Meu Coração é Teu – O primeiro dia de Ana na Mansão Lascuráin
“Por que
você não foi embora, Ana?”
Depois de um primeiro capítulo de muito
sofrimento, e ainda com muitos toques de seriedade espalhados pelo roteiro, as
coisas começam, lentamente, a melhorar para Ana Leal. A novela consegue fazer
com que nos apaixonemos por Ana, pelas crianças, e pela relação que, aos
poucos, ela vai forjando com todos eles, embora sejam umas pestes dispostas a
tornar sua vida um inferno, inicialmente. Tudo começa lá naquela divertida
sequência da agência de empregos, com a Ana escandalosa falando de uma “aranha”
só para poder tirar fotos do currículo de outra Ana, ao seu lado, afinal de contas ela não se formou nem nada,
o que ela vai escrever? E eu adoro a Jenny a incentivando a mentir, a dizer
que ela tem doutorado e (o melhor de todos) que “ela estudou na Torre Eiffel”.
No fim, é por causa de uma confusão que nem é dela que ela acaba na Mansão
Lascuráin.
E AS CENAS SÃO HILÁRIAS!
Com a Ana “errada” mandada para a casa, percebemos
a confusão de Ana assim que ela entra, admirada, na imensa casa… ela acha que está ali para fazer uma coisa,
o emprego é outro. Por exemplo, quando a cozinheira lhe informa que “não
são um, nem dois, nem três… são SETE”, e ela diz, não muito assombrada, que ela já fez show para muito mais!
COMO EU RI! Mas as melhores cenas estão com o Don Nicolás, um falando de uma
coisa, outro de outra… tipo aquele diálogo no estilo de “Recomendações dos patrões…” “Posso pedir no Chicago!” “Trabalhou em
Chicago?” “Sim! Você conhece?” “Me encanta!”, que acho que foi escrito
perfeitamente… e quando ela pergunta se ele
já a viu, e ele diz que é muito grande? “São os espelhos. Dão essa sensação”.
HILÁRIO. Gosto dessas brincadeiras com as palavras, com mal-entendidos
divertidos…
Fica melhor ainda quando ele pergunta se “ela já
trabalhou com crianças”, e ela fica desconcertada e horrorizada… ela sai do
escritório revoltada, diz que isso não é só um pecado, mas é ilegal, e que vai
denunciar! No caminho para a porta, para correr à delegacia, no entanto, ela
encontra Luz, a menorzinha dos Irmãos Lascuráin, fofíssima, e as duas começam a
se conectar instantaneamente. Afinal de contas, Ana é quase uma criançona, e ela é um amor, além de saber lidar com
as crianças. Ela pergunta o nome de Luz, diz que ela tem lindos olhos, e
pergunta se “o gato comeu sua língua”… muito carinhosa, Ana pede mímica para
saber qual é o nome dela, e enrola para dizer Luz, embora seja óbvio porque a
garota aponta para o abajur, e é um máximo! Porque elas se envolvem e brincam,
com esse jeitão maluco e carinhoso de Ana.
Ela nos
conquista.
Ana até ganha um abraço bem gostoso de Luz, e
enquanto alguns dos irmãos, que observam do topo da escada, dão risada, Fanny
permanece cética e irredutível. Então Ana sabe que precisa aceitar o emprego, depois de entendê-lo de fato, livre de
mal-entendidos. À noite, quando fala com Jenny no Chicago, ela está
apaixonada por Luz, o que vem de encontro
ao seu sonho de ter uma família e filhos! Mas para conquistar, de fato, o
emprego como babá, ela tem que saber como
se portar. Vestir-se com algo que a cubra mais… então ela vai à Mansão, de
preto dessa vez e, sozinha no escritório, ela treina como andar, como falar… como ser séria e elegante, e não sexy. E
é divertidíssimo! A maneira como Fernando a conhece é HILÁRIA, com ela fazendo
aquelas “ginásticas” loucas em posições duvidosas, e ele vai se aproximando
lentamente, desconcertado…
…até que leva uma bofetada no nariz que o deixa
sangrando!
