A Nova Cinderela (A Cinderella Story, 2004)



“Once upon a time… can happen anytime”
SERÁ QUE OS CONTOS DE FADA PODEM SE TORNAR REALIDADE? Sam é uma garota inteligente, que sonha em ir para a faculdade de Princeton, e que tem um “admirador secreto” com quem se corresponde através de e-mails – aquele que pode ser o seu Príncipe Encantado. “A Nova Cinderela” inicia uma franquia popular de filmes que “reimaginam” a trama de “Cinderela”, mas sendo provavelmente o mais famoso de todos eles… estrelado por Hilary Duff e Chad Michael Murray, o filme é UM MÁXIMO e UMA FOFURA. Eu adoro a ideia de trazer Cinderela para os dias atuais, e mostrar que os contos de fada podem, sim, ser reais… e todos nós meio que sonhamos em viver uma história de amor como essa. Mesmo seguindo os passos da história clássica, o roteiro nos instiga porque queremos saber como, na atualidade, as coisas se resolverão afinal, e o desfecho não nos decepciona…
Naquela emocionante cena da arquibancada.
[Que sempre me faz chorar, claro]
Mesmo depois da morte da mãe, a vida de Sam sendo criada pelo seu pai, que a ensinava coisas como “jogar beisebol”, por exemplo, era bastante boa… mas o pai acaba “decidindo que precisa de uma Fiona”, e é quando as coisas mudam para Sam – Fiona e suas duas filhas gêmeas se mudam para a casa, e no famoso terremoto que atingiu Los Angeles em 1994, o pai de Sam acaba morrendo quando vai ajudar Fiona… então, Samantha vira a “Gata Borralheira” do conto, tendo que aturar desaforos e humilhações da madrasta e das gêmeas enquanto é obrigada a trabalhar para elas, tanto em casa como na lanchonete que era do pai de Sam, e agora foi completamente remodelado por Fiona. Ao menos no trabalho ela tem pessoas como Rhonda, que são maravilhosas com ela e a amam… e Sam só atura isso tudo porque “sem Fiona, sem dinheiro para Princeton”.
E ela sonha em estudar em Princeton.
Uma das melhores coisas na vida de Sam são as conversas com um garoto de nickname misterioso pela internet, “Nomad”, um rapaz que quer ser um poeta, mas, aparentemente, o pai já decidiu outro futuro para ele. Mas ela nem imagina que quem está por trás das mensagens bonitas é, na verdade, Austin Ames, o garoto popular que namora Shelby, a loira metida da escola, mas que também nunca foi tão grosseiro com ela quanto Shelby e os demais… os outros humilham Sam e seu melhor amigo, Carter, todas as vezes que têm a chance – e é um tanto quanto desesperador, na verdade. Mas Nomad diz que quer conhecer a “Princeton Girl” no Baile de Halloween da escola, que está por acontecer, e marca com ela um encontro no centro da pista, às onze horas… seria perfeito, se Fiona não a tivesse proibido de ir ao baile para trabalhar na lanchonete.
Aí, então, chega a parte do GRANDE BAILE – e “A Nova Cinderela” tem tudo o que a “Cinderela” original poderia querer: uma carruagem bonita, que agora é o Mercedes do pai de Carter (inclusive, que “deixa de ser uma carruagem” ao fim do prazo), o prazo da meia-noite, que é a hora que Fiona avisa que estará de volta à lanchonete (e Sam precisa estar lá!), e a fada madrinha, dessa vez na forma de Rhonda, que a ajuda a encontrar a fantasia perfeita para o Baile de Halloween. A cena é uma graça, com direito a uma série de fantasias bizarras e divertidas, e, no fim, Samantha acaba usando uma máscara bonita e o vestido de noiva que Rhonda guardava para “sua nova tentativa”. E, claro, ELA É UM SUCESSO, porque ela está linda descendo a escadaria para o baile da escola, atraindo os olhares e a atenção de todos… inclusive de Austin Ames.
Vestido como Príncipe Encantado.
Claro.
