Chiquititas (2015) – Lúcia é descoberta no Orfanato!

“Lúcia livre!”

Finalmente chegou o momento de Lúcia viver como uma garota normal. A história de Lúcia talvez tenha sido uma das mais longas em “Chiquititas”, pensar que faz tanto tempo desde aquele dia em que a Helena estourou a bola das crianças e eles começaram a espionar a misteriosa mulher e a casa, achando que tinha um fantasma lá dentro, até que o Neco, quase que por acaso, conheceu a Lúcia e passou a visitá-la regularmente, se tornando o seu melhor e único amigo, por muito tempo. Bianca Paiva, nesse período, interpretou Lúcia brilhantemente, nos conquistando mais e mais a cada pequeno momento, a cada palavra nova que aprendeu, a cada vez que dizia “Lúcia livre!”, por exemplo, ou “Lúcia gosta Neco” e “Lúcia fome”, e outras coisas que sempre nos faziam sorrir. Teve pequenos momentos de liberdade, algumas fugas, e as coisas se aproximam do final quando ela vai morar no Orfanato.

Maria mostra a Neco os túneis onde o Fantasma morara como uma alternativa para que ele escondesse a Lúcia, numa época em que apenas Neco e Rafa a conheciam. Morando nos túneis sob a casa, Lúcia foi pouco a pouco descoberta por outras pessoas, como o Samuca e o Binho, e foi bem bonitinho como o Neco ficou todo enciumado do Binho por causa da garota, e era evidente, embora eles mesmos talvez não entendessem o que estava acontecendo e o motivo de ele estar agindo daquela maneira. Com Lúcia ali embaixo e a ajuda de Samuca, as crianças, por sua vez, se aproximaram mais do tesouro do que Carmem, Cíntia, Armando e Matilde em uma novela inteira! Tivemos a história do ovo de porcelana, e o enigma que o Samuca desvendou, sendo capaz de abrir a porta até uma nova sala agora, onde precisarão dos quadros dos Quatro Cavaleiros…

Mas isso é outra história.

Quem faz com que Lúcia seja descoberta, involuntariamente, é a própria Carmem e suas companhias criminosas, porque quando elas entram nos túneis para chegar até a porta, que agora traz as letras douradas, Lúcia as ouve e, para não ser descoberta, acaba subindo e começa a andar pela casa. A casa está vazia porque as crianças estão no campeonato de futebol, uma sequência que muito me interessa apenas pela relação de Thiago com seu pai, Robson, e as cenas lindas e emocionantes que vieram dali. Andando pela casa sozinha, Lúcia chega até o quarto das meninas, e aquele é um momento emocionante, porque tudo é tão bonito e tão cheio de cores e brinquedos, algo que Lúcia nunca teve na vida, e aquilo me comoveu. Ali, enquanto se imaginava em roupas diferentes da camisola que sempre usa, Lúcia acaba vista por Ernestina…

E é uma confusão. Quase nos esquecemos do quanto a Ernestina é escandalosa, e ela fica toda nervosa e agitada quando as crianças chegam com Carol e Júnior do campeonato, mobilizando uma busca generalizada que deixa o Neco apreensivo. É o Júnior quem encontra a Lúcia, que não teve tempo de retornar aos túneis, e agora as coisas estão mudando. Eu achei de um descaradamento tremendo e HILÁRIO quando perguntam a ela o que ela está fazendo ali e ela diz “Neco”, ao que o Neco responde: “Como ela sabe meu nome?” Então, Neco assume que conhece a garota, e ele e Rafa contam a verdade sobre quem ela é e o motivo de ela estar ali: ela era mantida em cárcere privado por Helena, e eles apenas a ajudaram quando ela mesma pediu que queria fugir. Afinal de contas: “Lúcia livre!” Mas agora não há mais como ela ser presa novamente.

Júnior e Carol vão até a casa de Helena sozinhos, e falam com ela, em uma cena bem forte, dizendo que o que ela fez com a neta é CÁRCERE PRIVADO, e me deu agonia ouvir Helena chorando e agindo feito louca, enquanto Carol e Júnior atestavam: “Helena, a gente só quer ajudar. Especialmente a Lúcia”. Ela ainda está muito resistente quando eles falam sobre frequentar a escola, fazer amigos, visitar o orfanato, onde ela já tem uns amigos, e ali a Helena quase parece uma vilã de “Scooby-Doo”, chamando Neco de “garoto intrometido”, mas a Carol é bem firme e diz que ele fez o que fez, embora talvez da maneira errada, na intenção de ajudar, e que foi a própria Lúcia quem pediu para fugir. Agora, finalmente, Lúcia está realmente livre, livre de verdade, e ela começa uma nova vida ao lado de todas essas pessoas, o que é muito bonito.

A cena do orfanato é linda, em que Maria diz que “ela é muito bem-vinda ali”, e ela come um monte de coisas que não podia comer antes. Helena aparece no orfanato, e o abraço das duas é emocionante, e Helena pede que “ela desculpe a vovó”. Neco também diz que deve desculpas. Então, em um momento simples, mas que eu achei bacana, Lúcia está em casa, comendo à mesa junto com a avó, vestindo roupa normal, e dizendo coisas como “Mais bom que sopa”. Ela conversa com a avó, que pergunta se ela entende que ela fez tudo o que fez para protegê-la, e Lúcia diz que entende, mas completa: “Presa não mais”. E a promessa da Helena é: “Presa não mais. Não mais mesmo, querida. A partir de hoje, as coisas vão mudar. Tudo vai mudar”. Agora, o ciclo da Lúcia se fecha, e eu admiro a maneira como “Chiquititas” contou essa história, com competência e carisma!

<3

Um exemplo é a lindíssima cena que encerra toda a "briga" que existiu entre Helena e Neco ao longo de tanto tempo. Lúcia está na cozinha do orfanato, comendo e "conversando" com Neco e Maria, e Helena assiste de longe, admirada pensando como "sua neta está falando como gente grande". Agora ela percebeu o quanto fazia mal à própria neta, o quanto ela é amada por outras pessoas, e o quanto ela pode crescer, e sabe reconhecer que esse é o melhor para ela. Assim, ela chama o Neco para "conversar", deixando-o um pouquinho apreensivo, mas é um momento lindo em que ela reconhece que errou e diz que, apesar de tudo pelo que passaram, ela precisa agradecer ao Neco, porque se não fosse por ele nada disso teria sido possível... então, a grande surpresa da cena está quando o garoto pergunta se "pode dar um abraço nela". Ela fica surpresa, meio hesitante, mas aceita o abraço, e é um dos momentos mais ternos da trama... me emocionou tanto que me levou às lágrimas.

Tá, não que isso seja lá tão difícil!

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