QUE CENA MAIS PERFEITA!
Amei toda a introdução de Ana à vida dos
Lascuráin, e como conheceu Fernando, e como imediatamente algo pôde ser sentido…
quando ambos pegaram juntos o lenço do chão, as mãos se tocaram, a música de
abertura tocou, a eletricidade podia ser vista (literalmente). Eles quase se beijam, mas seria cedo
demais para isso, por isso ela limpa o sangue dele e enfia o lenço no nariz
dele, O QUE É HILÁRIO NOVAMENTE! Assim como aquele divertido (vi muitas vezes!)
“Ay, Santo Niño de la Reproducción, si
usted no perdió tiempo… siete!” quando ele mostra a foto de seus sete
filhos! Mas a reação dela quando ele lhe sugere o salário… incrível! A felicidade dela com aquele pedacinho de papel, pulando,
tendo um pequeno ataque de asma… A LOUCA. Contratada, totalmente feliz, ela dá um grito que é uma das coisas que nos
fazem amar a Ana!
Mas se o salário é motivo de tanta felicidade, o trabalho em si ainda não o é. Fernando
apresenta a “Srta. Leal” para os filhos, e enquanto Nando parece disposto a
respeitá-la, e Luz já a aceitou, por causa do primeiro dia (ela já está até no
colo de Ana, mexendo em seu cabelo, e é uma fofura!), os demais continuam
determinados a atormentá-la. Embora Ana tenha aquele jeito de boa pessoa e um
rosto carismático e querido, as crianças
não querem uma babá. E são liderados pela irredutível Fanny, que se diz
FARTA disso tudo! Ela avisa Ana, com
todas as letras, que ela vai fazer de sua vida um inferno, e então a guerra
começa. Mas Ana já tem os próprios problemas que o contrato pressupõe,
antes mesmo de as crianças começarem com as suas “travessuras”: ELA TERÁ QUE
MORAR ALI. Quer dizer… ela ainda tem que
dançar no Chicago também!
O começo da estadia de Ana foi TERRÍVEL. Quase
todos os irmãos começam a “guerra” contra Ana jogando bolas de papel nela e
gritando “¡Fuera, intrusa, fuera! ¡Fuera,
intrusa, fuera!”, e eu achei aquilo deprimente – embora fosse divertido com
a primeira babá, não o é com Ana, porque
CONHECEMOS a Ana e sabemos que ela não merece isso. Depois vem as arminhas
de água no corredor, a tinta verde que Fanny joga em seu cabelo, o rato no boxe
do banheiro quando ela vai tomar banho e a água fria… um verdadeiro dia
impossível na vida de Ana. E quando Fernando chega, ele ainda não é muito
amigável pelo fato de ela estar sem uniforme (que já foi detonado!), porque não
ajudou as crianças nas tarefas de casa, e porque quer que ela cuide de seu
vocabulário enquanto estiver trabalhando com as crianças… eu, hein?
Mas Ana também é determinada e forte, com todo o
sofrimento que enfrentou em sua vida, e ela tem muito a ensinar para esses
Irmãos. Como quando Fanny lhe pergunta porque ela não foi embora, e ela
responde: “Porque existe uma coisa que se
chama necessidade, Fanny. Nem todos tivemos a sorte de nascer em um palácio. E
sim, sou inculta e sou ignorante, como diz, mas também sou bem determinada e
tenaz. E eu vou continuar aqui, e por muito tempo, queridinha”. Um
belíssimo e tocante discurso, forte, para que os Lascuráin possam começar a
enxergar um pouquinho além dessa vidinha rica que eles levam… um discurso justo
e necessário, e eu nunca me orgulhei tanto de Ana quanto naquele momento… ela mostrou, definitivamente, a que veio.
E com a voz embargada e sentimento colocado em cada palavra, ela conseguiu deixar até Fanny em silêncio.
E isso é alguma coisa…
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