O Diário de Daniela – Um pacto entre Daniela e Natalia
“Pela minha mãe… e por todos que amo!”
Sempre vou
falar o quanto ADMIRO a seriedade e a humanidade com que toda a trama da morte
de Leonor é tratada em “O Diário de
Daniela”. As cenas são belas, mas reais, ocupam tempo suficiente da trama
para que não seja leviano, e expressa brilhantemente o sofrimento diferenciado
de cada pessoa. Daniela, sentindo-se culpada pela morte da mãe, se recusa a
voltar para casa, escondendo-se no sótão do Teatro Principal, de onde não quer
sair – ela conversa com Yuls, conversa com Natalia e, basicamente, é isso. Em
um momento bastante emocionante, quando Juancho pede que Natalia durma com ele
em seu quarto depois de ela o ter socorrido e levado ao hospital por causa de
uma crise que ele teve, causada pela maneira como Helena o tratou e falou da
morte de sua mãe, Enrique vai ao teatro passar a noite ao lado da filha, e
quando ela acorda, praticamente a primeira
coisa que diz é: “Mais um dia sem
minha mãe”.
A grande
preocupação de todos, família e amigos, é que Daniela não conseguiu CHORAR. Ela não colocou para fora a imensa dor que
está sentindo pela morte da mãe e, assim, Martín tem um plano, e mobiliza os
amigos a conseguirem todos os vídeos que conseguirem dela com a mãe. É
imediatamente triste, meus olhos se enchem de lágrimas enquanto os amigos
trabalham para preparar um vídeo especial para ela, mas se a ideia é fazer
Daniela pensar na mãe e fazê-la
chorar, então É UM BOM PLANO. Quando eles colocam o vídeo para rodar, Daniela
se impressiona imediatamente, e a maneira como olha para a tela, como toca o
rosto da mãe com a imagem congelada… e os amigos estão SEMPRE ali com ela,
colocando-se à disposição, e isso só, mais uma vez, mostra como ela tem amigos
preciosos ao seu lado, que a amam de verdade.
Completamente
diferente de Adela, que está MAIS SOZINHA QUE NUNCA, e o fato de culpar o pai
pela morte da mãe a afasta até mesmo dele… assim, ela acaba se aproximando
perigosamente de Helena, que acaba fazendo algo “bom”, ainda que seja por puro
interesse, quando convence Adela a
perdoar o pai. No fundo, Adela queria,
mais que tudo, abraçar o pai! Então, ela pede desculpas e o abraça, e é uma
cena muito emocionante… mais tarde, ela fala sobre como “tirou um peso das
costas” ao abraçá-lo, e a emoção das cenas são minadas pelo fato de Adela estar
tão “agradecida” a Helena, chamando-a de “melhor amiga”. É totalmente
ULTRAJANTE e terrível como Helena diz
que “alguns males vêm para o bem”, querendo convencer Adela de que o fato de
sua mãe ter morrido (!) foi bom (?) para que elas se aproximassem.
Quer dizer… é sério isso?!
Daniela, por
sua vez, mostra a carta que a mãe escreveu a ela antes da viagem, e é muito
triste o QUANTO parece uma carta de
despedida. Ali, pela primeira vez, Daniela pensa em sair do sótão porque
“tem que cumprir com a vontade de sua mãe e se responsabilizar pela felicidade
da sua família”. É uma responsabilidade IMENSA para uma criança, e embora isso
tudo seja triste, pode ser o que finalmente a tira do sótão e a leva de volta
para casa… mas doeu-me assisti-la dizer
que “não pode decepcionar a mãe”. A Natalia, carinhosa, se oferece para
ajudar como precisar – ao ouvir isso, Daniela faz uma proposta a ela: que elas
troquem o pacto de IRMÃS que fizeram há pouco tempo por um novo… ela se oferece para amá-la como ama a mãe, e
pergunta se ela pode amá-la e cuidar dela como se fosse sua filha. É UM
PACTO TÃO EMOCIONANTE!
