado!”
E continuam “Os XII Trabalhos de Hércules”, dessa
vez com Narizinho se juntando a Pedrinho, Emília, Visconde e o “Lelé” na Grécia
Mitológica. Entre os episódios 6 e 10, que foram exibidos em Abril de 2002,
Hércules completa mais quatro trabalhos passados por Hera e o Rei Euristeu para
ele, sendo eles: as Cavalariças de Áugias, as Aves do Lago Estínfale, o Touro
de Creta e os Cavalos de Diomedes. Enquanto vemos as aventuras se desenrolando
na Grécia, também ouvimos muitas histórias fascinantes
da Mitologia Grega, contadas por Visconde ou vistas na Grécia, em paralelo com
a Dona Benta no Sítio do Picapau Amarelo, com saudade dos netos e contando
histórias para Conselheiro, Quindim e Rabicó, que tentam distrair a velha
senhora, inclusive organizando um divertido “piquenique grego” para que ela
possa pensar nos netos e fazer o que mais gosta: CONTAR HISTÓRIAS.
Com a chegada
de Narizinho, Emília precisa colocá-la a par de tudo o que tem acontecido por
ali, com a garota fazendo uma série de perguntas e decidindo se tornar “a
escritora oficial” da aventura, registrando tudo o que já aconteceu, enquanto
Emília narra. Para incrementar o seu “livro”, Narizinho ainda pede que Hércules
conte uma história de antes dos Doze
Trabalhos, e ele conta a história dos Argonautas, ao mesmo tempo em que, no
Sítio, Dona Benta conta essa história para os animais, que tentam distraí-la, e
eu acho que esse é um dos momentos mais fofos da aventura, porque o AMOR
incondicional que todos eles, crianças, boneca, sabugo e animais, sentem pela
Dona Benta é incontestável. E eu gosto muito de como esses momentos incrementam
a trama de “Os XII Trabalhos de Hércules”,
abrangendo outros momentos da Mitologia Grega também!
O próximo
trabalho proposto a Hércules é limpar AS
CAVALARIÇAS DE ÁUGIAS. Para isso, eles precisam visitar um rei que é um
grande criador de cavalos, e Hércules fica todo convencido de que “esse é um
trabalho fácil”, e é Visconde quem percebe o plano de Hera: trata-se de uma
camada muito grossa de esterco, acumulada por um número altíssimo de cavalos
por ANOS, então o cheiro é tóxico o suficiente para sufocar Hércules, se ele limpar da maneira convencional… por isso,
Pedrinho pensa em um plano que envolve desviar o curso de um rio para fazer a
água jorrar dentro do estábulo, limpando a estrebaria, sem que Hércules precise
estar realmente presente. A inteligência de Pedrinho é mesmo impressionante, e
aquilo que Emília disse a Narizinho estava mesmo muito correto: Hércules estaria lascado se não fosse por
eles!
Assim, em
Áugias, Hércules sugere ao rei uma limpeza na estrebaria, e como pagamento pede
CINCO CAVALOS, para seu exército. Com tudo arrumado, eles começam o desvio do
rio, com a ajuda de Pedrinho, os cálculos do Visconde e os palpites de Emília,
enquanto Narizinho registra tudo. Com o trabalho concluído, no entanto, o rei
traiçoeiro se recusa a pagar os cinco cavalos prometidos, e oferece apenas um,
para a revolta de Hércules e os demais. Para completar, quando o filho do rei
serve como testemunha da promessa não cumprida do pai, ele acaba EXPULSO. Emília,
revoltada, diz que “quem não cumpre o que promete não merece ser rei” e tudo
vira um caos, com o rei mandando guardas para cima deles, todos prontamente
detidos por Hércules, e então o rei fica morrendo
de medo. Assim, Hércules tira a coroa de sua cabeça e coroa O SEU FILHO! É um momento e tanto.
“Mas espera, o meu filho vai se tornar rei
só quando eu morrer!”
“Não seja por isso!”
