Burlesque (2010)
“Welcome to Burlesque!”
QUE DELÍCIA
DE MUSICAL! Protagonizado por Cher e Christina Aguilera, “Burlesque” conta a história de uma garota que deixa Iowa porque não aguenta mais a sua vida, e então
parte para Los Angeles, onde ela se encanta por um clube chamada BURLESQUE e
decide que quer ser uma daquelas
dançarinas. Embora o filme tenha sido completamente diferente do que eu esperava (porque eu esperava audácia e
inovação, o que não aconteceu), os maravilhosos números musicais e as
referências a outras produções do gênero me envolveram de tal modo que eu estava apaixonado em poucos minutos de
filme, ansioso pelo próximo momento em que Ali soltaria sua voz ou que as
sensuais dançarinas do Burlesque estariam no palco… o filme é divertido,
sensual e conta uma história de amor, não apenas de Ali e Jack, mas de Tess
pelo Burlesque propriamente dito!
Ali deixa
para trás um patrão abusivo, pegando o dinheiro que lhe corresponde e nem um
centavo a mais, e abandona sua vida em busca de um sonho… e eu adoro a ENTRADA dela no Burlesque pela primeira vez,
entregando aqueles 20 dólares a um cara que me fez pensar muito no Emcee de “Cabaret”. Inclusive, essa é a primeira
grande referência que eu tiro do filme, porque existe, especialmente nas
primeiras cenas, uma vibe “Cabaret”
bem forte, e assim como o Emcee nos convida a entrar com o “Willkommen, bienvenue, welcome / Im cabaret, au cabaret, to cabaret”,
temos Tess no palco, interpretada por Cher, entoando “Welcome to Burlesque”, que é certamente a minha música favorita em todo o filme… talvez
porque aberturas de musicais sempre me impactam (e essa é quase a abertura do filme), ou porque tudo estava mesmo fenomenal!
E enquanto
assiste à apresentação, com encanto nos olhos, Ali decide que esse é o emprego que quer ter… mas não
vai ser fácil chegar até o palco. A primeira pessoa que ela conhece no
Burlesque é Jack, um bartender muito
gatinho que indica com quem ela tem que falar para tentar uma “audição”, mas
Tess está envolvida demais com o show, ocupada se preocupando com a ausência de
Nikki, e ela não pode dar atenção a
Ali agora – até porque ela não tem
experiência dançando. Antes de ir embora, no entanto, Ali pega uma bandeja
e, quando Jack pergunta “o que ela está fazendo”, ela pede uma oportunidade de
mostrar que sabe trabalhar bem… assim, enquanto trabalha como garçonete no
Burlesque, Ali tem a chance de assistir e aprender
todas as coreografias, e eu ADORO vê-la “ensaiando” pequenos passos enquanto
anda pelas mesas!
A paixão dela por aquilo tudo é tão
contagiante.
Outra trama
paralela acontece do lado de fora do
Burlesque. O pouco dinheiro que trouxera de Iowa e escondera na descarga do
banheiro foi roubado, e Ali não tem para onde ir, por isso ela vai à casa de
Jack – a primeira pessoa em quem consegue
pensar. A cena é fofa, ele a deixa dormir por ali e, na manhã seguinte, ela
se apavora ao descobrir que ele não é
gay, como ela antecipara. Então, mais que depressa, Ali decide ir embora, mesmo
que esteja um temporal do lado de fora,
mas Jack a faz ver que isso é uma
maluquice e a traz de volta para dentro nos braços, o que é um momento bem fofo deles, mais do que qualquer outra
coisa… e, ainda que Jack tivesse uma noiva, naquele momento sabíamos que Jack e
Ali estavam destinados a estar juntos. E é uma maneira até muito legal como ela
o provoca, de forma debochada, durante todo o filme.
Ali tem sua
grande chance no Burlesque quando uma das garotas anuncia que está grávida e
precisa ser substituída, e enquanto Tess e Sean procuram por uma nova
dançarina, mas não se encantando de verdade por
ninguém, Ali sobe ao palco no melhor estilo “Flashdance” para dançar, e diz algo que faz toda a diferença: ela sabe todas as coreografias, de cor.
