Cinderela Pop (2019)



“Cíntia Dorella” “Cinderela?”
Não é de hoje que a história de “Cinderela” é reimaginada em vários outros contextos, o mais comum deles sendo uma garota da atualidade apaixonada por um Príncipe Encantado. Em novelas, temos “Floribella”, em livros, temos “Cinder”, que é um pouco diferente, com toda uma pegada de ficção científica e bastante crítica social, mas em filmes temos outros exemplares muito parecidos com o que acabamos de assistir – em 2004, Hilary Duff protagonizou “A Nova Cinderela”, e depois foi a vez de Selena Gomez, em 2008, de protagonizar “Outro Conto da Nova Cinderela” e, em 2011, “A Nova Cinderela: Era Uma Vez Uma Canção”, com Lucy Hale. Baseado em um livro de Paula Pimenta, Maísa e Filipe Bragança protagonizam “Cinderela Pop”, a versão brasileira moderna do conto clássico, em que uma garota chamada Cíntia Dorella (!) sonha em ser uma DJ famosa.
O filme é uma graça. Eu gosto de como o gênero ganhou força no Brasil nos últimos anos, com as adaptações de Thalita Rebouças (eu amo “Tudo por um Pop Star”!), o que abriu portas para novas adaptações, como “Cinderela Pop”. O filme é divertido, romântico, tem música melosa, um príncipe encantado apaixonante e uma garota cheia de atitude que sabe muito bem o que quer. Naturalmente, em se tratando de uma história de Cinderela, também temos uma madrasta insuportável, duas irmãs chatas e uma série de complicações antes que Cíntia Dorella, a DJ Cinderela, possa ser feliz ao lado do garoto por quem descobriu que está apaixonada… mas também temos todos os clássicos que “Cinderela” exige, como o prazo da meia-noite, a “tia madrinha” que a ajuda a ir à festa de formatura e, claro, o “sapatinho de cristal”.
Ou quase.
A história começa um pouco antes do que a história da Cinderela normalmente começa, e eu gostei muito disso, porque permitiu “um primeiro encontro” entre Cíntia e Fredy, naquela desastrosa festa em que Patrícia armou para que a mãe de Cíntia visse ela e seu pai se beijando… mas apesar dessa confusão, a festa tinha sido bem bacana para os dois protagonistas do filme, e eu gostei DEMAIS como os dois narraram essa mesma festa, à sua maneira – Fredy Prince já tinha ficado meio encantado por Cíntia Dorella desde o início, quando ela enfrentou a futura madrasta que queria mandar o garoto embora porque ele “não estava com os sapatos adequados” para se apresentar tocando música clássica na festa… Cíntia tampouco era lá muito clássica, né? Vide quando ela sentou no piano e fez aquela interessante releitura de Beethoven, que agradou a Prince.
Mas, depois do desastre final da festa, Cíntia aprendeu a não acreditar mais no amor. Ela passou a achar que “isso era uma farsa”, e que ela precisava se dedicar a coisas mais “concretas”, como seus estudos e seu sonho de ser DJ, para conseguir uma bolsa para fazer faculdade em Londres. Dois anos depois do acontecido, Cíntia está morando com a mãe e com a tia, em outra casa, mas a mãe acaba de conseguir uma bolsa para se dedicar a arqueologia, que sempre foi o seu sonho, então Cíntia fica sozinha com a tia maluca, Helena, e o namorado dela, o Rafa – e tudo parece estar indo muito bem, embora o pai esteja casado com a nojenta da Patrícia, suas duas filhas chatas o estejam chamando de “pai”, e agora estejam estudando na escola. Mas ao menos Cíntia tem uma casa legal e pessoas que gostam dela… além da oportunidade de realizar seu sonho.
Quando o Rafa consegue um trabalho no Recife e precisa sair às pressas, ele pede que Cíntia o substitua como DJ em uma festa – o que ela não sabia, no entanto, era que se tratava da mesma festa que o pai estava dando para as gêmeas, Graziele e Gisele. Assim, ela só poderia se apresentar de uma maneira: fantasiada. E a maluca da Tia Helena tem a solução para isso. Então, ela é a DJ da festa, vestida como Rainha de Copas, enquanto a maioria das meninas estão vestidas como princesas, e quando Patrícia exige que ela coloque uma música do Fredy Prince, que nesses dois anos virou celebridade adolescente e “rei das baladas românticas” na internet, porque ele está ali e vai se apresentar à meia-noite, Cíntia acaba dando uma mudada na música de Fredy Prince… ela não é muito fã de músicas “melosas”, e ela queria dar um up na música que estava tocando.
