Elektra (2005)
“She’s all
that stands between good and evil”
Repleto de
ação, “Elektra” é a interessante
adaptação de uma sensual assassina de aluguel que, pela primeira vez, questiona
o seu trabalho. O filme vem antes do grande boom
que construiu o Universo Cinematográfico da Marvel e popularizou os filmes de
super-herói (são tantos filmes e eles são parte tão grande do cinema atual que mal parece que isso aconteceu há pouco
mais de 10 anos, não?), e ele ainda é despretensioso e razoavelmente simples,
mas que cumpre bem a sua proposta e nos envolve durante a sua narrativa…
particularmente, ainda que os efeitos especiais tenham melhorado muito desde então, eu gostei bastante
das sequências de ação (com um quê de influência de “The Matrix”, me parece às vezes), como o clímax do filme, em que
Elektra precisa enfrentar Kirigi em um desafio final, de volta “no lugar onde
tudo começou”.
Na primeira
cena do filme, conhecemos Elektra, a assassina de aluguel temida por todos e que já morreu uma vez… agora, ela parece
um fantasma, e se aproxima sem ser notada, “porque quanto melhor o assassino,
mais perto ele consegue chegar antes de ser percebido”, e ela parece uma das
melhores… com sua frieza e exatidão, ela cumpre o trabalho, recebe o dinheiro,
e não se envolve – ela nunca gosta de saber quem a contratou, confiando apenas
no julgamento de McCabe, tampouco quer saber o que a pessoa em questão fez para merecer morrer. Mas as coisas
começam a mudar quando ela é contratada para um novo trabalho, e então ela
acaba “isolada” em uma ilha onde nada
parece acontecer. Não tarda para que ela conheça Abby, uma garotinha
esperta e traiçoeira, e o seu pai charmoso, Mark Miller… e eles escondem um segredo.
Tudo,
infelizmente, parece acontecer depressa, tendo em vista que é um filme curto, e
precisamos nos ater a detalhes e a cenas rápidas. O passado de Elektra, por
exemplo, é explorado em uma série de flashes
(não chegam a ser flashbacks
propriamente ditos) que nos mostram a morte de sua mãe por uma figura misteriosa,
que ela reconhecerá apenas perto do fim do filme, o seu treinamento com o sensei Stick e a sua primeira morte – eles não estavam
brincando, no início do filme, quando disseram que “ela já tinha morrido uma
vez”. Acontece que os poderes de Elektra envolvem a capacidade de ver alguns segundos no futuro, apenas o
suficiente para mantê-la viva, mas é um poder bastante interessante,
compartilhado pela ordem que a treinou e a expulsou há alguns anos. Os mais versados no Kimagure, dizem, são
capazes de trazer pessoas de volta dos mortos.
E foi assim
que ela voltou à vida.
Ainda sem
saber quem deve matar, e sozinha na noite de Natal (!), Elektra é convidada por
Abby para passar a ceia com ela e o pai, e nós temos uma cena bem interessante
deles, que imediatamente me fez entender quem
eram as pessoas que Elektra teria que matar – afinal de contas, não havia
muitos naquela ilha, havia? Então, Elektra é contratada para matar Mark e Abby,
e embora ela sempre faça isso sem hesitar, e embora ela pense em fazer isso,
ela acaba não tendo a coragem. Assim,
ela volta atrás, guarda suas armas e “visita” Mark, perguntando quem ele é, e pede que ele não minta,
porque “eles” não vão matar apenas a ele, mas também a Abby. Sem entender
realmente o que está acontecendo, Elektra os ajuda a escapar. Mark e Abby estão
sendo caçados pelo Tentáculo, a mesma organização do mal que matou a mãe da
garota.
Porque Abby é o “tesouro”.
Grande parte
do filme gira em torno da ideia de “tesouro”, um pequeno prodígio, extremamente
poderoso, que pode ser o equilíbrio entre as forças do Bem e do Mal: quem a
tiver ao seu lado terá vencido a batalha definitiva. Mesmo que Mark Miller
tenha mentido para ela, Elektra se apegou a Abby e acaba ajudando a protegê-la,
e o trio compartilha poucas, mas interessantes cenas, como aquela da
“meditação”, que é leve e divertida. Para salvar a garota, Elektra fica muito perto da morte novamente, mas é
salva por Stick antes que a vida se esvaia de uma vez por todas, e então ela
retorna para junto de Stick, onde Abby é treinada, e onde ela descobre que ela
mesma já foi um “tesouro”, e que isso
tudo, da expulsão até agora, foi um teste de Stick – para provar a ela
mesma que, diferente do que ela acreditava, ela
era boa de coração.
Sempre fora.
Sabendo
disso, Elektra propõe a Kirigi um desafio, uma última batalha que decidirá o
destino de Abby – e ela fará de tudo para vencer. A sequência é interessante,
tem toda a demonstração de poder do Tattoo (a sequência das cobras foi a mais
artificial dos efeitos especiais), uma perseguição no Labirinto do Torneio
Tribruxo, e a melhor parte, que é a luta de Elektra e Kirigi na antiga casa
em que a mãe de Elektra morreu na infância, com direito a efeitos de lençóis
brancos (?) cujas funções desconheço, mas que visualmente deram um movimento
bacana para a sequência. Por fim, Elektra consegue usar o Kimagure do mesmo
modo que Stick usou nela, provando sua força, seu merecimento, seu coração puro
e seu amor por Abby: do contrário, ela não teria conseguido trazer a garota de
volta à vida depois de ela ser morta por Typhoid.
O final do
filme é super bonitinho, mas triste. Não é o fim romântico que normalmente se
espera. Elektra, por exemplo, não fica com Mark Miller, embora eles
compartilhem um segundo beijo em um momento bonito – é a recriação do primeiro
beijo, ainda na ilha, quando Mark a beija e, sarcasticamente, ela diz que
“odiou aquilo”; dessa vez, é ela quem o beija e, em tom de brincadeira, a
imitando, ele diz que “odiou”. Mas eles se separam, porque a vida os levará
agora para caminhos distintos. A despedida de Elektra e Abby é ainda mais fofa, porque Elektra deseja
que ela não seja como ela quando crescer (e
aparentemente é o que Abby mais quer!), e Abby agradece a Elektra por ter lhe
devolvido a vida… literalmente. Mas Elektra diz a Abby que ela também devolveu a sua vida, e o abraço emocionado que as duas
compartilham é muito bonito.
Então,
Elektra vai embora, mas uma nova mulher.
Uma nova heroína.
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Eu adorei o texto, amor! Estou muito feliz que Elektra esteja em seu blog. Você sabe o quanto eu gosto de personagens de "mulheres femininas" kkkkkk. E Elektra é uma das minha herínas favoritas. É bem verdade que o filme deixa a desejar quanto a efeitos especias, mas isso não altera em nada a sua qualidade, até porque, eles não são tão pavorosamente ruins assim... e era o que eles tinham para a época (rs). A trama do filme é bem simples e sem grandes pretensões, é tudo muito claro e objetivo, talvez seja isso que torna Elektra interessante, pois lá no final, notamos o quanto a personagem evoluiu em tão pouco tempo de filme. Eu acho que nunca desejei um Elektra 2, acho que a Jennifer Garner encarnou tão bem a personagem, com aquele jeito sexy sem ser vulgar, que ela vai ficar para sempre marcada como a minha Elektra. Mas é claro que se a Marvel quiser fazer um reboot, remake, ou uma nova versão, eu não vou reclamar. Não vou mesmo! rsrsrsrsrsrsr... Fica a dica.
ResponderExcluirObs.: Os lençóis serviam para o Kirigi criar uma ilusão no local de combate com a Elektra, para que ele pudesse enganá-la e atacá-la quando ela menos tivesse esperando. E, sim, é visualmente muito bonito. É uma das melhores cenas para mim. E, bem, foi isso o que eu sempre entendi durante todas as vezes que assisti ao filme. kkkkk Será que sempre estive errado? rsrsrsrsrs. Te amo!
OWN, MEU AMOR! *-* Que bom que gostou do texto! É sempre uma responsabilidade escrever sobre algo que sei que você gosta haha Olha, existe uma nova Elektra já, sabia? No universo das séries da Marvel (que é compartilhado com o universo dos filmes, embora a interação seja pequena) já existe uma nova Elektra, pode ser que ela venha a aparecer em filmes... é interpretada pela Élodie Yung! A personagem está por aí!
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