Sítio do Picapau Amarelo (2002) – A Convenção das Bruxas: Parte 1

A Convenção das Bruxas, Monstros e Outras Criaturas Pavorosas…

O pessoal do Sítio se livrou do bruxo do mal Conde Xis Parmesan, que vinha atormentando a todos e os prendendo dentro de um livro enfeitiçado, mas ainda existem mais coisas a serem contadas nas histórias de bruxaria da segunda temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”. Chegou a hora da CONVENÇÃO DAS BRUXAS, MONSTROS E OUTRAS CRIATURAS PAVOROSAS, onde a Cuca terá o seu caso por ser “uma Cuca chinfrim” julgado, e para provar que “ainda é muito má”, ela vai ter que provar a sua maldade sequestrando o Pedrinho – mas o Pedrinho já tem seus próprios problemas! No meio de toda uma confusão armada pela Emília, o Peninha caba não indo embora depois de despedir do Sítio do Picapau Amarelo, porque agora eles precisam encontrar um jeito de resolver um feitiço que a Emília acidentalmente lançou sobre o Pedrinho.

Emília é uma bonequinha teimosa – apesar de a amarmos, precisamos reconhecer isso. No início de “A Convenção das Bruxas”, ela quer, de todo modo, guardar o feiticeiro transformado em boneco de louça dentro da sua canastrinha, como “recordação”, mas Peninha diz que isso pode ser muito perigoso, e pede que ela o deixe levá-lo com ele para a Escola de Bruxaria, para que eles não corram o risco de o Conde Xis Parmesan se desenfeitiçar e voltar a incomodá-los. Inicialmente, Emília não quer abrir mão de seu souvenir de modo algum, mas eles acabam a convencendo, e o Quindim e o Conselheiro entregam a Emília uma outra “recordação” que ela pode deixar na canastrinha no lugar do boneco que é o bruxo propriamente dito: a peruca que ela arrancou da cabeça dele no fim da última história, e que ainda estava com os animais.

Pronto, Emília se contenta com isso.

Por um pequeno tempo… porque o Peninha está indo embora, já que “não pode mais perder aulas”. Ele se despede de todo mundo, troca uns abraços emocionados e fofos, Tia Nastácia lhe dá “comida para a viagem”, e a voz do Peninha está toda embargada quando ele diz que, ali, eles ensinaram para ele sobre a maior magia de todas: O AMOR. Mas Emília não quer descer para se despedir dele, e ele fica todo tristinho com isso, mas diz que “se ela não quer se despedir, então tudo bem”. Ele ainda deixa um convite para o caso de Emília querer ir à Escola de Bruxaria dele, porque “ela tem talento”. Antes de ir embora, no entanto, o Peninha se dá conta de que não está com sua varinha, e então todos entendem, finalmente, o porquê de Emília se recusar a descer para se despedir do menino bruxo – é claro que foi ela quem pegou a varinha!

“Que que adianta se ele não sabe usar?”

Narizinho dá uma bronca na Emília e a obriga a devolver a varinha, mas antes de fazê-lo, Emília quer provar que sabe usá-la melhor que o Peninha, e então ela lança um feitiço que ricocheteia e acerta o Pedrinho – O TRANSFORMANDO EM UM SAPO. Como o Peninha ainda não conhece nenhum feitiço para fazer o Pedrinho voltar ao normal, e como a culpa é toda da Emília, ela sugere uma maneira de salvar o garoto: ele pode ser beijado por uma princesa! Então, ela manda uma carta para a Branca de Neve e, com ela, um pouquinho de pó de pirlimpimpim, para que ela possa vir – mas, quando ela chega, a Branca de Neve está escondida sob uma burca toda preta, por causa de seu casamento com o Príncipe Codadade, na temporada anterior… e ela não gosta nada de ter que usar essa roupa! “De que adianta ser a Branca de Neve se eu tenho que usar essa roupa horrorosa?”

Branca de Neve está um tanto quanto infeliz em seu casamento, e quer que a Emília dê um jeito nisso – afinal de contas, foi ela quem idealizou o casamento na temporada passada, não foi? Mas assim como a Branca de Neve está ali porque quer a ajuda deles para conversar com o Príncipe e torná-lo mais compreensivo, eles também querem a sua ajuda para beijar o sapo que é o Pedrinho. Antes que possa beijá-lo, no entanto, ela prefere falar com o Príncipe, porque “é uma mulher casada e não pode sair por aí distribuindo beijos a torto e a direito”. E, de algum modo, ela ainda ama o seu Príncipe: ele é cheio de manias e costumes, mas ela gosta dele. Então, Dona Benta sugere que a Branca de Neve convite o Príncipe para vir ao Sítio, assim podem conversar com ele, e ele também pode dizer que tudo bem ela beijar o sapo para o Pedrinho voltar ao normal.