Então, ela desafia Tess a escolher qualquer
uma para ela dançar, e arrebenta com “Wagon
Wheel Watusi”, o que garante a ela um lugar entre as dançarinas do
Burlesque… e embora Tess talvez não queira admitir isso em alto e bom som, ela
diz a Sean que Ali capta a atenção dos
espectadores, ou qualquer coisa assim. E eu adoro a personalidade de Ali,
de quem se impõe, mas, mais do que isso, de quem luta pelo que quer, sem medo
de como as pessoas vão olhar para ela.
Ela sabe o que quer.
E vai em busca disso.
Não demora
muito para que Ali roube os holofotes
todos do Burlesque! Nikki, que até então era a estrela do lugar, tem seus
problemas com bebida e, na próxima vez que chega bêbada, Tess a proíbe de
entrar no palco – a manda para casa, e diz que Ali entrará em seu lugar. E Ali, dissimulada, ainda se faz de
desinteressada, dizendo que “não pode entrar no lugar de outra”, mas faz o show.
E muito mais do que isso: ELA REVOLUCIONA O BURLESQUE! Mas a culpa foi
totalmente de Nikki… antes de ir embora, como Tess mandou, Nikki arma para
desligar a mesa de som e “humilhar” Ali, mas
Ali não se deixa humilhar. Ela já tinha tentado dizer a Tess que seria
muito mais legal se as meninas cantassem
ao vivo, e agora ela tem a chance de salvar o espetáculo daquela noite, ao
mesmo tempo em que mostra todo o seu talento, recebendo aplausos entusiasmados da plateia.
“I’m gonna build a show around her”
Com o SUCESSO
de Ali cantando ao vivo, Tess resolve mudar tudo e transformá-la na estrela principal do Burlesque. Assim,
ela compõe todo um novo show estrelado por Ali, cantando e dançando. E É UM
SUCESSO. Cada vez mais as pessoas vêm, o Burlesque enche, ela começa a cobrar
50 dólares por pessoa… e mesmo assim,
toda noite a casa está lotada. Mas, infelizmente, isso não é o suficiente
para salvar o Burlesque das dívidas em que está, e Tess está sendo pressionada
para vendê-lo para um empresário, Marcus Gerber, cujas intenções certamente não
são boas… mas independentemente de qualquer problema, Tess está determinada a salvar
o Burlesque, porque essa é A SUA VIDA e ela não vai abrir mão do lugar que
tanto ama. E isso tudo está, de certo modo, expresso em “You Haven’t Seen the Last of Me”, que é linda!
Cada vez mais
famosa e chamando a atenção de Marcus, Ali acaba se aproximando dele, o que
acaba sendo bastante útil para os dois grandes problemas a serem resolvidos no
filme: a aproximação com Marcus causa ciúmes em Jack, que cada vez mais percebe
que está apaixonado por ela (eu realmente acho UMA FOFURA a maneira como ele olha
para ela dançar, com uma admiração tão grande que ele parece babar!), além de
que a permite descobrir coisas como os “direitos aéreos” e, futuramente, os
projetos que Marcus tem para o lugar onde o Burlesque está. Por um momento, Ali
quase parece perigosamente deslumbrada, quase se deixando levar pela
possibilidade de decolar numa carreira fora
do Burlesque, mas Sean acalma Tess, dizendo que “ela não vai a lugar nenhum”.
Porque, na verdade, ela TAMBÉM ama aquele lugar.
Ali e Jack,
eventualmente, acabam se acertando, e eu ADORO AQUELA CENA. Porque ele é um
idiota com ela, movido pelo ciúme, e ela fica brava, sim. Mas, ao falar com
Natalie, sua noiva, por telefone e descobrir que ela não vai voltar no tempo esperado, de novo, Jack termina tudo
com ela e, mais tarde, enquanto bebe, conta isso para Ali. Os dois compartilham
um momento bem bacana, e eu gosto muito de como eles fazem um pequeno suspense
na chegada em casa, cheio de risadas,
no qual ele a provoca aparecendo na sala primeiro de pijama, depois só com a
calça do pijama e, por fim, completamente
nu. Depois dessas “brincadeiras” todas, eles acabam se beijando e se
entregando ao amor que sentem um pelo outro há
tanto tempo, e é bonito ver como eles se conectam e como, ao lado das
apresentações de Ali no Burlesque, parece que tudo está perfeito.
Mas não está.
