Sítio do Picapau Amarelo (2002) – História das Invenções
“Se não sou eu, a ciência não evolui!”
Mais uma
história adaptada da leva de livros “didáticos” de Monteiro Lobato, e é,
novamente, uma das melhores histórias do “Sítio
do Picapau Amarelo”. Exibida de 20 a 24 de Maio de 2002, em 5 capítulos, a
história é justamente o que o título sugere: A HISTÓRIA DAS INVENÇÕES, e é
brilhante como isso é bem conduzido de uma forma que seja divertido para as crianças, ao mesmo tempo em que é profundamente educativo.
Quando o Visconde de Sabugosa inventa a “botagrama”, mas acaba enfrentando um fracasso, a Dona Benta
aproveita essa empolgação com “invenções” para ler-lhes um livro muito
interessante, que volta muito ao passado para contar todas as invenções que nos trouxeram até onde estamos agora. Além
dos ensinamentos de Dona Benta, a história ainda conta com uma Feira de
Ciências no Sítio, e visitas ilustres trazidas de outros tempos pela Emília!
Quando a
invenção do Visconde dá errado e ele acaba todo quebrado, depois de levantar
voo e cair no chão, Emília não perdoa: “Mais
interessante se tivesse funcionado!”, e por isso Dona Benta tenta explicar
que “é assim mesmo”, que a história das invenções é de erros e acertos. Então,
ela decide ler um livro sobre isso para os netos, e é muito interessante como
eles listam uma série de invenções que mudaram
o mundo. A roupa. A casa. O fogo. A roda. O barco. O carro. A energia
elétrica. O rádio. O avião. O relógio. O cinema. A televisão. O telefone. O
foguete. Os eletrodomésticos. O computador. A internet. Do homem das cavernas até o dia de hoje. As crianças ainda
interferem adicionando outras invenções,
como a Emília listando “o pano, a lã, os retrós e as bonecas”. As roupas, por
exemplo, foram inventadas por uma questão de sobrevivência, para que pudéssemos
nos proteger do frio!
E tudo começou com a primitiva ideia de
cobrir o corpo com a pele de urso!
Com tudo
isso, as crianças rapidamente partem para a ação: Pedrinho sugere uma FEIRA DE
CIÊNCIAS no Sítio do Picapau Amarelo. O prêmio para o primeiro colocado será
uma viagem de pirlimpimpim para onde a pessoa escolher – quem não gosta nada
disso e fica enciumada assistindo de sua caverna é a Cuca! “Quer dizer que as crianças vão fazer uma Feira de Ciências e nem me
chamaram!” Assim, ela decide “colocar seu próprio tempero envenenado” nessa
brincadeira toda, e se transforma em uma menina,
a Queca. AH, COMO EU ME LEMBRO DA QUECA! Quando a Cuca invade o Sítio como uma
expositora na Feira de Ciências, com o intuito de transformar todas as crianças
em pedra, levantando rapidamente a desconfiança da Emília, e criando confusão
na cozinha da Tia Nastácia, chamando ela de “velha” e a sua comida de
“porcaria”.
Mas que a Cuca só gosta de suco de laranja
estragada e bolinho de barata!
Quem está
voltando para essa aventura é o Ênio, sobrinho do Coronel Teodorico, que está
muito mudado desde sua passagem pelo Sítio, em “Dom Quixote das Crianças”. Ele até já publicou um livro de ficção
científica, e chega ao Arraial dos Tucanos com um skate! Rapidamente, Pedrinho e Narizinho o encontram por lá quando
estão lá para divulgar a Feira de Ciências, que parece ser um evento de
sucesso, porque forma até fila para as inscrições, e existem algumas coisas
bacanas, como um tradutor da língua dos macacos para a língua das borboletas,
um guarda-chuva rosa de “voar baixo”. Todo mundo está bastante envolvido, mas
Emília, embora adore dar palpite e interferir nas invenções alheias, não consegue ter nenhuma grande ideia. “Droga! Quase tudo já foi inventado!”
Então, ela fica por lá, incomodando o Visconde por exemplo…
É com o
Visconde que ela conversa sobre grandes inventores, como Thomas Edson, ou
Leonardo da Vinci (“Mas eu te garanto que
ele ia ficar muito mais famoso se ele pintasse a Emilisa!”), e por seu
bloqueio inventivo, ela decide que sabe quem pode ajudá-la a “inventar algo bem
inventado”: OS GRANDES INVENTORES DO PASSADO. Assim, ela desaparece, enquanto
Dona Benta continua contando suas histórias sobre as invenções, agora não
apenas com os seus netos para escutá-la, mas várias crianças… a história da
mão, por exemplo, que fez os homens inventarem o martelo, a flecha… ou a
história dos pés, que fez os homens inventarem os trenós e, eventualmente, a
RODA, uma das invenções MAIS IMPORTANTES do mundo. Uma série de ensinamentos da
super sábia Dona Benta Encerrabodes de Oliveira que nós, tal qual seus netos,
amamos escutar!
