The Promised Neverland 1x05 – 301045

“Eu quero acreditar em você, Ray”

CARAMBA, QUE TENSÃO! Esse quinto episódio de “The Promised Neverland” dá uma leve desacelerada do ritmo que o anime vinha tendo até então, porque precisamos entender um pouco mais da bombástica revelação feita no fim do episódio passado – Ray é o espião que eles estavam caçando. Agora, eles precisam entender exatamente quem ele é, há quanto tempo ele sabe da verdade e “trabalha” para a Mamãe, e o quanto eles ainda podem confiar nele… e vamos manter um pé atrás, embora todo o episódio tenha sido sobre como talvez possamos mesmo acreditar nele de agora em diante. Na verdade, eu estou muito mais preocupado com Don e Gilda, que também já sabem parcialmente do que está acontecendo (mas eles acham que ainda podem salvar Conny), mas Don é incrivelmente descuidado e impulsivo, e espero que isso não custe a vida de todos.

Mais uma vez: PROTEJAM ESSAS CRIANÇAS!

Ray foi descoberto por Norman que, no lance das cordas, armou uma armadilha tripla. E ele nem tenta negar, percebendo que Norman não vai se deixar enganar… então, em uma cena desesperadora em que deu muita raiva de Ray, ele ri de forma debochada enquanto se joga na cama: “Droga… e eu achei que estava me saindo tão bem… é isso mesmo. Eu sou o espião da Mamãe”. Ray pergunta desde quando Norman desconfia dele, e ele conta tudo, e fala sobre como se envergonhou de chegar a pensar nessa possibilidade, e como quis que não fosse verdade. Depois, Norman pergunta há quanto tempo ele trabalha para a Mamãe, porque ela não confiaria nele se fosse a primeira vez em que ele repassa informações, e ele diz que já faz isso há muito, muito tempo… conforme descobrimos mais tarde, já são SEIS ANOS desde que Ray descobriu a verdade.

Desde que ele tinha apenas 5 anos de idade.

Wow.

Nas palavras de Ray, ele é o “cão-pastor” do rebanho, e pode haver certo orgulho desprezível na forma como ele diz isso, e nos perguntamos se tudo o que foi planejado simplesmente foi por água abaixo, mas ainda não. Norman conversou com Emma com antecedência sobre o “espião”, mesmo antes de saber quem era, e eles vão levá-lo com eles. A Ray, ele diz que vai deixar que ele encubra o erro que cometeu para a Mamãe, sob três condições: 1) que continue andando com eles, para garantir a segurança das crianças; 2) que repasse a eles todas as informações que conseguir da Mamãe; e 3) que ele se alie a eles. E ele fica muito surpreso com essa proposta, mas é muito legal ouvir Norman usando as palavras de Emma, quando ele diz: “Eu quero acreditar em você, Ray”. E, na verdade, talvez ele tenha motivos para isso.

Afinal de contas, foi Ray quem escondeu o coelhinho, lá no dia em que Conny foi levada, permitindo que Norman e Emma descobrissem a verdade… foi ele quem desencadeou isso tudo. “Você deu início a toda essa fuga para poder nos salvar, não foi?” No fundo, Ray não é uma pessoa má, e ele se importa de verdade com Norman e Emma, e por isso fez o que fez – desde então, ele tem “ajudado” mantendo a Mamãe sob controle, e então ele explica como tudo começou: como se “vendeu” a ela para ter o máximo de informações possíveis, enquanto planejava a própria fuga. Acontece que não há lugar melhor para descobrir sobre o seu inimigo do que ao lado dele. E, agora, ele realmente tem uma série de informações que são valiosíssimas para a fuga deles. “Esta pessoa que está diante de você é a carta mais valiosa que você tem”, nas palavras dele.

Ray será um agente duplo, mas ele também impõe uma condição a Norman: que ele finja para Emma que vão fugir com todas as crianças, mas que os abandone na Hora H, porque ele ainda acha que não é possível escapar com todos. Norman fica tão atormentado por essa imagem que ele tem um interessante pesadelo naquela noite, enquanto Ray vai em uma reunião rotineira com a Mamãe, precisando convencê-la de que ainda pode acreditar nele. No pesadelo de Norman, eles estão escapando com todas as crianças, mas todas acabam morrendo próximos ao portão. A morte dos amigos é representada pelos corpos sem cores caídos e as flores vermelhas brotando de seus corações mortos, enquanto Ray diz a Norman que “avisou que aquilo aconteceria se eles tentassem fugir com todos”. É um momento desesperador, e Norman acorda apavorado.

No dia seguinte, o próprio Ray conta a Emma sobre ele ser o informante da Mamãe quando a garota pergunta sobre as cordas e a armadilha, e a expressão de Norman e de Emma são IMPAGÁVEIS. “Então você é o traidor, mas não é nosso inimigo”. Emma está confusa, mas então Norman explica toda a situação, e Ray provê algumas outras informações, como que ia contar toda a verdade quando eles voltassem no dia da Conny, mas então eles deixaram para trás o coelhinho que os denunciou e, quando a Mamãe descobriu tudo, ele ficou nos bastidores colocando panos quentes. O único problema é que ele está mentindo sobre tentar escapar com todas as crianças, e a Emma é UMA ALMA TÃO BOA que ela não merece que mintam para ela… mas eu acho que ela sabe. E sabe, também, que no fundo Ray não vai ter coragem de deixar ninguém para trás.

Mas será?

De todo modo, a cena dela com Ray é LINDA, e ela pede que ele nunca mais faça nada como isso, porque ele não está mais sozinho. Por fim, as crianças inteligentes (!) se dão conta de que Mamãe desaparece todas as noites, e que deve haver uma Sala Secreta na Casa – Emma já até sabe onde ela estaria, e Ray pode dizer para que serve: para a Mamãe mandar relatórios diários à Matriz. O problema é que Don é agitado e impulsivo, e ele quer entrar, falar com o exterior, descobrir onde Conny está (!), mesmo que Ray explique todos os problemas com esse “plano”, como o fato de o sistema de comunicação conectá-los, provavelmente, apenas à Matriz e a mais lugar nenhum. O risco é muito maior que a recompensa. De todo modo, sem cautela alguma, Don acaba tentando entrar na Sala Secreta, e é acompanhado de Gilda… no fim do episódio, alguém os descobre.

Espero que seja uma das crianças.

Mas a tensão não me deixa pensar que é.

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