O Diário de Daniela – Daniela e Martín fogem à Isla de la Paz

“Ha llegado el momento de escaparnos juntos”

QUE SEQUÊNCIA INTERESSANTE, com direito até a uma breve recriação à cena de “Titanic”, lançado aproximadamente dois anos antes de “O Diário de Daniela” ir ao ar. Enrique Monroy fechou um negócio (arriscado) para uma turnê do espetáculo SUEÑO DE AMOR, estrelado por Natália, e ela está indo para a Isla de la Paz, para começar a se dedicar à sua carreira… com ela, depois de eles brigarem por causa de uma armação tosca de Enrique, vão Pepe e Joel. Enquanto isso, as coisas no México não vão muito bem, e quando Daniela descobre que Natália foi embora sem se despedir dela (deixando apenas uma carta) porque ela viu o pai se beijando com Helena, e Gustavo volta a bater em Martín, os dois acabam escapando juntos para a Isla de la Paz. Afinal de contas, Martín precisa se proteger ao lado do pai, e Daniela precisa encontrar Natália.

É de partir o coração a cena em que Gustavo volta a bater em Martín, depois de tantos capítulos, mas infelizmente sabíamos que era apenas uma questão de tempo. Sinceramente, a trama de Gustavo e Martín é a mais bem escrita de “O Diário de Daniela”, mas sempre me angustia assistir às cenas, na verdade! Depois que Martín acabou no hospital, e Rita o expulsou de casa, por um tempo as coisas pareceram melhores… Gustavo se disse arrependido, e Rita confiou nele, aceitando-o de volta, mas exigiu que ele fosse ao psicólogo, o que até deu alguns resultados, por um tempo. Mas pouco. Gustavo tem problemas seriíssimos não apenas com Martín, mas com o próprio pai que o maltratava na infância, e isso, ao lado da sua frustração em seu emprego e o problema com a bebida, faz com que ele se torne violento e, eventualmente, volte a bater em Martín.

Dessa vez, Martín fica mais machucado do que todas as outras vezes, com exceção, talvez, da vez em que acabou no hospital. Machucado e sangrando, e com o pai viajando, Martín só pode buscar a ajuda dos amigos, e a turma, que ainda não sabia desses golpes, fica horrorizada ao ver o estado de Martín, porque é mesmo chocante. Juntos, os amigos cuidam de seus machucados, e então Martín decide que nunca mais vai voltar a ver Gustavo – para isso, ele pretende fugir e ir encontrar o pai na Isla de la Paz. Como uma boa amiga, Daniela diz que vai com ele, e eu só posso dizer: QUE PERIGO! Duas crianças desorientadas, atravessando o país sozinhas. E eles nem vão de forma “convencional”: quando veem que as passagens de ônibus são muito caras e vai significar que eles não terão mais dinheiro para comer, eles decidem ir escondidos.

Assim, começa a perigosa “aventura” dos dois. Eles se escondem no carro de um desconhecido, no meio dos porcos, e quando eles saem para comer, o caminhão vai embora. Enquanto isso, Enrique se desespera com o sumiço de Daniela e, ao ligar para Rita, descobre que Martín tampouco está em casa… felizmente, algo está a favor de Daniela e Martín, que acabam chegando a um evento em que reencontram YAMIL, o garoto que veio para o concurso de bandas na cidade há algum tempo. Assim, dentro de pouco tempo eles estão até em cima do palco, cantando com ele, e é uma cena bonitinha no meio de tanto desespero que acompanha essa jornada e os motivos que os levaram a empreendê-la. Yamil se prova um ótimo amigo, e os acompanha e os ajuda como pode, enquanto eles escapam da vista das pessoas, por estarem sendo anunciados como desaparecidos na TV.

Por fim, Yamil distrai um pessoal no porto cantando, para que Daniela e Martín possam entrar escondidos em um barco rumo à Isla de la Paz, onde eles enfrentarão todo tipo de problemas. O esconderijo não dura muito tempo, por exemplo, pois Martín fica enjoado e vomita, e eles acabam descobertos – o capitão lhes pergunta quem eles são, e avisa que “eles serão castigados”, mas ele não é um homem mau: ele dá remédio a Martín por causa de seus machucados, e sorri sem eles verem quando eles perguntam se “ele não pode perdoá-los e pronto”, e eu acho que foi justo que o capitão os colocasse para trabalhar… até para eles não voltarem invadindo barcos no futuro. Daniela e Martín têm a experiência completa de uma viagem em barco, com direito até a uma eletrizante e assustadora TEMPESTADE no mar, da qual eles se salvam, felizmente.

Quando estão para chegar à Isla de la Paz, os dois descobrem que terão que passar pela imigração, e a lei pede que eles sejam entregues às autoridades, que os mandarão de volta ao México – preocupados, eles conseguem a ajuda de outro marinheiro para escondê-los no meio da carga, enquanto Natália e Pepe esperam por eles no porto, sem encontrá-los. Felizmente, no entanto, o desencontro no porto não dura muito tempo, e Pepe é muito sábio a respeito disso: as crianças vão encontrá-los, pois há cartazes da peça com a foto de Natália espalhados por toda a ilha… as crianças escapam e não confiam em ninguém, com medo de serem mandados de volta para casa, mas é Andrés quem os encontra e, por fim, consegue fazê-los ouvi-lo ao dizer que “Natália e Pepe os estão esperando”. Assim, eles acabam aceitando a ajuda do estranho, porque cansaram de correr…

E é UM ALÍVIO IMENSO quando Daniela e Martín se reencontram com Natália e Pepe, respectivamente. Não me importo muito com as conversas de Daniela e Natália sobre Enrique, ou o pedido de desculpas quando Enrique também chega à ilha, tampouco me importo muito com a morte de Andrés, assassinado por Joel por ciúmes de Natália… o que me interessa e ME EMOCIONA são as cenas de Martín com o pai. É lindo como Martín pede desculpas, como Pepe pergunta “o que aconteceu”, e Martín lhe explica e, no fim, Martín é todo fofo perguntando se “tem um lugarzinho na casa de Pepe para ele”. COMO EU AMO A RELAÇÃO DESSES DOIS! Pepe vai acolher o filho, naturalmente, e Crista está ciente e de acordo, mas Pepe diz que isso não vai ficar assim… ele não vai deixar que Gustavo maltrate o seu filho e não fazer nada contra ele. Martín, por sua vez, intercede por ele, dizendo que não quer que o irmão fique sem pai, e que Gustavo também sofre por muitos motivos…

Tem um coração MUITO BOM esse Martín, não?

Como não amar?

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