Doctor Who 11x07 – Kerblam!
“If you want it, kerblam it!”
E EU JÁ TENHO
UM EPISÓDIO FAVORITO NA TEMPORADA! Eu gosto muito do caminho que Jodie
Whittaker está trilhando como a 13ª Doctor, e eu também sempre adorei como “Doctor
Who” é capaz de caminhar livremente entre gêneros – na época de Matt Smith,
por exemplo, podíamos ter um episódio futurístico ou de fim de mundo ao lado de
um episódio sobre o Van Gogh, por exemplo! E
eles parecem completamente diferentes entre si. Com exceção e um outro
episódio até agora, a 11ª Temporada teve muitas histórias na própria Terra, e
também já visitamos o passado mais de
uma vez. Dessa vez, estamos em uma
galáxia distante, em algum tempo futurístico, observando todo o novo
funcionamento de um sistema de entrega de correios, e o que predomina é o
MISTÉRIO e a TENSÃO! Que episódio
delicioso, do início ao fim!
Tudo começa
quando um “Kerblam Man” aparece dentro da TARDIS trazendo uma entrega para a
Doctor – uma fez, que ela deve ter
encomendado duas regenerações atrás! Como é BOM ver a fez e pensar no Matt,
não?! Mas o que importava aqui era que a encomenda vem com um recado dizendo “Help me”. E, como ela mesma disse na
sua estreia como a Doctor, “se alguém pede ajuda, ela nunca se nega”. Assim,
eles acabam no sistema de Kandoka, em uma lua totalmente transformada em
depósito da Kerblam, um sistema de
correios espacial – e para que possam se infiltrar, a única maneira
possível é TRABALHANDO. Assim, com uma ajudinha de papel psíquico e a chave de
fenda sônica, a Doctor consegue colocar todos eles para dentro. É maravilhoso explorar o lugar, onde tudo
é 90% automatizado e 10% “orgânico” – ou seja,
gerido por pessoas, através da cota exigida.
O tempo todo,
eu estava CURIOSO e instigado – queria saber o que esse lugar tinha para nos
contar! Amei a ideia, amei o cenário, amei a construção da trama… tão “Doctor Who”! Judy Maddox, a
responsável pelos “orgânicos” na Kerblam, leva os novos funcionários para um tour pela empresa, e a Doctor e os
demais percebem que, com 10 mil funcionários humanos, não deve ser muito fácil descobrir quem enviou o
pedido de socorro. Uma vez dentro da Kerblam, o grupo se separa. A Doctor e
Ryan ficam no setor de embalagem, enquanto Yazmin fica no depósito e Graham na
limpeza. Assim, vamos conhecendo novas pessoas. A Doctor e Ryan conhecem Kira,
uma garota inocente e sonhadora, que só recebeu um presente na vida e gosta de
imaginar que seu trabalho faz as outras
pessoas felizes; Yaz conhece Dan, um cara que só vê a filha duas vezes por
ano; e Graham conhece Charlie um garoto tímido e fofo que também trabalha na
limpeza.
Achei que a
realidade daquelas pessoas era bem triste.
Kira era uma garota sorridente, quase parecia bem, mas intimamente triste… e
Dan era um máximo, e era tristíssimo
como ele falava sobre “ao menos ter um emprego, quando metade da galáxia não tinha”.
Segundo Kira, por isso foi determinado que todas as empresas, em todos os
níveis, precisavam ter 10% de mão de obra humana
(“Real people need real jobs”), mas
as condições de trabalho a que são submetidos é deplorável, com chefes
autoritários e robôs controladores que são um
tanto quanto macabros. A situação fica AINDA MAIS TENSA quando Yaz precisa
buscar um pacote em um setor ao qual Dan não
deixa que ela vá. Lá, ele encontra um robô estranho que não fala, mas está funcionando
normalmente, porque ele pega Dan… a única coisa que Yaz encontra dele, mais
tarde, é o colar da filha e um instrumento de trabalho.
As pessoas estão desaparecendo na Kerblam.
Do lado de
fora, durante uma espécie de “intervalo”, o grupo se reúne, e Yaz conta o que
houve com Dan Cooper, enquanto percebemos algo extremamente FOFO entre Kira e
Charlie – totalmente sem jeito, ambos, eles evidentemente se gostam, mas talvez
tenham perdido a capacidade de interagir
com outros seres humanos. De todo modo, essa cena se prova mais importante
futuramente do que eu jamais teria imaginado! Enquanto isso, a Doctor vai até
Judy e Slade para fazer uma denúncia
sobre o desaparecimento de Dan e sobre o cartão com o pedido de ajuda que
recebeu, e ela exige um posicionamento
deles, chega a dizer que “se eles não fizessem nada, ela estaria inclinada a
pensar que eles eram os culpados –
afinal de contas, foram SETE DESAPARECIMENTOS nos últimos meses, mas o sistema indica que essas pessoas ainda
estão vivas e trabalhando.
