The Promised Neverland 1x01 – 121045


  
“Se eu sair daqui… minha prioridade será sobreviver”
QUE EPISÓDIO MAIS FORTE! Desde a primeiríssima cena (com Emma, Norman e Ray olhando “para o lado de fora” e imaginando “o que estaria do lado de lá”), eu me encantei por “The Promised Neverland”. Não li os mangás nos quais o anime está baseado, mas cheguei na produção por indicação de um aluno meu, e tudo é realmente impactante. Os traços do anime são lindos, as cores também, variando de momentos tão vivos, como quando as crianças brincam de pega-pega, para momentos tão sombrios, durante aquela pavorosa noite em que Emma e Norman vão atrás de Conny e descobrem toda a verdade a respeito da “Casa” e a respeito da “Mamãe”. O episódio é instigante e, embora seja evidente desde o começo que algo está errado por ali, nada nos prepara para a brutalidade que encerra esse primeiro episódio de “The Promised Neverland”.
TERMINAMOS ANSIANDO POR MAIS!
Ainda antes da abertura, conhecemos as três crianças que acompanharemos nos próximos episódios. Descumprindo as ordens da Mamãe, eles estão no Portão que os separa do mundo lá de fora, se perguntando o que estará do lado de lá e do que, exatamente, o Portão os protege – eles são crianças uniformizadas em um Orfanato, e nunca estiveram do lado de fora… estão ali desde que nasceram, e sua única chance de sair é quando eles são “adotados”. Dentre os três protagonistas, temos Emma, uma garota bastante sonhadora, mas que adora estar ali dentro, embora também sonhe com “montar uma girafa” ou qualquer coisa assim; do outro lado, temos Ray, um garoto cético que sabe que só pode ser mentira essas histórias todas da Mamãe; e, entre eles, temos Norman, um garoto inteligente, que se pergunta o que há do lado de lá.
“Esse portão… ele está nos protegendo de quê?”
No dia seguinte, Emma acorda animada, como parece ser rotineiro – aos 11 anos, ela é uma das crianças mais velhas no Orfanato, o que a faz uma espécie de líder, mesmo que as pessoas digam que ela age como se tivesse 5 anos… mas talvez ela só se preocupe demasiado com a sua família! É estranhíssimo perceber o clima aparentemente leve, com as crianças felizes e se divertindo, porque o anime deixa muito claro, desde o comecinho, que isso não pode ser simples desse modo. Ao mesmo tempo em que vemos os sorrisos e as brincadeiras, com uma trilha animada, também há ênfase na maneira como as crianças são todas marcadas com números em seu pescoço. Como prisioneiros… ou como carnes para o abate. Estamos em 2045, aparentemente, e aquele é o dia em que Conny, uma garotinha de apenas 6 anos, será levada para a adoção.
As crianças na Grace Field House também são continuamente testadas e, nos testes daquele dia (“Idade: 11, Tipo 1”), Emma, Norman e Ray conseguiram uma pontuação perfeita – e o anúncio disso me deu CALAFRIOS. Com ciúmes e descrente, um dos outros garotos, Don, desafia Norman para uma brincadeira de “pega-pega”, e Norman é uma estrela na brincadeira… calmo e sábio, ele formula estratégias, entende os passos dos outros jogadores, e pega um a um… até o Don. A última criança que Norman precisa pegar é Emma, e ele sabe exatamente como fazê-lo: “Emma, sua gentileza é seu ponto fraco”. Em uma conversa de Emma, Norman e Ray, Ray pergunta a Emma o que é que Norman tem que ela não tem, e ela responde: “Capacidade de planejamento? Frieza? Inteligência avassaladora?”, mas Ray mesmo responde por ela:
“Estratégia!”
Eu gosto de como entendemos Norman – ele poderia perder em um embate puramente físico, mas ninguém venceria dele intelectualmente… a brincadeira do pega-pega é como “jogar xadrez com o corpo”, e é importante prever os passos do “inimigo” para que se possa vencer… e eles mesmos comentam que “é o que a Mamãe faz”, porque nunca puderam vencê-la no xadrez. Quando Don pede uma revanche, em que todos estariam tentando pegar o Norman, as crianças acabam na cerca que os separa do lado de fora lá na floresta, e se perguntam se um dia eles vão embora daquele lugar… e, supostamente, eles têm que ir, porque estão em um orfanato e precisam partir antes de fazer 12 anos. Mas eles nunca recebem cartas, aqueles que foram embora nunca voltam a escrever para eles – e por quê? Porque estão ocupados demais se divertindo com a nova família ou porque não podem?
Ou porque nem vivos eles estão mais?
A cena ao lado da cerca na floresta é uma das minhas favoritas, e uma das mais tristes de todo o episódio – aqui, as crianças falam sobre os seus sonhos, como o de vestir roupas diferentes, comer comida gostosa ou chamar alguém para sair. E destaque ao que cada um dos três protagonistas falam sobre sair. Norman: “Quero ir a vários lugares e ver coisas que nunca vi antes”. Ray: “Se eu sair daqui… minha prioridade será sobreviver”. E Emma: “Bom, eu não quero sair daqui. Quero ficar aqui para sempre!” Por fim, a pequena e fofa Conny promete que vai escrever cartas para todos quando for embora, e que não vai se esquecer de ninguém – e completa dizendo que, futuramente, será uma mãe como a Mamãe, “que nunca abandona seus filhos”. CREEPY. Tudo isso é tão triste, e tão forte… “The Promised Neverland” já chega como um soco no estômago.
Naquela noite, então, Conny é levada pela Mamãe. Antes de partir, ela chora e muda de ideia (“Eu não quero mais ir embora! Eu quero ficar aqui!”), mas isso não muda nada. Don e Emma ficam chorando pela partida de Conny, mas a porta se fecha, em um momento estranho e sinistro, e então Conny e Mamãe caminham rumo ao portão, enquanto a Mamãe macabramente cantarola uma canção qualquer… aquilo deu CALAFRIOS! Saber que algo estava por acontecer. e tudo fica ainda mais intenso quando Emma encontra o coelhinho de Conny, deixado para trás, e se desespera: ela tem que devolver para a garota. Então, ela e Norman saem correndo da Casa para ir atrás de Conny e da Mamãe, desrespeitando a regra de nunca se aproximar do Portão, e então é o momento de eles descobrirem a verdade. Emma, em choque, derruba o coelhinho ao ver o que está dentro de um caminhão.
O CORPO DE CONNY.
E tudo é tão brutal, tão horrível de se ver… a pequena e inocente Conny morta daquela maneira, QUE DESESPERO. Fiquei muito triste por Conny, e fiquei muito angustiado pensando no trauma que aquilo significava para Norman e Emma. Antes de serem descobertos, eles se escondem atrás e embaixo de um caminhão, e então descobrimos o que está acontecendo, quando entra em cena um monstro macabro que devora carne humana: “Toda a carne humana que esta fazenda produz é carne de primeira, coisa de rico”. PESADÍSSIMO! E o tempo todo eu temi que Emma fosse fazer barulho e fosse ser ouvida… eles são parte de uma FAZENDA, e estão listados com suas idades em um papel com todas as “carnes” que os monstros pretendem levar em algum momento… as próximas serão aquelas de 11 anos, e “Mamãe” está trabalhando com eles, o que é o pior de tudo, eu acredito.
Emma e Norman felizmente conseguem fugir antes do monstro olhar embaixo do caminhão, mas ele encontra o coelhinho de Conny, deixado para trás, e aquilo vai fazer com que Mamãe se volte contra eles, provavelmente… o episódio, então, nos revela já qual era o grande e pavoroso segredo por trás do “orfanato”, que não passa de uma “fazenda” (!)… o pior é que eles acreditavam que as crianças que partiam estavam sendo adotadas e estavam felizes, e que a Mamãe os amava. E tudo foi mentira. Agora, Norman diz a Emma que se eles e Ray se unirem, eles podem fugir, mas Emma não quer deixar para trás os outros, para serem devorados por aquele monstro… por isso, eles precisam de um plano. “M-Mas como? Como é que crianças como nós vamos fugir daqueles monstros?” Mas o dom de Norman vai ter que ser útil nesse momento…
É uma questão de ESTRATÉGIA.
De encontrar uma maneira que todos possam sobreviver.


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