Turma da Mônica: Laços (2019)
“Nós somos ou não somos a Turma do Cebolinha?”
Baseado nos
personagens de Maurício de Souza e na HQ da Coleção “Graphic MSP”, por Vitor e
Lu Cafaggi, a turminha MAIS QUERIDA
do Brasil chega aos cinemas em um divertido e emocionante live-action, “Laços”. Uma
adaptação fascinante da HQ original,
o filme tem toda a diversão, a alegria e as cores da Turma da Mônica, com uma
pitada de melancolia (eu tinha prestado muita atenção nisso ao ler a HQ, há
alguns anos) e belas mensagens, e é a melhor maneira de encontrar atores reais
interpretando os personagens que tanto amamos desde a nossa infância… os atores
mirins são muito bons e se entregam aos personagens em um roteiro muito bem
guiado, que nos envolve, nos intriga e nos faz torcer por cada um deles. Acredito
que “Laços” é uma história importante
não apenas sobre a “Turma da Mônica”, embora todos os elementos da turminha que
amamos estejam lá, mas sobre a amizade
e sobre a importância de enfrentar os
nossos desafios.
Saí do cinema
ENCANTADO, e querendo mais.
Podemos esperar
“Lições” e “Lembranças”?
A introdução
do filme já é perfeita, e quase parece que estamos lendo os quadrinhos! O Cebolinha
está contando, através de seus desenhos, a respeito de um “plano infalível” para
o Cascão – como sempre querendo tomar o Sansão da Mônica e se converter no “dono
da lua”. E depois do logo inicial,
quando vemos a Mônica e a Magali pela primeira vez, com um quê de câmera lenta
e um cuidado em nos mostrar cada elemento que compõe as personagens, lágrimas vieram aos meus olhos… eu já
estava arrebatado. Adorei a caracterização das crianças, adorei a maneira como
as clássicas roupas dos quadrinhos foram transpostas para o cinema (e ficou bem
crível!), adorei o Kevin Vechiatto interpretando o Cebolinha e trocando o “R”
pelo “L”… todo o filme é colorido, fofo, e tem a essência da “Turma da Mônica”
na inocência dessas crianças.
E no poder de
sua amizade.
Já na
primeira cena, como comentei, sentimos isso. O “plano infalível” do Cebolinha,
que inclui o Floquinho se fingindo de morto e um “vetelinário” fajuto, naturalmente dá errado… como sempre. E então a Mônica persegue os meninos por todo o Bairro
do Limoeiro, enquanto o filme, assim como a HQ original, nos apresenta
personagens secundários da turminha, que são facilmente reconhecidos – como o
Jeremias e o Xaveco, ou o Titi e a Aninha, com direito à recriação exata do que Lu e Vitor Cafaggi criaram
em sua HQ. E enquanto a Dona Cebola cuida dos machucados do Cebolinha, eu
gostei de como o filme já deixou claro como ele e a Mônica estão o tempo todo brigando porque, apesar de serem crianças, eles sentem algo um pelo outro. Mas o
Cebolinha ainda tem muito a aprender e
para amadurecer… afinal de contas, ele é
uma criança.
Todos são.
Durante aquela
noite, o Floquinho desaparece,
sequestrado pelo “homem do saco”, e o Cebolinha fica desesperado no dia seguinte, completamente diferente do Cebolinha
que conhecemos, cheio de planos para dominar o mundo – ou pelo menos a rua. Quando
ele fica trancado em casa, desolado, no entanto, os amigos são O CÚMULO DA
FOFURA e aparecem todos para conversar com ele, dar uma força… a Mônica até pede desculpas pela maneira
como bateu nele e no Cascão no dia anterior, porque “ela pegou um pouco pesado”.
E então o Cascão pede que o Cebolinha faça o que ele mais gosta de fazer: desenhar um “plano infalível”. E é assim
que eles começam a espalhar cartazes, desenhados pelo Cebolinha, por todo o
Bairro do Limoeiro, em busca do Floquinho, e isso permite que vejamos alguns outros personagens e uma aparição
a la Stan Lee de Maurício de Sousa,
que aparece como dono de uma banca de jornal, arrumando uns gibis do Chico
Bento.
E podemos ver
o “Laços” original atrás dele!
Enquanto eles
espalham cartazes e procuram pelo Floquinho, Tonhão e o pessoal da Rua de Baixo
– por algum motivo, eles foram chamados de “Turma da Rua de Cima”, no filme, e
eu detestei o “erro” (?) na nomenclatura – lhes dá uma informação que pode ser
útil: uma descrição do homem que roubou o
cachorro de ambas as turmas; e Cebolinha desenha um “retlato falado”. Os adultos,
no entanto, não dão muita atenção ao desenho do Cebolinha, então ele e os
amigos decidem resolver o problema sozinho, e irem eles mesmos em busca do
cachorro do garoto. Quando eles entram no parque, no entanto, eles são atormentados pela Turma da Rua de Baixo,
e, enquanto fogem, eles acabam passando dos limites do parque e caindo uma
longa descida rumo ao desconhecido, com direito a uma piada sensacional quando
o Cebolinha reclama de “eles sempre perderem os sapatos”.