Eu ADORO a primeira conversa de Sam com Austin – ela quase parece desapontada que ele seja o “Nomad”, na verdade… claro, Austin Ames é lindo (!), e provavelmente todas as garotas da escola babam por ele, mas ela “sabe” como ele é, e ele não se parece em nada com o garoto que lhe mandava as mensagens há alguns meses… de todo modo, ele prova que era ele mesmo do outro lado da tela, falando de uma mensagem que lhe mandou em setembro, e ela resolve dar uma chance – talvez exista nele mais de “Nomad” do que de “Austin Ames, o quarterback”. Então eles conversam, ela lhe dá direito a algumas perguntas, e tudo é EXTREMAMENTE FOFO, especialmente o momento romântico em que eles dançam sozinhos no coreto… visualmente lindíssimo, também. Mas antes que ele possa tirar sua máscara, ver seu rosto e beijá-la, o celular desperta.
Ela precisa correr.
Sam vai embora às pressas, deixando para trás o seu celular, que é encontrado pelo Príncipe, mas conseguindo chegar na lanchonete a tempo de enganar Fiona e as gêmeas, depois de uma sequência HILÁRIA em que as gêmeas tentavam fazer a mãe ir mais rápido para descobrir que Samantha não estava lá, como foi ordenado. No dia seguinte, Carter pergunta a Sam se ela não planeja contar a Austin que era ela na noite anterior, mas Sam diz que “Austin já deve até ter esquecido a Cinderela”… mas ele não esqueceu. A escola está cheia de panfletos em busca da “garota misteriosa” com quem o Príncipe dançou na noite anterior, mas não é fácil encontrá-la novamente… as garotas, fúteis, fazem fila para tentar convencer Austin de que eram elas sob as máscaras, mas o simples fato de se colocarem naquelas filas já mostra que não é nenhuma delas.
E Austin sabe disso.
Eu adoro o personagem do Austin, também. Além de ele ser um fofo (!), ele tem os seus próprios dilemas, que são desenvolvidos menos intensamente que os de Sam, mas que estão lá: eu adoro que ele toma atitude contra Shelby, terminando com ela na frente de todos antes do baile (mas só porque ela não quis “falar a sós” com ele), mas ele precisa da mesma coragem para enfrentar o pai… Austin Ames sonha em ir a Princeton, e está mandando formulários a outras faculdades, enquanto o pai já tem todo o seu futuro definido para ele, não permitindo que ele tome suas próprias decisões. Eu gosto de como, chateado com isso tudo, Austin acaba sozinho na lanchonete, onde conversa rapidamente com Sam. Dessa vez, não é a “Princeton Girl”, nem mesmo a “Cinderela”. É apenas a Sam, e é muito fofo. Ele é educado, sorri, agradece e tudo…
Mas não OLHA para ela de verdade.
Ela até tentou dizer que ela era a garota que ele estava buscando
Eventualmente, claro, as coisas acabam desandando… tudo começa quando as gêmeas, trapalhonas e divertidas, no geral, descobrem que Sam é a Cinderela que Austin Ames está buscando… então, ambas tentam provar a Austin que elas são a Cinderela, mas elas não são inteligentes o suficiente para convencê-lo de fato. E quando ele pergunta “o que ela deixou cair ao ir embora”, elas não sabem responder. “Um peixe?” Inicialmente, parece que não dá para sentir tanta raiva delas, porque suas tentativas de acabar com a vida de Sam parecem falhas, e elas ainda têm aquela hilária sequência brigando no lava-jato, mas elas acabam conseguindo fazer algo que realmente destrói a vida de Sam… pelo menos momentaneamente: elas contam a Shelby a identidade da Cinderela. E Shelby sabe exatamente o que fazer para acabar com isso tudo.
Então, eu fico com pena de Sam. Shelby arma um teatro pavoroso em que expõe a história de “Nomad” e “Princeton Girl”, com direito a leitura dos e-mails e tudo, ridicularizando tudo o que aconteceu, dos e-mails ao encontro no Baile de Halloween da escola… e, por fim, ela cita o nome de Sam Montgomery. A humilhação é forte demais para aguentar, e Sam chora na frente de todos, e sai correndo… o que mais me DOEU foi ver Austin virar-se para olhar para ela, surpreso, e perceber que ele não ia fazer nada para impedir aquela humilhação: até porque o pai estava logo atrás dele, o pressionando a respeito da “história” que Shelby estava contando, e Austin ainda não estava preparado para enfrentá-lo: ele não podia dizer que o “sapo” que queria ir a Princeton na história era ele na vida real… então, Sam está sozinha. E totalmente destruída.
