Ela Disse, Ele Disse (2019)
#QuemBeijaÉMaisFeliz
MAIS UMA FOFA
ADAPTAÇÃO DA THALITA REBOUÇAS! Nos últimos anos, as obras adolescentes de
Thalita Rebouças ganharam o cinema nacional… tivemos a adaptação de “Uma Fada Veio Me Visitar”, que virou “É Fada!”, e embora a Thalita não
estivesse muito envolvida na produção daquele filme, isso abriu portas para
novas adaptações do gênero e, mais especificamente, da própria autora.
Ganhamos, então, “Fala Sério, Mãe!”
e, mais recentemente, “Tudo por um Pop
Star”, que eu adoro. Esse ano, ganhamos a adaptação de “Ela Disse, Ele Disse”, uma história que começa com dois alunos
novos chegando a uma escola, Rosa e Leo, e então eles têm opiniões diferentes sobre praticamente tudo. Eu gosto de
ouvir o pensamento dos personagens, nessa perspectiva “ela disse, ele disse”,
para notar a percepção de cada um deles das
mesmas situações. Porque cada um vê
e interpreta as coisas de uma
maneira… ISSO É TÃO BACANA!
Na verdade,
tudo parece muito mais fácil para Leo… ele é simpático e aberto, vê bastante possibilidade ao seu redor, está
disposto a fazer amizades. Para Rosa, tudo é mais difícil e mais complicado;
ela se sente invisível e insignificante, mas acaba tendo um bom primeiro dia de
aula. Gostei muito mais do que achei que
gostaria das narrações nas vozes dos dois protagonistas, enquanto eles
olhavam para a câmera – foi uma boa forma de conduzir a narrativa e funcionou
surpreendentemente bem. E, claro, a dicotomia de opiniões! Como quando Rosa
acha que “todo mundo é esquisito”, mas Leo pensa que “já foi com a cara de todo
mundo”, ou quando Rosa “não sabe se aquele lugar foi feito para ela”, e Leo
pensa: “Esse lugar foi feito para mim”.
Mas em pelo menos uma coisa parece que os dois concordam: os peitões da Julia.
Ainda no
primeiro dia de aula, eles conversam pela primeira vez – Rosa e Leo SÃO MUITO
FOFOS, eu adoro um casalzinho como eles. Ele é quem puxa conversa, e ela fica
toda empolgada, mas meio sem saber como responder… é quase um “É 3 de Outubro”, mas ela só diz “Aham” e, quando resolve falar
outras coisas, ela meio que descarrilha e diz umas coisas sem-noção que a
deixam morrendo de vergonha… mas que
parecem ter dado certo. Os
pensamentos de Leo nos contam que ele gostou dela. Então, o tempo passa
depressa. Através de algumas cenas sem áudio em sequência e uma série de fotos
tiradas nas polaroides de Rosa, que acabam enfeitando o seu quarto, vemos que a
garota se saiu muito bem na escola.
Ela e Leo passaram muitos momentos juntos, ela também fez amizades… tudo foi muito melhor do que Rosa esperava,
naquele primeiro dia…
O crush no Leo, no entanto, não dá sempre
lá muito certo. Quando ele a convida para ir ao cinema (!), ela pergunta que
filme eles veriam, e ele sugere alguma coisa de terror ou de ação, totalmente
desligado, e ela diz que preferia assistir algo como “Para Todos os Garotos que já Amei”, mas ele ri dela… então,
naturalmente (digo naturalmente porque eu
a entendo), ela fica chateada e vai embora, dando razão para a mãe: todos os garotos são mesmo uns idiotas.
O pior é que Julia presencia tudo através da janela, e então ela resolve se
aproximar do Leo apenas para incomodar a
Rosa… sim, o Leo é uma gracinha, e ele estava todo popularzinho jogando no
time de futebol, mas a motivação de Julia não foi nenhuma dessas. Ela só começou a persegui-lo e chamá-lo de
“mozão” porque ela VIU que a Rosa gostava dele e queria incomodar mesmo!
Credo.
Mas, no
fundo, Leo não dava bola para a Julia… e ele era um bom rapaz! Adorei a cena em
que ele defende um nerd que sofre bullying
do Rafa Confusão na escola, e mais ainda a cena em que o Rafa provoca a Rosa e o Leo a defende. Ele até topa UMA BRIGA
com ele. E o Leo nunca brigou na vida…
ele certamente está ferrado. Em outro momento muito fofo dos dois, Rosa lhe
dá um beijo no rosto ao lhe desejar boa sorte (os pensamentos dos dois nesse
momento, QUE FOFURA!), e não tem coragem de assistir à briga de Leo e Rafa,
embora esteja presente… no fim, o Leo
consegue se sair muito bem. O Rafa bate mais, é verdade, mas o Leo lhe dá
uma rasteira e o derruba, algo que ninguém nunca fez antes, e ele faz isso
justamente antes da briga ser interrompida pelas autoridades da escola… então, ele fica como o “vencedor”, e Julia
publica um vídeo que o ajuda a se tornar celebridade.
O que
incomoda a Rosa… porque ele parece estar
gostando disso tudo!