Ou “uma melhorada naquela breguice”, segundo suas palavras.
Fredy Prince não tarda em perceber que é sua música tocando, em uma versão bem diferente da original – e ele gosta daquilo. Então, ele sobe ao palco para falar com Cíntia, que se apresenta como “DJ Cinderela”, e é um dos momentos MAIS FOFOS do filme… porque, diferente das outras meninas, Cíntia não baba pelo Fredy Prince, acha que as músicas dele são melosas demais, e essa atitude tudo meio que chama a atenção dele. É inusitado. E eu adorei como ele gostou daquilo, e como ela, eventualmente, soube que era ele por baixo da máscara e da roupa de Príncipe Encantado, porque Patrícia vem reclamar sobre “o que ela está fazendo com a música do Fredy”, e ele se manifesta, dizendo que gostou. “Quem é você na fila do pão?” “Eu sou o Fredy Prince…” “Mas você é o PRIMEIRO na fila do pão”. Mas Cíntia não tem chances de falar mais com ele.
À meia-noite, o prazo oficial da Cinderela, ela para de tocar, e rapidamente muda de roupa. Coloca a roupa de Rainha de Copas na mochila, guarda o tênis diferentão, mas acaba derrubando um pé embaixo da cadeira… depois disso, ela volta para a festa, apenas como Cíntia Dorella. Fredy Prince, durante seu show, chama uma garota para subir ao palco e dançar com ele e, naquela noite, ele queria que fosse a “DJ Cinderela”… mas quando ele chama por ela, ela não atende. E nem poderia. O pai não pode saber que ela era a DJ que estava tocando mais cedo, Patrícia sabia que era ela e a está ameaçando, e ela acha que não vale a pena passar por toda essa complicação. Então, ela resolve ir embora com a tia, enquanto Fredy Prince sai do palco e busca a sua CINDERELA, e reparando na ironia do acontecido, mostra à amiga que ela só deixou uma coisa para trás…
O sapatinho de cristal.
No dia seguinte, Fredy Prince vai em busca da sua DJ, a garota que parece já ter roubado o seu coração, por ter atitude, por ser única e diferente de todas as garotas que ele já conheceu – ele gosta da sua visão, da sua coragem. Ele quer poder conhecê-la melhor. Por isso, ele vai à casa dos Dorella, para perguntar quem era a DJ que abriu o seu show na festa, e Patrícia não perde a oportunidade de tentar empurrar a sua filha para cima dele… mas ela é completamente diferente do que a DJ que ele conheceu: obcecada, fútil e rasa, ela só fica repetindo que “é sua fã”, e praticamente não tem nenhum dos traços que encantaram Fredy Prince na outra noite. Então ele sabe que NÃO PODE ser ela. Enquanto isso, a garota o beija de surpresa e Cíntia acaba o vendo, o que coloca um empecilho a mais em toda a confusão que estava apenas começando agora.
Eu adoro ver o Príncipe encantado pela garota e a buscando a todo custo. Assim como Maísa estava incrível no papel de Cíntia, Filipe Bragança estava todo fofo como Fredy Prince, e eu gosto da química que ele tem com Giovanna Grigio, que aqui interpreta Belinha, a melhor amiga do Príncipe, e YouTuber que cobre toda a sua busca pela princesa… quando percebe que foi enganado, Fredy Prince resolve colocar na internet uma busca pela garotinha que deixou um calçado para trás, a convidando a trazer o outro pé para completar o par – mais ou menos como Joey faz em “Outro Conto da Nova Cinderela”, em busca de Mary, que deixou seu iPod para trás. O vídeo de Fredy Prince é uma graça, todo romântico e sonhador, de alguém que acredita no amor, como tinha que acreditar, com as baladas românticas que cantam e são a sua marca registrada.
