[Season Finale] American Horror Story: Murder House 1x12 – Afterbirth



“Well, at least they weren’t murdered”
E, quem diria? ELES TÊM UM FINAL FELIZ! Assistindo agora à primeira temporada de “American Horror Story” (por causa de “Apocalypse”, a temporada atual que é um crossover entre “Murder House” e “Coven”), percebemos em como as coisas mudaram nos últimos anos do programa, e essa vibe que sentimos ao fim de “Murder House” só volta a ser sentido no fim de “Asylum”, embora cada uma com suas próprias características. É surpreendente, um tanto quanto distante daquilo que esperávamos, e não é o episódio mais macabro da série nem nada – “Birth”, o episódio que antecedeu o Season Finale, foi muito mais sombrio, por exemplo, com o nascimento do Anticristo. Agora, por outro lado, “Murder House” se encerra brilhantemente com um retorno de vários dos fantasmas que habitam a casa, em cenas que só podem ser descritas como irônicas.
E, como vocês sabem, EU ADORO UMA BOA IRONIA!
Retornamos nove meses no passado, quando Vivien estava disposta a terminar o seu casamento com Ben e ele insistiu para que ela, ao menos, topasse ir ver a casa com ele – assim, ele descreve o que imagina para a vida deles no lugar, enquanto acompanhamos flashes dos últimos 11 episódios, que mostram as versões perturbadas dos acontecimentos, e funcionam como um contraponto sarcástico do que ainda veremos na finalização desse mesmo episódio. Depois da morte de Vivien durante o parto, Ben anda sozinho pela casa vazia, chamando pela esposa e pela filha, sem resposta… então, ele vai até a casa ao lado para buscar o filho com Constance, mesmo que ela não queira abrir mão do bebê que está tomando conta como se fosse seu próprio filho… agora, Ben precisa levar o bebê embora e recomeçar a sua vida, só ele e o filho.
Ou não.
Algumas cenas quase parecem de comédia, e assistindo atualmente, eu pensei em “Scream Queens”. Adorei a Vivien na cozinha dobrando roupas como se nada tivesse acontecido, conversando com Moira e se escondendo de Ben quando ele aparece – Moira precisa lembrá-la, então, que “ele só vai vê-la se ela quiser”, e a atitude de Vivien me divertiu nesse momento. Mas foi apenas um momento mesmo, porque então o episódio é tomado de força melancólica quando Vivien olha para o bebê e pensa no quanto anseia amamentá-lo, ou mesmo aparecer para Ben… mas ela sabe que não pode fazer isso. Ela está determinada a não aparecer, e faz Violet prometer que também não apareceria, porque conhece Ben e sabe que, se ele as vir, pode querer ficar ali também… tudo isso é meio que uma tortura para ela, e as cenas são emocionalmente bem construídas!
Ben chega mesmo a pensar em se matar – coloca a arma na boca, depois na cabeça, mas não tem coragem. Então, Vivien finalmente aparece, afastando a arma dele e dizendo que “ele não pode fazer isso”. Tudo é intenso nesse último capítulo, em como ele diz que, se se matar, eles poderão estar juntos para sempre… o desespero de Ben é verdadeiramente angustiante, e Violet também aparece para o pai, pedindo, como a mãe, que ele leve o bebê embora. A luz em torno delas faz com que a cena seja mais bonita, e o tom de despedida e reconhecimento das culpas são uma redenção importante para o Ben… então, Vivien e Violet somem e Ben pega o bebê para partir da casa de uma vez por todas… mas é impedido por Hayden, que não quer que ele vá embora. Então, antes que ele possa sair, Hayden e outros dois fantasmas O MATAM ENFORCADO.
Agora, ele estará ali para sempre também…
Família Harmon reunida eternamente.
Então, O CICLO RECOMEÇA, e essa é uma das minhas partes favoritas desse fim de temporada. Depois da morte de todos os Harmon, a Murder House é novamente COLOCADA À VENDA, e uma nova família, os Ramos, aparece como possível compradora. Ao perguntarem sobre o preço abaixo do mercado, a corretora conta que “os últimos moradores morreram na casa: a mulher morreu no parto e o homem, sofrendo a morte da esposa, se suicidou”. E, como eles concluem: “Well, at least they weren’t murdered”, o que é ALTAMENTE IRÔNICO. Mas tudo está para ficar muito mais irônico. Gabe, o filho do casal, “não acredita em fantasmas”, e diz isso, motivando os pais a seguirem o tour, até a cozinha… enquanto isso, Gabe anda de skate pela casa, e toda a sequência é repleta de tensão, porque SABEMOS que ALGO vai acontecer… então ele cai e começa a ser atormentado pelos gêmeos.
O lance de “não acredito em fantasmas” já não é mais tão seguro.
Mas os Ramos acabam comprando a casa, e É UMA CENA EXCELENTE APÓS A OUTRA. Adorei ver Violet sentada quietinha na escada, olhando para Gabe… sabemos que ela é “o novo Tate”. Ela aparece no quarto de Gabe, mexendo em suas músicas, com as mãos geladas, dizendo que “é só um fantasma de quem costumava ser”, de forma misteriosa, mas muito mais literal do que Gabe é capaz de sacar – e parece que é um ciclo mesmo recomeçando, TODA A HISTÓRIA SE REPETINDO, com um pouquinho mais de audiência, dessa vez. Até que os Harmon resolvam fazer a diferença. Enquanto Miguel e Stacy estão prestes a transar na cozinha, como um casal feliz e apaixonado, pensando em ter mais um filho, Ben e Vivien assistem melancolicamente e decidem que não podem deixar que mais sofrimento aconteça naquela casa… e Moira está disposta a ajudar.
