Malévola (Maleficent, 2014)
Does true love exist?
A HISTÓRIA
QUE VOCÊ NÃO CONHECIA DA “VILÔ DA BELA ADORMECIDA. “Malévola”, lançado em 2014, conseguiu se tornar um clássico da Disney em questão de poucos
anos. Com uma atuação brilhante de Angelina Jolie, como a “Dona do Mal” (!), o
filme também impressiona pelos seus efeitos e visuais incríveis… eu adorei tudo
desde o começo, aquele excesso de cores inicial, aquelas criaturas fantásticas,
aquelas grandes batalhas… por um momento, pensei estar de novo em “Nárnia”, e eu sinto tanta falta daquele
lugar! O filme tem uma proposta similar a outras obras, como “Wicked”, embora não tenha a
profundidade do livro de Gregory Maguire. O filme empolga, diverte, e nós nos
vemos apaixonados por Malévola, entendendo os motivos que a levaram a uma
vingança tão “cruel”, e desejando que ela acabe com Stefan de uma vez por
todas.
O filme
começa nos apresentando Malévola – um ser alado, uma fada que voava pelo Reino
dos Moors e se divertia com todas as criaturas, e que, para seu azar, conheceu
um humano em determinado dia… o humano, Stefan, era um garoto que acabara de
roubar algo dos Moors, e que dizia que “um dia ia morar no castelo”, mas essas
duas características não são o suficiente para avisar Malévola do tipo de
pessoa com quem está lidando… então, eles se tornam amigos e, eventualmente,
mais do que isso. No seu 16º aniversário,
Stefan lhe dá um presente: “um beijo de amor verdadeiro”. Depois, ele desaparece,
movido sempre por sua ganância e egoísmo, e só retorna depois que os Moors,
liderados por Malévola, derrotam as forças do exército do Rei, que se sente
humilhado e promete a sucessão no trono a qualquer um que vá até lá e vingue
sua derrota.
Que mate a “criatura alada”.
É uma parte
dificílima de assistir… Malévola é uma mulher forte, e nenhum outro humano
teria conseguido se aproximar dela. Stefan
conseguiu porque, devido à história que compartilhavam, Malévola baixou sua
guarda e confiou nele. O que não deveria ter feito. É revoltante ver Stefan
drogando Malévola, a colocando para dormir, e então usando ferro, que queima as
fadas, para cortar as suas asas fora
– a interpretação brilhante de Angelina Jolie entrega toda a dor da personagem
quando ela desperta e sente a ausência de suas asas e a traição do homem que
ela acreditou que realmente a amava, enquanto Stefan, pensando apenas nele
mesmo, vai até o atual Rei, moribundo, e lhe entrega as asas de Malévola,
dizendo que a matou e que o vingou… agora,
ele se torna o Rei daquele outro Reino, da forma mais cruel possível.
Por isso,
nada que Malévola fizesse poderia ser julgado…
Malévola
ganha a ajuda de Diaval, um corvo cuja vida ela salva, e que é quem lhe conta
do nascimento de Aurora a filha do Rei Stefan, então ela vai até a cerimônia
para lhe dar um “presente”, como as outras fadas estão fazendo… nessa
sequência, eu adoro ver tudo se encaixar. Angelina Jolie chega vestida toda de
preto, mais ameaçadora e fatal que nunca, preparada para sua vingança, e é a
mesma maldição original de “A Bela
Adormecida”, mas agora entendemos todos os seus detalhes. Ela amaldiçoa a
garota a cair em um sono eterno no pôr-do-sol de seu aniversário de 16 anos
(!), ao espetar o dedo em uma roca de fiar, e nada no mundo poderá deter essa
maldição… a não ser um “beijo de amor
verdadeiro”. São elementos de sua história com Stefan ao longo dos anos, a
vingança perfeita, e eu ADOREI vê-lo apavorado, implorando.
