Sítio do Picapau Amarelo (2002) – Os XII Trabalhos de Hércules, Parte III
“Tudo o que falta no Sítio é um centauro!”
As crianças
continuam na Grécia Mitológica e, na Parte III da aventura, Hércules enfrenta
mais dois trabalhos: o Cinturão da Rainha Hipólita e os Bois de Gerião.
Diferente das duas primeiras semanas, recheadas de trabalhos, dessa vez temos
apenas dois, um deles que demora três episódios desde que é passado até ser
cumprido. Isso se deve, principalmente, ao fato de que “Os XII Trabalhos de Hércules” é uma deliciosa visita à MITOLOGIA
GREGA, de um modo geral, e não apenas ao episódio dos trabalhos do filho de
Zeus com uma mortal… aqui, as crianças também conhecem outros lugares, como a
deusa Clóris, e também presenciam um dos momentos mais legais da Mitologia,
quando Faetonte, filho do deus Apolo, pede para dirigir a carruagem do pai e
causa uma confusão, quase deixando que o “sol” caia na Terra, enquanto Dona Benta conta a história a Tia
Nastácia e ao Tio Barnabé!
O nono trabalho,
O CINTURÃO DE HIPÓLITA, surge quando
a vaidosa e mimada filha do Rei Euristeu lhe pede que o pai consiga o Cinturão,
porque “as outras princesas morreriam de inveja”, e o Rei passa esse trabalho
adiante. Antes que eles possam ir adiante com esse trabalho, no entanto, A
EMÍLIA FICA MUDA, para o desespero geral! Também pudera… a imprudente
bonequinha estava falando mal sem parar de Hera, por isso foi castigada! Ela
explica a eles o que está acontecendo por escrito, expressão seu medo, e agora
diz que Hera é “uma deusa boazinha” e que “sempre tem razão”, numa dissimulação
sem tamanho! Só porque está louca para
falar de novo e colocar sua torneirinha de asneiras para funcionar. Para
salvar a Emília, eles pedem a ajuda de Atena, que sugere que a levem para ser
fervida no caldeirão da bruxa Medeia…
Bem, foi o
que salvou o Visconde, não?
Emília está
morrendo de medo de ser fervida no caldeirão, tampouco quer colaborar com o
pagamento – as crianças oferecem à bruxa o pomo de ouro de Emília, mas Emília
abraça sua canastrinha e tenta fugir, se recusando a entregá-lo, mas Hércules a
traz de volta, no colo (!), e Narizinho diz a Medeia que ela pode colocá-la no
caldeirão e pronto. Assim, antes que
ela realmente possa fazê-lo, Emília volta a falar: “Nunca! Não entro nesse caldeirão nunca!” Esperta, como não foi
Medeia quem a salvou, Emília pega de volta seu pomo, mas Medeia é ainda mais esperta, e oferece uma troca: o
pomo por uma varinha de condão. Ambiciosa, é claro que Emília aceita imediatamente: “Claro que aceito! Saí ganhando! Saí ganhando!” Assim, Emília
brinca com a varinha, numa eterna “brincadeira de virar”, virando uma coisa em
outra, sem deixar mais ninguém mexer na sua varinha…
Brinca, até receber uma mensagem de Atena: a
varinha tem poder limitado!
Bem, o
Monteiro Lobato sempre foi muito mais claro em relação à Emília do que a série
de TV jamais foi: ela pode, sim, ser uma boneca sem coração, e às vezes tem que
aprender com coisas como essa! Ri muito da Emília descobrindo que desperdiçou o
poder de sua varinha de condão com um monte de tolice e desmaiando, enquanto os
outros riem dela. Resolvido o problema da mudez de Emília, Hércules convoca
seus amigos heróis Perseu, Teseu e Peleu para acompanhá-lo até o acampamento
das Amazonas e conversar com a Rainha Hipólita sobre o Cinturão. Antes de
iniciar a viagem, Pedrinho e Hércules caçam um potrinho de centauro para levar
o Visconde, que está com a perna quebrada, e a canastrinha da Emília, um
potrinho que a Emília chama de Meio-a-Meio. “Se
você quiser, a gente pode te levar pro Sítio! Tudo o que falta no Sítio é um
centauro!”
O tempo todo
as crianças estão descobrindo algo que “é tudo o que falta no Sítio”.
Falando no
Sítio do Picapau Amarelo, ele recebe a visita de um arqueólogo chamado Jonas,
que fica encantadíssimo com as estátuas que as crianças mandaram para a Dona
Benta, diretamente da Grécia Mitológica. Segundo seus estudos, elas foram
feitas cerca de 3.500 anos antes de Cristo, mas parecem novas em folha. Quando ele pergunta mais sobre as estátuas
para Dona Benta, ela conta toda a verdade, sobre como as crianças estão na
Grécia Mitológica, acompanhando Hércules em seus Doze Trabalhos, e que a uma
hora dessas devem estar indo até as Amazonas, no nono trabalho do herói. “A senhora tá se sentindo bem, Dona Benta?”