Então elas se
abraçam, com lágrimas nos olhos…
Natalia diz que será uma honra.
A relação de
Daniela e Natalia é mesmo MUITO BONITA. Natalia é quem está o tempo todo com
ela no sótão, é quem cuida dela sinceramente apenas porque A AMA, e naquela
noite em que Daniela tem um pesadelo com Helena, por exemplo, ela acorda
assustada, e então se aconchega nos braços de Natalia, deitada ao seu lado na
cama, e é um momento quase de mãe e
filha… Daniela está cada vez mais certa de que não pode confiar em Helena,
e ela chega a alertar o pai sobre a mulher, embora ele não lhe dê muita atenção
– então, Daniela assume por conta própria a responsabilidade de defender a
família das maldades de Helena, e isso já começa assim que ela finalmente
resolve voltar para a casa e percebe que o quadro de sua mãe foi TIRADO da
sala… é claro que ELA NÃO VAI DEIXAR ISSO PASSAR, e eu adoro a força que
Daniela assume.
Até porque
ela resolveu assumir a felicidade da família em suas mãos, como a mãe dizia na
carta. Foi assim que decidiu voltar para casa: “Como vou fazer feliz aos demais se eu não tenho um pouco de alegria em
meu coração? É disso que preciso: conseguir sorrir primeiro para fazer os
outros sorrirem. Sorri, Daniela! Pela minha mãe… e por todos que amo”.
Enquanto isso, Enrique agradece às crianças por terem feito Daniela chorar, com
o vídeo, e pede um novo favor: que a
convençam a voltar para casa. Quando eles chegam ao sótão, portanto, ela já
tomou essa decisão, e o seu retorno à casa tem direito a bolo e a uma guerra
divertida da qual até a Natalia participa, de alguma maneira… e essa súbita
alegria dura um pouquinho até que ela dê pela falta do quadro na sala, que foi
simplesmente tirado por Helena e, pior, substituído por um quadro do MAR.
Isso é muito abuso!
Helena se
ofereceu para “ajudar Enrique com as coisas de casa”, e agora se porta como se fosse dona do lugar. Troca as cortinas e
lençóis do quarto das meninas, mas nada disso incomoda a Daniela – apenas a
ausência do quadro da mãe, sob o qual ela pretendia fazer um altarzinho, como
Natalia tem para os seus pais. Assim, ela enfrenta Helena, e eu adoro como ela
é bem enfática ao dizer: “Nem pense que a
gente vai ficar sem esse quadro nem que você vai fazer o que quiser na nossa
casa!” ELA DECLAROU GUERRA, e eu adoro como Daniela é uma personagem forte e como assume para si as
responsabilidades, como luta pelo que quer, como defende o que acredita ser o
certo… infelizmente, ela acaba chateada com o pai quando Helena sugere que “ele
autorizou a retirada do quadro” e, também infelizmente, Enrique é enrolado
novamente por Helena, que diz que “o retirou para mandá-lo restaurar”.
Aff.
Enquanto
isso, por fim, Natalia percebe que está
se apaixonando por Enrique Monroy. Ela sempre teve uma ADMIRAÇÃO muito
grande por ele, e agora a proximidade a está confundindo – tem o fato de ele
dar-lhe um livro de presente, dele sugerir que ela tente se arriscar no palco,
já que gosta tanto de atuar, e, de modo geral, de ser tão grato por tudo o que
Natalia fez por ele e pelos seus filhos nessa situação toda… agora, educado,
Enrique vai até ela para oferecer sua amizade como gratidão, e Natalia chora
desesperadamente ao se dar conta de seus sentimentos e de como eles são impossíveis – então, ela reza para que
Deus tire essas “ilusões” de sua cabeça e de seu coração, e é tão triste vê-la,
inocente, sofrendo dessa maneira, e cada momento é uma situação inusitada ao lado de Enrique que só os aproxima mais e mais, para
confundi-la.
E
atormentá-la.
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