BILLY ELLIOT The Musical
“In
everything you do always be yourself”
“Billy Elliot” é UMA DAS MINHAS
HISTÓRIAS FAVORITAS no mundo todo! Sou completamente apaixonado pela trama
complexa e forte que mescla lindamente a Greve dos Mineradores na Inglaterra,
em 1984, com o sonho de um garoto que quer
dançar ballet. Tudo em “Billy Elliot”
é grandioso, REAL e emocionante. Não
existe uma vez que eu assista ao filme ou que eu assista ao musical e não me
emocione e não chore novamente, e não tenha vontade de sair e bradar ao mundo O
QUANTO EU AMO “BILLY ELLIOT”. O musical, que adapta lindamente o filme de 2000,
tem músicas compostas por Elton John, e foi gravado e lançado em DVD em 2014, o
que popularizou o musical e permitiu que mais pessoas ao redor de todo o mundo
o assistissem. Adoro a história por sua complexidade, sua realidade e, acima de
tudo, pelo seu cuidado com os temas.
É PERFEITO!
<3
O ano é 1984,
quando o sindicato dos Mineradores decretou greve da categoria – e essa greve durou um ano inteiro, marcada
por confrontos violentos entre os trabalhadores e a polícia. A luta por
direitos e a vitória do capitalismo é um capítulo importante da história da
Inglaterra, e é o pano de fundo para a história de “Billy Elliot”, cujos pai e irmão são mineradores. O garoto vive em
uma comunidade tomada pelo caos e pela incerteza do que fazer ou como colocar comida sobre a mesa. Billy
perdeu a mãe há 3 anos, o pai e o irmão estão envolvidos demais com a greve, e
a avó está em um estado triste de velhice. Ainda assim, Billy Elliot recebe 50
peniques por semana para ir à aula de boxe no sábado de manhã e, um dia, ele
fica para trás para entregar a chave do lugar para a Sra. Wilkinson e acaba participando de uma aula de ballet.
Surpresa, a professora percebe que ele
tem talento.
A história de
“Billy Elliot” se desenvolve
lindamente, e o musical tem um trabalho imenso
para colocar no palco todas as facetas da trama, e um dos melhores exemplos de
cena é “Solidarity”. Nessa brilhante
cena de coreografia precisa, acompanhamos tudo em paralelo durante uma única
cena. O intenso confronto entre mineradores em greve e a polícia local,
enquanto a Sra. Wilkinson conduz, por semanas,
a sua aula de ballet, a qual Billy comparece sempre, sem falta. A interação das
garotas do ballet com os mineradores, ou da Sra. Wilkinson com os policiais… tudo é perfeito nessa cena, que realiza
uma passagem de tempo interessante enquanto acompanhamos o crescimento de Billy
na arte do ballet. Ao fim da apresentação, ele já tem uma postura melhor de
bailarino, e quando a Sra. Wilkinson vem ajudá-lo com a postura e ele completa,
falando do queixo, meu coração chora.
E os olhos
também…
Vendo o
brilhante talento de Billy Elliot e percebendo o quanto ele pode evoluir, a
Sra. Wilkinson sugere a ele uma audição para a Royal Ballet School, em Londres.
Para isso, eles precisam compor uma coreografia que signifique algo para ele, e é assim que ele traz para a aula de
dança uma carta escrita pela mãe, em uma das cenas mais emocionantes do musical. Durante “The Letter”, a Sra. Wilkinson a lê e, cantando, Billy recita
palavra por palavra o que a mãe escreveu, tudo em sua memória… para sempre. A carta é lindíssima, a
atuação de Elliott Hanna é comovente, e a mensagem pede que “ele sempre seja
verdadeiro a si mesmo”. Assim, a Sra. Wilkinson consegue justamente o que queria:
algo importante para ele. Porque a
dança, muitas vezes, é mais sobre descobrir coisas sobre você mesmo do que
sobre a técnica ou qualquer coisa assim.