Adoro a boa senhora rindo do
cientista cético! E as coisas estão mudando na vida dele, porque logo em
seguida ele conhece o Saci, e percebendo que, ali, as histórias são reais, ele começa a cavar em busca de relíquias.
Mas acaba na
caverna da Cuca…
…que, por sua
vez, estava ENTEDIADA sem os netos de Dona Benta!
A Cuca
celebra que “Papai Noel existe”, e ao invés de se assustar, Jonas fica também
encantado com a Cuca, dizendo que ela é “um dinossauro vivo e falante”. Depois
dessa, ela só pode fazer uma coisa: EMPEDRÁ-LO. Com o seu sumiço, Conselheiro,
Rabicó e Quindim vão em busca dele, e seguem a pista do Saci de que ele está na
caverna da Cuca, e bem… aquilo tudo é
hilário! Conselheiro enrola a Cuca usando toda a sua vaidade, dizendo que
Jonas é “um grande escultor” e que está procurando alguém para eternizar em uma
estátua, e Cuca fica toda empolgada.
Agora, antes de fugirem, o Jonas precisa fazer a tal escultura da Cuca, e é uma
confusão que só, que termina, inclusive, com UM EVENTO DE INAUGURAÇÃO. A
escultura estava bizarra, mas tinha sua beleza, e a Cuca ficou fascinada, achou uma beleza, e isso foi
o suficiente para que Jonas e os animais escapassem!
De volta à
Grécia, os heróis e as crianças rumam à Ilha para falar com a Rainha Hipólita,
e o plano é não usar a força, se
possível. Por isso, Pedrinho e Meio-a-Meio são incumbidos de levar uma mensagem
à Rainha, e pedem o Cinturão, que ela se recusa a entregar, mas aceita falar
com o Hércules sobre o assunto. Hera assiste a tudo e percebe que está prestes
a ver Hércules cumprindo mais um trabalho, por isso resolve interferir… se
infiltra entre as amazonas e instiga as demais a se voltarem contra Hércules,
dizendo que “ele vai sequestrar a Rainha”, e então Hércules se vê obrigado a
“fazê-la de refém” para que as demais soltem suas armas… ao final, felizmente,
tudo dá certo, e Hipólita manda que as amazonas soltem as armas, afinal
“Hércules é seu amigo”, e entrega o Cinturão de bom-grado. Assim, MAIS UM
TRABALHO CUMPRIDO.
E Euristeu
nunca antes ficou tão animado com um trabalho cumprido!
O próximo
trabalho se refere aos BOIS DE GERIÃO,
mas para consegui-los e levar ao Rei Euristeu, Hércules precisa passar tanto
pelo próprio Gerião, um monstro gigante com três cabeças e seis braços, fora o
dragão de sete cabeças que cuida de seus bois… felizmente, Hércules tem a sua
“dadeira de ideias”, que resolve o problema do dragão com o Faz-de-Conta (que é
um deus ex-machina imenso), e depois
resolve o problema de Gerião com uma ideia: “Lelé,
esse cara pode ter muitos braços e muitas cabeças, mas só tem duas pernas. Se
você acertar as pernas, cai a cabeceira toda!” Dito e feito, Hércules lança
flechas contra as pernas de Gerião e o vence, então MAIS UM TRABALHO CUMPRIDO.
Esse foi um daqueles trabalhos nos moldes das duas primeiras semanas, resolvido com rapidez, mas é o último
dessa terceira semana.
Outras
histórias que acompanhamos é a do CARRO DE APOLO e como Faetonte quis
dirigi-lo, e enquanto Dona Benta conta essa história lá no Sítio, as crianças
veem acontecer na Grécia, com o Carro de Apolo desgovernado e o sol ameaçando
cair na Terra. Felizmente, Zeus resolve esse problema depressa. Outra história
acontece nas Ilhas Afortunadas, onde as crianças conhecem a deusa Clóris e
negociam com ela por dríades (porque “tudo o que falta no Sítio são dríades!”),
e Clóris oferece seis de suas ninfas, em troca do “sabugo falante”. QUE
ABSURDO! Emília, no entanto, diz que “é negócio fechado”, enquanto planeja
tapear a deusa com um sabugo falso que vai pedir para a Tia Nastácia fazer… bem, a Emília não é lá um grande exemplo de
caráter, mas é sempre uma fofa. Por fim, o Hércules enfrentando e
derrotando Ares, o deus da guerra… a Parte III termina na celebração dessa
vitória, quando um mensageiro do Rei chega com o próximo trabalho…
O PENÚLTIMO
TRABALHO!
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