Sítio do Picapau Amarelo (2002) – As Caçadas do Barão de Munchausen



“É muito engraçada, não importa se é verdade ou não”
Encerrando a primeira temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”, a série traz de volta o Barão de Munchausen, lá de “Viagem ao País das Fábulas” para sua última história – “Memórias do Picapau Amarelo”, a última história em 30 capítulos, é mais uma espécie de “resumo comentado”. Mas o mais interessante de tudo não foi isso, mas a tentativa do programa de incorporar alguns elementos que estiveram presentes ao longo da temporada, como um anjinho de asa quebrada, como em “Viagem ao Céu”, o próprio “Peter Pan” e uma vibe meio ao estilo “Caçadas de Pedrinho”, além daquele toque final de “Os XII Trabalhos de Hércules” quando Emília enfim acha uma utilidade para a cera das asas de Ícaro que trouxe da Grécia Mitológica. Desse modo, os 6 episódios de “As Caçadas do Barão de Munchausen” são divertidos e têm um tom bem nostálgico.
Uma bela maneira de encerrar o primeiro ano do programa!
Adoro como a trama é introduzida na semana… as crianças começam caçando minhocas (para o desespero do Rabicó!), para pescar no laguinho do Sítio, onde o Tio Barnabé conta uma história sobre um “amigo seu” que foi engolido por uma baleia e depois cuspido de volta, com barquinho e tudo – a ideia é introduzir o tema de “história de pescador”, e até a Emília resolve contar sua própria história, falando sobre uma boneca que virou peixe. Seu nome? Maria Joaquina de Anzóis Pereira. Emília é aplaudida, e depois o Tio Barnabé ri-se das crianças por terem acreditado nele ao dizer que tinha peixes naquele laguinho de nada na frente da casa. Essa história de “história de pescador”, sempre exageradas e mentirosas, tem tudo a ver com o Barão de Munchausen, que adora contar uma historinha que não é verdade. O maior mentiroso de todos os tempos.
Ele cai no Sítio do Picapau Amarelo com seu balão, dizendo que “caiu justamente onde queria cair”, porque estava louco para conhecer o tão famoso Sítio. As histórias mentirosas saem de sua boca sem que ele nem hesite, como quando ele se assombra com o novo tamanho gigantesco do Visconde de Sabugosa, depois do “banho de fermento”, e o Barão conta sobre uma vez em que colocou tanto fermento em um bolo, mas tanto fermento, que ele foi crescendo e crescendo até ficar do tamanho do seu castelo. A próxima história tem a ver com o Pássaro Roca, que deu um trabalhão para as crianças na vez em que estiveram por lá, e o Barão de Munchausen diz que o matou usando um caroço de cereja em sua espingarda… então um jardim de cerejeiras nasceu sobre o corpo do Pássaro Roca ou qualquer coisa exagerada e divertida assim.
No meio de todo o tecido do balão, as crianças encontram UMA ANJINHA DE ASA QUEBRADA, atropelada pelo desastrado Barão de Munchausen, e então a Narizinho e a Emília já viram suas melhores amigas e a levam para conhecer o Sítio, sobre o qual ela, também, já ouvira falar – “O Sítio é lindo! Bem que o Flor das Alturas me falou!” Emília a nomeia “Florinda das Alturas” (!) e convida o Peter Pan para vir ao Sítio para dar-lhe aulas de voo, já que a anjinha parece ter desaprendido a voar: “Vamos abrir a Auto Escola Pirlimpimpim!” Eu gosto muito de ter o Peter de volta ao Sítio, e de como ele ajuda Florinda, embora não pareça que ela esteja fazendo algum avanço… quando ela quase consegue voar, acaba entrando em uma nuvem de chuva e vem de volta ao chão, toda molhada e se lamentando porque não consegue mais voar direito.
“Tô achando melhor eu fechar a Auto Escola Pirlimpimpim!”
O Barão, por sua vez, é um problema muito mais sério para o Sítio, porque ele está decidido a ir ao Capoeirão para CAÇAR! Dona Benta avisa que é proibido caçar, mas nada adianta – por isso, Pedrinho e Visconde o seguem para tentar impedi-lo de matar qualquer animal. Eles seguem o Barão dispostos a atrapalhá-lo, e o Saci escuta a conversa e entende tudo errado, e fica totalmente desapontado com o Pedrinho, até o acusando de tê-lo traído! Para proteger a mata, o Saci usa uma armadilha que aprendeu com o próprio Pedrinho para prendê-los, e apenas o Pedrinho e o Visconde caem nela, e têm um trabalhão para convencer o Saci a, ao menos, escutá-los quando eles explicam o que está acontecendo e como estão, na verdade, tentando impedir que o Barão de Munchausen cace. Eventualmente, no entanto, o Saci acaba entendendo e se junta a eles.