Assim,
durante “Born to Boogie”, Billy
Elliot ensaia, passa do nível básico ao intermediário e ao avançado, e é
PERFEITO. Gosto de ver a sua evolução, gosto de ver os saltos que ele está
fazendo ao final, o quanto é lindo assisti-lo dançar. Mas ele não consegue ir à
audição… a Sra. Wilkinson o levaria sem que o pai soubesse (porque o pai já o
PROIBIU de dançar ballet), mas a audição era justamente num dia em que a
comunidade estava em um caos ainda pior,
com mais policiais chegando, e Billy Elliot não pôde sair de casa… quando a
Sra. Wilkinson chega à sua casa, então, ele pede que ela vá embora, apenas, e é
angustiante ver a frustração do
garoto que chegou a sonhar em ir para a Royal Ballet School, e que agora
precisava abrir mão disso tudo. Ele expressa sua raiva e frustração na “Angry Dance”, dançando pela
comunidade, gritando e enfrentando policiais, no BELÍSSIMO e INTENSO final do
primeiro ato!
Que dança,
que SAPATEADO, que perfeito!
Também
preciso comentar, ainda no primeiro ato, sobre “Expressing Yourself”. Michael é um dos personagens mais fofos de “Billy Elliot”, e a amizade dele e Billy é admirável. Adoro aquele
momento em que Billy o encontra em casa vestindo as roupas da irmã, e pergunta
se “ele quer tentar”, e a divertida cena, com bastante sapateado, prega a
necessidade de termos nossa INDIVIDUALIDADE, e de podermos nos expressar. “If you wanna be a dancer, dance /
If you wanna be a miner, mine / If you want to dress like somebody else / Fine,
fine, fine”. Eu
gosto de como “Billy Elliot” não
trabalha com estereótipos, mas fala de preconceitos! Billy o sofre por dançar
ballet, embora seja hétero, e temos uma criança gay na história, Michael, seu
melhor amigo, que é um dos personagens mais carismáticos
do musical, e com quem Billy compartilha momentos mágicos e importantes. ADORO
a amizade deles, adoro como Billy o compreende e o ama.
O tutu de presente de Natal e o beijo de
despedida… <3
No segundo
ato, Billy Elliot largou o ballet. Não há mais porquê seguir insistindo se o
pai o proíbe e se ele perdeu a audição para a escola – mesmo assim, ele acaba
dançando com uma versão mais velha dele (no DVD interpretado por Liam Mower, um
dos Billys do primeiro elenco do musical!), e o “Dream Ballet” é sempre encantador. Adoro ver as duas versões do
personagem, vê-los realizar perfeitamente os mesmos passos, e adoro como, em
algum momento, o pequeno Billy VOA pelos palcos. É um momento PRECIOSO em que a
sua paixão pelo ballet e seu talento são mais evidentes do que nunca, e o seu
pai presencia parte dessa dança – assim, ele percebe que não pode privar o
filho desse sonho, e vai em busca da Sra. Wilkinson, para perguntar se “o
garoto é realmente bom” e se “ele tem mesmo alguma chance”. E ela diz que sim.
Aqui, temos
uma das sequências MAIS DOLOROSAS do musical, assim como também fora uma das
sequências mais dolorosas do filme, em 2000: quando o Sr. Elliot se recusa a aceitar
a ajuda financeira da Sra. Wilkinson, porque “é seu filho e é culpa dele toda
essa confusão”, então ele se torna um fura-greve hostilizado pelos amigos e
pelo filho mais velho, para que possa dar
um futuro e uma esperança a Billy – “He
Could Be a Star”. A cena é FORTÍSSIMA, as lágrimas do Sr. Elliot são
pungentes, e Tony interpreta com força, impedindo o pai de voltar ao trabalho e
furar a greve… assim, a comunidade toda se reúne juntando o pouco dinheiro que
tem para que possam ajudar a pagar os custos para Billy Elliot fazer uma
audição, diretamente em Londres, dessa vez… e
quem dá o dinheiro que eles precisam, enfim, é um fura-greve, e a cena é linda.
E forte.
Tudo nesse
musical é FORTE.
Em Londres,
ganhamos A CENA MAIS ICÔNICA DO MUSICAL. A audição é um desastre, e Billy está
no limite, graças a tudo, e ainda agride um colega, o que é totalmente inaceitável na Royal Ballet School –
quando ele e o pai são levados para conversar com as autoridades do colégio, no
entanto, as conversas são importantes.