Só que não estão!
Gosto de como
tudo vai crescendo no caminhar do
episódio, e agora me sinto um pouco culpado
por ter me apaixonado tanto por Charlie, mais a cada cena – mas é que aquele
sorrisinho fofo dele é irresistível! No escritório de Judy, quando todo o
sistema cai, apenas um robô segue funcionando, e ele quase mata Charlie (!), que
é salvo por Judy, que arranca a cabeça do robô fora com as próprias mãos… alguma
coisa SÉRIA está acontecendo na Kerblam, e eles ainda não conseguem ligar todos
os pontos. Por que essas quedas de energia? Por que o sumiço de funcionários? Por
que eles tentaram matar o Charlie? E por que, agora, os robôs estão indo atrás
de Kira, oferecendo-lhe um presente? É angustiante
vê-la feliz em receber um presente e ser levada até o local de despacho… e se
os robôs QUEREM que eles saibam disso, é por algum motivo!
Então,
Charlie, Ryan e Yaz resolvem ir atrás de Kira – E QUE SEQUÊNCIA MAIS
MARAVILHOSA! Eles descem pelo mesmo lugar por onde descem os pacotes, e parecem
estar em uma montanha-russa eletrizante, cheia de emoções. A cena é divertida,
bonita, e essencial para mostrar o
tamanho daquilo tudo. Me fez pensar muito em “Monstros S. A.”, quando Sullivan e Mike sobem com as portas para
tentar devolver a Boo. Eles quase morrem algumas
vezes e quase são desintegrados,
mas eventualmente conseguem chegar lá embaixo e ouvem a voz de Kira… enquanto
isso, lá em cima, a Doctor descobre com o Kerblam 1.0, Twirly, que quem mandou
a mensagem pedindo por ajuda FOI O PRÓPRIO SISTEMA. Então, a Doctor, Graham,
Judy e Slade também descem, descobrindo que os robôs estão sequestrando
trabalhadores e os transformando em gosma.
É nojento e
desesperador.
Mas se o
sistema está pedindo ajuda… quem é o
vilão de fato?
Foi com muita
triste que assistimos Kira receber um
pacote da Kerblam. Ela está em uma sala isolada e, do lado de fora, Ryan,
Yaz e Charlie a assistem, tentam falar com ela, mas não conseguem se fazer
ouvir… quando ela abre o pacote, vê que ele está vazio – a não ser pelo plástico bolha (!), e então as coisas ficam claras. Como
a Doctor diz ao ver todo o exército de Kerblam Men: o que tem de comum em todos os pacotes? A reação natural frente a
um plástico bolha é estourá-lo, e é
isso o que Kira faz e, ao estourar uma bolinha apenas, ela morre. Os plásticos-bolha estão cheios de pequenas bombas
prontas para estourar e matar – mas nunca
foram para matar Kira. Com a morte de Kira, descobrimos quem está por trás
disso tudo o tempo todo: CHARLIE! E confesso que foi um pequeno choque, mas fez
sentido… com aquele sorriso lindo, “hidden
in plain sight”.
O que Charlie
queria, o tempo todo, era que os pacotes enviados pela Kerblam matassem um grande número de pessoas,
porque isso faria os seres humanos questionarem o sistema automatizado, e então
essa divisão de 90% e 10% poderia ser repensada. Sabendo o que ele estava
planejando, o sistema luta contra ele – por isso tentou matá-lo na sala de
Judy, e por isso matou Kira, porque ele se
importava de verdade com ela, e o sistema queria mostrar a Charlie como as famílias
se sentiriam ao perder as pessoas que amam estourando plástico-bolha –, mas
Charlie não volta atrás. Mesmo com a
Doctor dizendo que “o problema não é a tecnologia, mas o que pessoas como
Charlie fazem com ela”, Charlie aperta o botão… encomenda as mortes, que a Doctor consegue evitar no último
momento. Mas não a de Charlie, infelizmente.
Eu fiquei
triste com sua morte, mesmo com tudo o que ele planejou.
Foi um episódio forte, mas a mensagem é
linda!
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