Chiquititas (2015) – Thiago reencontra seu pai!



“Você é meu filho, moleque. Agora você tem um pai!”
O Thiago sempre esteve entre as minhas crianças favoritas no Orfanato Raio de Luz. Na verdade, antes de assistir a “Chiquititas” eu assistia à competição “Dance Se Puder” no Programa da Eliana, e eu gostava muito do Pedro Henrique, com todo seu talento visível e seu carisma, então talvez tenha sido um pouco mais fácil gostar depressa do Thiago, mesmo com todas aquelas travessuras quando ele entrou na trama, travessuras essas que às vezes passavam da conta e meio que nos irritavam… mas o Thiago é um bom menino, e a maneira como ele sempre sonhou em encontrar seu pai, que sua mãe dizia que “era um jogador de futebol famoso” é uma motivação para o personagem, e felizmente ele não é esquecido na parte final da trama, e tem um dos desenvolvimentos mais bonitos no quesito “família”, ao lado, provavelmente, do de Bia. Devem ser meus dois favoritos.
Porque Thiago já sofreu muito quando Alexander Souza disse que “não tinha filho”. Então ele faz um clamor no Programa da Eliana dizendo que gostaria de conhecer seu pai, fosse ele quem fosse, e então o destino coloca seu pai em seu caminho… Robson Nunes, um “famoso jogador de futebol”, aparece na escola dos meninos para treinar o time de futebol, e o que era para ser apenas uma visita de um dia acaba se prolongando, e o motivo é o Thiago. Naquele dia, os vizinhos estavam zoando o Thiago na aula de Educação Física, dizendo que “ele não tinha pai” e que foi “na TV chorar sobre isso”, e o Robson foi bem bacana com ele, dando atenção e perguntando como era o nome de sua mãe… Vânia Moraes. Quando Thiago diz o nome, imediatamente os olhos de Robson se arregalam, e ele sabe que há uma grande chance de ele ser o pai.
Afinal de contas, ele namorou a mãe do Thiago.
No entanto, ele não diz nada. E a construção da relação dos dois, que é bem construída ao longo de vários capítulos, trilha caminhos muito bonitos. Robson retorna à escola para seguir “treinando o time”, e Thiago se aproxima dele, criando expectativas que sabe, pensando racionalmente, que não devia estar criando. Assim, quando ele tem um sonho no qual a mãe conta a uma amiga que o pai do Thiago é o Robson, ele acha que pode ser um mero sonho, afinal Robson Nunes acabou de aparecer na escola, e ele adoraria que ele fosse seu pai… mesmo assim, ele chama o Mosca para investigar a história com ele, indo atrás dessa mulher que viu no sonho com sua mãe, e o Mosca é um bom amigo, acompanhando-o e apoiando-o, até que eles realmente encontrem a mulher e ela confirme o que Thiago está pensando: Robson é mesmo seu pai.
A emoção já toma conta dos capítulos ali!
Dia após dia, Thiago e Robson treinam juntos, e nenhum dos dois tem coragem de dizer nada. Thiago tenta, mas acredito que o próprio fato de não dizê-lo torna tudo mais bonito, porque ele vai conquistando o pai a cada pequeno momento, e isso é evidente. Robson é durão como treinador, mas ele trata Thiago como qualquer outro, com firmeza, com cobrança, com conselhos, e isso permite que o Thiago cresça como um, talvez, futuro profissional do futebol. Eu gosto de toda a atenção que ele dá a ele, e uma cena que me comove é quando o Robson assiste, sozinho, ao comentado vídeo em que o Thiago aparece no Programa da Eliana, com um quê de emoção nos olhos. Assim as cenas seguem e são lindas, com os dois se aproximando mesmo que seja apenas em uma sequência de cenas na escola, com Robson como o treinador do time.
Mas são pequenos detalhes como esses que fazem toda a diferença. Thiago já estava encantado pelo pai, e todo cheio de expectativa, e o Robson confiava no menino e se orgulhava dele, de uma maneira bonita. Cenas como quando, antes do jogo, ele mexe no cabelo do Thiago e diz “Thiagão: eu confio em você” são extremamente significativas, e o sorrisinho do Thiago mostra isso perfeitamente. Também devo elogiar, aqui, a atuação fascinante e comovente de Pedro Henrique, que nos conduziu por toda essa emoção que o reencontro do Thiago com seu pai nos proporcionou, e eu adorei todas as cenas o tempo todo. Eu estava ansioso para que eles falassem logo um com o outro sobre a possibilidade de serem pais e filhos, mas ao mesmo tempo eu gostava de deixar isso para mais tarde, enquanto eles tinham esses pequenos momentos juntos.
Então, depois do campeonato, em que os meninos vencem, vem a conversa:

“Eu namorei a sua mãe”
“Eu sei”
“Eu posso ser seu pai, moleque”
“Tomara”
“Me dá um abraço”

Eles não precisavam prolongar a cena com grandes diálogos nem mais nada, porque tudo estava nos olhos dos personagens e em tudo o que passaram juntos nesses últimos dias. A cena em que Thiago corre para abraçar o pai, como vocês veem no topo da postagem, É LINDÍSSIMA e me levou às lágrimas. [Tanto que até me privou de emocionar-me com o casamento de Júnior e Carol, que foi no mesmo capítulo e não teve a mesma carga emocional desse momento] Depois dessa linda cena, Robson vai ao orfanato dizendo que quer fazer o teste de DNA e assumir Thiago como filho, e isso gera uma expectativa ao lado de uma ansiedade em Thiago, porque embora ele queira muito que Robson seja seu pai, essa espera pelo resultado do exame o deixa apreensivo, com medo de se decepcionar caso o resultado seja negativo. Mas ele não precisava ter se preocupado.
No entanto, penso em quantas vezes isso acontece de verdade? Acredito que se Robson, por qualquer motivo, não fosse pai de Thiago, ele teria que adotá-lo, depois de ter despertado todos esses sentimos e expectativas. Isso não é necessário, claro. Robson leva o teste de DNA para o orfanato, ainda fechado, para abrir junto com o Thiago, e a cena é repleta de uma tensão bonita, e então ele anuncia: “Você é meu filho, moleque. Agora você tem um pai. E eu tenho um filho”. Então eles se abraçam novamente, com a mesma emoção com que se abraçaram da última vez, e novamente nós nos comovemos… agora, a eminente partida de Thiago significa despedidas e tristeza entre os garotos, e é muito triste ver o Binho sofrendo porque, embora deva ficar feliz com o amigo, não consegue deixar de pensar que “ele foi encontrado no lixo” e tal.
Mas isso é culpa daquela professora incompetente dele!
E eu falo disso em outro texto…

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