A tempo de salvar uma onça pintada!
Dona Benta, por sua vez, está animada com a visita do Barão, confiando que o neto e o sábio do Sítio o impedirão de caçar, e se diverte com o livro e com as histórias do Barão – tipo aquela história absurda de como ele e seu cavalo, Ajax, caíram no rio e ele os salvou puxando o próprio cabelo de volta à superfície –, para o ciúme do Coronel Teodorico. “É muito engraçada, não importa se é verdade ou não”. Enquanto isso, o Barão ouve o canto da Iara e é enfeitiçado por ela, mas acaba sendo salvo pelo Visconde e pelo Pedrinho, que embora não queiram que ele cace no capoeirão, tampouco querem que ele seja enfeitiçado e levado para o fundo do lago pela Iara, né? Por fim, o Coronel Teodorico convence o Tio Barnabé a entrar na mata com ele atrás do Barão de Munchausen, tudo por causa do ciúme imenso que sente da sua querida Dona Benta.
A disputa de egos do Coronel e do Barão: WOW!
Quando todo mundo se prepara para dormir (Narizinho, Emília e Florinda em NUVENS no quarto, porque é a única maneira como a anjinha consegue pegar no sono), o Barão de Munchausen diz que “prefere dormir na varanda”, em uma rede – só porque ele quer enganar a todos e sair caçar: “Agora quero ver quem vai me impedir de caçar todos os animais do capoeirão! Vai ser uma noite e tanto!” Ele coloca almofadas em seu lugar na rede e sai pela mata, seguido, dessa vez, apenas pelo Saci. O Pedrinho, de alguma maneira, sente o quão traiçoeiro é o Barão e acorda assustado de madrugada, prometendo que “nunca vai deixar o Barão caçar os bichos do capoeirão”, mas quando ele e Dona Benta vão verificar a rede do lado de fora, pé-ante-pé, veem as almofadas preparadas pelo Barão e presumem que ele está ali, dormindo.
Na mata, um grupo de sacis impedem o Barão de caçar!
“Não será um bando de duendes saltitantes que vai me atrapalhar!”
Na manhã seguinte, Florinda das Alturas, com as asas consertadas pela Tia Nastácia, está ansiosa para voltar a voar, e VOA COM SUCESSO, infelizmente indo um pouco longe de mais, e sendo atingida por um tiro do próprio Barão de Munchausen, que a vê no céu e acha que é algum animal, e sua doentia necessidade de “caça” o faz atirar sem nem pensar – é a hora de pôr um fim em suas caçadas de uma vez por todas! Agora, todo mundo no Sítio está verdadeiramente bravo com o Barão, e quando Florinda acorda, machucada, mas viva, eles dizem que ele passou dos limites. O tiro só acertou a asa de Florinda e meio que de raspão, então a Emília sugere usar a cera de Ícaro que ela trouxe da Grécia Mitológica para consertá-la para que ela possa voltar a voar. Arrependido, o Barão pede perdão à anjinha, e ela o perdoa… desde que ele não volte mais a caçar.
Enfim!
Assim, os mais recentes visitantes do Sítio do Picapau Amarelo podem se despedir e ir embora. A Tia Nastácia, com os seus dons milagrosos que não são apenas de fazer bolinhos de chuva, remenda o que precisa do balão do Barão de Munchausen que, antes de ir embora, conta uma última história, sobre como uma vez esteve na Lua – e chegou lá de navio com ventos fortes demais que o tiraram de seu curso original! Mas, a essa altura, ninguém mais acredita nele! Então, despedindo-se de todos, o Barão vai embora. Depois do Barão, a “Florinda das Alturas” também está preparada para tentar voar novamente, com suas asas consertadas pela Tia Nastácia graças à Emília, e então ela também se despede do Sítio, levando duas cestas de bolinhos: uma para ela e outra para o São Jorge, se ela puder passar na Lua no caminho e deixar de presente para ele…

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