Desventuras em Série 3x03 – A Gruta Gorgônea: Volume 1
Cadê o wasabi?
A nova
desventura dos Baudelaire os leva até o submarino Queequeg, e enquanto a série
toma novos caminhos para chegar aos
mesmos objetivos, também acompanhamos cenas que imaginamos ou sobre as quais,
mais tarde, ouvimos falar, como um pouquinho mais do Quigley e de Kit Snicket,
além de um recente disfarce do Conde Olaf na esperança de roubar um submarino – o episódio é bom, mas eu tive dificuldade
para reconhecer a vibe do livro em vários momentos. Como
eu comentei no início do parágrafo, a série toma caminhos diferentes, e embora ela tenha chegado às mesmas
consequências (como a Sunny contaminada pelo Mycelium Medusóide ao fim do
episódio), tudo pareceu um pouco mais acelerado,
e eu pouco consegui me convencer com a Fiona, por exemplo… é bom primeiro gostar dela, para depois quebrarmos a cara.
Mas enfim.
For Beatrice –
Dead women tell no tales.
Sad men write them down.
No fim de “O Escorregador de Gelo”, os Baudelaire
chegaram a um misterioso submarino com a marca de C.S.C., e agora eles tentam
entrar pela escotilha usando o significado das letras, ou o lema da organização
secreta, mas a escotilha se abre quando Sunny diz a palavra mágica: “Baudelaires”. Quando os três irmãos
descem pela misteriosa escotilha enquanto o submarino volta a submergir, eles
são recebidos por Fiona, a atual Capitã do Queequeg (cadê o Andarré?), e ela
diz que sabe tudo sobre eles graças a’O
Pundonor Diário, e que a sua missão é encontrar
o Açucareiro para C.S.C. Não ter o Capitão Andarré não nos permite que
percebamos o quanto o seu lema é ridículo
(tampouco que Fiona o questione, portanto quem o faz é Violet), e também nos
priva de conhecermos uma versão melhor
de Fiona, ANTES de se tornar Capitã… aquela
que parecia uma boa garota.
Direto como
Capitã, ela só parece chata e não-confiável.
E, com isso,
o Klaus também saiu perdendo, porque
o seu grande “crush” é uma garota de quem, aparentemente, só ele gosta. E,
talvez, Phil, o otimista da Serraria Alto-Astral que é o segundo tripulante do
Queequeg – ele perdeu uma perna depois de ser atacado por um tubarão, mas ele é
totalmente otimista a respeito disso,
como sempre. No geral, pareceu muito mais imposto
do que realmente construído e natural o “romance” de Klaus e Fiona,
por expressões de Violet ou o “Get a
room” fantástico de Sunny, e eu detestei
o fato de o Klaus pouco questionar e, basicamente, fazer tudo o que ela sugere,
com uma confiança cega que não faz nenhum
sentido. Violet não apenas não confia
nela, como também cria uma espécie de rivalidade que não é nem um pouco saudável. Fizeram tão bem a relação de Klaus com
Quigley, e estragaram agora!
Falando em
Quigley, eu ADOREI vê-lo de volta! O vemos no escritório do inútil do Sr. Poe
(esse eu não queria ver de volta, mas
a série insiste em colocá-lo constantemente), pedindo ajuda para encontrar os
seus amigos, mas é claro que o Sr. Poe não faz nada – mesmo assim, a visita não
é inútil, porque Quigley conhece Kit
Snicket, e ela pode ajudar. Enquanto Quigley conhece Kit, os Baudelaire
descobrem sobre a Aquáticos Answhitle, destruída por outro incêndio, e quando
Violet quer descer e investigar,
Fiona quer mantê-los todos a bordo do
Queequeg. Antes que possam descer à Gruta Gorgônea em busca do Açucareiro,
Fiona fala sobre o Mycelium Medusóide, o mortal fungo que cresce nas
profundezas da gruta, e eles leem
sobre isso antes de realmente descerem… o que é algo que faz com que a
experiência lá em baixo seja bem
diferente.