Agora, ele está vivendo um amor pela primeira vez.
Ah, e ele acredita em “amor à primeira vista”!
Naturalmente, com o vídeo de Fredy Prince, as coisas saem de controle. Todas as garotas da cidade querem provar que elas são a DJ Cinderela, e Patrícia tem um plano para convencê-lo de que sua filha é a garota que ele busca, enquanto também planeja acabar com a vida da Cíntia, “apenas por precaução”. É aqui que as coisas se tornam um pouquinho mais difíceis – Patrícia conta ao marido sobre uma festa na qual Cíntia estava tocando, e ele não apenas a tira do lugar no meio da festa, como a leva para morar com ele e a coloca de castigo por tempo indeterminado. Patrícia transforma a vida de Cíntia em um inferno. Ela finge que Cíntia a agrediu, e, no momento em que passa de todos os limites, ela faz César acreditar que Cíntia vai repetir de ano, porque conseguiu entrar no sistema da escola e alterar as notas da garota… um absurdo.
E o pior é que César é um TAPADO que acredita em tudo.
O grande baile da Cinderela, então, é a formatura da escola, e ela está trancada em seu quarto, sem roupa para usar, e a sua “fada madrinha” é a maluca, divertida e amorosa Tia Helena, que aparece trazendo o mesmo vestido que ela usou há dois anos, naquela outra festa desastrosa… mas é o que ela pode usar hoje, se ela quiser ir para a festa. Então, Cíntia coloca o vestido, o pé que lhe restou do tênis que usava no dia em que o Príncipe se apaixonou por ela, e vai para a festa! Ela precisa estar lá, ela precisa ser DJ mais uma vez, e ela sabe que se tocar a música do Fredy Prince como da outra vez, ela vai chamar a sua atenção. É lindo e emocionante quando ele sobe ao palco para falar com ela, mas, infelizmente, ele acha que ela está brincando com ele e diz que “cansou de fazer papel de palhaço”. E ela não tem tempo de explicar todas as confusões na qual Patrícia lhe meteu.
Então, ela decide ir embora, chorando…
Felizmente, ela tem uma amiga INCRÍVEL que resolve tudo.
Com a ajuda de Lara e de Belinha, Fredy Prince entende toda a história, e então sobe ao palco e diz que vai chamar agora uma menina para subir ao palco e dançar com ele – e vai fazer isso agora, porque “ela tem o costume de desaparecer”. Então, ele diz que agora ele sabe o NOME dessa garota, e pede que “Cíntia Dorella” venha dançar com ele. Quando ele a chamou pelo nome, eu sabia que as coisas dariam muito errado… então não consegui nem curtir a emoção do momento enquanto eles se olhavam, enquanto ela caminhava pelo público e ele a esperava, com um sorriso no rosto e a mão estendida. Porque o inevitável acontece: Patrícia a impede de subir, diz que ela é a responsável pela garota, e ela está de castigo: nem deveria estar ali e não está autorizada a subir e dançar com Fredy Prince. Mas Ana, a mãe de Cíntia, retorna para a formatura.
E ACABA COM TODA A PALHAÇADA.
Patrícia é desmascarada por todas suas armações, Cíntia é totalmente apoiada pela mãe e pela tia, e sobe ao palco para dançar com o seu Príncipe Encantado, em um momento bem “romance adolescente” e, sim, bem clichê, mas como eu sempre digo: nem por isso menos fofo e emocionante. Eu adorei a dança, eu adorei os olhares, e eu adorei o beijo dos dois. Agora, os dois estão muito bem, foram até para Londres juntos! Ela para fazer faculdade, ele por causa de sua mais recente turnê, e parece que tudo está indo muito bem para eles… Patrícia, por sua vez, ganhou um castigo digno da madrasta da Cinderela. Por fim, vemos Cíntia e Fredy se apresentando juntos em uma boate, e são SUCESSO NA CERTA. Tudo fofo, tudo lindo, um “final feliz” satisfatório, postado no canal da Belinha, sob sua narração… e eu, todo bobo como sempre, ADOREI o filme!
Fazer o quê se sou um romântico incurável?
FOFO DEMAIS! <3


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