Malévola: Dona do Mal (Maleficent: Mistress of Evil, 2019)
“You’ve spent years caring for a
human. Now it’s time to care for your own”
EU GOSTEI
BASTANTE! Quando comentei o primeiro “Malévola”,
eu falei rapidamente sobre o meu receio em relação a essa sequência – acontece que,
com base no trailer, não sabíamos exatamente
qual seria o enfoque da narrativa nem como isso seria trabalhado, mas o
resultado de “Malévola: Dona do Mal”
é muito bom. Com um elenco brilhante, visuais impressionantes e uma expansão
bem-vinda do universo de “A Bela
Adormecida”, esse segundo filme conta uma história bastante diferente da contada no primeiro filme, embora novamente
fale sobre o amor de mãe e filha, que é a base da relação de Malévola e Aurora…
o resultado é lindo. Eu deixei o cinema com uma sensação de que gostaria de
ficar um pouquinho mais e explorar esse universo dos “Seres das Trevas”, em
todas suas cores e seus diferentes hábitats naturais…
No fim do
filme original, Malévola despertou Aurora de seu sono profundo com um “beijo de
amor verdadeiro” – mas ninguém se lembra disso. Todo mundo se lembra apenas da
história da fada má que amaldiçoou uma criança inocente e, por isso, Malévola
ainda é odiada e temida pelos humanos desprezíveis. E com raras exceções
(Aurora e o próprio Príncipe Philip, por exemplo), os humanos são uma raça
desgraçada que merece morrer… cinco anos se passaram entre um filme e outro, na
realidade e no tempo fictício, e o Príncipe Philip pede Aurora em casamento… é,
talvez, a chance que eles têm de realmente unir humanos, o Reino de Ulstead, e
o povo das fadas, o Reino dos Moors, mas Aurora e Philip não estão pensando nisso: eles só estão pensando no quanto eles se
amam. Claro que, no entanto, contar a
Malévola não será fácil.
Diaval se
encarrega de fazê-lo, e ela é imediatamente contra o casamento. Parece um ciúme
materno, e tem toda essa questão da proteção envolvida, mas Malévola sabe que
humanos não devem ser confiados – então, ela faz um sacrifício enorme e admirável
para ir até o Castelo de Ulstead em um jantar para que as famílias se conheçam,
mas é um verdadeira desastre, porque a mãe de Philip, a Rainha Ingrith, garante
que seja uma tremenda humilhação. Em tom acusatório e perverso, Ingrith fala
sobre a maldição lançada sobre a criança inocente, e fala uma série de
atrocidades contra o povo das fadas, visivelmente provocando Malévola. Mas ela pega pesado quando diz que aceita
Aurora como sua família e que, agora, “ela saberá o que é ter uma família de
verdade”. NINGUÉM poderia ter amado Aurora mais do que Malévola a amou!
Então,
Malévola se levanta, e é uma cena eletrizante! Adoro ver como tudo ao redor
perde sua cor, como a energia verde flui dela, ameaçadora, e então a Rainha
Ingrith aproveita o momento para atacar o próprio marido, às escondidas, e
acusar Malévola de ter amaldiçoado o Rei – o
que eu mais lamento é que, confusa e inocente, Aurora tenha ficado para trás, e
não tenha se juntado à sua Madrinha na hora de ir embora. Ingrith planejou
tudo cuidadosamente, para poder declarar guerra ao Reino dos Moors, sem que
ninguém a julgasse por isso – e ela tem todo um esquema macabramente preparado
no subsolo do Castelo de Ulstead, com produção ininterrupta de ferro, além de
um cientista (do povo das fadas!), que está tentando encontrar uma maneira de acabar com a vida de todas as fadas,
juntando pó de ferro com o pólen da flor da morte.
É perverso.
O filme é
empolgante e, como eu disse, explora bem uma nova faceta da história
originalmente contada. Enquanto o “casamento” é preparado, Aurora rapidamente
começa a perceber que não devia confiar
em Ingrith, que está tentando transformá-la nela mesmo, e Aurora chega a
dizer a Philip que “não se sente mais como a Rainha dos Moors”, enquanto a
parte mais interessante do filme se desenvolve… enquanto vai embora do castelo,
Malévola é atingida por uma bala de ferro que atravessa seu corpo, e ela cai no
mar, quase morta, e teria mesmo morrido se não tivesse sido salva por uma outra criatura exatamente como ela…
uma criatura, de nome Conall, que a leva para um lugar distante e belo, onde existem muitos outros como ela. Outros “Seres
das Trevas”, poderosas criaturas aladas e de chifres, que precisam se esconder
dos humanos.
Sempre os humanos…
Porque o pavoroso
ser humano teme tudo o que é diferente
dele. Assim, os Seres das Trevas foram caçados e aniquilados, até que os
poucos sobreviventes se esconderam no subterrâneo, para que pudessem continuar
vivendo – mas é uma questão de tempo até que os humanos os reencontrem e voltem
a atacá-los. Por isso, talvez seja a hora
de fazer alguma coisa. É interessante ver Malévola conhecendo todo esse outro universo, muito maior do que ela,
e é quase como se a Malévola, por si só, perdesse um pouco de sua importância…
como a reencarnação da Fênix que gerou toda a raça deles, ela ainda é uma
figura de destaque, mas existem tantas outras belas criaturas aladas que
Malévola perde um pouco a sua característica única. Agora, existe todo um POVO escondido, um povo que merece
sair dali debaixo e viver livremente.
