Precisamos falar sobre a FÁBRICA DE SONHOS!



Não diga mais que “prefere a original”!
A Televisa escolheu algumas de suas novelas de maior sucesso de todos os tempos para fazer remakes a partir de 2019, em uma interessante e curiosa parceria com a Netflix, que converte as histórias que “conhecemos” em séries, no projeto “Fábrica de Sonhos”. A primeira coisa que gostaria de falar sobre isso é: VAMOS PARAR COM AS CRÍTICAS INFUNDADAS! Eu detesto o preconceito, e a maioria das opiniões negativas e tóxicas sendo emitidas pela internet nos últimos dias são provenientes de comentários PRECONCEITUOSOS que não se deram ao trabalho de avaliar o material ou a história por trás das tramas que amamos. Por isso, guarde para você qualquer comentário negativo que tenha por ora em relação às novas adaptações. Se, após o lançamento, os efeitos forem ruins, a atuação for fraca ou o roteiro não for bem desenvolvido, então poderemos criticar.
Mas não agora.
O que mais me angustia (e me diverte, de forma irônica), é que os haters estão se unindo em qualquer matéria e/ou vídeo da nova versão de “La Usurpadora” para falar sobre como “o original era melhor”. Então vamos cuidar aí com esse primeiro comentário desinformado. Ainda que a versão de 1998, protagonizada por Gabriela Spanic, seja um sucesso absoluto e amado no mundo todo, ela não é a versão “original” da novela – gostar mais dessa versão não a torna original, é só procurar a definição no dicionário. A primeira versão de “La Usurpadora” foi ao ar na Venezuela, pela RCTV, em 1972 (!), com Marina Baura no papel das gêmeas. Depois, em 1981, a Televisa adaptou a novela pela primeira vez, sob o título “El Hogar Que Yo Robé” (adoro esse título!), com Angélica María. Depois, em 1987, a própria RCTV fez uma nova versão da novela, agora “La Intrusa”, com Mariela Alcalá como as gêmeas.
Gabriela Spanic e “La Usurpadora”, de 1998, é A QUARTA VERSÃO DA NOVELA.
Então as pessoas precisam parar de chamá-la de “a original”.
Não a é.
[Se 1998 fosse a versão original, eu diria “Assiste a versão original, você não é obrigado a ver essa”, mas nem isso eu posso dizer HAHA] Enfim. De todo modo, grande parte da programação da Televisa é baseada em remakes. Assim como “La Usurpadora” é um remake, todas as aclamadíssimas Marias da “Trilogia das Marias” também são remakes, de “La Italianita”, “La Indomable” e “Los Ricos También Lloran”, respectivamente. Achei bastante curioso quando descobri que “Lo Que La Vida Me Robó”, por exemplo, era um remake moderno de “Bodas de Odio” e “Amor Real”. “Tres Veces Ana” é um remake de “Lazos de Amor”; “A Que No Me Dejas” é um remake de “Amor en Silencio”, “Esmeralda” é um remake de uma telenovela de mesmo título, adaptada várias vezes e com vários títulos; “Corazón Indomable” é um remake de “Marimar”; “La Que No Podia Amar”, em exibição atualmente pelo SBT, é um remake de “Te Sigo Amando”, que também já é um remake; e “A Feia Mais Bela” é um remake de “Yo Soy Betty, la fea”.
Ufa.
Mas não vou me deter por aqui. Nas novelas infantis, também, vemos uma série de remakes sendo produzidos, talvez o mais evidente deles sendo “¡Vivan los Niños!”, um remake da amada “Carrossel”, que conversou com uma nova geração de crianças, mas também temos “Luz Clarita”, remake de “Chispita” e “De Pocas Pocas Pulgas”, remake de “El Abuelo y Yo”. Nas novelas juvenis de grande sucesso da Televisa, temos “Rebelde”, um remake da argentina “Rebelde Way”, sendo esse o exemplo mais notável. Mas também temos “Primer Amor… a 1000 x hora”, um remake de “Quinceañera”, “Atrévete a Soñar”, remake de “Patito Feo” e “Lola, Érase Una Vez”, remake de “Floricienta”. E, por fim, ainda gostaria de incluir na lista “Mi Corazón es Tuyo”, novela bastante expressiva dos últimos anos, e que é um remake da série espanhola “Ana y los 7”.
WOW, QUANTO REMAKE, NÃO?!
Por isso me incomoda tanto que as pessoas digam que “não gostam de remakes”.
Sabendo disso, que tal abrir a mente para a nova versão? Não, não é a mesma versão que você assistiu antes, e se fosse não precisaria de uma nova adaptação. “La Usurpadora” vem em uma roupagem distinta e, a julgar pelo primeiro trailer, eu acho que tem muito potencial para impressionar – acontece que ela é DIFERENTE, e por isso pode gerar resistência. Mas, em primeiro lugar, lembremos que a “nova versão” não será uma novela, mas sim uma SÉRIE de 20 e poucos capítulos, então o gênero e o ritmo já são outros… além disso, eu achei inteligentíssimo transpor a ideia original, a essência da trama, para algo mais moderno, numa linguagem atual e com cenários (físicos e ideológicos) atuais. Não tem como atravessar décadas contando exatamente a mesma história. A mudança de estilo é bem-vinda, o trailer é excitante e eu estou curioso para saber o que isso significa para “La Usurpadora”.
Que venha a estreia!

Aguardamos a estreia de “La Usurpadora”!


Comentários