Primeiro capítulo de “Marimar” (31 de Janeiro de 1994)

“Cuando manda el corazón, siempre, siempre manda el amor”

QUANTO AMOR POR ESSA NOVELA! Bem, por todas as novelas da Thalía, claro. Mas Marimar é, até hoje, talvez a mais amada da “Trilogia das Marias”, embora eu realmente não possa escolher entre qualquer uma das três. A verdade é que todas são fenomenais, e Marimar tem um começo empolgante e apaixonante… Thalía interpreta uma jovem pobre que mora em um vilarejo à beira do mar com os seus avós, e ela é encantadora, como sempre. Impossível não se apaixonar por ela instantaneamente. O primeiro capítulo faz um belo (uhm, atenção ao adjetivo, não está aqui levianamente!) trabalho apresentando tudo, como Marimar e Sérgio Santibañez, mas eu acho que faz mais do que isso… o primeiro capítulo define o TOM de Marimar, o tom marcante de uma novela que se passa à beira do mar. Temos o delicioso barulho do mar, muita areia…

…é envolvente, definitivamente. E HÁ 25 ANOS CONHECÍAMOS MARIMAR.

A primeira cena traz o mar em destaque, e María del Mar, nossa Marimar, saindo correndo dele, para encontrar Pulgoso (no Brasil traduzido para “Pulguento”), para que juntos possam ver o quanto pegaram de peixe… muito pouquinho para uma boa refeição. A primeira cena mostra o cenário, e a maneira como Marimar se importa com os animais e, também, como é pobre, mas FELIZ. Porque ela fala sobre a escassez de comida, fala sobre como os avós estão “velhinhos” e dizem disparates, mas a verdade é que ela tem uma bela empolgação que me contagia. Ela é uma garota feliz, quase saltitante. E sonhadora, como não podia deixar de ser. O caso é que, diferente de Maria do Bairro, por exemplo, ela diz, sim, que quer ser rica, mas ela quer ser rica porque “então poderia dar de tudo aos seus avozinhos”, e isso é um amor!

O segundo cenário que nos é apresentado, ainda que seja o menos explorado no primeiro capítulo, é o da “Mansão Aldama”. Aqui conhecemos Gustavo, olhando misterioso para uma foto de Thalía, que mais tarde descobriremos ser Lupita, a mãe de Marimar. A história é de que “Era muy linda, pero muy pobre. Una linda costeña, muy por debajo de tu educación y de tu condición social. Por eso te abandonaste y ahora… ahora te aburre los recuerdos”. A mesma foto vemos com Papá Pancho, que se pergunta porque a filha foi se apaixonar por alguém tão diferente dela, e fica evidente que o velhinho culpa Gustavo pela morte de sua filha Lupita. Segundo ele, ela ainda poderia estar viva. Então nós já sabemos que existe todo um caso se desenvolvendo em relação ao passado de Marimar. A família Aldama ainda significa muito futuramente.

ALDAMA.

Além do mar e da mansão, temos a “Hacienda Santibañez”, onde encontramos Angelica, esposa de Renato (pai de Sérgio), conversando com ele sobre a possível VENDA da fazenda, porque aparentemente é tudo o que ela e Sérgio querem… mas Renato ainda espera que essa fazenda venha a ser grande e próspera um dia. Conhecemos Sérgio Santibañez vestido com uma regata branca e um shortinho curto, uma bola de futebol embaixo do braço, agindo de forma provocativa e debochada, quase infantil. Tudo o que ele quer é ir embora, e ele detesta Angelica… gosto do seu sarcasmo quando fala que ela “se preocupa tanto com a voz daquela casa, e por isso deve ser uma santa”. O problema todo é que, também meio antiquado, Renato acha que o problema de caráter do filho vai se resolver com ele se casando o mais rápido possível…

E Angelica está APAIXONADA pelo filho de seu marido!

Wow. Ousado.

Mas voltemos a nossa Marimar… gosto como a personagem vai se desvelando aos poucos. Ela é uma fofa, preocupada com o jantar, querendo comprar coisas para colocar no caldo que Mamá Cruz vai fazer, mas o padre lhe adverte que ela não deve roubar, porque é PECADO, embora, segundo o Pulguento, “não seria a primeira vez”. Ah sim, o Pulguento fala, e nos fornece comentários ENGRAÇADÍSSIMOS! Então ela vai em busca de dinheiro, em um quiosque na praia, onde se recusa a trabalhar (“não trabalharia em um lugar como aquele”), e recusa o dinheiro que o carrasco nojento Nicandro lhe oferece, porque diz que “não aceita dinheiro de homens” e “o que ganha, ganha trabalhando”. É nojento e apavorante perceber toda a atitude dele, percebê-lo dizendo que “gosta” de Marimar, e que ainda vai tê-la em seus braços.

Ew.

Sem o dinheiro, Marimar vai fazer o que já fez várias vezes: roubar comida da Fazenda Santibañez. É uma sequência divertidíssima e fofa, antes de dar tudo errado. Temos ela pegando ovos no galinheiro e dando para o Pulguento segurar, em uma cestinha, com ele comentando que vai acabar na cadeia e tudo… e uma das coisas mais divertidas é que ela roube rezando, pedindo que Deus a perdoe e a entenda: “Mas ele precisa entender que, do contrário, eles morrem de fome”. Depois dos ovos, ela decide roubar umas verduras, arrancando cenouras da terra e tudo… o problema é que Nicandro a encontra roubando, e é um momento TERRÍVEL. Ele a chama de ladra, e chega a ameaçá-la com uma arma caso ela resolva correr! E o pior é que ele a assedia, e depois a agarra de fato… que ÓDIO que eu sinto dele a agarrando, mas ela grita e Sérgio Santibañez a escuta.

O cavaleiro branco ao resgate.

Bem, o Sérgio chega todo forte e bonito, poderoso, gritando com Nicandro e mandando que ele a solte, ou então “lhe quebrará a alma”. Tem como não se apaixonar em uma situação dessas? Não! ATÉ EU! Ela estava indefesa, gritando por ajuda, e ele chegou todo protetor, como uma figura de salvação… e é um gato. Marimar já está apaixonada… dá para ver em seus olhos. Dá para ver, mais tarde, depois que eles conversam um pouco e ela explica o que estava fazendo, quando ele diz que ela não precisa mais roubar, só pedir… e de verdade, eu não a culpo. Porque ele foi um amor com ela. Lhe ofereceu não só as comidas que ela estava roubando e um pouco mais, disse que estava tudo bem. E tinha aquele sorriso lindo nos lábios. Mas fiquemos aqui, para terminar a review do primeiro capítulo, com o momento em que ele chega, ela olha embasbacada e encantada para ele.

E todos nós “podemos ouvir os sinos”.

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