Hércules não
precisa, no entanto, matar o rei
cruel, mas cumpre o trabalho e ainda dá uma vida melhor ao povo de Áugias! Isso,
naturalmente, ENFURECE a deusa Hera, que decide: “Se eu não posso atingir o Hércules, eu vou atingir essa dadeira de
ideias. Emília vai ser a minha vítima!” O seu feitiço, no entanto, antes de
chegar à Emília, atinge o VISCONDE DE SABUGOSA, e aqui temos uma das minhas
PARTES FAVORITAS de “Os XII Trabalhos de
Hércules”, em seus 20 episódios! O Visconde fica loucão, parecendo meio
drogado, falando coisas sem sentido, conectando ideias de um jeito maluco,
cantarolando… tudo é tão perfeito, e
Cândido Damm ARRASA TANTO na atuação, que eu viro mais fã dele do que nunca. “Visconde,
por que você não deixou pra enlouquecer no Sítio?” Assim, antes de seguir com
os trabalhos, eles precisam cuidar do Visconde!
“O rato roeu a rica roupa do rei de Roma e a rica
renda da rainha Rute! Rá! O rei de Roma ficou pelado e saiu por aí cantando: ‘Marmelada
de banana, bananada de marmelo, o Carro do Apolo é belo! Lara, uará!’”
Para isso,
eles vão atrás da bruxa Medeia, aquela que curou Hércules de sua loucura, mas a
verdade é que eu pouco queria ver o Visconde de volta ao normal… ele estava tão divertido e tão maravilhoso!
Mesmo assim, Medeia pica o Visconde em pedacinhos e o joga em seu caldeirão, de
onde ele sai novinho em folha! Como pagamento, no entanto, ela exige ficar com
Emília, a “feiticeirinha de pano”. ADORO o Visconde dizendo que “isso não vai
acontecer de jeito nenhum”, que prefere ser picado e enlouquecido de novo do
que deixar Emília, mas tudo é muito mais simples, porque Medeia, na verdade,
queria aprender o tal do “Faz-de-Conta”, e uma vez que Emília sussurra em seu
ouvido e a ensina como funciona, ela está
liberada. O problema é que Hera está FURIOSA com ela, ainda mais com os
comentários que a boneca de pano faz a seu respeito.
O próximo
trabalho são AS AVES DO LAGO ESTÍNFALE,
aves de penas de bronze que estão aterrorizando a população próxima, e que são
invulneráveis (“Aposto que foi aquela
cara de deusa emburrada que fez isso!”). O mais cruel é que Hera as coloca
ali como um Trabalho a Hércules, mas as aves estão matando pessoas com suas penas afiadas, e se não fosse pela deusa
Palas Atena, talvez eles não tivessem resolvido esse problema, porque tudo o
que eles pensam (e é uma cena divertida), Visconde explica que não funcionaria,
por um motivo ou outro. A ideia de Atena é, se Hércules não pode vencer as
aves, que ele as espante para nunca mais voltarem, e para isso lhe deixa seus
CÍMBALOS DE BRONZE, capazes de produzir um som tão alto que vai assustar as aves
e as fazerem voar para muito longe… e
Palas Atena chega a aparecer para eles para explicar o que fazer.
Mas nem
Hércules pode ouvir o som dos címbalos.
Acho que O
MELHOR desse trabalho, depois que todos tapam seus ouvidos com musgo e Hércules
se prepara para tocar o címbalo, é a Emília dando uma de Galvão Bueno e
NARRANDO o trabalho, porque ela é hilária
ao fazê-la. Tipo o Lee Jordan narrando as partidas de Quadribol em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Hera
assiste ao cumprimento do trabalho com raiva, e todos celebram a nova vitória
de Hércules, e as crianças o encontram à beira do lago, desacordado, mas logo
eles conseguem despertá-lo. Durante a festa que se segue na cidade, Visconde se
apaixona por uma menina grega que, por sua vez, se apaixona por Pedrinho. O mais
legal é que, nessa confusão toda de “paixonite do Visconde”, a Emília fica com
ciúmes! Então talvez essa devoção toda do Visconde pela boneca não seja de todo
infundada. E adorei a carta dele à
garota: “Minha vida tá uma tristeza. Não acho
graça em nada, nem na Emília”.
MUITO BOM!
<3
Antes do
próximo trabalho, as crianças encontram o gigante Atlas segurando o peso do Céu
nas costas e vão falar com ele, mas o perverso titã engana o tolo e inocente
Hércules, passando-lhe o peso dos céus para que ele “saia e pegue um pomo de
ouro”. Embora seja muito forte, Hércules não consegue segurar o peso do céu
assim por tanto tempo, e as crianças exigem que Atlas o pegue de volta, e ele
quase se recusa, não fosse por Emília em um plano astuto de também enganá-lo,
pedindo que ele segura o céu um pouquinho “pro Lelé tomar fôlego”. Depois que
Atlas assume novamente o peso dos céus, Zeus ainda lhe dá uma bronca (!) e
Emília ainda sai dizendo “Tchau! Fique aí
segurando o céu direitinho!” e, para completar, leva o seu pomo de ouro
embora! Assim, segundo ela, ela deve ser a boneca de pano mais rica do mundo
uma hora dessas!