Eles perguntam se o pai o apoia (e é lindo como, olhando para o filho, ele diz
que sim; completamente) e, por
último, perguntam a Billy como ele se sente quando dança. Ali, o discurso do
filme de 2000 é brilhantemente transformado por Elton John em “Electricity”, a música mais EMOCIONANTE
de todo o musical. Billy Elliot fala com o coração aberto sobre como se sente,
e é tocante – ele ainda dá um show em seu melhor momento de DANÇA, e arranca
aplausos, sorrisos e lágrimas da plateia durante muito tempo…
Impossível não amar “Electricity” e a
atuação de Elliott Hanna, impecável.
“I can't really explain it,
I haven't got the words
It's a feeling that you can't control
I suppose it's like forgetting,
losing who you are
And at the same time something makes
you whole
It's like that there's a music,
playing in your ear
And I'm listening, and I'm listening,
and then I disappear
And then I feel a change, like a fire
deep inside
Something bursting me wide open,
impossible to hide
And suddenly I'm flying, flying like
a bird
Like electricity, electricity
Sparks inside of me
And I'm free, I'm free”
O fim do
musical é belo e, ao mesmo tempo, melancólico. Nos divertimos um pouco com o
nervosismo e o suspense na espera pela resposta da Royal Ballet School, e é
emocionante como descobrimos que BILLY CONSEGUIU ENTRAR, mas logo em seguida,
depois de um ano de greve, os mineradores são informados de que perderam a batalha e precisam voltar
para o fundo da terra – nada mudou, a
luta fora em vão. Billy quase desiste de partir, mas a avó é uma fofa
dizendo que ele não pode fazer isso. Então,
durante a última música, os mineradores voltam às suas condições terríveis de
trabalho, Billy se despede do pai e da mãe, em uma resposta lindíssima à sua
carta (dizendo que sente orgulho de tê-la conhecido e prometendo ser verdadeiro
a si mesmo). Por fim, ele também se despede de Michael, na lindíssima cena que
finaliza o musical.
Então as
cortinas se abaixam.
E eu estou às lágrimas.
Um dos
maiores elogios que eu tenho ao musical, e agora falo mais da versão lançada em
DVD, é de como ele abraçou o filme de verdade. Em 2000, o filme foi
protagonizado por Jamie Bell, que deu vida a Billy Elliot pela primeira vez. O musical
transpôs aos palcos exatamente a mesma
história, intensificada por canções de Elton John, e eu acho fascinante
como a história nos palcos usa momentos completos e falas na íntegra de que nos
lembramos do filme. Elliott Hanna ARRASA na atuação como Billy Elliot, e
conseguimos sentir o personagem nele do
início ao fim (ele é FANTÁSTICO!). Ao assistir ao musical é possível notar
o quanto eles AMAM a história original como nós
também a amamos, e isso significa muito para que ela seja bonita, crítica e
emocionante como fora quando o filme foi lançado. Os atores, definitivamente,
arrasam na entrega aos papéis.
Ainda sobre o
DVD, lançado em 2014, eu gosto muito de como Elliott Hanna interpreta o Billy
Elliot e, para a cena do “Dream Ballet”,
que é o equivalente ao final do filme, Liam Mower, um dos primeiros atores a
dar vida ao personagem nos palcos, retorna para interpretar a versão mais velha de Billy. Falando nisso, o
DVD ainda conta com 25 DIFERENTES BILLYS em uma coreografia especial, em um
momento tão belo! Amo vê-los de volta ao palco, ver como alguns deles já cresceram tanto, e ver os Billys “atuais”
(em 2014) pedindo que eles deem um passo para trás e deixem “a nova geração”
assumir! “Billy Elliot” recebeu, entre
tantos outros prêmios, 10 Tony Awards (incluindo o de Melhor Musical, claro) e
10 Drama Desk Awards, e quando você assiste, você sabe exatamente o porquê de ter levado tantos prêmios… assista, VIVA e
dance “Billy Elliot”.
Todos deviam
abrir o coração e ASSISTIR a essa história… vivê-la.
QUE MUSICAL E
QUE HISTÓRIA MAIS LINDOS! <3
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