Desventuras em Série 3x04 – A Gruta Gorgônea: Volume 2
Nobre ou pérfido?
Eu adoro a
discussão (que é tão importante nos últimos livros da série) que “Desventuras em Série” traz sobre as
pessoas não serem simplesmente “nobres” ou “pérfidas”, porque o mundo não é
assim tão simples – como eles dizem no episódio, as pessoas “são como salada do chef, com coisas boas e
ruins misturadas num vinagrete de confusão e conflito”. E é com essa
realidade que as crianças precisam se deparar, embora elas não estejam pensando tanto sobre isso quanto deveriam. Nesse
episódio, Sunny Baudelaire tem menos de uma hora de vida porque o seu capacete
foi infectado com o Mycelium Medusoide, e se Violet e Klaus não descobrirem depressa um antídoto, eles não poderão
salvar a vida de sua irmãzinha… e, naturalmente, eles são distraídos por uma
série de “eventos desafortunados” (!) que comprometem a vida da pequena Sunny.
Preciso dizer
que é apavorante ver a Sunny correndo
risco de morte, mas também é o que
torna a série de livros de Lemony Snicket mais INTENSA. Nunca antes um dos
irmãos esteve tão próximo da morte
certa, e o sofrimento de Violet e Klaus por Sunny é verdadeiro, e isso
intensifica a trama, que se diz tão sombria
e cheia de infelicidades. Enquanto
tentam convencer o Conde Olaf a deixar que eles retornem ao Queequeg em busca
de um livro sobre o Mycelium Medusoide e, consequentemente, um antídoto para
Sunny, os irmãos são atrapalhados por um recital pavoroso (e, infelizmente,
divertido) de Carmelita Spats, pelo otimismo de Phil, agora escravizado no
submarino do Conde Olaf ao lado dos Escoteiros da Neve sequestrados, e a
obsessão de Esmé Squalor pelo açucareiro desaparecido, que foi levado por Quigley
Quagmire no episódio passado.
Enquanto isso, Sunny tosse…
“She’s going to die!”
Quem ajuda a
Sunny é o homem com as mãos de gancho, e eu acho que isso é um grande
desenvolvimento para “Desventuras em
Série”, porque isso foi devidamente iniciado em “O Escorregador de Gelo”, para culminar nesse momento importante em
que ele se importa com Sunny de
verdade. Então, ele indica o caminho para o Queequeg, e os Irmãos Baudelaire
criam uma distração com os Escoteiros da Neve durante o recital de Carmelita,
para que possam escapar de volta ao Queequeg. Com a ajuda de Fiona, eles
encontram um capítulo num livro de fungos sobre a Gruta Gorgônea e o Mycelium
Medusoide, e a escrita de um poema nas margens da página os faz lembrar do Mau
Caminho e o que cheirava: RAIZ-FORTE. Então, eles precisam buscar raiz-forte, o
condimento que pode salvar a vida de Sunny Baudelaire, por todo o submarino…
Aqui, preciso
fazer uma crítica à trama alterada na série. Chegamos ao mesmo resultado? Sim.
Sunny é salva por wasabi, e é ela mesma
quem dá a ideia de usá-lo como antídoto e substituto da raiz-forte, na sua
ausência, mas faltou desenvolvimento.
No livro, as crianças passam uma noite na Gruta Gorgônea, e isso é um
desenvolvimento IMPORTANTE que culmina em Sunny encontrando wasabi e guardando
consigo, porque “um dia vai poder usar para preparar algo para os irmãos”. Então é ela mesma quem salva sua vida desde
muito antes. Ao menos os irmãos buscam pelo submarino e, na busca,
encontram o bolo de aniversário que Sunny e Phil prepararam para o aniversário
de 15 anos de Violet, do qual eles nem se
lembravam. Não Violet nem Klaus, mas Sunny se lembrava. E ISSO É MUITO FOFO
DA PARTE DA PEQUENA BAUDELAIRE!
Sunny acaba
salva pelo wasabi, e quando tudo está quase
resolvido, Fiona fala de um telegrama que recebeu e que indica o Último
Lugar Seguro de C.S.C., onde a reunião se realizará na próxima quinta-feira: O
HOTEL DESENLACE. Ao invés de rumar com o Queequeg para o Hotel, no entanto,
Fiona quer esperar, e é então que o episódio faz a revelação de que o homem com mãos de gancho, Fernald, É SEU
IRMÃO. E essa é A MINHA CENA FAVORITA DO EPISÓDIO. Porque é aqui, com o
Fernald, que vem toda a discussão sobre “nobre” ou “pérfido”, já que Violet e
Klaus se recusam a confiar nele,
depois de tudo o que fez, mas ele não é “pérfido” e pronto… ele salvou a Sunny, não foi? E ele realmente colocou fogo na Aquáticos
Answhitle, como Violet descobrira, mas, como vemos agora, ele fez isso para destruir a pesquisa e o Mycelium Medusoide.
“I made a terrible thing for a noble reason and I paid for it”
Existe,
portanto, “lado certo” da CISÃO?
As coisas
saem de controle quando o Conde Olaf e Esmé Squalor invadem novamente o
Queequeg, e Fiona, aparentemente, os trai. Quando Olaf acha que Fernald o
traiu, Fiona diz que não e que “tem como provar”, entregando-lhe o Mycelium
Medusoide no capacete de Sunny, e embora ela estivesse defendendo o irmão e
tenha impedido o Conde Olaf de contaminar os Baudelaire, ela não fez uma boa escolha… a decepção no olhar de Klaus ao pedir
que ela “não faça isso” é de partir o coração. Fiona, então, finge que os está
levando ao calabouço e permite que eles fujam, entregando o quepe de Capitã a
Violet e confiando o Queequeg a eles, mas
ela não pode ir com eles ao Hotel Desenlace: ela não pode abandonar a única
família que tem, seu irmão. Por isso, ainda que lhe doa e que ela chore,
ela fica para trás e se despede dos Baudelaire, dando um beijo em Klaus.
Agora, o
Conde Olaf planeja ir até o Hotel Desenlace ele mesmo e liberar o fungo,
destruindo, de uma vez por todas, C.S.C. Os irmãos, por sua vez, rumam à praia
mais próxima ao Hotel, que é a PRAIA DE SAL, onde isso tudo começou. Estamos no mesmo cenário do primeiro
episódio, com uma pedra idêntica, com o Sr. Poe caminhando na direção deles, mas dessa vez existe algo diferente: Kit
Snicket em um táxi, disposta a levá-los para o Último Lugar Seguro de C.S.C., e
os Irmãos Baudelaire percebem que é clara a decisão que precisam tomar se querem “quebrar o ciclo”. Portanto,
eles se negam a recomeçar tudo e não
acompanham o Sr. Poe. Lhe dizem adeus e seguem Kit Snicket, na promessa de
levá-los até C.S.C., e aquele foi um momento emocionante… porque agora os Baudelaire sabem onde estão indo e, pela primeira vez,
estão indo por vontade própria.
Como voluntários.
Para mais postagens de Desventuras em Série, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário