The Twilight Zone 1x06 – Six Degrees of Freedom



“Five voyagers setting sail to a mysterious red light 35 million miles across an empty sea, soaring within the greatest invention ever created by the human spirit to escape a catastrophe made possible by the most destructive regions of the human mind. Individual madness or shared nightmare? The answer lies in their search for safe harbor here... in The Twilight Zone

UM DOS MELHORES EPISÓDIOS DA TEMPORADA ATÉ AQUI! Eu adorei tudo nesse episódio de “The Twilight Zone” e, como eu já comentei em outras ocasiões, eu gosto muito do que a série nos faz sentir. Eu adoro o tema de viagens espaciais, colonização de outros planetas e afins, mas há um toque “The Twilight Zone” perturbador e fascinante, que se assemelha a “The Matrix”, de algum modo – é um daqueles episódios que nos indagam a respeito da realidade, a respeito da “loucura”, e é um episódio brilhantemente dirigido. Com 54 minutos de duração, o que é bastante longo, exploramos apenas um cenário, que é a nave que ruma à Marte durante uma destruição do Planeta Terra, e ainda assim o episódio é cheio de nuances e nos empolga a cada minuto.
Já começamos o episódio encontrando um grupo de 5 astronautas preparando-se para uma viagem a Marte que durará mais de 200 dias – a emoção é latente, as possibilidades são imensas, e eu adoro como eles estão empolgados e nervosos, como eles pedem que TINA, a inteligência artificial que ajuda a nave, toque uma música para eles, e então, rapidamente, as coisas se transformam. De uma missão “feliz” em que as coisas estão supostamente dando certo, isso se transforma em uma fuga de um planeta prestes a ser destruído… o lançamento quase é cancelado com a ameaça de um míssil, mas chegou a hora de a tripulação tomar uma decisão: evacuar, como se fosse um desastre natural qualquer, ou então seguir adiante, escapar do míssil que se aproxima e concretizar a missão para a qual eles foram treinados nos últimos 4 anos?
Com quatro votos a favor e apenas um contra, o de Rei Tanaka, eles acabam decolando, e então as coisas se intensificam. Primeiro, eles se perguntam se devem abrir o isolamento que os protege da possível radiação, e talvez eu não tivesse percebido a importância desse comentário até mais tarde, quando Jerry começa a fazer suas “teorias”. Naquele momento, eles percebem que gostariam de olhar para a Terra uma última vez, gostariam de ver se o planeta tinha mesmo sido destruído, mas eles não tinham motivo para arriscar a missão se todos na Terra estivessem realmente mortos e eles eram os únicos sobreviventes rumando a um novo planeta no Sistema Solar… por isso, eles apenas seguem em frente, sem olhar para trás, então nunca chegamos realmente a ver o Planeta Terra sendo destruído, como teoricamente aconteceu.
Nos dias seguintes, todos tentam lidar com as perdas de alguma maneira, e é visível a rivalidade entre alguns passageiros, porque as decisões não foram tomadas em unanimidade. O episódio faz o tempo caminhar de acordo com o que resta de viagem até Marte. 230 dias. 211 dias. 201 dias. E, nesses dias, cada personagem se dedica a algo, até que a Comandante Alex Brandt proíba qualquer tentativa de contato com a Terra, porque eles perderam as comunicações e, ao que tudo indica, suas famílias e todo mundo que conheciam estão mortos no planeta que deixaram para trás. A Comandante também precisa proibir relações sexuais, quando encontra Tanaka e Casey transando, porque eles têm uma quantidade de comida delimitada, e eles não podem correr o risco de receberem um bebê a bordo – e é toda uma situação complicada.
Os dias passam mais e, em algum deles, os passageiros acreditam ter encontrado sinais de comunicação vindo da Terra, mas descobrem, eventualmente, que é apenas a transmissão de um antigo programa de TV, que está perdido no espaço ou qualquer coisa assim. 189 dias. 185. 155. 134. 115. Eu estava ansioso para o momento em que a contagem passaria para menos de 100 dias, como se sentisse que algo estava para acontecer. Uma nave lançada a Marte, saída de um planeta recém-destruído era uma trama interessantíssima, do jeito que eu AMO, mas eu senti que ainda faltava algo para ser “The Twilight Zone”. Assim, as coisas mudam quando falta apenas 76 dias até o destino e celebramos o aniversário da Comandante Brandt. A cena começa bastante bonita, deixando para trás tudo o que os separava e os distanciava, os laços são bonitos.
E então vem a surpresa: “None of this is real”. Jerry parece ter perdido a cabeça quando ele começa a anunciar que “nada daquilo é real”, mas nós nunca realmente sabemos quando se trata desse tipo de coisa – Jerry poderia muito bem ser o mais lúcido entre todos eles, o único que tinha realmente entendido o que estava acontecendo. Inicialmente, não sabemos sobre o que ele está falando, mas então a tensão do episódio aumenta (E EU AMO ISSO!), enquanto acompanhamos sua linha de raciocínio e vemos peças importantes se encaixarem… não demora muito para que percebamos que O QUE JERRY ESTÁ DIZENDO FAZ MUITO SENTIDO! Sobre como aquilo é um teste, como eles estão sendo observados, e como estão, na verdade, em um simulador. É o tipo de coisa bizarra e doente (eles fizeram todos acreditarem que as famílias tinham morrido!) que o ser humano faria.
Mas não sabemos, inicialmente, o que acontece com Jerry. Enquanto a tripulação enfrenta uma tempestade solar, em uma sequência desesperadora que é o ápice da angústia no episódio, Jerry está convencido de que aquilo não é real, mas ninguém parece querer acreditar nele, não naquele momento, ao menos… ele é o único, então, que se arrisca, porque sabe que eles não estão no espaço e nunca estiveram, então não significa que ele morrerá se abrir uma porta para o lado de fora. Quando ele abre a porta, no entanto, não podemos ver o que aconteceu com ele, e parece que ele realmente morreu em uma tempestade solar, e o restante da tripulação não pode segui-lo. Faltando 67 dias até o pouso em Marte, eles testam a teoria de Jerry, porque todos enfim percebem que ele até que estava fazendo sentido, mas tudo indica que ele estava errado.
Mas estava mesmo?
“There are crystals. Jerry was wrong”
Então, com uma pequena evidência de que Jerry estava errado que foi certamente plantada ali, a tripulação espera os dois meses restantes até A CHEGADA A MARTE. E então pousam, comentando coisas como “Did we land on Mars?” e “Let’s see if Jerry was right”, mostrando que eles ainda percebem que Jerry poderia ter estado certo esse tempo todo, mas, a princípio, eles chegam à conclusão de que “ele morreu em paz”. Eles realmente estão em Marte, o cenário é lindo e emocionante, as possibilidades são infinitas – mas eu realmente gostaria que Jerry estivesse certo. Então, na última cena, ao melhor estilo “The Twilight Zone”, que eu amo, mas que, ao mesmo tempo, me angustia (PORQUE EU QUERIA VER MAIS!), vemos que Jerry ainda está vivo, e que ele estava certo: eles estavam sendo observados esse tempo todo. Mas não exatamente por quem ele esperava.
EU QUERIA TANTO UMA CONTINUAÇÃO!

“It is said that seeing is believing. The crew of the Bradbury Heavy mission to Mars might tell you otherwise. They are about to find out that they couldn't trust their own eyes. But who, or what, can we trust if not ourselves? The answer lies somewhere between takeoff and landing... in The Twilight Zone

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