Embora a
pequena Aurora não merecesse nada disso…
Mas tenho a
impressão de que a Aurora foi muito mais
feliz vivendo longe daquele pai tóxico. A garota cresceu criada por três
fadas desastradas, mas sempre acompanhada de perto por Malévola e por Diaval. E
se não fosse por esses, Aurora provavelmente teria morrido antes de conseguir
completar 16 anos. Gosto de como Aurora se torna a vida de Malévola (que a
chama de “praguinha”), que a observa o
tempo todo. A vê sorrir para ela quando ainda é apenas um bebê, e a salva
de cair em um penhasco quando as três fadas negligentes nem veem que a garota
está correndo perigo… e temos aquela fofíssima cena de quando Aurora ainda é
uma criança, e ela encontra Malévola. Amei a Malévola a mandando embora (“Eu não gosto de crianças”), mas a
pequena e doce Aurora se aproxima, a abraça e até pede colo… e como negar, não é?
Depois,
Aurora cresce… chega aos seus quase 16 anos. E é uma garota sorridente, feliz.
Durante esse tempo, ela esteve alheia a todo o resto que acontecia. Ao Rei
Stefan buscando Malévola incessantemente para matá-la, ao fato de estar vivendo
em uma cabana isolada de tudo para que não tivesse nenhuma roca de fiar por
perto no seu aniversário de 16 anos, e a Malévola a seguindo, a protegendo e
enfrentando as forças do Rei que a perseguem… é muito bonito quando Malévola
leva Aurora pela primeira vez até os Moors, adormecida (!), e a desperta quando
chegam lá. Falante e altiva, Aurora a reconhece de pronto, dizendo que ela é
sua Fada Madrinha, e que “sentiu sua presença durante toda a vida”. Mesmo aos
quase 16 anos, Aurora ainda parece uma criança feliz, mas esse pequeno momento
faz com que, pela primeira vez, Malévola se
pergunte…
“I wonder”
Aurora não
era o pai, nunca foi como ele. E se ela
fosse a resposta para unir o Reino dos Homens com o Reino dos Moors? Então,
Malévola a leva mais fundo até a floresta, para que ela veja todas as
maravilhas, todas as criaturas… e é um momento tão simples e tão singelo. Com
delicadeza, o filme mostra como Malévola não detesta a garota como diz detestar
– ela foi apenas o inocente instrumento de sua vingança. E, depois de ver
Aurora interagir tão bem com as criaturas, brincar com risadas altas de jogar
lama nos outros e tudo o mais, Malévola se arrependeu do que fez… Stefan ainda
merecia seu ódio, merecia uma vingança, mas não através de Aurora. Então,
enquanto Aurora dorme, Malévola tenta retirar a maldição, uma cena fortíssima e
linda, mas ela não tem sucesso – quando a
lançou, ela garantiu que NADA poderia tirá-la.
A não ser o beijo de amor verdadeiro…
Malévola e
Aurora passam cada vez mais tempo juntas no vale das fadas, e temos aquele
momento bonito em que elas conversam e Aurora diz que “quer viver com os Moors”
– Malévola percebe, então, que essa seria uma boa maneira de protegê-la da
maldição, tendo ela ao lado dos Moors em seu aniversário de 16 anos, mas tudo
acaba dando errado no dia do aniversário. Primeiro, ela conhece um príncipe
lindinho, o Príncipe Philip, no caminho de casa para contar às tias que vai se
mudar, depois ela descobre sobre a sua
maldição. As três fadas desastradas a colocam em perigo quando deixam
escapar a informação de que ela é a filha do Rei, amaldiçoada, e depois
precisam explicar-lhe tudo em detalhes… triste ao perceber que a “fada má” que
a amaldiçoou é quem chama de “Fada Madrinha”, Aurora resolve voltar correndo para
o Castelo.
Direto para a
maldição.
Sempre amando
Aurora (!), Malévola a segue com Diaval, e eles levam com eles o Príncipe
Philip. Malévola sabe que não vai poder impedi-la de cair no sono profundo, e
não acredita em “amor verdadeiro” (por isso lançou a maldição desse modo, para
que ela nunca fosse quebrada), mas Diaval fala sobre o Príncipe Philip e como
ele pode ser sua única esperança, e Malévola se agarraria a qualquer coisa para
salvar a sua filha… Aurora tem uma
recepção TERRÍVEL e GROSSEIRA do babaca do Stefan, que a prende no quarto sem
nenhuma roca de fiar, mas ela escapa, a maldição a conduzindo e fazendo de tudo
para se realizar, até que se realiza. E
Aurora finalmente se torna “A Bela Adormecida”, como a conhecemos, e
Malévola e Diaval entregam para as três fadas o Príncipe Philip, que beija a
garota… mas, como Malévola sabia, isso
não dá certo.
Não é amor verdadeiro.
Então, temos
a cena MAIS LINDA de todo o filme, quando Malévola se aproxima da Bela
Adormecida, e conversa com ela. Diz que não vai lhe pedir perdão, porque sabe
que o que fez com ela é imperdoável,
mas promete que, enquanto viver, não permitirá que nada de mal lhe aconteça, e
que nenhum dia se passará sem que ela sinta falta de seu sorriso e de sua
presença. Então, ela lhe dá um carinhoso beijo materno na cabeça… e essa é a resposta. Isso desperta Aurora de
seu sono profundo: um beijo de amor verdadeiro. Talvez não exista outro
amor tão verdadeiro quanto esse, talvez no futuro o Príncipe Philip pudesse,
sim, ser a resposta, mas não naquele momento, não quando eles mal se conheciam.
O amor mais verdadeiro que Aurora teve ao longo de toda sua vida foi o de
Malévola… ela era a única que podia
quebrar sua própria maldição.
É TÃO
EMOCIONANTE! *-*
Mas, assim
como em “Wicked” o foco não é
Dorothy, em “Malévola” o foco não é
Aurora. Por isso, o grande clímax do filme vem depois que Aurora é despertada, quando, em uma cena humilhante,
Malévola é presa por uma rede de ferro que a machuca constantemente e, mais
tarde, cercada por guardas do Reino, de forma cruel – ela não tem para onde fugir, e o Rei Stefan, mais nojento do que
nunca, acredita que venceu. Mas o amor
verdadeiro de Malévola por Aurora é recíproco, e a garota encontra e libera
as asas de sua Fada Madrinha, ainda expostas no castelo, e é MARAVILHOSO ver
Malévola se reunindo às suas lindas asas, e então ninguém tem chance contra ela. A ação final do filme é eletrizante
e termina com ao morte do Rei Stefan – mas Malévola, depois de vencer a
batalha, ia deixá-lo viver. Foi ele que
não a deixou ir embora.
E, por isso, ele despencou lá de cima.
Como
merecido.
A conclusão é
lindíssima, e a mensagem do filme também. É um bom roteiro, guiado e
interpretado com maestria, e então Malévola leva Aurora de novo ao vale das
fadas, para conhecer o Reino dos Moors como ele um dia foi, antes de ela
abraçar a vingança – tudo repleto de
cores, de vida, de alegria. E, agora, Aurora terá a oportunidade e a missão
de fazer o que Malévola esperava que ela pudesse fazer: unir os dois Reinos. Com a morte do pai, ela talvez seja a nova
governante do Reino dos Homens, e Malévola mesmo a declara a nova Rainha dos
Moors, em um momento muito lindo… agora, vamos esperar para ver o que “Malévola: Dona do Mal” pretende
adicionar a essa narrativa, mas eu confesso que os trailers ainda me deixam
receoso, pois tenho medo dos rumos que as personagens tomarão, e medo que se
afastem demais do original.
Mas tenho que ver o filme antes de comentar.
Review em
breve!
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