The Good Place 3x11 – The Book of Dougs
“What kind
of messed-up place would turn away refugees?”
“THE GOOD
PLACE” É A MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA DA ATUALIDADE JUSTAMENTE PORQUE NÃO É “SÓ”
UMA SÉRIE DE COMÉDIA! Eu adoro a capacidade que “The Good Place” tem de se reinventar
continuamente, e mais uma vez ela o faz ao retornar do hiatus de fim de ano – nos episódios finais da terceira temporada
(mas já renovada para uma quarta!), o pessoal chega a alguma divisão do GOOD PLACE de verdade, e
quando achamos que estamos perto de colocá-los, enfim, em um “bom lugar”
(trocadilho intencional, sinto muito), recebemos algumas respostas de dúvidas
que atormentam a Michael e a nós há algum tempo, e então tudo muda uma vez mais. E é isso o que esperamos de “The Good Place”: que não seja sempre a
mesma coisa, e não é. Com um roteiro inteligente e toda uma trama continuamente
se construindo, a série se destaca de outras comédias.
Ela é
maravilhosa!
Quando
chegam, Michael imediatamente se dá conta de que eles estão em uma espécie de
“departamento de correspondência” do Good Place, e cada pedaço de diálogo ou de
expansão do universo é inteligente,
como os cheiros diferentes que cada um sente no lugar, e os planos, que
envolvem dizer a verdade – afinal de contas, como diz o Jason: “Yeah, man, we're refugees. What kind of
messed-up place would turn away refugees?”, o que é uma crítica nada sutil
e totalmente MARAVILHOSA. Quando Gwendolyn, uma funcionária do Good Place,
aparece, Michael diz que é um contador, Janet finge ser uma “Neutral Janet”, e
os humanos estão ali porque, supostamente, ganharam
um concurso. Ela é bem inocente, acredita fácil nas pessoas, sempre
sorridente e feliz, e isso torna as coisas um
pouquinho mais fáceis para o Michael…
Cada um tem
sua história então, “a quatro Oreos do Good Place”: Eleanor, por exemplo, tenta
abrir a porta à força, porque estão perto
demais do Paraíso, mas sem sucesso: tudo o que ela coloca na fechadura vira
glitter (!), e Chidi tenta tirá-la dessa obsessão, a convidando para um ENCONTRO
– afinal de contas, eles estão apaixonados um pelo outro, e praticamente no
Paraíso, então por que não curtir? Achei bem legal o encontro, embora eles não
sejam o melhor casal da série, e
gostei da Eleanor surtando e chorando porque nunca se sentiu tão feliz e porque não sabe como é estar em um relacionamento sério: “I’m the happiest
I’ve ever been and I blame you!” Chidi é absolutamente fofo com a Eleanor ao acalmá-la, e os dois acabam em
um armário qualquer no Departamento de Correspondência do Good Place, fazendo
sexo escondido e anunciando para todo mundo em seguida…
Enquanto
isso, Jason pensa sobre o que viu no Vácuo de Janet sobre ela ser apaixonada por ele, e vai falar com ela sobre isso, o que a
deixa envergonhada e com ciúmes, mas ela não quer falar sobre isso com ele,
pois isso a faz demonstrar emoções, e se ela deve se passar por uma “Neutral
Janet”, ela não pode fazê-lo, ou então Gwendolyn vai descobrir que eles
estiveram mentindo esse tempo todo. Então, Tahani tenta consertar tudo, tentando deixar o Jason feliz e a Janet tranquila,
mas tudo o que ela faz, de um jeito ou de outro, acaba dando errado – como o
certificado de “DEATH DID US PART”, que parecia uma boa ideia, mas que não se
saiu assim tão bem, no fim das contas… eventualmente, Tahani vai conversar com
Janet de coração aberto e é a cena mais
bonita do episódio, com a Tahani dizendo que a ama, Janet chorando, e as
duas se abraçando e chorando.
FOFAS DEMAIS!
Enquanto
isso, Michael se preocupa com o Comitê, com quem pretende se encontrar para
discutir o fato de que todas as almas
estão sendo mandadas para o Bad Place – na sua concepção, o pessoal do Bad
Place está mexendo com os números de algum modo, trapaceando para ficar com
todas as armas, e eles precisam fazer
alguma coisa. O Comitê, no entanto, é bem relaxado… talvez um pouco mais relaxado
do que Michael esperava que eles fossem. Eles até o levam a sério e entendem
quão grave seria a situação se isso fosse verdade, mas eles vão começar
protocolos que podem demorar MAIS DE MIL ANOS para se resolverem e, enquanto
isso, o Bad Place continua conseguindo todas as almas para si, torturando
pessoas que não mereciam ser torturadas… e
Michael quer uma solução imediata para o seu problema. Que dó vê-lo
frustrado!
Mas, quando
Tahani vai conversar com ele sobre toda a situação com Jason e Janet, e diz que
tudo o que faz tem “consequências não intencionais”, Michael TEM UMA LUZ e
entende qual é o problema: está cada vez
mais difícil ser uma “boa pessoa” na maneira como o mundo está complicado hoje
em dia. No LIVRO DOS DOUGS, ele pega dois exemplos de Dougs: um que deu
rosas à sua avó e ganhou pontos por isso, e outro mais recente, que perdeu pontos com o mesmo gesto, por
causa das CONSEQUÊNCIAS NÃO INTENCIONAIS de seus atos – ele pediu flores pelo
celular, fabricado com trabalho escravo; e as flores foram cultivadas com
pesticidas tóxicos, colhidas por trabalhadores imigrantes e explorados,
entregues a milhares de quilômetros, causando muita poluição, e o dinheiro foi
para um executivo bilionário e racista que envia fotos de suas genitais para
suas funcionárias.
Wow.
QUE MENSAGEM
F*DA!
É isso o que “The Good Place” representa, e é POR
ISSO que ela é tão boa: porque ela é inteligente, porque ela não se limita
sempre ao mesmo, porque ela critica e nos faz pensar, ao mesmo tempo em que nos
diverte, sem que precise forçar nada para isso. É maravilhoso demais! Então, Michael
agora tem outro plano, porque as coisas acabaram
de mudar… quando Gwendolyn está começando a desconfiar deles (porque Janet
e Tahani estão chorando no Good Place e Eleanor está anunciando que transou com
Chidi em um armário) e ameaça chamar a juíza, Michael aparece dizendo que já fez isso. Seja lá o que for, Michael
tem um plano. Agora, eles estão indo todos para o IHOP, um lugar extremamente perigoso, mas para o qual
PRECISAM ir para que possam “salvar a humanidade”. Mais uma vez, “The Good Place” nos surpreende, e não
sei para onde vamos.
Mas vamos
alegremente!
<3
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