Para mim,
conhecer os outros Seres das Trevas foi a
melhor parte do filme. Percebi, inclusive, que estava incomodado quando a narrativa voltava para o castelo e para as
oficinas obscuras da Rainha Ingrith, porque ela não tem o poder antagônico que
Stefan tinha no primeiro filme. Lá, o odiávamos puramente. Aqui, Ingrith parece
muito mais caricaturada – seu destino
final confirma isso. Por isso, foi legal ver Conall apresentando a Malévola
todo o mundo que as criaturas criaram num espaço meio “Viagem ao Centro da Terra”, meio a maleta do Newt Scamander em “Animais Fantásticos e Onde Habitam”. Gostei
de ver que eles vinham de todos os lugares do mundo e, por isso, eram
diferentes uns dos outros… amei ver as diferentes cores das asas e,
sinceramente, eu adoraria ver um spin-off
que explorasse essas criaturas mais a fundo.
Malévola está
se inserindo nesse novo mundo, mas
nunca desconectada do mundo em que viveu sua vida toda. Quando os homens da
Rainha invadem a terra dos Moors para roubar flores da morte, ela os sente, mas chega tarde demais para
impedi-los… para completar toda a expressão da CRUELDADE dos humanos, eles
atiram para matar Malévola, mas Conall o defende e é coberto de balas de ferro,
o que lhe custam a vida. Enquanto isso, a Rainha Ingrith leva adiante o
casamento de Philip e Aurora, colocando, eventualmente, o seu plano genocida em
prática. A cena da capela é ANGUSTIANTE. Ver a inocência das fadas entrando na
igreja para o casamento, se arrumando do lado da noiva, e então sendo brutalmente
assassinados ao toque de um piano e uma música macabra… quantos não morreram
ali? E cada golpe era doloroso de se ver.
Fiquei
orgulhoso da Flittle, mas se não fosse por Ingrith, ela não precisaria se
sacrificar!
De modo
geral, “Malévola: Dona do Mal” é
menos intenso e/ou agressivo que “Malévola”.
As motivações eram mais claras e mais fortes no primeiro filme, bem como as
sequências escuras (o clímax todo era perfeitamente sombrio, enquanto o clímax
do segundo acontece ao ar livre, durante o dia ensolarado), mas, ao mesmo
tempo, muita morte acontece nesse segundo
filme… mas ele é mais escrachadamente feito para o público infantil e, por
isso, mesmo as mortes são amenizadas. Mas, sabendo o que estava acontecendo, eu
estava angustiado. A cada tocar daquela tecla vermelha, eu me apavorava, eu
pensava nas vidas dos Moors perdidas… quando, depois da morte de Conall, os
Seres das Trevas aparecem para a batalha, eu também fiquei angustiado com cada
bomba vermelha que explodia, acabando com as suas vidas…
Aurora tem um
papel bacana, descobrindo o plano da sogra, embora a clareza sobre a maldição
do Rei tenha parecido muito conveniente,
e Philip, felizmente, acredita rapidamente na noiva, contra a mãe, e tem um bom
papel, tentando, sem sucesso, impedir que a guerra e as mortes continuem. Mas o
problema é a Rainha Ingrith, que por uma rixa e trauma de infância, não vai
parar enquanto Malévola não estiver morta. Malévola chega LINDA E MARAVILHOSA
no ato final do filme, com uma roupa provocante e pronta para a batalha, mas,
mesmo com todo o seu poder, ela acaba morrendo tragicamente porque Ingrith
sabia exatamente quais seriam os seus
passos. Então, ela usa o amor de Malévola e de Aurora para trazê-las até onde
ela as quer, e quando ela atira, Malévola protege Aurora do tiro, novamente
salvando a sua vida por seu amor verdadeiro.
Então, Malévola vira poeira.
Sabíamos que
o filme não podia ficar assim… Ingrith precisava ser derrubada, e isso acontece
enquanto ela canta vitória e, em uma cena forte, Aurora chora sobre as cinzas
que foram sua mãe – então, Malévola renasce das cinzas: afinal de contas, ELA É
A FÊNIX, NÃO É?! É lindíssimo como Malévola renasce imensa e em forma de fênix,
ameaçadora, apavorando Ingrith, que consegue escapar jogando Aurora de uma
torre alta, porque sabe que entre vir atrás dela e salvar a filha, Malévola
salvaria a filha – mas tudo bem, existem outras criaturas aladas que podem
cuidar da perversa, vingativa e egoísta Rainha. Quando a Fênix volta a ser a
Malévola, temos um momento emocionante do reencontro de Aurora com sua “madrinha”,
e então Aurora e Philip finalmente
conseguem deter a guerra e fazer com que humanos e moors se respeitem.
Ou melhor,
que moors respeitem humanos.
Porque era só o que faltava.
É um discurso
bonito, embora toda a transformação da guerra em uma real festa de casamento
tenha sido um pouquinho forçada – pessoas que há pouco se odiavam e tentavam
matar uns aos outros sentados lado a lado e celebrando o mesmo casamento. Mas é
bonito ver Malévola levando Aurora até o altar, linda como sempre, abençoando
essa união. Mas Malévola também cresceu – agora, sua vida não será apenas estar
ao lado de Aurora e cuidar dela. Aurora cresceu,
Aurora terá seus próprios filhos, e Malévola tem mais o que fazer: cuidar de
seu povo, como foi dito em algum momento do filme. Por isso, a última cena
do filme é Malévola voando ao lado de várias crianças que são como ela, Seres
das Trevas… e eu não acho que a história precise de mais uma sequência, mas
preciso dizer: eu certamente estaria no
cinema assistindo se ela tivesse.
<3
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Foi as lagrimas de Aurora que despertaram Malévola?
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