The Twilight Zone 1x08 – Point of Origin
“Meet Eve
Martin. Loving mother, devoted wife, active in her community. Eve was raised to
view the world from a bubble of comfort, safety and privilege. But that
bubble... is about to burst. And when it does, she will find herself within the
strange and unfamiliar borders... of The
Twilight Zone”
SOBRE
DIMENSÕES PARALELAS! Eu gosto muito da proposta de uma série como “The Twilight Zone”, e de como cada
episódio tem a sua cara, embora o que permeie todos seja essa desconfortável
sensação de incômodo. O episódio é
tenso e macabro, à sua própria maneira, e nos traz uma história bastante
interessante, que toma um caminho bem diferente do que eu previamente imaginei
para o desenvolvimento da trama. Porque começamos conhecendo Eve Martin, uma
mulher privilegiada que, ao mesmo tempo em que era “fofa” e “querida”, me
parecia tão absurdamente forçada que
eu não conseguia acreditar nela, com aquela coisa de “Anna é parte da família”
e tudo o mais, por exemplo… mas, eventualmente, tudo fez muito sentido, e eu
gostei do paralelo que eles fizeram entre Anna ser uma imigrante de outro país
e a condição da própria Eve de imigrante.
De um outro lugar.
Pouco depois
de Anna, a “empregada” da casa, pedir se pode usar o endereço deles para
matricular seu neto Daniel em uma escola do distrito, ela é levada presa, e Eve
precisa assumir responsabilidades que nunca antes assumiu, como levar as filhas
para a escola, ou ir ao mercado, o que é uma cena totalmente tensa, em toda a sua simplicidade, enquanto ela não sabe
lidar com tantas coisas, e as meninas
riem e o resto da fila se acumulando atrás dela no caixa se revolta. Quando ela
volta para o carro, brava e sem as compras, porque os cartões de crédito foram
bloqueados, ela é trancada pelas mesmas pessoas que levaram Anna mais cedo, e
agora eles estão ali para levar Eve com eles, dizendo que “é um problema de
segurança nacional”. As meninas são separadas dela e levadas para a delegacia
em outro carro, e o marido, William, também é levado para lá.
William e Eve
na delegacia parecem completamente
deslocados – eles não pertencem àquele mundo, vivendo na “bolha” de
privilégio deles. Eve se pergunta se isso tudo está acontecendo porque disse a
Anna que ela podia usar o endereço deles para matricular Daniel na escola, mas não é esse o caso. O marido e as filhas
acabam liberados rapidamente, enquanto Eve continua presa, e cada vez mais
humilhada e maltratada. Ela ganha um uniforme laranja e é jogada como
prisioneira no meio de um grupo de outras mulheres, dentre elas Anna, com quem
Eve compartilha uma cena fortíssima.
Anna é enfática ao explicar-lhe porque não é realmente “parte de sua família”, como ela diz, porque Eve não sabe nada a seu respeito, e é um
tapa na cara muitíssimo bem dado e merecido, mas não quer dizer que Anna não
goste de Eve… então ela a ajuda de todo
modo.
Anna explica
que sabe porque eles pegaram Eve, e a
leva por um túnel até Otto, que supostamente pode explicar-lhe o motivo de ela estar ali, ou ao menos
levá-la para quem possa. “I see. You don’t remember who you
are”. Aqui,
o episódio toma um novo rumo é PERFEITAMENTE INTERESSANTE. Inicialmente, achei
que talvez ela fosse alguma espécie de alienígena ou algo assim, mas isso já
foi usado na temporada. Então, começamos a entender, graças às falas de Aidia e
os flashes de memórias em preto-e-branco
que aparecem para Eve em pesadelos, que Eve é uma imigrante, assim como
Anna, mas ela não veio de outro país: mas
de outra dimensão. Uma dimensão paralela em que o céu não era azul, e que
foi devastada provavelmente por uma guerra, e essa nova dimensão que eles invadiram era sua única esperança de
sobrevivência.
“The people here want to send us back, but this is our home now”
As cenas são
fortíssimas, e ficam piores a cada minuto – Eve é presa em um aparelho para uma
série de testes, perguntas, “verdadeiros ou falsos”, e ela não entende bem o
que está acontecendo, o que está respondendo, em um processo doentio e louco
que tenta extrair dela informações que provem que ela é uma “imigrante” ou não.
Os gritos de Eve nos atingem em cheio e
são desumanos. Por isso mesmo, quando ela “retorna para casa”, eu não
acreditei nem um pouco… que ela voltaria bem, toda bonita, abraçando William e
as filhas – era evidente que aquela era uma ilusão projetada para colocá-la em
um “lugar seguro” onde ela falasse o que eles querem ouvir: e, então, eles
conseguem o que queriam: a confirmação de
que o que mostraram a ela, da outra dimensão, ERA REAL. Como eles podiam conhecer os seus pesadelos
daquele jeito?
O episódio,
então, se torna muito mais macabro, com a confirmação de que ela é uma
“invasora”, e ela tenta escapar, com a ajuda de Otto, garantindo que levará
consigo Anna, e toda a sequência é um suspense de tirar o fôlego, da saída do
prédio à entrada no caminhão de sorvetes… Anna não entra, porque “não confia no
motorista”, mas Eve é inocente e pega a carona de volta para casa, onde tudo
desanda… marido e filhas a esperam, mas não vão escapar com ela, como ela
esperava. Inclusive, ele não acredita que pode confiar nela, apenas porque ela
veio de outra dimensão. Então, ele mesmo a trai, o grande FILHO DA P*TA, e o
pessoal de quem ela acabou de fugir invade a casa para levá-la mais uma vez, no
meio de gritos ainda mais desesperados
dessa vez, e foi uma cena extremamente difícil de se assistir, de verdade… ao
menos gosto de pensar que Anna ficou bem.
“We are all
immigrants from somewhere, be it another city, another country, or another
dimension. As a child, Eve Martin escaped to what should have been a better
world. A world where the skies are blue. But now those skies have darkened, and the land
below them is a place she is no longer welcome. For Eve Martin, there's no
passport to be stamped for passage... out of The Twilight Zone”
Incrível como
a temporada pôde criticar uma série
de preconceitos! <3
Para mais postagens de The Twilight Zone, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário