Minha Vida em Marte (2018)
“Sweet French fries soup!”
Com dois
talentos da comédia, É CLARO QUE O FILME É DIVERSÃO PURA! Seguindo o sucesso do
filme de 2014, “Os homens são de Marte… e
é pra lá que eu vou!”, também com Mônica Martelli e Paulo Gustavo nos
papéis principais, “Minha Vida em Marte”
é uma continuação perfeita que nos diverte do início ao fim, também nos
emociona e pode arrancar lágrimas, mas
que também pode funcionar muito bem
de forma independente do primeiro
filme! Talvez justamente por isso escolheram que o título do filme fizesse uma
referência, mas não ostentasse um imenso “2” depois do título, o que pode afastar um pouco do público. Acho que há muito tempo (talvez desde “Minha Mãe é uma Peça 2”) eu não ME
DIVERTIA TANTO no cinema, e é muito bom ver a sala cheia, com tanta gente reunida para se divertir ao
mesmo tempo.
Pena que outras produções brasileiras não ganhem
esse destaque!
O filme conta
a história de Fernanda, uma mulher de 45 anos e, agora, casada. Ela e Aníbal
fazem festas de casamento (embora
estejam expandindo o seu negócio nesse filme!) juntos e são melhores amigos –
assim, Fernanda confidencia para Aníbal que está
pensando em se separar do marido. No primeiro filme, ela queria conhecer alguém. Aqui, mesmo depois de
eles terem vivido uma época especial
juntos e terem uma linda filha chamada Joana (a Adriana, de “Carinha de Anjo”!), que está prestes a
completar 6 anos, o casamento deles esfriou,
e talvez não tenha muito mais o que fazer para salvá-lo… Fernanda está
inventando desculpas para evitar fazer sexo com o marido, e tudo basicamente
parece um desastre… assim, agora enquanto
planejam casamentos, Aníbal e Fernanda são bem “encorajadores”, falando sobre
como tudo “eventualmente desanda”.
Mas não podemos
deixar de rir das situações… mas o principal destaque em relação aos “negócios”
de Aníbal e Fernanda é que, agora, eles estão até fazendo outros tipos de eventos – o filme começa com o planejamento
de um casamento (Aníbal sobre os docinhos é sensacional!), mas então eles
recebem uma proposta interessante: DE
FAZER UM VELÓRIO. E eles tentam: por que não?
E dali saem alguns dos MOMENTOS MAIS DIVERTIDOS de todo o filme, quando eles
planejam a “decoração”, com o morto no salão principal, e pensam no dia ideal
até quando ele tem que morrer… por sinal, a cena em que Aníbal recebe o
telefonema avisando da morte do velho de 95 anos e conta para Fernanda?
MA-RA-VI-LHO-SA! Uma mistura de “Graças a
Deus!” e “Que Deus me perdoe!”
divertidíssima. No fim do velório, inclusive,
eles distribuem cartãozinhos!
Com o
casamento aparentemente desandando, a primeira ideia de Fernanda é fazer algo para salvá-lo – depois de um
comentário de Tom sobre como “a Julia Roberts já foi bonita, mas agora está
velha”, ela decide cuidar de si mesma,
E QUE SEQUÊNCIA PERFEITA. Fernanda vai (e leva Aníbal com ela) para uma aula de
crossfit que, no fim, a deixa no
hospital, com vários comentários sobre “a sua idade” – o médico sugere, então,
que ela faça hidroginástica, e ela
vai, sempre com o Aníbal, embora saiba que só
vai encontrar pessoas da terceira idade na aula… mas, para compensar, temos
um professor LINDÃO, Rodrigo (interpretado pelo Dudu Pelizzari), e quando ele tira a camisa no fim daquela aula… bem, não dá para culpar ninguém por ficar
babando, né? Mas, claro, Rodrigo é comprometido, e Fernanda se sente
patética por ser casada e sentir ciúmes de um cara com quem nunca saiu!
Por isso, ela resolve tentar “esquentar” a relação
com o marido.
ASSIM, TEMOS
AQUELA ICÔNICA CENA DO SEX SHOP (e a que vem depois, em que Aníbal diz que
Fernanda não pode passar mal não, porque tem mais de 100 “pirus” naquelas
sacolas), e a única coisa que faltou foi uma participação especial rápida da Ingrid Guimarães, para unir as duas
franquias… de todo modo, ela sai com um vibrador e uma fantasia sexy de
enfermeira que tampouco ajuda a esquentar
a relação, porque Tom acaba pegando no sono. Quando eles saem para passar uma noite fora, só os dois,
Fernanda sente frio demais, perde a vontade
de fazer amor, e quem pega no sono, dessa vez, é ela. [Em contrapartida, temos
Aníbal cuidando da Joana e DO PORQUINHO DE ESTIMAÇÃO que agora ela tem –
destaque para a cena do porquinho tomando banho e o “Cantor lírico uma hora dessas?”] No fim, na festa de 6 anos de
Joana (em que faltam 6 “pessoas
verticalmente prejudicadas”), Fernanda descobre que o marido a está traindo…
E então o casamento chega ao fim
definitivamente.