Fiona, ainda, falsifica uma carta de Princeton dizendo que ela não foi selecionada.
Mas eu acho que foi a pior ideia de Fiona. Esse sofrimento todo, uma noite de lágrimas e a lembrança de uma frase que o pai sempre dizia, sobre “não deixar que o medo de perder a impeça de jogar” dão a Sam uma FORÇA impressionante que ela nem sabia que tinha. Logo em seguida, ELA MUDA TUDO. Ela toma uma atitude: chega de aguentar os desaforos de Fiona e das gêmeas – ela se demite, diz que vai sair de casa, e é apoiada por Rhonda, bem como por todos os demais funcionários da lanchonete, que estão ali para cuidar de Sam na ausência de seu pai e na presença da madrasta insuportável. Eles sempre foram muito parceiros! Sam também vai à escola, “invade” o vestiário masculino antes do grande jogo e diz umas coisas a Austin, sobre como, mesmo com tudo, é dele que ela tem pena: porque ele não pode lutar pelo que quer.
E aquilo causa uma impressão nele.
Mais do que ela fica para ouvir… porque ela não o deixa falar e vai embora.
Então, as coisas se resolvem no grande jogo – E QUE CENA MAIS MARAVILHOSA! Carter é um amigão e vem em busca de Sam porque achou que ela precisava de um amigo, e ela diz que “eles precisam sair naquela noite”, mas Carter já tinha planejado ficar e assistir ao jogo. Achando que aguenta, Sam também fica para ver o jogo, e é LINDO como o Austin olha para a arquibancada e a vê… e como ocasionalmente volta a olhar para ela. Mas, quando a responsabilidade da partida parece cair sobre Austin e toda a plateia está GRITANDO seu nome, Sam percebe que não estava preparada para isso… então ela se levanta para ir embora, com dificuldade para passar por entre os torcedores, o que dá a Austin Ames tempo o suficiente para vê-la indo embora… e ele não suporta a ideia de que a sua princesa, a garota com que sempre sonhou, está partindo.
Então ele larga tudo.
O AUSTIN LARGA TUDO POR SAM!
Ali, ele tomou a atitude que precisava tomar, ali ele teve coragem e fez o que devia ter feito há muito tempo… então vocês percebem o QUANTO a Sam mudou a vida de Austin, permitindo que ele também realizasse seus sonhos? Eu adoro vê-lo olhar para Sam, vê-lo largar o jogo sem cerimônia, vê-lo dizer ao pai, que tenta obrigá-lo a ficar, que não é o seu sonho que está abandonando, mas o sonho do pai… então, ele faz a única coisa que podia fazer: ele vai até a arquibancada antes que Sam possa ir embora, E A BEIJA, NA FRENTE DE TODOS. E É O BEIJO MAIS LINDO DO MUNDO! Cheio de amor, de carinho e de orgulho por tudo o que os dois conseguiram. E, como um prêmio, a estiagem de meses chega ao fim, os primeiros pingos de chuva caindo sobre o casal apaixonado enquanto eles voltam a se beijar… um beijo apaixonado e sincero.
Uma cena emocionante que, como eu disse, ME LEVA ÀS LÁGRIMAS.
Por fim, tudo se acerta. Sam descobre, no meio do livro de contos de fada que o pai costumava ler para ela, o testamento que ele deixou, no qual deixa tudo para ela: casa, lanchonete… então, ela vende os carros da madrasta e das “irmãs” para pagar pela sua faculdade em Princeton, retorna a lanchonete para a sua glória dos tempos de Hal, com a ajuda de Rhonda, que agora é sua nova sócia, e as vilãs são castigadas tendo que trabalhar na lanchonete, limpando o chão sobre patins, como elas gostavam de fazer com Samantha! Sam e Austin, por sua vez, estão indo JUNTOS para Princeton e, ao que tudo indica, eles foram “felizes para sempre”. Ou pelo menos por enquanto… porque, como diz Sam, eles estão apenas em seu primeiro ano de faculdade… mas por ora, é o suficiente, e é o fim MAIS LINDO possível para o filme!


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