El Diario de Daniela – O Diário de Daniela (1998)

“En el diario de Daniela / Se han escrito tantas cosas”

COMPLETANDO 20 ANOS EM 2018! “O Diário de Daniela” foi exibida no Brasil no começo de 2000, enquanto a novela “Chiquititas” fazia uma pausa antes da estreia da sua última temporada, e foi um sucesso tremendo! No México, ela foi exibida em 1998, o que quer dizer que, há 20 anos, as pessoas assistiam pela primeira vez às aventuras, alegrias e sofrimentos (!) de Daniela e sua turma, enquanto ela registrava tudo em seu diário. Protagonizada por Daniela Luján e Martín Ricca, “O Diário de Daniela” é uma novela de bom coração, mas bastante intensa e que, assistida novamente no presente, pode até causar um pouco de choque – mas essa é uma das coisas que eu mais gosto sobre a novela, porque ela não tem medo de tratar assuntos polêmicos e fortes com as crianças, e tampouco menospreza o seu público… então temos uma ótima novela em mãos!

Sinceramente, eu adoro a interpretação de Daniela Luján, apaixonante, intensa e emotiva, mas pouco consigo vê-la como a protagonista da trama, para dizer a verdade. Ela é a garota que é amiga de todo mundo e que enfrenta alguns problemas na família, como a recente morte de sua mãe e o fato de o pai estar começando a namorar novamente, enquanto registra tudo em seu diário – ela está ali como uma companion para as pessoas que estão realmente levando a trama adiante, como é o caso de Martín. O Martín é o meu personagem favorito, porque é onde a história é mais bem escrita – Martín é filho de pais separados, e mora com a mãe e o padrasto, que o maltrata. As cenas de Gustavo, o padrasto de Martín, contra o garoto sempre me chocaram, especialmente quando Martín acaba no hospital por bater a cabeça e sangrar, mas é um tema IMPORTANTE que eles tratam na novela.

Afinal de contas, Martín por muito tempo não quer falar sobre o que acontece na sua casa. A mãe, que vive em negação, fecha os olhos para a situação alarmante embaixo de seu teto, o pai, coitado, embora amoroso, é um tanto quanto distraído e tampouco sabe do que está acontecendo, e Martín apenas conversa com Daniela sobre isso – nem com o restante da turma ele fala. A novela trata o assunto com responsabilidade, como um alerta para que os pais tenham mais cuidado e para que os filhos denunciem caso enfrentem uma situação como a de Martín! Mas, embora com “responsabilidade”, as cenas são FORTES, e é um pouco angustiante assisti-las – não é comum que eu termine um capítulo de “O Diário de Daniela” me sentindo mal, ou que “deixe para ver mais tarde” um trecho em que sei que Martín sofrerá. Eventualmente, as coisas sairão de controle e ficarão ainda mais fortes e, dali em diante, o roteiro se dedica a desenvolver essa história como não se dedica a desenvolver nenhuma outra, na verdade. Por isso, a história de Martín, para mim, sempre será a melhor parte de “O Diário de Daniela”.

Porque, infelizmente, eu não consigo torcer pelo casal principal de “O Diário de Daniela”, Enrique e Natália. É difícil, principalmente, porque tudo supostamente acontece durante as férias escolares das crianças – e eu me pergunto: QUANTOS MESES ESSAS CRIANÇAS TIVERAM DE FÉRIAS?! Durante as férias escolares, Eleonor é assassinada (!), Enrique e a família passam por toda a fase de luto e, dentro de alguns dias, ele já está namorando a Natália, declarando o seu “amor incondicional”, até falando em casamento… e, sinceramente, eu não consigo entender como isso tudo aconteceu tão rápido, portanto não é fácil torcer para eles! Falta credibilidade à história. Enquanto isso, a novela tem um bom núcleo de vilões que, diferente de várias novelas infantis, não têm nada de cômicos. Helena é realmente maldosa e cruel, e Joel comete mais de um assassinato durante a novela.

Em cena.

Mas não apenas de momentos dramáticos, fortes e chocantes vive a novela – ela também tem momentos muitos bonitos e mais inocentes entre as crianças. Eu gosto de como a turminha, que forma a BANDA DA NOVELA, também tem suas tramas paralelas. Temos romances como o de Fátima e Christopher, por exemplo, o acolhimento a Chuy, que protagoniza algumas cenas muito bonitas da novela (eu adoro o momento em que ele ganha seus patins, por exemplo!) e descobre ter o dom para escrever poesias, e ainda temos uma figurinha especial na turma, que apenas Daniela enxerga (e Lidi, perto de morrer): YULS, o fantasma de um garoto que, há muito tempo, morreu no Teatro Principal, e que se apaixona por ela… por causa dessa “paixonite” do garoto, Martín vai ter dificuldades extras toda vez que tenta se declarar para Daniela, coitado!

“O Diário de Daniela” foi exibida em 100 capítulos, entre os dias 23 de Novembro de 1998 e 16 de Abril de 1999, e conta com substituição no elenco principal, quando Gerardo Murguía assume o papel de Enrique Monroy, que pertencera a Marcelo Buquet, na reta final da trama. Grande parte da novela se passa nos bastidores do TEATRO PRINCIPAL, da Família Monroy, e a novela é repleta de músicas, o que, inclusive, levou ao lançamento de um álbum (QUE EU TENHO!) com as músicas da novela, e até a uma versão brasileira do CD, com as músicas dubladas… que não são tão boas quanto as originais, naturalmente. É, provavelmente, uma das melhores atuações de Daniela Luján, como a pequena e doce Daniela Monroy, amorosa e preocupada em ajudar todo mundo como pode… uma novela que marcou uma geração, e que amamos até hoje!

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