Também é
muito fofo ver a senhora feliz e encantada quando Emília traz sua primeira
visita ilustre ao Sítio: LEONARDO DA VINCI. Ele, igualmente, se encanta com o
Sítio, com o Visconde de Sabugosa, e inclusive traz a Monalisa não finalizada, pois ainda lhe falta o
célebre sorriso, que parece ter tido certa interferência do Conselheiro! Mas
Dona Benta é quem está encantadíssima.
“Eu só posso ser grata à Emília de nos
trazer essa oportunidade maravilhosa”, ela comenta. Enquanto isso, a Cuca,
fantasiada de Queca, anda pelo Sítio do Picapau Amarelo sabotando todas as
invenções das crianças, mas isso permite que o próprio Leonardo da Vinci dê alguns
palpites e ensinamentos, melhorando a invenção a Narizinho, por exemplo,
falando sobre a “catapulta” e tudo o mais… e
então não é apenas a Dona Benta mais que pode ensiná-los.
Depois,
Emília chega com o 14 Bis, movido a pó de pirlimpimpim, e o próprio SANTOS
DUMONT no Sítio, mais uma ilustre presença para a Feira de Ciências do lugar.
Acho que o mais legal de tudo foi ver Santos Dumont e Leonardo da Vinci se
conhecendo, encantando-se um pelo outro. Santos Dumont por conhecer sua fama,
seus quadros, e tudo. Da Vinci, por sua vez, empolgadíssimo com o fato de “ele
poder voar”. Duas mentes criativas se
conectam lindamente. Também é MÁGICO como eles se unem à Dona Benta nas
HISTÓRIAS DAS INVENÇÕES, falando sobre o botão, por exemplo, que é um exemplo
de como as invenções surgem de necessidades: apenas os pobres os usavam,
inicialmente, porque os nobres não precisavam de sua praticidade, uma vez que
tinham criados que costuravam suas roupas enquanto eles eram vestidos por eles!
Não conhecia a história do botão, por
exemplo!
Tudo é uma
grande diversão para as crianças, e também um grande ensinamento. Santos Dumont
dá uma verdadeira palestra, por exemplo, sobre a sua invenção, e embora as
crianças AMEM, elas ficam até um
pouquinho desanimadas. Pensam que nunca poderão chegar aos pés desses
grandes inventores, e que “eles já inventaram tudo, não deixaram mais nada para
inventar”, mas a Dona Benta consegue motivá-los novamente! Os grandes inventores também estão
FASCINADOS com as invenções de depois de seu tempo. Santos Dumont com o
computador e a internet, por exemplo (esse avanço foi realmente MUITO RÁPIDO, só de pensar em como as coisas mudaram de
quando eu era criança para agora!); o Da Vinci com o micro-ondas de Tia
Nastácia ou o carro de Dona Benta, que ele até chega a dirigir, em uma cena
divertida que é uma verdadeira confusão!
A primeira
pessoa a descobrir sobre a Cuca/Queca é o Saci, mas a bruxa rouba a sua
carapuça e promete devolvê-la só depois do fim da Feira de Ciências, quando
todas as crianças estiverem transformadas em pedra, se ele não abrir a boca e, com sua invenção, que é, supostamente, “um
capacete que corta o cabelo das pessoas automaticamente”, ela transforma as
crianças em pedra. Primeiro o Zeca! Quando as crianças percebem a ausência do
Zeca, começam a procurá-lo antes do início da Feira, e a Cuca escolhe sua
próxima vítima: Ênio, mas Narizinho e Emília descobrem a pedra que era o Zeca e
desconfiam do que está acontecendo: “Onde
tem pedra maluca, tem dedo da Cuca!” Quando a Queca transforma o Ênio em
pedra, também, Narizinho e Emília veem tudo! “A Queca é a Cuca! E a Cuca é a Queca!” Agora, é fácil salvar os
meninos…
Emília é
bastante astuta enganando a Queca para que ela prove a própria invenção, e
então, claro, A TRANSFORMA EM PEDRA – “Quem
vira a gente em pedra, em pedra será virado. Já diz o ditado!” Depois, elas
salvam o Zeca e o Ênio, e deixam a Cuca lá, empedrada, para o Saci levar de
volta para a caverna… assim, a FEIRA DE CIÊNCIAS pode seguir adiante, com
jurados ilustres como Santos Dumont, Leonardo da Vinci, Visconde de Sabugosa,
Dona Benta, Tia Nastácia e Tio Barnabé, mas nem era assim tão difícil de
julgar. A invenção do Zeca não era boa para a Mocha; da Narizinho não chegou a
funcionar; do Pedrinho, bem pensada, caiu aos pedaços… assim, o Ênio vence com
a mala que segue a pessoa, sem precisar ser carregada! Sua dose de pó de
pirlimpimpim? Ele usa para uma visita ao
ESPAÇO, onde começa seu próximo livro!
\o/
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de Luz
A fantástica história da regressão da família do Teodorico. Como a gente saiu de Ênio pra Candoca, Miloca, Angico e Zequinha?
ResponderExcluirForam expandindo a família do Teodorico aos poucos kkkk E esqueceram o Ênio.
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