O Conde Olaf,
por sua vez, está em uma situação peculiar: Esmé Squalor foi determinada a Capitã do seu submarino em forma de
polvo, Carmelita está irritante como sempre (mas devo dizer que ela está hilária), e ele está bravo com o homem
de mãos de gancho, porque ele não matou a Sunny no topo do Monte Fraught. Por
falar no homem de mãos de gancho, eu fiquei triste
com o “O bisbórria não é da família!”
puxado pela Carmelita! Uma das melhores cenas do episódio foi aquela do Grande
Desconhecido. ADOREI como o clima ficou dark
quando as luzes se apagaram e todos ficaram em silêncio por causa do misterioso
ponto de interrogação no sonar, e
como a série se preocupou em mostrar que O CONDE OLAF TAMBÉM TEM MEDO DO GRANDE
DESCONHECIDO. Seja lá o que for (mistério resolvido apenas em “Só Perguntas Erradas”), é assustador.
Quando o
Conde Olaf vê o Q do “Queequeg” no sonar, ele muda todos os planos de Esmé
Squalor para capturar os Órfãos
Baudelaire, e a melhor parte dessa sequência foi A ROUPA DE POLVO DA ESMÉ!
Aqui, a série muda a ordem dos acontecimentos no livro e, ao fazê-lo, muda as
motivações dos personagens. As crianças não descem por vontade própria à Gruta
Gorgônea em busca do Açucareiro, mas porque Esmé Squalor os manda lá para
baixo, e então os três descem, andando por “águas não-cartografadas”, tendo
consciência, desde sempre, que estão em um tipo de base submarina de C.S.C.,
que há muito foi destruída por um incêndio. É muito menor misterioso, e eu gostaria de ter visto o esplendor descrito por
Lemony Snicket no livro, de quando a base ainda funcionava… na série, ela
acabou ficando muito menor e menos impressionante.
Fiona fica
para trás, escondida no Queequeg, e pede ajuda, que será enviada por Kit
Snicket – assim, temos um trecho que, admito, foi melhor que no livro: quando os irmãos encontram uma escada que
deve levar à Aquáticos Answhitle e, no topo dela, nas ruínas daquele incêndio,
os irmãos veem QUIGLEY QUAGMIRE. Ele está com o Açucareiro, mas quando Violet
começa a subir em sua direção, Klaus grita para que ela pare, porque vê o
Mycelium Medusóide crescendo na escada. Então, enquanto o fungo letal toma
conta de tudo, Quigley se recusa a ir embora sem eles, mas Violet pede que ele
o faça e feche a porta, dizendo que “eles se encontrarão no último Lugar
Seguro”. Então, Quigley desaparece atrás da porta, e os irmãos Baudelaire
correm para fora da Gruta Gorgônea e de volta para o submarino, onde descobrem
que o capacete de Sunny tem vestígios de Mycelium Medusóide.
ADOREI a
participação rápida de Quigley nesse episódio, mostrando que ele está por ali e
tendo “suas próprias desventuras”, mas confesso que toda a sequência submarina
até a Gruta Gorgônea me pareceu um pouco
decepcionante, depois de ter lido o livro – no livro, as crianças (com
Fiona), passam uma noite toda na gruta, para escapar do fungo, e aquilo lhes dá
tempo para pensar e para se conhecerem melhor. Senti falta da Violet ter
encontrado um jornal que fala algo sobre a família de Fiona, assim como senti
falta da Sunny cozinhando para eles com os recursos que tem… sem contar que foi
dali da gruta, naquela noite gelada, que os irmãos levaram wasabi que, mais
tarde, salvaria a vida de Sunny – e eu não sei como eles farão isso na série,
mas eu temo que seja mais forçado que
no livro, porque a solução só vai aparecer depois
de o problema começar.
De todo modo,
que salvem a Sunny. Com ou sem wasabi.
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