Assim, eles armam um daqueles shows de CASAS MAL-ASSOMBRADAS em parques de diversão – e tudo é um pouquinho macabro, mas, acima de tudo, divertido. Miguel é retirado do quarto enquanto Ben entra vestido como Rubber Man, para assustar Stacy… e, dali em diante, tudo vira um pandemônio, com Stacy correndo pela casa e gritando pelo marido, enquanto Miguel está prestes a colocar a mão no fogão ligado. E é algo apavorante para quem não os conhece, mas são os fantasmas bons que estão reunidos para expulsar a família da casa enquanto eles ainda têm tempo de serem felizes… Beau cai do sótão, assustando Stacy, Vivien aparece para Miguel, pedindo para ele olhar ao seu redor, e a mulher de Larry, que morreu queimada, diz que “quer que ele sinta sua dor”. Então, Moira se oferece para levá-lo embora dali.
Stacy ainda vê a enfermeira emergir da banheira, e um “RUN” escrito com sangue na parede… a única pessoa que pensa em cometer algo ruim, de fato, é Tate, que cogita matar Gabe quando o acorda em seu quarto. A interpretação impecável de Evan Peters agora traz lágrimas nos olhos, e ele quer dar a Violet um cara bom e “normal”, como o Gabe… mas ele não consegue matá-lo, a princípio. Depois, quando Tate segura Gabe com uma faca em seu pescoço, Violet aparece para salvar a vida do garoto, sabendo exatamente o que dizer e como fazer Tate largar a faca: diz que o queria e que queria se despedir. Assim, Violet consegue atrair Tate para si e, enquanto o beija, dá o sinal para Gabe fugir. Enquanto isso, Vivien e Ben ARRASAM naquela cena do porão, brigando, matando um ao outro, dizendo que “é isso o que a casa faz com eles” e os mandando fugir.
Então, os Ramos saem correndo no meio da noite.
E o ciclo recomeça… CASA À VENDA. Harmons à porta, esperando para expulsar os próximos moradores.
O último episódio foi repleto de pequenos momentos, e foi EXCELENTE em revisar as tramas da temporada – Tate aparece para Ben pedindo ajuda e pedindo perdão, mas Ben não acredita em nada do que ele tem a dizer: aplaude sua performance, o chama de “psicopata” e diz que ele não é capaz de sentir… então, o que ele realmente quer? Mas Evan Peters nos convence nas lágrimas de Tate, na dor e na busca incessante por algum tipo de redenção. E isso começa quando ele finalmente enuncia alguns de seus crimes. Como, em 1994, colocou fogo no namorado de sua mãe e, depois matou 15 alunos em uma escola. Mais tarde, matou o casal gay que morou ali antes dos Harmon e estuprou a esposa de Ben. E ao dizer isso em voz alta, ele torna esses crimes todos mais reais, mas Ben diz que não é seu padre e não pode redimi-lo. Tate pede, então, que ele apenas lhe faça companhia às vezes.
Vivien, por outro lado, REENCONTRA UM BEBÊ. Ela encontra Nora no porão, com um bebê chorando sem parar, e Nora explica que o bebê que supostamente nasceu morto, deu uma choradinha baixa antes – isso quer dizer que ele chegou a nascer, e então morreu logo em seguida, e será um bebê espírito pra sempre? De todo modo, esse bebê fez Nora perceber que ela não queria mesmo ser mãe, pois não tem paciência para o “Little Noisy Monster” e, exausta, pede que Vivien cuide dele… de alguma forma doentia, as cenas são bonitas, e Vivien ganha agora um filho de sua gravidez traumática, e um filho que era realmente o de Ben. Assim, ela sobe de volta à cozinha com seu bebê nos braços e o coloca nos braços de Moira, que ajudará a cuidar dele de agora em diante, como sua madrinha. Ver a emoção nos olhos de Moira ao acolhê-lo… QUE LINDO!
A família agora está feliz, bem… monta até uma árvore de Natal!
Precisaram MORRER para serem felizes, mas agora o são.
Com os quatro Harmon e Moira vivendo felizes na casa e assustando possíveis novos moradores, a temporada só não tem um final completamente feliz por causa de toda a trama do Anticristo, roubado e criado por Constance – e esses últimos minutos do episódio nos fazem ver o quanto “MURDER HOUSE” PRECISAVA DE UMA SEQUÊNCIA MESMO! À polícia, Constance diz que Violet pegou o bebê e fugiu, mas o cria como seu. Três anos depois, o bebê é uma criança macabra que chegou a nos dar calafrios, mesmo aparecendo em apenas uma pequena cena! Constance o deixa sozinho por algumas horas e, ao retornar do cabeleireiro, vê manchas de sangue pela casa e um rastro vermelho que leva até o quarto do garoto… no chão, o corpo dilacerado da babá e, na cadeira de balanço, sujo de sangue e com um sorrisinho perverso no rosto, o bebê de Vivien.
O Anticristo.

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