Até ele
explicar para ela que não está gostando…
Por isso, a
relação de Leo e Rosa é essa série de encontros e desencontros, essas mudanças
de humor, essa sensibilidade típica do adolescente. A relação só vai para a
frente quando Julia, para provocar, convida Leo para ir ao cinema e, como Rosa
está presente, Leo a convida. Afinal de
contas, ele vai ter que levar sua prima mais nova junto mesmo, então não seria
um encontro. No fim, Julia acaba não indo, e Ludmila, a priminha de 10 anos
que é um máximo, acaba garantindo que aquilo seja, sim, um encontro. CARA, A
LUDMILA É MUITO BOA! Amei os comentários dela no cinema, toda entendida sobre
beijos, garotos e namoros, e eu adorei aquele final, em que é ela quem faz o primo
entrar no prédio e levar Rosa até o elevador, e então, quando eles se despedem
com um beijo no rosto, a garotinha empurra o Leo para que ele e Rosa se beijem.
O primeiro beijo <3
OWN.
Que não é
NADA comparado ao segundo, mas vamos lá… no dia seguinte, quando Rosa chega à
escola, parece que todo mundo já está
sabendo, porque as suas amigas têm a boca grande demais. Quando Leo chega,
todo perdidinho, coitado, Julia ainda se acha no direito de discutir, mas o Leo a coloca no seu devido lugar, o que é
sensacional. E quando fica aquela história do “beijou” ou “não beijou”, o
Leo resolve aquilo da melhor maneira possível: ELE BEIJA A ROSA, NA FRENTE DE
TODO MUNDO! E o mais legal é que é um BEIJÃO, é um beijo de verdade… a falta de
um beijo como esse é o que sempre me incomoda nas produções do gênero, porque
eu tenho um segredo para contar: adolescente
beija. Não é só aqueles selinhos bobos de sempre nem nada, são beijos de
verdade… e aqui temos os dois
adolescentes se beijando, de verdade.
FOI FOFO, FOI LINDO, EU AMEI.
E essa é a
confusão principal do filme… o beijo é filmado, divulgado, e Julia faz um vídeo
pedindo a “expulção” (sim, com “ç”, o que já entrega que foi ela quem fez a
edição!), que viraliza rapidamente… então, a diretora carrasca e injusta suspense os dois por 5 dias por causa do
beijo. Eu gostei MUITO de como tudo isso foi tratado… Thalita Rebouças pode
ser revolucionária, e ela faz isso aqui. Para começar, colocando pais que
apoiam os filhos incondicionalmente, e que dizem coisas extremamente sensatas
quando são chamados pela direção. Eles
não ficam contra os filhos, mas tampouco são permissivos… acontece que foi
só um beijo, e embora talvez não devesse ter sido no corredor da escola na frente de todo mundo, ainda é só um beijo
e pronto! Não é o fim do mundo. O que
“mancha” a imagem da escola, de fato, é esse apoio a deduradores que querem
prejudicar o colega, e o doloroso “expulção” com “ç”.
Infelizmente,
Rosa acaba brigando com Leo por causa desse beijo, e ele não merecia… eu até
entendi de onde veio, porque a Rosa nunca
tinha sido suspensa, e nem era justo
que ela fosse suspensa agora, mas ela não precisava ter brigado com o Leo
daquela maneira… de todo modo, quando a suspensão diminui para 4 dias (!), os
amigos se reúnem para ajudar Rosa e
Leo. E SÃO OS MELHORES AMIGOS DO MUNDO! Para começar, eles têm um ótimo plano,
e eles o colocam em prática sem a ajuda
de Julia, e lhe dão o pior castigo que poderiam dar: um tratamento de gelo. Acontece que Julia sempre quis aparecer,
sempre quis ser a popular e ter a atenção de todos, e ela certamente é muito boa em bater boca… mas ser completamente ignorada é doloroso, até para
a Julia. Ou especialmente para a
Julia. Então ela é convidada a repensar suas atitudes.
O plano dos
amigos consiste em um novo vídeo, feito
para viralizar. E É UM VÍDEO BASTANTE OUSADO, QUE EU AMEI DO INÍCIO AO FIM. Com
o título “Corrente do Beijo” e a
hashtag #quembeijaémaisfeliz, os
alunos gravam um vídeo com direito a música e participação de toda a turma, numa série de beijos… mostrando que não tem
nada de errado em beijar. Eu pensei em “Dois
Garotos se Beijando”, do David Levithan, nessa cena, embora não tenha muito
a ver… mas é a ideia de se beijar para
mostrar que não tem nada de errado em se beijar. E o que eu mais gostei, na
verdade, é que tivemos todo tipo de beijo, e foi isso que foi ousado… tivemos
beijos no rosto, selinho, e beijaços longos e verdadeiros. Além disso, ainda
tivemos a representatividade com um beijo entre dois garotos, e um beijo entre
duas garotas… ISSO, SIM, EU AMEI!
<3
Naturalmente,
a diretora carrasca continua detestando, e ameaça expulsar Leo e Rosa por causa dessa interferência dos amigos, então
Leo recorre ao pai por ajuda: será que
ele não consegue um pouco de visibilidade para o caso no rádio ou na TV? Assim,
até a Ana Maria Braga dá a sua opinião a respeito do inocente beijo dos
adolescentes, que está sendo desnecessariamente transformado em um alvoroço, e
a diretora é quase obrigada a voltar
atrás e suspender a expulsão dos alunos. A minha única crítica é pelo fato de
tudo, nesse final, ter parecido abrupto.
Adorei a confusão, adorei a atitude dos jovens, mas me parece que a mudança da
diretora e a mudança da Julia, embora ambas justificadas, foi repentina demais, e, portanto, pouco
crível. De qualquer modo, a história é fofa, os personagens são carismáticos, e
a mensagem é bonita.
Beije, e
beije quem quiser!
SEJA FELIZ!
<3
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