O que, na
verdade, tinha que acontecer – é como
o Aníbal diz: ela estava infeliz há muito tempo e já pensando em se separar! Achei
EXTREMAMENTE FOFO como Aníbal vai com mala e tudo para a casa dela, dizendo que
“não vai deixá-la sozinha num momento desses”, e então ele a acompanha em tudo,
na esperança de animá-la. Eles vão a
um show da Anitta, por exemplo (quem se dá bem é o Aníbal, na verdade,
conhecendo o Theo, interpretado pelo Lucas Capri), e, depois, a uma festa chique na qual Theo não pode entrar sem estar acompanhado – é quando Aníbal
descobre que eles estão em uma festa de
swing, e corre para salvar a amiga dessa enrascada! No dia seguinte, para
completar a confusão, Aníbal e Fernanda encontram Tom com outra (a descrição de
Aníbal da Fiorella é INCRÍVEL!), e então eles acabam em um retiro de yoga, ou qualquer coisa assim.
“Em contato
com a natureza”.
Não que
Aníbal goste muito da ideia…
Por isso, ele
radicaliza, e decide levá-la para outro lugar: NOVA YORK! Várias
das cenas de Nova York já tínhamos visto no trailer de “Minha Vida em Marte”, mas vê-las completas é ainda melhor, e provavelmente foi a sequência em que eu mais ri em todo o filme! Eles chegam
à Times Square, onde caminham, fazem compras, comentam sobre musicais da
Broadway (adorei a comparação de “Mary
Poppins”, em que a atriz voa sobre as nossas cabeças, com a Cuca que caiu
sobre a plateia no Brasil!), e aquele icônico “Vamo esbarrar em alguém na rua e pedir ‘sorry’?” Mas acho que
nada, NADA, se compara à cena do Aníbal no telefone TENTANDO PEDIR COMIDA EM
INGLÊS! QUE SEQUÊNCIA PERFEITA. Na hora que Fernanda pede uma “sopa de batata
doce” e pergunta “como se diz batata em inglês” e ele responde “French fries” EU NÃO AGUENTEI.
Sorte não estar comendo nada…
Também foi
MARAVILHOSA aquela cena das compras supérfluas
de Fernanda (“Ah, porque não tem elástico
e algodão no Brasil?”), todas devidamente justificadas (?). No dia
seguinte, Fernanda decide que “eles não podem só ficar fazendo compras”, porque
isso “é muito fútil”, e precisam de algo “mais cultural”. Assim, eles entram em
uma galeria (Aníbal caminhando por toda a galeria!), e foi a melhor escolha de Fernanda – ali, ela conhece o Bruno
(interpretado pelo Ricardo Pereira), UM HOMEM LINDO DE MORRER (Meu Deus!), que
os chama para uma festa, e ela acaba
passando uma noite gostosa com ele… infelizmente, ele era casado e tudo o
mais, mas ela não sabia, e ao menos
foi uma diversão, não? SERVIU DE ALGO! Então, de Nova York, do Central Park,
Fernanda tem que voltar para o Brasil, direto
para o tribunal… e terminar o divórcio.
E é outra
cena LINDA. O filme é sobre muitas coisas, no fim das contas. É divertidíssimo,
sim, mas ele tem uma mensagem, e nós pensamos EM COMO FERNANDA CRESCEU, não? Com
a ajuda de Aníbal, é claro, ela ajudou a confiar mais em si mesma, a se sentir
mais linda, a descobrir que a felicidade
estava dentro dela, e não nas outras pessoas. Assim, mesmo quando Tom tenta
voltar atrás quando tudo está quase
oficializado, e ela se lembra de momentos lindos
com ele, ela também se lembra de como tudo isso lentamente morreu, e percebe que ela não
tem que voltar com ele. Ela tem que APRENDER A SER FELIZ POR ELA MESMA. “Antes, na minha casa, eu ouvia críticas. Hoje
eu ouço música”. Que libertadora
a cena de Fernanda na praia, se divertindo… ela
parece tão leve, tão bela, praticamente uma nova mulher. Uma mulher que
aprendeu.
E, no meio
disso tudo, temos o Aníbal, e a mensagem final de Fernanda é muito comovente – como ELA AMA O SEU AMIGO. Porque às
vezes ela não se dava conta de como esses momentos que passava com ele eram
importantes, mas são… é isso o que faz
uma amizade valer a pena. Na mesma cena da praia, os dois conversam, os
dois percebem como gostam um da companhia do outro, como contam tudo um para o
outro… e esse é o tipo de amor mais importante. Depois de verem mais um homem
lindo como potencial futuro “caso” de Fernanda, por exemplo, eles partem juntos
para a água, apenas os dois, onde se
divertem… a narração final de Fernanda se pergunta o que é o mais
importante em uma amizade, se é a confiança, o companheirismo, mas ela sabe o
que é: É O AMOR. E essa, definitivamente,
é a melhor mensagem que o filme deixa.
Lindíssimo!
<3
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