“Vocês vivem perdendo os sapatos! Não sabem
amarrar não?”
AMEI <3
Os perigos da
floresta deixam o filme com um tom levemente
mais sombrio, o que me remete muito à obra que originou o filme, porque da capa
à história como um todo, temos muitas
sequências durante a noite, o que já é mais sombrio. Naquela noite,
enquanto o Cebolinha fica de vigia para os amigos dormirem, conhecemos o Louco,
brilhantemente interpretado por Rodrigo Santoro, que faz uma pontinha memorável
no filme… a noite na floresta também conta com um momento emocionante enquanto
os pais, preocupados, procuram pelas crianças, que dormem sozinhas enquanto são
“vigiadas” pelo Louco, e as cenas ficam muito bem dirigidas; a Magali comendo toda
a provisão deles enquanto dorme; o
Cascão “instintivamente” fugindo de uma única gota de água; e as mãos do
Cebolinha e da Mônica se juntando.
Com sorriso e tudo.
Na manhã
seguinte, o Cebolinha pisa na bola… mesmo
com tudo que a Mônica e os demais estão fazendo por ele. Quando ele e a
Mônica discordam a respeito de que caminho tomar em uma bifurcação, o
Cebolinha, durante a discussão, a chama de “dentuça e baixinha”, e parece que
ela vai girar o Sansão e bater nele, como sempre faz; o Cebolinha até fecha os
olhos, esperando o golpe – que não vem.
Quando olhamos para a Mônica, ela tem lágrimas nos olhos, e FOI TÃO TRISTE
perceber o quanto aquilo tudo a atingia, mesmo com toda a sua força, e a
verdade é que lhe dói muito mais
vindo do Cebolinha do que da Turma da Rua de Baixo, por exemplo. Porque o Cebolinha é para ser seu amigo.
Então, sem dizer nada, Mônica pega o caminho que tinha escolhido, e isso é
legal demais, também: como ela não vira
para trás e vai embora.
Ela não vai fazer isso, jamais faria.
Ela está ali para salvar o Floquinho.
O Cebolinha,
imaturo e cheio de problemas, não demora muito para perceber que fez coisa errada, e não é apenas pela
maneira como o Cascão e a Magali olham para ele, embora os dois o julguem e os dois
também tenham lágrimas nos olhos, e resolvam acompanhar a Mônica… mesmo antes,
ele já sabia. Deixado para trás por um tempo, o Cebolinha chora sozinho, e
então segue os demais – e ele não tem o momento de um grande pedido de desculpas, mas ele chega a pedir desculpas para a
Mônica, que é toda durona e maravilhosa. Então, juntos, todos encontram a
distante casa do “homem do saco”, onde o Floquinho está sendo mantido
prisioneiro para ser usado para fabricar um produto chamado “Cabelol”. E eles
precisam encontrar uma maneira de entrar na casa, o que nos dá uma cena clássica do Cascão escondido numa lata
de lixo!
Eu adoro toda
a sequência de resgate do Floquinho,
lá na casa do vilão, porque, aqui, cada uma das crianças precisa enfrentar os
seus maiores desafios, e superar seus medos e limitações… a Magali, por
exemplo, precisa ignorar uma geladeira não só cheia de comida, mas de melancia
(!), para poder pegar uma chave; o Cascão, eventualmente, precisa enfrentar uma
torneira quebrada, o que quer dizer que a
sala e a cozinha estão cheias de água; o Cebolinha precisa aceitar que, se
os seus “planos infalíveis” sempre dão errado, talvez seja porque ele nunca se
dá ao trabalho de ouvir os amigos, então ele os ouve e eles pensam em um plano todos juntos, com
sugestões de todos; e, por fim, a Mônica precisa confiar o Sansão ao Cebolinha
para que ele sirva de isca… e uma vez que todos fazem isso e se superam, o plano dá certo e eles salvam o Floquinho.
Por fim,
então, O FLOQUINHO ESTÁ À SALVO, graças à coragem das crianças, sua força
interior e a companhia um do outro; é emocionante quando o Cebolinha liga para
a mãe preocupada, e quando os pais vão buscá-los – quando devolve o Sansão para
a Mônica, no entanto, o Cebolinha ainda
dá um nó nas orelhinhas dele, mas é menos ruim do que chamar a Mônica de “dentuça”
e “baixinha”. O fim do filme mostra um evento
de comemoração do resgate do Floquinho (e pelo fato de estarem todas as
crianças bem), e eu gostei de como o filme usou esse momento para reunir os outros personagens de Maurício
de Sousa… não só o Titi e a Aninha, que já tínhamos visto antes, mas também a
Maria Cascuda, por exemplo, e o Quinzinho! O filme ainda tem um olhar encantado
do Cebolinha para a Mônica, e um sorrisinho tímido da Mônica ao perceber…
No fim,
quando o Cascão incomoda o Cebolinha,
o filme termina com um “plano infalível”.
Exatamente como começou…
E o filme é incrível.
Tem cor, tem carisma, tem amor. MARAVILHOSO!
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