O lugar pode ser fechado a qualquer momento, e Natalie ainda aparece na casa de
Jack, encontrando ele na cama com Ali, e diz que “é sua noiva e mora ali”, o
que é uma verdadeira confusão… em
defesa de Jack, ele realmente tinha
terminado com ela, então ele não tinha mentido
para Ali, mas ele tampouco fizera as coisas do jeito certo. Ainda que Natalie
não aparecesse em Los Angeles HÁ MUITO TEMPO, ele não podia confiar o fim de um
relacionamento de sabe-se lá quantos anos
a um telefonema mal resolvido, não é? De todo modo, essa é uma confusão, Ali
fica brava e vai para a casa de Sean, onde recebe um telefonema de Marcus, e
por algum motivo estranho, ela topa
sair com ele… acho que o “motivo” era apenas o roteiro querendo fazer de tudo
para que ela estivesse lá e visse os planos de Marcus para o terreno do
Burlesque.
Porque, ao
descobrir isso tudo, ELA TEM UMA IDEIA. Marcus planeja comprar o terreno e
construir um prédio de 20 andares no lugar (!), comercial e residencial, e foi ele mesmo quem deu a Ali a ideia de como
salvá-lo, sem perceber. Ali vai conversar com Tess quando ela já não tem
esperanças de encontrar uma solução para o Burlesque, e pergunta se “ela já
ouviu falar de direitos aéreos”.
Assim, as duas vão até um empresário que está construindo bem ao lado do Burlesque, um homem que já tentou comprá-lo no
passado, e contam a ele os planos de Marcus, cujo prédio de 20 andares arruinaria os seus negócios, porque os
apartamentos que pretendem vender já não teriam mais “vista nenhuma”.
Então, as duas conseguem negociar com ele os
direitos aéreos sobre o Burlesque… o que quer dizer que Tess pode agora
pagar suas dívidas, manter o clube, e dispensar Marcus.
E ele nem poderia construir mesmo.
Assim, graças
a Ali, O BURLESQUE ESTÁ SALVO – e eu acho muito fofo como Tess a agradece. Até
porque a relação das duas foi muito bem
explorada ao longo do filme. Pouco comentei a respeito, mas duas cenas
protagonizadas pelas duas juntas me marcam profundamente. Uma quando Ali não é
convidada para sair com as outras bailarinas, porque é “a garota nova”, e Tess
a encontra e a maquia, enquanto conversa com ela, e Ali diz que aquela é a sua “primeira lição de maquiagem”. Um
lindo momento meio mãe e filha que
mostra a admiração de uma pela outra. E a segunda é quando Ali corajosamente
toma a frente para cantar ao vivo pela primeira vez, depois da sabotagem de
Nikki, e Tess assiste dos bastidores com um sorriso tão VERDADEIRO no rosto que
expressa brilhantemente todo o seu orgulho e admiração.
É lindo.
Por fim,
depois de SALVAR O BURLESQUE, só resta uma coisa para Ali: fazer as pazes com Jack. Nos bastidores do clube, Jack conta que
terminou oficialmente com Natalie e pede desculpas por ter pedido que ela
saísse naquela ocasião, e os dois se acertam – além disso, Jack conta para ela
que terminou a música que vinha
compondo o filme todo, mas que “ainda não estava pronta para ser ouvida”. E ela não vai apenas ouvir a música, mas
CANTÁ-LA. Enquanto Jack se senta no piano para mostrar sua nova composição,
ele entrega a letra para Ali que, junto às demais cantoras e dançarinas do
Burlesque, canta “Show Me How You
Burlesque”, que encerra o filme com direito a muita dança e um letreiro
luminoso escrito BURLESQUE, que é bem a cara do filme… um filme dançante,
bonito, que te faz sorrir e recheado de boas músicas e performances.
Amei!
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Eu amo Burlesque!As canções, as coreografias, e a própria história do filme, que não tem nada de tão original assim, mas o visual e todo o conjunto da obra fazem do musical uma obra original. E eu não sabia, e muito menos fazia ideia do quanto o musical fazia referências a outros musicais. Mas você é expert nisso né, amor? E eu acho que é justamente todas essas referências e a maravilhosa e fofa história clichê de Ali, que é o tipo de enredo que amamos, a garota do interior que quer o sucesso na cidade grande, que faz de Burlesque esse maravilhoso musical... Amo Christina como Ali, amo seu romance com Jack e sua relação com Tess... E também amo a Nikki, kkkkkkkk. Gosto de tudo em Burlesque: do início ao fim. E como sempre, seus textos são uma delícia de leitura, amor. Te amo!
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