O próximo
trabalho proposto pelo Rei Euristeu é O
TOURO DE CRETA, e então eles voltam às portas do Labirinto onde mora o
Minotauro e onde entraram para salvar a Tia Nastácia há pouco tempo. Dessa vez,
no entanto, eles não precisariam entrar novamente no Labirinto, mas acabam por
fazê-lo ao ouvirem gritos que pedem socorro e, ao entrar, se deparam com
Dédalo, o arquiteto do Labirinto, preso em sua própria invenção. Quando as
crianças o encontram, ele não tem esperança de que elas possam ajudá-lo, porque
o lugar foi projetado para que ninguém nunca saísse de lá, mas Emília tinha carretéis de linha em sua canastrinha! Assim, do
lado de fora do Labirinto, com um plano de Pedrinho para laçar o Touro de
Creta, Hércules cumpre mais um trabalho, e a cena mais linda é depois, quando
Hércules agradece a sua ajuda, diz que não teria conseguido sem ele, e completa
dizendo que “adoraria ter um filho como ele”.
Foi tão fofo.
Mas depois O
HÉRCULES ENLOUQUECE. Hera aproveita para enlouquecê-lo quando vão à feira e
existem bonecos e pratos sendo vendidos, e as crianças parecem estar fazendo
mais sucesso do que o próprio Hércules! Assim, enciumado, ele deixa que sua
fúria tome conta e DESTRÓI A FEIRA INTEIRA, mais ou menos na mesma atitude que
teve quando matou a sua família inteira. As crianças conseguem fazê-lo voltar
ao normal conversando com ele, e Narizinho o abraça, mas nasce uma nova faceta
de Hércules, que agora está revoltado
com isso tudo e diz que “não quer ficar fazendo esses Trabalhos para sempre
para pagar o que faz quando esses ataques lhe acometem”. Assim, ele vai até o
Oráculo de Delfos novamente, e como Pítia não
é muito útil, ele surta, rouba um símbolo importante e decide abrir o
próprio Oráculo, com Emília como sua “Pítia”.
Felizmente,
quando Apolo e Hércules se enfrentam, Zeus dá um fim na “picuinha”.
Por fim, o
último trabalho dessa Parte II é com OS
CAVALOS DE DIOMEDES. São cavalos antropófagos, ou seja, comedores de carne humana, e a única
esperança dos prisioneiros sendo levados agora para eles seja que Hércules
esteja mesmo chegando para salvá-los, como diz o boato. Esse Trabalho é
resolvido brevemente enquanto Narizinho narra a aventura em uma carta que
escrevem para Dona Benta, que a recebe pelo pó de pirlimpimpim, com uma caixa e
presentes para ela: AS ESTÁTUAS DELES VENDIDAS NA GRÉCIA! É uma cena muito
fofa, porque a alegria de Dona Benta em receber notícias dos netos é comovente…
eles fizeram a vovó feliz. Assim, na
carta, Narizinho conta como Hércules prendeu as éguas, e ainda nos conta que,
ao final, o cruel criador dessas éguas foi comida por elas e, vamos combinar… ele mereceu, não é? Mais um Trabalho
cumprido!
O fim dessa
segunda semana de “Os XII Trabalhos de
Hércules” é o encerramento da carta de Narizinho a Dona Benta e a resposta.
Ela diz que eles estão com saudade da vovó, e que Hércules “está louco para
conhecê-la”. Quando Dona Benta responde à carta dos netos, ela coloca dentro da
caixa onde recebeu as estátuas bolinhos da Tia Nastácia, e novamente eles
terminam descansando e comendo bolinhos de chuva! Dona Benta ainda diz que “aguarda
a visita do herói lá no Sítio”! E, como ele diz: “Esse bolinho é divino! Esse Sítio do Picapau Amarelo deve ser o
Olimpo!” Mas, como Emília o corrige, o Sítio do Picapau Amarelo É AINDA
MUITO MELHOR, e ela faz um discurso inspirado e muito bonitinho, que acaba com
nova homenagem à Dona Benta… como eu
disse, essa devoção deles pela vovó é uma das coisas mais FOFAS do “Sítio”!
Comentários
Postar um comentário