Enquanto isso, no Capoeirão, A CONVENÇÃO DAS BRUXAS ESTÁ COMEÇANDO. O monstro de Frankenstein aparece na caverna da Cuca pedindo informações sobre como chegar à Clareira Maldita, e então ela fica furiosa ao perceber que a festa já está para começar e ela não foi mesmo convidada… mas isso não quer dizer que ela não estará presente. E eu adorei a Cuca DISFARÇADA para entrar como penetra… lá dentro, a festa está rolando, com música alta e a secretária, interpretada lindamente por Zezé Polessa, anunciando a chegada da presidenta, depois de termos ouvido falar TANTO dela na última história: MORGANA, interpretada por Elizabeth Savalla. E quando nós a vemos chegar, já percebemos que não tem como essa parte da história não ser ótima… porque essas duas estão ali para dar seus shows inegáveis de interpretação.

“Sejam todos mal-vindos à Convenção das Bruxas, Monstros e Outras Criaturas Pavorosas. Estamos aqui pra espalhar o horror no mundo. Viva o medo! Viva o terror! Viva o pavor! Que as crianças nasçam narigudas… que o leite das vacas azede… que caiam raios e trovões!”

Então, os raios e trovões tomam conta do céu, e as crianças o veem de seu quarto lá no Sítio do Picapau Amarelo – e Peninha percebe que pode ser bruxaria. Mas a Convenção está começando com tudo, com direito a lembrança dos mandamentos das criaturas, e algumas discussões como se o fantasma merece fazer parte do Sindicato deles, já que ele não tem nariz – eles podem aceitar entre eles alguém que não tira meleca? A cena ainda tem direito a uma sequência musical bizarra e divertida, interrompida pela Cuca no final, que diz que é uma injustiça que ela não tenha sido convidada. “Pois eu sou injusta mesmo, e daí?”, responde Morgana. “Porque se eu fosse justa, se fosse boa, eu não seria bruxa… não seria presidenta deste Sindicato!” Então, a presidenta pede que a Cuca se retire… afinal de contas, um dos objetivos da Convenção é expulsá-la, não?

Cuca até CHORA (!) ao pedir por uma outra chance, e Morgana acaba lhe concedendo essa chance, seguindo a ideia da bruxa de João e Maria – eles estão todos com fome, então pedem que ela traga para eles algo que eles possam comer. Algo como “um garoto gordinho”. Então, a Cuca tem que encontrar um garoto gordinho e levar para o banquete, e ela logo pensa no Pedrinho, que, segundo ela, “não está tão gordinho, mas ela pode dar um jeito”. Então, a Cuca sequestra e prende a Branca de Neve em sua caverna quando a Branca de Neve está na mata para mandar a carta ao Príncipe Codadade, e a Cuca assume o seu lugar. Afinal de contas, como a Branca de Neve, é muito mais fácil de caminhar livremente pelo Sítio do Picapau Amarelo e chegar até o garoto… então, agora temos a Branca de Neve, mas com a maldade e o rabo de jacaroa da Cuca.

A Cuca, no entanto, não é nenhuma “mestra dos disfarces”, na verdade. Ela se irrita com facilidade, acaba “liberando” a voz normal de Cuca, e o Rabicó é o primeiro a ver o seu rabo… mais tarde, quando todo mundo já a está achando muito estranha, ela ainda é descuidada e diz que quer comer “lesma frita”, e embora a própria Dona Benta venha com uma desculpa para ela, explicando sobre o escargot, é muito fácil de juntar as informações que eles têm… Saci reconhece a voz de Cuca, Emília está encucada com o fato de ela querer comer “lesma frita”, e o Rabicó fala sobre o rabo de jacaroa… mas até que eles juntem todas as informações, a Branca de Neve/Cuca ataca a Tia Nastácia, a coloca para dormir, e foge com o sapo que é, na verdade, o Pedrinho… e ela está toda feliz por ter conseguido capturar o Pedrinho com razoável facilidade até.

Pelo menos, todos sabem onde o Pedrinho deve estar, quando ele desaparece.

“Ah, meu Deus! O Pedrinho tá na mão da Cuca!”

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